WEBVTT 00:00:02.776 --> 00:00:05.250 Quando eu era garoto, 00:00:05.250 --> 00:00:08.416 costumava olhar atentamente pelo microscópio do meu pai 00:00:08.416 --> 00:00:11.741 os insetos em âmbar que ele tinha em casa. 00:00:11.741 --> 00:00:15.920 E eles eram muito bem-preservados, morfologicamente simplesmente fenomenais. 00:00:15.920 --> 00:00:19.972 E costumávamos imaginar que um dia eles tomariam vida, 00:00:19.972 --> 00:00:24.311 e se arrastariam para fora das resinas, e se pudessem, iriam embora voando. 00:00:25.221 --> 00:00:28.285 Se dez anos atrás você me perguntasse se nós seríamos capazes 00:00:28.285 --> 00:00:30.631 de sequenciar o genoma de animais extintos 00:00:30.631 --> 00:00:32.986 eu te diria: hum, é improvável. 00:00:32.989 --> 00:00:35.296 Se você me perguntasse se conseguiríamos 00:00:35.296 --> 00:00:38.922 trazer de volta à vida espécies extintas, diria: "pura fantasia". 00:00:38.922 --> 00:00:41.765 Mas na verdade estou aqui, para dizer a vocês 00:00:41.765 --> 00:00:45.549 que não apenas o sequenciamento de genomas extintos são uma possibilidade, 00:00:45.549 --> 00:00:47.765 são uma realidade nos dias modernos, 00:00:47.765 --> 00:00:51.843 mas o ressurgimento de espécies extintas na realidade está em nosso alcance. 00:00:51.843 --> 00:00:54.113 Talvez não para os insetos em resina. 00:00:54.113 --> 00:00:57.852 Na verdade, esse mosquito foi usado como inspiração para o Jurassic Park, 00:00:57.852 --> 00:00:59.790 mas de mamutes-lanosos, 00:00:59.790 --> 00:01:02.755 os restos bem preservados de mamutes-lanosos no pergelissolo. 00:01:02.755 --> 00:01:07.257 Lanosos são uma imagem quintessencial muito interessante da Era do Gelo. 00:01:07.257 --> 00:01:10.453 Eles eram grandes, eles eram peludos, eles tinham grandes presas, 00:01:10.453 --> 00:01:14.169 e parecemos ter uma conexão muito profunda com eles, como temos com elefantes. 00:01:14.169 --> 00:01:18.062 Talvez porque nós e os elefantes temos muitas coisas em comum. 00:01:18.062 --> 00:01:21.047 Eles enterram seus mortos, eles educam os próximos da linhagem, 00:01:21.047 --> 00:01:24.227 eles têm união social, são muito próximos, 00:01:24.227 --> 00:01:26.899 ou talvez porque na verdade estamos ligados pela origem, 00:01:26.899 --> 00:01:30.289 pois os elefantes, como nós, têm sua origem na África 00:01:30.289 --> 00:01:32.569 uns sete milhões de anos atrás. 00:01:32.569 --> 00:01:35.545 E a medida que os habitats e os ambientes mudaram, 00:01:35.545 --> 00:01:40.997 nós na verdade, bem como os elefantes, emigramos para a Europa e para a Ásia. 00:01:41.429 --> 00:01:44.373 Então o primeiro grande mamute que apareceu na área 00:01:44.373 --> 00:01:49.765 é o meridionalis, que tinha 4m de altura e pesava cerca de 10 toneladas. 00:01:49.765 --> 00:01:53.705 E era uma espécie adaptada à mata e se espalhou por todo o oeste europeu 00:01:53.705 --> 00:01:57.084 até a Ásia central, através da Ponte Terrestre de Bering 00:01:57.084 --> 00:01:59.743 e dentro de partes da América do Norte. 