Jenn Lim
Entregando a Felicidade
Sobre o Que Gera Felicidade
em Nossas Vidas
A última pergunta de hoje
é quem aqui acredita que pode prever
sua própria felicidade
no longo prazo?
Muito bem, temos uma resposta
um pouco acima da média.
Acho que pelo tamanho
da sala não é tão surpreendente.
O interessante é que
sempre faço essa pergunta agora.
Viajo pelo mundo todo
falando sobre a entrega da felicidade
e sempre tenho o mesmo resultado
quando faço essa pergunta.
Apenas de 1 a 5% da sala
levanta a mão.
Para mim, isso é notável
porque aqui estamos,
somos relativamente
avançados,
os nossos ancestrais se sacrificaram muito para
que pudéssemos chegar onde estamos hoje.
Mesmo assim, somos uma
sociedade infeliz
enquanto tentamos descobrir o que
gerará felicidade no longo prazo.
Por que isso acontece?
Se você parar para pensar,
isso não é novidade
para os americanos.
Isso consta na nossa
Declaração da Independência.
Existe um cara chamado Aristóteles de 200 a
300 A.C. que começou a falar sobre a felicidade
dizendo que a felicidade
é o nosso propósito.
É o objetivo
da nossa existência.
Mais interessante ainda foi quando ele disse
que a felicidade depende de nós mesmos.
Então qual é o problema?
O que está acontecendo?
Falando sério, pergunto para a sala
toda quais são os seus objetivos na vida?
Ao fazer essa pergunta para qualquer
pessoa dentro ou fora dessa sala,
não importa se a resposta for construir um
negócio, criar uma família, ficar mais saudável...
Quando você pergunta "por que?" a resposta
sempre é a mesma: "Eu quero ser feliz."
"Eu quero fazer as pessoas
ao meu redor felizes."
Então por que
é tão esquivo?
Eu gostaria de fazer uma
ressalva, pois quando eu digo "felicidade"
estou me referindo à
ciência da felicidade.
Existem dados tangíveis
e pesquisas sendo elaboradas
para identificar o que pode aumentar
os níveis da nossa felicidade na vida cotidiana.
Então por que é tão difícil
prevê-la para os humanos?
Todos nós já ouvimos falar de
pessoas que ganharam na loteria
e esperamos que essas pessoas
sejam mais felizes dali em diante,
mas existem estudos que mostram que a
felicidade deles continua igual ou até diminui.
O inverso também
é verdadeiro.
As pessoas que perdem a vista
ou ficam paraplégicas,
mantêm seu nível de felicidade
ou às vezes até aumentam.
Digo tudo isso para mostrar
que somos péssimos em prever a felicidade.
Por que?
Eu comecei a refletir sobre
isso considerando a minha própria vida
porque eu acho irônico
que estou perante vocês hoje
falando sobre a felicidade,
já que eu não era uma criança muito feliz.
Eu era aquela pessoa no colegial que
andava sempre com o walkman,
ouvia The Cure, lia livros como "O Estrangeiro"
de Albert Camus em francês.
Impossível ser
mais sombria do que isso, né?
Pensando nessas perguntas, como: "Por que
estamos aqui? Para que serve tudo isso?"
comecei a refletir sobre
como cheguei aqui.
Então comecei a pensar sobre
me formar do colegial e ir para a faculdade.
Se vocês leram o livro
"Entregando a Felicidade"
o Tony fala sobre pais asiáticos,
os quais eu também tive.
Por algum motivo,
ao crescer nesse domicílio
eu acreditava que existiam
3 coisas essenciais para obter sucesso na vida.
A primeira era
entrar numa boa universidade.
A segunda era virar
médica ou advogada.
A terceira era aprender uma
variedade de instrumentos musicais.
Então eu achei
que tinha acertado na vida.
Eu fui estudar medicina
em Berkeley na Califórnia
e tinha aprendido a tocar
o piano por alguns anos
então eu achava que eu era
bem-sucedida na visão dos meus pais.
Depois de começar a estudar,
percebi que aquilo não era para mim.
Então comecei a pensar e descobri uma matéria
chamada Estudos Asiáticos Americanos.
Eu me apaixonei
por esse tema
porque aprendi muitas coisas que não sabia
sobre mim mesma ou meus antepassados.
Fiquei animadíssima, telefonei para os
meus pais e disse que me formaria nisso.
Vocês podem imaginar
a cena que ocorreu depois, né?
Eles se desesperaram
e me perguntaram:
"Você está falando sério? Estamos trabalhando
muito para sustentar você e seu irmão."
