Então, eu gostaria de começar com
essa linda foto de minha infância.
Eu adoro filmes de ficção científica.
Aqui está: "A Ilha da Terra".
E deixe Hollywood acertar tudo.
Dois anos e meio na produção.
(Risos)
Quero dizer, mesmo os criacionistas nos dão 6 mil,
mas Hollywood vai mais além.
E nesse filme, vemos o que nós achamos que está lá fora:
discos voadores e alienígenas.
Cada mundo tem um alienígena, e cada mundo extraterrestre tem um disco voador,
e eles se movem em grande velocidade. Alienígenas.
Bem, Don Brownlee, meu amigo, e eu finalmente chegamos ao ponto
em que cansamos de ligar a TV
e ver naves espaciais e ver alienígenas todas as noites,
e tentamos escrever um contra-argumento a isso,
e divulgar o que realmente importa para a Terra ser habitável,
para um planeta ser uma Terra, para ter um lugar
onde você provavelmente pode não apenas ter vida, mas complexidade,
o que requer uma grande quantia de evolução,
e portanto estabilidade de condições.
Então, em 2000 escrevemos "Terra Rara". Em 2003, nós então nos perguntamos,
não sobre onde as Terras estão no espaço, mas há quanto tempo a Terra é a Terra?
Se você voltar dois bilhões de anos,
você não estará mais num planeta como a Terra.
O que chamamos de planeta como a Terra é na verdade um intervalo curto de tempo.
Bem, na verdade "Terra Rara"
me ensinou um bocado sobre encontrar o público.
Logo depois, eu recebi um convite para ir a uma convenção de ficção científica,
e com toda seriedade entrei.
David Brin iria debater comigo sobre isso,
e enquanto eu entrava, a multidão de uma centena começou a vaiar.
E uma garota veio para mim e disse, "Meu pai diz que você é o demônio."
Você não pode tirar os alienígenas das pessoas
e esperar ser amigo de alguém.
Bem, a segunda parte disso, logo depois --
e eu estava conversando com Paul Allen; eu o vi na audiência,
e eu entreguei a ele uma cópia de "Terra Rara".
E Jill Tarter estava lá, e ela se virou para mim,
e ela me olhou igual àquela garota do "Exorcista".
Era como, "Isso queima! Isso queima!"
Porque o SETI não quer ouvir isso.
SETI quer que haja alguma coisa lá fora.
Eu realmente aplaudo os esforços do SETI, mas não ouvimos nada ainda.
E eu realmente penso que temos de começar a pensar
sobre o que é um bom planeta e o que não é.
Agora, eu mostro esse slide porque ele indica para mim que,
mesmo se o SETI ouvir alguma coisa, podemos decifrar o que disseram?
Porque isso foi um slide que passou
através das duas maiores inteligências na Terra -- um Mac para um PC --
e ele não mostra nem as letras direito --
(Risos)
-- então como vamos conversar com os extraterrestres?
E se estiverem a 50 anos luz, e nós os chamarmos,
e você diz bla bla bla bla bla,
e depois de 50 anos isso retorna e eles dizem, repita por favor?
Eu digo, nós estamos aí.
Nosso planeta é um bom planeta porque ele pode conter água.
Marte é um planeta ruim, mas é ainda bom o suficiente para nós irmos lá
e viver na sua superfície se estivermos protegidos.
Mas Vênus é um planeta muito ruim -- o pior.
Mesmo que seja como a Terra, e mesmo que no início de sua história
ela possa muito bem ter abrigado vida como a da Terra,
ela logo sucumbiu para uma estufa descontrolada --
são 800 graus centígrados na superfície --
por causa do excesso de dióxido de carbono.
Bem, nós sabemos pela astrobiologia que podemos realmente prever agora
o que vai acontecer ao nosso planeta em particular.
Nós estamos agora nesse lindo recheio
da existência de vida no planeta Terra,
após a horrível primeira era microbiológica.
Na explosão cambriana, a vida emergiu dos pântanos,
a complexidade surgiu,
e pelo que podemos dizer, estamos na metade do caminho.
Nós temos tanto tempo para os animais existirem nesse planeta
quanto eles têm tido até agora,
até chegarmos na segunda era microbiológica.
E isso vai acontecer, paradoxalmente --
tudo que você ouve falar sobre aquecimento global --
quando atingirmos o CO2 a 10 partes pode milhão,
nós não teremos mais plantas
que possam fazer qualquer fotossíntese, e lá se vão os animais.