00:01:59.743 --> 00:02:02.350 Ai novamente, com a mudança do clima, que sempre muda, 00:02:02.350 --> 00:02:04.170 e novos habitats se abriram, 00:02:04.170 --> 00:02:06.628 tivemos a chegada de uma espécie adaptada ao estepe, 00:02:06.628 --> 00:02:08.764 chamado trogontherii, na Ásia Central, 00:02:08.764 --> 00:02:11.238 empurrando o meridionalis para fora do Oeste Europeu. 00:02:11.238 --> 00:02:14.294 E as vastas savanas de gramíneas da América do Norte se abriram 00:02:14.294 --> 00:02:18.592 levando ao mamute columbiano, uma espécie grande e sem pelos na América do Norte. 00:02:19.152 --> 00:02:21.784 Na verdade foi só depois de 500 mil anos 00:02:21.784 --> 00:02:26.251 que tivemos a chegada do mamute-lanoso, que todos conhecemos e tanto amamos, 00:02:26.251 --> 00:02:31.275 se espalhando de um ponto de origem a leste da Beríngia até a Ásia Central, 00:02:31.275 --> 00:02:34.749 novamente empurrando os trogontherii para fora pela Europa Central, 00:02:34.749 --> 00:02:37.942 e durante centenas de milhares de anos migrando de um lado ao outro 00:02:37.942 --> 00:02:41.475 pela Ponte Terrestre de Bering, durante períodos de picos glaciais, 00:02:41.475 --> 00:02:45.268 e entrando em contato direto com os ancestrais columbianos, 00:02:45.268 --> 00:02:47.341 os parentes vivendo no sul. 00:02:47.341 --> 00:02:50.647 E lá sobreviveram centenas de milhares de anos 00:02:50.647 --> 00:02:52.974 durante as traumáticas mudanças climáticas. 00:02:52.974 --> 00:02:55.068 Então esse é um tipo de animal muito flexível 00:02:55.068 --> 00:02:58.419 lidando com grandes transições de temperatura e de ambiente 00:02:58.419 --> 00:03:00.052 e se saindo muito, mas muito bem. 00:03:00.052 --> 00:03:04.281 E lá eles sobreviveram no continente até cerca de 10 mil anos atrás, 00:03:04.281 --> 00:03:06.629 e na verdade surpreendentemente nas pequenas ilhas 00:03:06.629 --> 00:03:09.749 perto da Sibéria e do Alasca até cerca de 3 mil anos atrás. 00:03:09.749 --> 00:03:13.768 Os egípcios ainda construiam as pirâmides e mamutes-lanosos ainda viviam em ilhas. 00:03:14.538 --> 00:03:16.324 E então, eles desapareceram, 00:03:16.324 --> 00:03:19.758 como 99% dos animais que viveram, eles entram em extinção 00:03:19.758 --> 00:03:21.775 provavelmente devido a um clima mais quente 00:03:21.775 --> 00:03:25.195 e densas florestas rapidamente invasoras que migraram para o norte 00:03:25.195 --> 00:03:28.225 e também, como o falecido, grande Paul Martin certa vez colocou: 00:03:28.225 --> 00:03:30.097 Provavelmente o exagero do Pleistoceno, 00:03:30.097 --> 00:03:32.625 então os caçadores de grande porte que os mataram. 00:03:32.625 --> 00:03:35.105 Felizmente, achamos milhões de seus restos mortais, 00:03:35.105 --> 00:03:39.182 espalhados pelo subsolo gelado, enterrados bem fundo na Sibéria e no Alasca. 00:03:39.182 --> 00:03:42.626 Na verdade podemos ir até lá em cima e retirá-los. 00:03:42.626 --> 00:03:46.960 E a preservação é, novamente, como daqueles insetos [âmbar], fenomenal. 00:03:46.960 --> 00:03:51.201 Então temos os dentes, os ossos com sangue, o que parecia com sangue. 00:03:51.201 --> 00:03:53.734 temos o pelo, temos carcaças de cabeça intactas 00:03:53.734 --> 00:03:56.128 ainda com o cérebro dentro delas. 