Oi, pessoal! Como alguns alguns de vocês devem saber, eu fiz um vídeo abordando a IOTA. E eu fiquei surpresa ao descobrir que a comunidade parece não ter gostado do review, embora eu acredite que minhas informações tenham sido imparciais e honestas. Mais ou menos ao mesmo tempo um projeto chamado RaiBlocks, que agora chama-se NANO, vem ganhando velocidade. Ele chamou minha atenção pelo interesse que tenho na tecnologia DAG como uma das possíveis maneiras de usar a tecnologia blockchain, mas eu gostei do fato que NANO usa a tecnologia DAG de uma maneira diferente da IOTA. Então, como o título desse vídeo já antecipou, eu vou falar sobre a NANO. Eu já mencionei que o projeto chamava-se RaiBlocks, mas eu gostaria de dizer que o nome do projeto foi oficialmente alterado e, agora, chama-se NANO. Assim, vamos dar uma olhada na sua história. Colin LeMahieu é o fundador do projeto NANO e também o desenvolvedor líder. Tanto o whitepaper original quanto a primeira implementação beta do projeto foram publicados em dezembro de 2014. Supreendentemente, isso significa que esta é uma das primeiras criptomoedas a usar a tecnologia DAG. Outras conhecidas são Byteball e IOTA. Mas eu vou me alongar um pouco mais nessa parte. Esse fato me marcou bastante porque RaiBlocks, ou NANO, parece ter surgido do nada. E saber que o projeto está por aí desde 2014 só instigou ainda mais meu interesse. Durante o tempo em que a rede esteve funcionando após a gênese do projeto, houve pouco trabalho de desenvolvimento acontecendo. Houveram também alguns problemas técnicos. Em um certo momento, Collin chegou a parar de trabalhar no desenvolvimento por motivos pessoais. Então, entre 2016-2017, pessoas da comunidade começaram a se reunir para tentar tocar o projeto adiante. E foi assim que se iniciou a distribuição da NANO via "faucet". Um dos membros da comunidade propôs que a "faucet" seria uma boa forma de distribuir as RaiBlocks a todos de uma maneira justa. Ele também se voluntariou para gerenciar o processo. Foi aí que o desenvolvimento começou a deslanchar e desde então há cada vez mais contribuidores no projeto. O que nos trás a presente data onde temos visto esta súbita aceleração e crescimento que resultou em NANO. Vamos falar sobre a distribuição por um momento. Diferente de uma grande quantidade de projetos, não houve uma ICO para o lançamento da NANO. A distribuição original foi realizada usando um mecanismo de mineração online conhecido como "faucet". Resumidamente, era só um website onde você entrava, completava um Captcha, e então recebia uma pequena quantidade de moedas como recompensa. Faucets foram muito populares durante o início do movimento das criptomoedas. Esse método ofereceu uma maneira de envolver as pessoas no projeto e possuir um pouco do projeto sem nenhuma responsabilidade nem aqueles incômodos requerimentos de cadastramento. Quando a rede NANO começou a funcionar era já estava pré-minerada e todas as moedas disponíveis foram mantidas na Carteira Gênese. E a chave privada para essa carteira foi mantida em um cofre acessível somente por Colin. Então, a medida que a distribuição via faucet continuava, ele ocasionalmente ia até o cofre no banco, retirava a chave privada, enviava a transação para a carteira de destino para que essa adicionasse fundos no faucet, e então ele retornava a chave privada no cofre bancário. O faucet conseguiu atrair bastante gente. A equipe estima que algo entre 330 mil contas acessaram o faucet. Muitas dessas contas foram criadas em países como Venezuela, Filipinas e Corea. O faucet tornou-se bastante popular por um bom motivo e, infelizmente, como tudo que é bom, teve que chegar a um fim. Ocorreram muitos problemas com pessoas acumulando NANO no faucet e correndo imediatamente para vendê-las na exchanges. Essas pessoas colocaram muita pressão de venda na exchanges, o que suprimiu o preço. Isso para não falar nas incontáveis tentativas de hackear o faucet o que fez com que os desenvolvedores, ao invés de usar seu tempo para trabalhar no projeto, tivessem que focar na manutenção do faucet. NANO chegou a ser retirada da Cryptopia porque muitos usuários eram rudes com a equipe de suporte da exchange. Mas eles conseguiram ser listados na Mercatox e na BitGrail. E infelizmente, devido a todos esses problemas que estavam ocorrendo no faucet, eles acabaram decidindo desligar o faucet antecipadamente. Apenas cerca de 39% do total inicial de NANO estão em circulação no momento. Eles então tornaram público o endereço da conta gênese, da carteira de destino e da conta faucet. Dessa maneira, há completa transparência dentro da comunidade, e eu vou colocar esses endereços abaixo na descrição para que você possa checar. Nenhuma quantia de moedas NANO advindas da gênese do projeto foram mantidas, e todo NANO em circulação no momento corresponde ao total a ser distribuido. Com relação a tecnologia NANO é uma criptomoeda não fiduciária de terceira geração, com baixa latência. E diferente de diversas outras criptomoedas que usam blockchains convencionais, NANO utiliza o que se chama estrutura block lattice. O foco da NANO é em transações rápidas, gratuitas, sem intermediários entre uma pessoa e outra. E é aí onde eles diferem da IOTA porque o maior foco da IOTA é na transação entre dispositivos. A equipe tem afirmado que seu maior foco é em micro-pagamentos ao invés de lidar com IoT (internet of things), mas eles não descartaram completamente esse tipo de utilização caso alguém esteja interessado em fazê-lo. No meu vídeo sobre a IOTA eu explico o que é a DAG, ou "Direct Acyclic Graph", mas eu vou resumir rapidamente de novo. "Direct" significa que novas transações validam transações anteriores. "Acyclic" significa que não se trata de um circulo. E "Graph" refere-se ao fato de que a block lattice age como o ledger. Quando uma carteira quer enviar uma transação para outra, essa carteira cria dois blocos. Um bloco irá para a blockchain do emissor, enquanto o outro bloco irá para a blockchain do recebedor. Quando a carteira do recebedor fica online, e sua blockchain conecta-se à internet, a carteira embolsará os fundos e a transação será completada. A transferência de fundos no protocolo NANO cria duas transações separadas. A primeira deduz a quantia da carteira do emissor. e então a segunda adiciona a quantia na carteira do recebedor. Cada transação de envio deve referenciar o bloco anterior do proprietário para que evitar o gasto duplicado. NANO utiliza o sistema "Delegated Proof of Stake", ou DPoS. Se você não sabe o que isso significa, dê uma olhada no meu vídeo Crypto 101.