"Sacrificamos tanta coisa para que vocês
tenham oportunidades que nós não tivemos."
"Seus tataravós navegaram pelo oceano em um
barco para que você estudasse si mesma?"
Eu pensei: "Nossa, como eles são bons
em fazer eu me sentir culpada!"
Mas eu fui forte e disse
que iria estudar aquilo.
Então eu me formei
e me lembro desse momento
porque entendi o que
meus pais estavam falando.
Eu não conseguia
um emprego.
Dessa vez eu
me desesperei.
Comecei a ligar para todas
as empresas que conhecia.
O timing era tudo porque foi quando nasceu o
fenômeno da internet no final dos anos 90
então eu me tornei
assessora de internet na KPMG.
Literalmente da noite para o dia
meu status financeiro caiu do céu
e pensei: "Que fácil!
Provei que meus pais estavam errados."
Como todo mundo nessa sala sabe, depois
a bolha da Internet estourou e fui despedida.
Me senti uma perdedora.
Não pelo fato de que
perdi meu emprego
mas por que tudo que eu achava
que importava, como meu status financeiro
não significava
absolutamente nada.
O Que Você Faria Se
Não Tivesse Medo de Fracassar?
Foi nesse momento que comecei a pensar
e percebi que estava fugindo da pergunta:
O que eu faria com o resto da minha
vida se eu não tivesse medo de fracassar?
Se vocês leram o livro,
foi nesse momento que eu e o Tony
escalamos o Monte Kilimanjaro
e eu não sabia o que queria fazer da vida.
Eu só queria fugir e não sabia
para o que eu gostaria de voltar.
Enquanto estávamos escalando
o Monte Kilimanjaro, eu estava desempregada.
O Tony tinha acabado de vender a sua
empresa por U$180 milhões para a Microsoft.
Claramente estávamos juntos
escalando essa montanha
em lados opostos
do espectro financeiro.
O mais interessante foi o que percebemos
quando começamos a escrever esse livro
que era que estávamos nos
fazendo a mesma pergunta:
O que vamos fazer com entusiasmo
onde o dinheiro não importa?
Depois disso parecia coisa de filme,
foi incrível!
Parecia que
tudo era possível.
Voltei e encarei o
mundo de uma nova maneira.
Mas depois,
aconteceu algo.
É aquela puxada de tapete que todo
mundo passa pelo menos uma vez na vida.
Para mim, foi a perda de alguém
que eu não sabia viver sem.
Meu pai faleceu devido
a câncer de cólon.
Isso me fez pensar novamente
sobre o que eu faria de significativo no dia-a-dia
sabendo que as coisas podem
ser tiradas de mim sem mais nem menos.
Foi nesse momento que comecei
a ver a vida como um campo verde.
Comecei a fazer as coisas
que eu amava.
Comecei a escrever, comecei a fazer
design gráfico, comecei a produzir filmes...
Fiz o que eu acreditava que tinha valor
e que me mantinha fiel a quem eu era.
Durante esse processo, eu
involuntariamente percebi
que estava desenvolvendo
meus próprios valores.
Se o meu valor não era
um status financeiro, qual era?
Para mim, eram
as pessoas na minha vida.
Sabia que minhas decisões
seriam baseadas em pessoas.
Prioridades na Zappos:
Cultura Empresarial & Atendimento.
Foi muito estranho que nesse momento,
me deparei com a Zappos.
Quando conheci a empresa,
ela era apenas uma start-up.
Tudo que ela queria fazer era vender
mais sapatos do que qualquer outra empresa.
Depois a empresa cresceu um pouco
e resolveu concentrar-se em atendimento.
Conforme a Zappos foi crescendo, ela resolveu
concentrar-se na felicidade dos funcionários.
Durante esse processo, a Zappos percebeu
que o seu propósito e seus valores
baseavam-se na entrega
da felicidade para o mundo.
De uma maneira,
tínhamos um paralelo
porque eu estava desenvolvendo os
meus valores e a Zappos também.
Alguns anos depois,
lançamos o livro "Entregando a Felicidade".
O motivo pelo qual eu demonstrei
esse slide dessa maneira
é porque em retrospectiva, eu o mapeei
com base em dois eixos: tempo e felicidade.
Eu percebi nos altos
e baixos da minha vida
quais eram os valores
que estavam presentes
e quais eram os valores
que estavam ausentes.
Considerando essas experiências,
pensei em como aumentar
o meu propósito e significado
para obter a felicidade.