Então, depois disso nós provavelmente teremos 7 bilhões de anos.
O Sol aumenta sua intensidade, seu brilho,
e finalmente, cerca de 12 bilhões de anos depois de começar,
a Terra é consumida por um grande Sol,
e isso é o que sobra.
Então, um planeta como nós terá uma idade e uma velhice,
e nós estamos no seu verão dourado nesse momento.
Mas há dois destinos para tudo, não há?
Agora, muitos de vocês morrerão de velhice,
mas alguns de vocês, horrivelmente, vão morrer num acidente.
E esse é o destino de um planeta, também.
A Terra, se nós formos sortudos o suficiente -- se não for atingida por um Hale-Bopp,
ou ser explodida por alguma supernova por perto
nos próximos sete bilhões de anos -- estará sob nossos pés.
Mas e quanto à morte acidental?
Bem, durante os últimos 200 anos paleontólogos
têm mapeado a morte. É estranho --
a extinção como um conceito não era sequer cogitada
até que o Barão Cuvier na França encontrou seu primeiro mastodonte.
Ele não conseguia parear com nenhum osso no planeta,
e ele disse, "Ahá! Está extinto".
E pouco depois, o registro fóssil começou a fornecer
uma idéia muito boa de como muitas plantas e animais teriam sido
desde que a vida complexa realmente começou a deixar
um registro fóssil muito interessante.
Nesse complexo registro de fósseis,
houve momentos quando um monte de coisas
pareciam estar morrendo muito rapidamente,
e os primeiros geólogos
chamaram isso de "extinções em massa".
Por muito tempo achava-se que era ou um ato de Deus
ou talvez uma mudança climática muito longa e lenta,
e isso mudou realmente em 1980,
nesse afloramento rochoso próximo de Gubbio,
onde Walter Alvarez, tentando decifrar
qual era a diferença temporal entre essas duas rochas brancas,
que continham criaturas do período Cretáceo,
e a rocha rosa acima, que continha fósseis terciários.
Quanto tempo levou para ir de um sistema para o seguinte?
E o que eles descobriram era algo inesperado.
Eles encontraram nessa brecha, entre elas, uma camada de de argila muito fina,
e essa camada de argila -- essa camada vermelha muito fina aqui --
é preenchida com irídio.
E não só irídio; está preenchida com esférulas vítreas,
e está preenchida com grãos de quartzo
que foram sujeitos a uma enorme pressão: quartzo de choque.
Agora, nesse slide o branco é de giz,
e esse giz foi depositado num oceano quente.
O próprio giz é composto por plâncton
que decaiu da superfície do mar para o chão do mar,
então 90 por cento do sedimento aqui é esqueleto de coisa viva,
e daí você tem essa camada vermelha milimétrica,
e depois você tem rocha negra.
E a rocha negra é o sedimento no fundo do mar
na ausência de plâncton.
E isso é o que acontece numa catástrofe por asteróide,
porque isso é o que isto foi, é claro. Esse é o famoso K-T.
Um corpo de 10 quilômetros atinge o planeta.
Os efeitos disso espalham essa finíssima camada de impacto por todo planeta,
e tivemos rapidamente a morte dos dinossauros,
a morte dessas lindas amonitas,
Leiconteiceras aqui, e Celaeceras ali,
e muito mais.
Quero dizer, isso deve ser verdade,
porque nós tivemos dois grandes sucessos de Hollywood desde então,
e esse paradigma, de 1980 até mais ou menos 2000,
mudou totalmente como os geólogos pensavam sobre catástrofes.
Antes disso, o uniformitarismo era o paradigma dominante:
o fato de se algo acontecer no planeta no passado,
há processos nos dias atuais que irão explicar isso.
Mas nós não testemunhamos um impacto de um grande asteróide,
então isso é um tipo de neo-catastrofismo,
e levou quase 20 anos para a comunidade científica
finalmente encarar o fato: sim, nós fomos atingidos;
e sim, os efeitos desse impacto causaram uma grande extinção em massa.
Bem, houve cinco grandes extinções em massa
nos últimos 500 milhões de anos, chamadas de Grandes Cinco.
Elas se estendem de 450 milhões de anos atrás
até a última, a K-T, número quatro,
mas a maior de todas foi a P, ou extinção Permiana,
às vezes chamada de mãe de todas as extinções em massa.
E cada uma delas foi posteriormente atribuída
a um impacto de um grande corpo.
Mas isso é verdade?
A mais recente, a Permiana, era atribuída a um impacto
por causa dessa linda estrutura à direita.
