A resiliência se refere à habilidade de um
sistema dinâmico
de retornar ao seu estado e função
originais
após ser perturbado por alguma força ou
evento externos.
Um sistema que é resiliente irá retornar
ao seu estado e função originais,
enquanto um sistema que não é resiliente
irá, por outro lado, se estabelecer
em um novo equilíbrio
o qual é diferente do estado original
do sistema.
Bem, imagine você pegando uma bola de gude
e pondo numa tigela.
Agora empurre levemente a bola de gude.
Não muito forte.
A bola de gude irá rolar pela tigela e se
assentar no fundo da tigela.
Nós podemos dizer que este sistema é
resiliente ao leve empurrão que você
deu na bola.
Agora, empurre a bola bem forte, tão forte
que
ela role para fora da tigela e caia em
algum outro lugar.
Neste caso, nosso sistema dinâmico não é
resiliente.
A força que agiu sobre o sistema foi
tão forte
que o próprio sistema atingiu um novo
estado de equilíbrio,
neste caso, com a bola de gude
fora da tigela.
Geralmente, dependemos de sistemas
naturais e projetados que
mostrem resiliência,
a habilidade de retornar ao normal após
ser perturbado.
Os exemplos incluem infraestruturas
críticas, como pontes e redes de energia e
ecossistemas como florestas, lagos
e pântanos.
Se um sistema é ou não é resiliente,
isso vai depender
da existência de limiares no comportamento
dinâmico.
Um limiar é um ponto no qual há uma
mudança repentina no
comportamento do sistema ou
um ponto no qual pequenas perturbações
podem causar grandes efeitos na resposta
desse sistema.
Identificar os limiares sem ter que passar
por eles ou
identificar sinais prévios de aviso
de sistemas se aproximando dos limiares,
como sistemas de alerta de terremoto
ou tsunami,
ou pontos de inflexão no sistema
climático da Terra,
é um desafio científico em andamento
que abrange ecologia, engenharia,
estatística e muitas outras áreas
da ciência.
Geralmente vemos a resiliência como
algo bom.
Afinal, ninguém gosta de apagões
ou o colapso de ecossistemas inteiros
dos quais as pessoas dependem.
Queremos que nossas redes elétricas sejam
capazes de aguentar o estresse
de um tempo muito ruim ou a sobrecarga de
um equipamento.
Mas um sistema dinâmico ser resiliente só
é algo
bom, se nós estivermos satisfeitos com o
estado desse sistema.
Há vários exemplos de sistemas sociais e
projetados que
possuem retroalimentações positivas ou
histerese,
que os mantêm em estados de equilíbrio que
podemos considerar indesejáveis.
Os exemplos incluem sistemas sociais que
promovem a desigualdade racial ou
sistemas de energia que
recompensam o uso de
combustível poluente.
Nestes casos, podemos querer incentivar a
instabilidade do sistema
e a transição para um novo estado,
ao invés de aceitar a resiliência.