Eu convido vocês a fazerem
esse exercício bem interessante.
Agora vou voltar a falar
da minha história na Zappos.
Isso é uma
imagem da Zappos.
Não existe um arco-íris
sobre a empresa todos os dias.
Eu escolhi essa imagem para falar
sobre essa citação de Maya Angelou:
"As pessoas se esquecerão o que
você falou e o que você fez,
"mas elas nunca se esquecerão
de como você fez elas se sentirem."
Eu escolhi essa citação
não só porque é um mantra pessoal
mas é um mantra que a
Zappos tem.
A Zappos vive com base nesse mantra
e é isso que norteia suas decisões no dia-a-dia.
O interessante é que quando
as pessoas pensam na Zappos,
elas sempre se lembram
do ótimo atendimento primeiro.
Mas essa não é a prioridade
da empresa internamente.
A prioridade número 1
é a cultura empresarial.
A ideia é que se você acertar
na cultura da empresa, todo o resto
como o atendimento,
maior produtividade e maior lucratividade,
ocorre de maneira
mais natural.
Esse conceito era uma hipótese
da Zappos enquanto ela crescia em 1999.
O interessante é que nós
não éramos os únicos mostrando isso.
Paralelamente, pesquisadores como Jim Collins,
que escreveu "De Bom a Excelente"
e outro sobre
o triunfo da liderança,
onde o objetivo era olhar para
marcas sustentáveis no longo prazo
e identificar o que
diferenciava elas das demais.
Seus diferenciais não
eram as coisas típicas óbvias,
como produtividade
ou eficiência.
Eram duas coisas: uma cultura
empresarial forte e um propósito maior
para inspirar os seus
funcionários.
Eu falo sobre a Zappos porque é
um exemplo de uma empresa
que concentrou-se em atendimento
e na cultura empresarial
e eventualmente tornou-se uma
empresa de U$2 bilhões em vendas brutas.
Como alguns de vocês já sabem,
a Zappos foi vendida para a Amazon
por U$1.2 bilhões
alguns anos atrás.
Eu falo sobre a Zappos
não porque é a única que tem no mundo.
A melhor parte é que existem
outras empresas fazendo isso também.
Analisando o gráfico dos
melhores locais de trabalho nos EUA,
nos últimos 10 anos elas sistematicamente
tiveram melhor desempenho
do que as empresas no índice S&P 500
simplesmente porque concentraram-se
no bem estar
dos funcionários.
Isso é uma boa notícia porque mostra
que existem outras empresas
que percebem o potencial da felicidade dos
profissionais para criar negócios sustentáveis.
Lições da Zappos:
Compromisso, Valores Principais,
Transparência, Visão, Relacionamento,
Montando a Equipe Certa
O que aprendemos
no caminho?
Como eu disse,
a Zappos era como uma placa de Petri
onde abalizávamos como escalar
uma empresa com base na felicidade.
A primeira lição que aprendemos
foi o compromisso.
Sabemos que a cultura empresarial não se
trata de oferecer Red Bull de graça
ou colocar uma mesa de
pebolim no escritório.
É maior que isso, como um organismo
que cresce e muda
conforme as pessoas entram
e saem da empresa.
Isso exige compromisso.
Acho que alguns já ouviram
falar da ligação para o call center da Zappos
que durou 10 horas e meia
na última temporada de festas em 2012.
O resultado dessa ligação foi
a venda de um par de sapatos por U$49.99.
Sabemos que isso não é bom para o
bottom-line, mas isso importa para a Zappos?
Não, porque a empresa tem
um compromisso sério
com atendimento e cultura
empresarial em primeiro lugar.
Além disso aprendemos
nossos valores principais.
Os valores principais de uma empresa
parece algo muito corporativo.
Na verdade, quando começamos a Zappos
era quase incômodo estabelecer esses valores
porque frequentemente vemos os
valores de uma empresa numa placa na parede,
na sala de almoço
ou na sala de reunião,
mas os funcionários e a gestão
nem sabem quais são os valores.
Na Zappos, todas as pessoas
sabem os 10 valores principais.
Eles recebem uma oferta de U$4 mil
após o treinamento para pedir demissão.
A Zappos prefere pagar para eles
saírem a não ser que eles
resolvam aderir a estes
valores principais.
No aspecto de valores, eu perguntaria primeiro
quais são os seus valores principais?
Você tem esses valores na sua empresa?
Você vive de acordo com eles?
Outra pergunta importante é
quais são os seus valores principais?