Isso é um buckminsterfulereno, um carbono-60,
porque se parece com esses domos geodésicos enormes
dos meus adorados e velhos anos 60.
Eles são chamados de "futebolenos".
Essa evidência foi usada para sugerir
que no fim do Permiano, 250 milhões atrás, um cometa nos atingiu.
E quando o cometa impacta, a pressão produz esses futebolenos,
e isso captura pedaços do cometa.
Hélio-3: muito raro na superfície da Terra, muito comum no espaço.
Mas isso é verdade?
Em 1990, trabalhando na extinção K-T por 10 anos,
eu me mudei para a África do Sul para começar a trabalhar duas vezes por ano
no grande deserto de Karoo.
Eu tive muita sorte de ver a mudança daquela África do Sul
para a nova África do Sul enquanto vinha ano a ano.
E eu trabalhei nessa extinção Permiana,
acampando perto desse cemitério Boer por meses a cada viagem.
E os fósseis são extraordinários.
Você sabe, você está olhando seus ancestrais mais distantes.
Esses são répteis semelhantes aos mamíferos.
Eles são invisíveis culturalmente. Você não faz filmes sobre eles.
Isso é um Gorgonopsia, ou um Górgon.
Isso é um crânio de 18 centímetros de um animal
que tinha provavelmente sete ou oito pés, andava como um lagarto,
provavelmente tinha uma cabeça como a de um leão.
Esse é o carnívoro do topo, o T-Rex de seu tempo.
Mas há um monte de coisas.
Esse é o pobre do meu filho, Patrick.
(Risos)
Isso é chamado de abuso infantil paleontológico.
Fique parado, você é a escala.
(Risos)
Havia coisas grandes antes.
55 espécies de répteis semelhantes aos mamíferos.
A era dos mamíferos havia começado bem e definitivamente
250 milhões de anos atrás...
... e então uma catástrofe aconteceu.
E o que acontece a seguir é a era dos dinossauros.
Isso foi tudo um engano; não devia ter acontecido nunca. Mas aconteceu.
Agora, por sorte,
esse Thrinaxodon, aqui do tamanho de um ovo de sabiá:
isso é um crânio descoberto pouco antes de tirar essa foto --
há uma caneta para a escala; é realmente pequeno --
isso é no Triássico Inferior, depois que a extinção em massa terminou.
Você podem ver as cavidades orbitais e vocês podem ver os dentinhos na frente.
Se isso não sobrevivesse, eu não estaria dando essa palestra.
É outra coisa, porque se isso não sobrevivesse, não estaríamos aqui;
não haveria mamíferos. Foi por pouco; uma espécie passou.
Bem, podemos dizer algo sobre o padrão de quem sobreviveu e quem não?
Aqui é meio que o fim desses dez anos de trabalho.
Os limites das coisas -- a linha vermelha é a extinção em massa.
Mas nós tivemos sobreviventes e coisas que passaram,
e acontece que as coisas que passaram são preferencialmente de sangue frio.
Animais de sangue quente tomaram um grande golpe nessa época.
Os sobreviventes que conseguiram passar
produzem essa mundo de criaturas semelhantes aos crocodilos.
Não há dinossauros ainda; só esse lugar pantanoso, lento, sauriano,
escamoso, nojento, com alguns pequenos mamíferos se escondendo nas bordas.
E lá se esconderiam por 160 milhões de anos,
até ser liberados por esse asteróide K-T.
Então, se não foi impacto, o que foi?
E esse o que, eu acho, é o que retornamos, mais de uma vez,
para o mundo Pré-Cambriano, essa primeira era microbiana,
e os micróbios ainda estão por aí.
Eles odeiam nós animais.
Eles querem realmente seu mundo de volta.
E tentaram mais de uma vez.
Isso me sugere que a vida causa essas extinções em massa
porque ela é inerentemente anti-Gaia.
Essa idéia toda de Gaia, que a vida faz o mundo melhor para si mesma --
qualquer um que esteve numa estrada sexta à tarde em Los Angeles
acredita na teoria de Gaia? Não.
Então, eu suspeito realmente que há uma alternativa,
e que a vida realmente tenta dar cabo de si mesma --
não conscientemente, mas apenas por fazer.
E aqui está a arma, parece, que fez isso nos últimos 500 milhões de anos.
Há micróbios que, por meio de seu metabolismo,
produzem sulfeto de hidrogênio,
e o fazem em grandes quantidades.
Sulfeto de hidrogênio é muito letal para nós humanos.