Os seus valores pessoais
estão alinhados com os valores da empresa?
Se eles não estiverem
você deve se perguntar por que não
e o que deve
ser feito para resolver isso.
Em terceiro lugar,
temos a transparência
que significa ser
fiel e honesto consigo mesmo.
A Zappos acredita em ser aberta
e honesta a um nível empresarial.
Independentemente das notícias serem
boas ou ruins, eles sempre foram transparentes.
Quando tiveram que
fazer uma série de demissões,
quando cerca de 20 milhões de nomes
foram roubados do banco de dados,
a preocupação principal era ser
a empresa mais transparente possível.
Não importa se você é cliente,
funcionário ou a mídia.
Todos sabem
a verdade
e podem usar essa informação
para beneficiarem-se
ao invés de esconder tudo
e deixar as pessoas apreensivas.
Em termos da transparência
no lado pessoal
a Zappos acredita que para entregar
a felicidade é necessário
permanecer fiel a sua
natureza estranha.
Nas entrevistas,
pedimos para as pessoas
classificarem sua estranheza
numa escala de 1 a 10.
Quando vejo quem
está sorrindo agora
já sei exatamente qual
é o seu nível de estranheza.
É engraçado porque será que
dá para ser fiel a sua estranheza no trabalho?
Você pode trazer os seus comportamentos
únicos e suas paixões para o trabalho?
Por outro lado, você consegue ser
receptivo e abraçar as esquisitices dos outros?
Então estamos falando de uma
integração da vida e do trabalho.
Não se trata de um equilíbrio
da vida pessoal e do trabalho.
Não é uma separação.
Se trata de
integrar os dois
de forma que
você saia de casa
e não precise pendurar
o seu "chapéu de casa" na maçaneta.
Você pode vesti-lo no trabalho
porque você ainda é a mesma pessoa.
Com isso, você traz as suas
paixões para dentro e fora do local de trabalho.
Em quarto lugar,
temos a visão.
Esse conceito é
muito simples.
Como você inspira
os seus funcionários?
Qual é o "por que"
do que você faz?
Houve uma pesquisa em 2011
que mostrou que 71% dos funcionários
nos EUA não estavam engajados
com o seu trabalho.
Isso levava a uma perda de U$300
bilhões anualmente só nos EUA.
Eis a nossa pergunta:
como invertemos isso
fazendo com que os profissionais
engajem com o trabalho e seus pares
para que os níveis
de produtividade aumentem?
A pergunta central é
qual é o "por que" do que você faz?
Para a Zappos, a resposta
já não era vender sapatos.
Era algo maior
que isso.
Quando as pessoas fazem um
tour na Zappos, elas perguntam
por que os funcionários
estão sempre sorrindo
e como
alcançamos isso?
São dois fatores: primeiro, contratamos
as pessoas que já estão sorrindo.
Em segundo lugar,
todas as pessoas com quem você interage,
não importa se é no call center
ou na área de embalagens,
elas realmente acreditam
que estão entregando a felicidade.
Elas tem um propósito
maior no mundo.
Em quinto lugar,
temos os relacionamentos.
Quando falamos de relacionamentos,
estamos referindo-nos aos significativos.
Como criar e cultivar relacionamentos para
que não sejam um jogo de soma-zero?
Queremos de fato uma relação ganha-ganha
para todos os envolvidos.
Criando relacionamentos significativos
no local de trabalho e com os seus parceiros
aumenta a eficiência e o sucesso
do seu relacionamento de trabalho.
Uma das formas que
incentivamos esse conceito
é sendo fiel a
si mesmo.
Provavelmente há alguém
na área de atendimento
que é fissurado em
kitesurfe ou cozinhar ou escalar.
Provavelmente há alguém na área jurídica
ou de TI que gosta da mesma coisa.
Se você incentivar as pessoas
a trazerem suas paixões para o trabalho
elas provavelmente verão que outras pessoas
também gostam de kitesurfe, por exemplo,
e combinarão de fazer
a atividade juntas.
As pessoas levam essa interação
para fora do escritório
e trazem essa experiência
significativa de volta no dia seguinte.
É disso que estamos falando
quando mencionamos relacionamentos.
Não se trata apenas de criar
relacionamentos significativos no negócio
mas deve-se criar
relacionamentos pessoais também
que correspondam aos nossos
próprios valores principais.
Por último, aprendemos como
construir a equipe certa.
Todos sabem
como é difícil fazer isso.
Aprendemos na Zappos
que o ponto número 1
era contratar com calma
e demitir com rapidez.
Sei que isso parece bastante austero para
uma empresa que concentra-se em pessoas,
porém basta uma pessoa dentro de
um departamento ou de uma organização
que pode mudar toda a dinâmica
do seu movimento.
Se você imaginar os
pássaros do Serengeti...
Saiu uma matéria recentemente
muito interessante
comparando certos padrões
de animais na vida selvagem.
Existem abelhas que são
super caóticas em sua colmeia
e há também cardumes em que os
peixes nadam em voltas para defenderem-se.
Depois você vê um bando
de pássaros em Serengeti
e esse bando é o mais unificado
porque todos estão indo na mesma direção.
Não tem um líder,
porque quando um pássaro muda de direção
todos os outros
mudam de direção também.
O mais interessante é que
todos esses animais são iguais
com uma exceção que diferencia as abelhas
e os peixes dos pássaros unidos do Serengeti.
Esse componente de
alinhamento é a diferença.
Cada pássaro
é um indivíduo
mas o bando está alinhado pelo mesmo DNA
e pelos mesmos valores principais.
Eles conseguem trabalhar como indivíduos
e ao mesmo tempo juntos como um organismo.
Eles conseguem se movimentar, fazer
mudanças e crescer como uma única entidade.
Implementando a Ciência
da Felicidade na Zappos
Como deixar as pessoas mais felizes
ao invés de concentrar no que nos faz infeliz?
Esse é um dos marcos
que trabalhamos.
Esse item está no último
capítulo do livro.
A primeira maneira é
a percepção de controle.
Ou seja, você tem uma percepção
de controle sobre suas decisões?
Na Zappos, ao invés de
numerar os módulos e treinamentos
que os funcionários precisam
para chegar ao próximo nível
eles oferecem um
tipo de cardápio.
Então você tem um menu para escolher
as áreas onde você quer aprender mais.
Ao dar essa sensação de controle
conseguimos aumentar o nível de felicidade.
Outro item importante
é a gestão das expectativas.
Quando você consegue administrar
suas expectativas do princípio,
você adquire um nível de controle que apenas
você, como um indivíduo, pode reter.
Em segundo lugar,
temos a percepção do progresso.
O progresso percebido é quando estamos
crescendo, nos desenvolvendo e aprendendo.
A equipe de merchandising da Zappos
implementou um processo
no qual ao invés de demorar 18 meses
para ser promovido do nível de entrada
para um comprador,
eles resolveram dividir esse período em terços.
Cada 6 meses, parabenizamos o funcionário
e mostramos até onde ele precisa chegar.
Com essa simples mudança,
sem mudar os custos
ou bases salariais,
o nível de felicidade
da equipe de merchandising aumentou.
Geramos a sensação de que eles estão
realmente chegando em algum lugar.
É importante pensar sobre como
a sua empresa pode fazer com que
as pessoas entendam que o percurso
é longo, mas que se trabalharem por partes,
eles vão chegar lá.
Nosso terceiro ponto
é a conectividade.
Isso é a essência e a profundidade dos seus relacionamentos em casa e no trabalho.
O último pilar é a visão e o significado
e falarei sobre isso em outro slide.
Falamos sobre a estrutura dos
tipos de felicidade no livro também.
O primeiro tipo
é o prazer.
Todo mundo
aqui sabe o que é prazer.
É maravilhoso, né?
Queremos sair com os nosso amigos,
queremos comprar um carro novo
ou sapatos novos, seja o que for.
Tudo isso é ótimo.
Infelizmente, de acordo
com a ciência,
é muito fugaz pois você precisa acordar no dia
seguinte e ir para um congresso como esse.
O prazer é maravilhoso
e todos nós precisamos dele
mas infelizmente não conseguimos
sustentá-lo como seres humanos,
a não ser que você
seja uma estrela do rock,
coisa que alguns de vocês
podem até ser.
O outro tipo de felicidade
é um sentido de paixão.
Isso está relacionado
ao fluxo do engajamento
e como você interage com
os seus pares e familiares.
"Fluxo" é um termo psicológico
que identifica quando você faz algo por horas
mas a sensação é de minutos
porque você está tão concentrado.
Os atletas sentem
muito isso.
Não sei se vocês ouviram falar de um
jogador de basquete universitário...
Alguns meses atrás ele fez mais de
130 pontos em um jogo.
A mídia perguntou o
que ele estava pensando esse tempo todo
e a resposta dele foi que
não estava pensando em nada.
Ele não precisava pensar
em nada porque ele estava confortável.