Uma pequena fração de 200 partes por milhão vai matar você.
Você só precisa ir ao Mar Negro e alguns outros lugares -- alguns lagos --
e se abaixar, e você descobrirá que a água se torna roxa.
Se torna roxa devido a presença de micróbios numerosos
que precisam ter luz solar e precisam de sulfeto de hidrogênio,
e nós podemos detectar sua presença hoje -- podemos vê-los --
mas também podemos detectar sua presença no passado.
E os últimos três anos têm visto
um enorme avanço num campo novíssimo.
Eu estou quase extinto --
eu sou paleontólogo que coleta fósseis.
Mas a nova onde de paleontólogos -- meus alunos de pós graduação --
coletam biomarcadores.
Eles pegam o próprio sedimento, extraem óleo dele,
e disso podem produzir compostos
que resultam ser muito específicos para grupos particulares de micróbios.
Porque os lipídios são tão resistentes, podem ser preservados em sedimento
e durar as centenas de milhões de anos necessárias,
e ser extraídos nos dizer quem esteve lá.
E sabemos quem esteve lá. No fim do Permiano,
em muitas desses limites de extinções em massa,
isso foi o que descobrimos: isorenierateno. É muito específico.
Só pode ocorrer se a superfície do oceano não tem oxigênio,
e está totalmente saturada com sulfeto de hidrogênio --
suficiente, por exemplo, para se precipitar.
Isso levou Lee Kump, e outros da Penn State e meu grupo,
a propor o que eu chamo de Hipótese Kump:
muitas das extinções em massa foram causadas pela redução de oxigênio,
por aumento de CO2. E o pior efeito feito do aquecimento global foi resultado disso:
sulfeto de hidrogênio sendo produzido nos oceanos.
Bem, qual é a fonte disso?
Nesse caso em particular, a fonte sempre tem sido os basaltos de inundação.
Essa é uma visão da Terra agora, se nós extraíssemos um monte disso.
E cada uma dessas parece como uma bomba de hidrogênio;
na verdade, os efeitos são ainda piores.
Isso é quando o material profundo da Terra chega à superfície,
e se espalha sobre toda superfície do planeta.
Bem, não é a lava que mata tudo,
é o dióxido de carbono que vem com ela.
Isso não são carros; isso são vulcões.
Mas dióxido de carbono é dióxido de carbono.
Então, há novos dados que Rob Berner e eu -- de Yale -- juntamos,
e o que tentamos fazer agora é
traçar a quantidade de dióxido de carbono em todo o registro rochoso --
e podemos fazer isso de várias maneiras --
e colocar todas as linhas vermelhas aqui,
quando essas -- que eu chamo de extinções em massa de estufa -- aconteceram.
E há duas coisas que são bem evidentes aqui para mim,
é que essas extinções em massa acontecem quando o CO2 está aumentando.
Mas a segunda coisa que não é mostrada aqui:
a Terra nunca teve nenhum gelo sobre ela
quando tivemos mil partes por milhão de CO2.
Nós estamos com 380 e subindo.
Nós devemos chegar a mil em três séculos no máximo,
mas meu colega David Battisti em Seattle diz que acha em cem anos.
Daí, lá se vão as calotas polares,
e lá vêm subindo 70 metros do nível do mar.
Agora eu moro numa casa com vista para o mar;
eu vou ter o mar na porta.
Tudo bem, qual é a consequência? Os oceanos provavelmente se tornam roxos.
E achamos que essa é a razão pela qual a complexidade demorou tanto
para se estabelecer no planeta Terra.
Nós tivemos esses oceanos de sulfeto de hidrogênio por um período muito longo.
Eles impedem a existência de vida complexa.
Sabemos que o sulfeto de hidrogênio está jorrando agora em alguns locais no planeta.
E eu lanço esse slide -- esse sou eu, na verdade, dois meses atrás --
e lanço esse slide porque aqui está meu animal favorito, o náutilo-imperador.
Ele está no planeta desde que os animais surgiram -- há 500 milhões de anos.
Isso é um experimento de rastreio, e se algum de vocês mergulhadores,
se você quer se envolver num dos projetos mais interessantes que há,
isso é fora da Grande Barreira de Coral.
E enquanto falamos agora,
esses náutilos estão mostrando seu comportamento a nós.
Mas o lance disso é que de vez em quando
nós mergulhadores podemos ter problemas,
então vou passar um pequeno experimento aqui.
Esse é um grande tubarão branco que comeu algumas de minhas armadilhas.