Ele estava alinhado de corpo
e alma com o que ele tinha que fazer.
A ciência diz que se
aumentarmos o nosso fluxo
em qualquer área que nos interesse
todos os dias,
nossos níveis
de felicidade aumentarão também.
Você sabe qual é o seu significado
e o seu propósito maior.
Sempre incentivamos que as pessoas sejam
fieis ao seu ser mais estranho,
seguindo as suas paixões
e encontrando seu significado e propósito.
Muitas pessoas dizem que a felicidade
é os seus filhos e sua família.
Isso é verdade,
mas o que mais é fiel a sua pessoa?
Quais atributos únicos
você pode trazer para o mundo?
Vemos que se concentrarmos nisso
primeiro, todo o resto,
como o prazer e a paixão
é como uma cereja em cima do bolo.
Essa é a resposta de como nós, como seres
humanos, sustentamos a felicidade
para que ela não
suma no dia seguinte.
Na Zappos, olhando para
a ciência da felicidade
está totalmente em paralelo
com o que uma empresa necessita
para ser feliz, produtiva e bem-sucedida
de maneira sustentável.
Todos sabemos que o lucro
é muito importante e necessário.
O prazer também
é importante e necessário.
Mas se não colocarmos uma
camada de paixão e propósito em cima disso,
perguntando qual é o propósito
da sua organização
ou qual é o seu propósito
como indivíduo,
as chances de sustentar a felicidade ou um
bom negócio diminuem ao longo do tempo.
Entregando a Felicidade
na Prática
Essa é a última
história.
Tivemos muitas na nossa história mas essa é
sobre um colegial em Tucson, Arizona.
Basicamente, o professor queria que
o livro "Entregando a Felicidade"
fosse parte do currículo dos nossos alunos
e pediu que enviássemos os livros.
Nos demos conta que a maioria dos alunos
nessa escola não recebiam um livro por pessoa.
Então nós claramente enviamos
todos esse livros
e resolvemos surpreendê-los
durante a nossa turnê.
Paramos em Tucson e
quem nos surpreendeu foram eles.
Eles contrataram uma banda
incrível de mariachis,
serviram um banquete
de comida.
O espírito desses alunos
era realmente incrível.
Durante esse processo,
percebemos que a maioria nunca
conheceria nada fora do perímetro
de 20km de suas casas.
Mesmo assim,
eles tinham tanta energia.
Nós ficamos
boquiabertos.
Alguns meses depois um
professor nos contatou novamente
comentando que não tínhamos o
livro traduzido em espanhol,
e se ofereceram
para traduzi-lo.
Eles resolveram fazer um crowdsourcing
dos alunos e professores
e entregar o livro
traduzido para nós
como uma forma de agradecimento
por termos inspirado eles.
Recebemos essa tradução
e alguns meses depois
recebemos uma ligação de uma
editora da Espanha
pedindo autorização
para publicar "Entregando a Felicidade".
Nós respondemos que já tínhamos
uma versão em espanhol,
então eles somente poderiam publicar
o livro se eles utilizassem a nossa versão.
Também exigimos
uma série de outras coisas.
Algumas ligações depois
eles concordaram
então hoje todos que vendem
"Entregando a Felicidade" no mundo
com a tradução em espanhol
em todos os territórios espanhóis
separam uma porcentagem
para enviar para os alunos dessa escola.
Obrigada.
Eu adoro contar essa história
porque eles não tinham nem ideia
que ao colocar algo positivo no mundo,
eles receberiam algo de volta.
Vou encerrar com
um último pensamento.
Imagine um mundo onde todos nós
somos fieis a nossa essência estranha
e onde todos estão vivendo de acordo
com as suas paixões e propósitos no dia-a-dia.
Imagine um mundo onde
todos priorizam a felicidade
para que possamos sustentá-la para
nós mesmos, nossos entes queridos
e para as empresas
que construímos.
Depois de imaginar isso
por um tempo,
peço que vocês
façam algo.
Todos nós sabemos que é
fácil pensar sobre isso
e sabemos também que é muito
difícil colocar isso em prática.
Eu acredito piamente que em vista
do nosso cenário mundial
se todos nós
fizermos isso,
podemos criar uma mudança maior do que já
imaginamos possível no mundo de hoje.
Quem diria que tudo se resumiria
a algo tão simples?
Esse algo chama-se
felicidade.
Então convido vocês
a fazerem isso
e queria
agradecê-los.
Sou muito grata por vocês
terem comparecido hoje.
Muito obrigada.