Nós o puxamos, ele vem. Então, ele está lá fora comigo à noite.
Então, eu vou nadar, e ele arranca minha perna.
Eu estou a 80 milhas da costa, o que vai acontecer comigo?
Bem, agora eu morro.
Cinco anos a frente, isso é o que espero que aconteça comigo:
Eu sou levado de volta ao barco, eu recebo uma máscara de gás:
80 partes por milhão de sulfeto de hidrogênio.
Daí eu sou jogado num tanque de gelo, sou congelado para menos de 15 graus
e posso ser levado para um hospital de emergência.
E a razão de eu poder fazer isso é porque nós mamíferos
passamos por uma série desses eventos de sulfeto de hidrogênio,
e nossos corpos se adaptaram.
E agora podemos usar isso como algo que acho que será um grande avanço médico.
Esse é Mark Roth. Ele foi financiado pela DARPA.
Ele tentou descobrir como salvar americanos feridos no campo de batalha.
Ele tira sangue de porcos.
Ele coloca 80 partes por milhão de sulfeto de hidrogênio --
a mesma coisa que sobreviveu essas últimas extinções em massa--
e ele transforma um mamífero em um réptil.
"Eu acredito que estamos vendo nessa resposta o resultado de mamíferos e répteis
terem se submetido a uma série de exposições a H2S."
E recebi esse e-mail dele dois anos atrás;
ele disse, "Eu acho que tenho uma resposta para algumas de suas questões."
Então, agora ele apagou camundongos
por até quatro horas, às vezes seis horas,
e esses são dados novíssimos que ele me enviou no caminho para cá.
No topo, agora, esse é o registro de temperatura de um camundongo --
a linha pontilhada, as temperaturas.
Então, a temperatura começa a 25 graus centígrados,
e vai caindo, vai caindo.
Seis horas depois, a temperatura vai subindo.
Agora, o mesmo camundongo recebe 80 partes por milhão de sulfeto de hidrogênio
nessa linha sólida,
e olhe o que acontece com sua temperatura.
Sua temperatura cai.
Ela vai caindo de 35 para 15 graus centígrados,
e sai disso perfeitamente bem.
Essa é um jeito com que podemos levar cuidados médicos às pessoas.
É como podemos trazer pessoas frias o bastante para durar até conseguir cuidados médicos.
Agora, vocês estão pensando, "É, e quanto ao tecido cerebral?"
E este é um dos grandes desafios que estão para acontecer.
Você está em um acidente. Você tem duas opções:
você vai morrer, ou você vai tomar o sulfeto de hidrogênio
e, digamos, 75 por cento de você é salvo, mentalmente.
O que você vai fazer?
Todos nós temos um botãozinho dizendo, "Me deixe morrer?"
Isso está vindo para nós,
e eu acho que isso será uma revolução.
Nós vamos salvar vidas, mas haverá um custo para isso.
A nova visão de extinções em massa é, sim, nós fomos atingidos,
e, sim, nós precisamos pensar a longo prazo,
porque seremos atingidos de novo.
Mas há um perigo ainda pior nos confrontando.
Nós podemos voltar facilmente para o mundo do sulfeto de hidrogênio.
Nos dê alguns milênios --
e nós humanos devemos durar esses milênios --
isso acontecerá de novo? Se continuarmos, isso vai acontecer de novo.
Quantos de nós voaram aqui?
Quantos de nós ultrapassaram
nossa cota inteira de Kyoto
apenas viajando de avião esse ano?
Quantos de nós se excederam? É, eu certamente me excedi.
Nós temos um grande problema nos confrontando como espécie.
Nós precisamos derrotar isso.
Eu quero poder voltar para esse recife. Obrigado.
(Aplausos)
Chris Anderson: Eu tenho só uma pergunta para você, Peter.
Se eu entendi você direito, o que você está dizendo aqui
é que nós temos em nossos corpos
uma resposta bioquímica para o sulfeto de hidrogênio
que em sua mente prova que têm havido extinções em massa
devido a mudança climática?
Peter Ward: Sim, cada célula única em nós
pode produzir quantidades mínimas de sulfeto de hidrogênio em grandes crises.
Isso foi o que Roth descobriu.
Então, o que estamos procurando agora: isso deixa um sinal?
Isso deixa um sinal nos ossos ou nas plantas?
E voltamos ao registro fóssil e podemos tentar detectar
quantos desses ocorreram no passado.
CA: Isso é simultaneamente
um técnica médica incrível, mas também uma terrível...
PW: Benção e maldição.