00:03:56.638 --> 00:04:00.466 Então a preservação da sobrevivência do DNA depende de muitos fatores 00:04:00.466 --> 00:04:03.512 e devo admitir que não entendemos a maior parte deles, 00:04:03.512 --> 00:04:07.998 mas dependendo de quando um organismo morre e o quão rapidamente é enterrado, 00:04:07.998 --> 00:04:10.369 a profundidade do enterro, 00:04:10.369 --> 00:04:13.294 a constância da temperatura no ambiente do enterro 00:04:13.294 --> 00:04:16.077 vai finalmente ditar por quanto tempo o DNA vai sobreviver 00:04:16.077 --> 00:04:18.673 ao longo de períodos de tempo geologicamente grandes. 00:04:18.673 --> 00:04:21.677 E é provavelmente surpreendente para muitos de vocês nessa sala 00:04:21.677 --> 00:04:25.369 que não é o tempo que importa, não é a duração da preservação, 00:04:25.369 --> 00:04:29.749 é a constância da temperatura dessa preservação que mais importa. 00:04:29.749 --> 00:04:32.720 Logo, se fôssemos a fundo nos ossos e dentes 00:04:32.720 --> 00:04:35.684 que de fato sobreviveram ao processo de fossilização 00:04:35.684 --> 00:04:39.636 o DNA que estava intacto firmemente envolto proteínas histonas 00:04:39.636 --> 00:04:41.904 está agora sob o ataque da bactéria 00:04:41.904 --> 00:04:45.470 que vive simbioticamente dentro do mamute por anos durante sua vida. 00:04:45.470 --> 00:04:48.582 Então para essas bactérias junto com as bactérias do ambiente, 00:04:48.582 --> 00:04:52.380 água livre e oxigênio, na verdade, quebram o DNA 00:04:52.380 --> 00:04:56.243 em fragmentos de DNA cada vez menores até que tudo o que temos 00:04:56.243 --> 00:04:58.735 são fragmentos que vão de 10 pares-base 00:04:58.735 --> 00:05:02.068 até, no melhor dos casos, poucas centenas de pares-base no comprimento. 00:05:02.068 --> 00:05:04.651 Então a maioria dos fósseis no registro de fósseis 00:05:04.651 --> 00:05:07.587 na verdade são totalmente carentes de todas marcas orgânicas, 00:05:07.587 --> 00:05:10.032 mas poucos deles na verdade têm fragmentos de DNA 00:05:10.032 --> 00:05:15.027 que sobreviveram por milhares e até alguns milhões de anos. 00:05:15.797 --> 00:05:18.113 E usando tecnologia de ponta de sala limpa 00:05:18.113 --> 00:05:19.979 encontramos formas de poder realmente 00:05:19.979 --> 00:05:23.155 puxar esses DNAs para fora de todo o resto de porcaria lá dentro. 00:05:23.155 --> 00:05:25.728 Não é admirável a qualquer um de vocês sentados na sala 00:05:25.728 --> 00:05:27.726 que se eu pegar um osso ou dente de mamute 00:05:27.726 --> 00:05:30.295 e extrair seu DNA, vou ter DNA de mamute. 00:05:30.295 --> 00:05:34.016 Mas eu também terei todas as bactérias que certa vez viveram dentro do mamute 00:05:34.016 --> 00:05:38.645 e, mais complicado ainda, terei todo o DNA que sobreviveu no ambiente com ele. 00:05:38.645 --> 00:05:42.124 Então as bactérias, os fungos, e tudo mais. 00:05:42.124 --> 00:05:46.221 Então, novamente, não é surpreendente que um mamute preservado no pergelissolo 00:05:46.221 --> 00:05:49.988 terá algo na ordem de 50% de seu DNA sendo mamute, 00:05:49.988 --> 00:05:51.964 onde algo como o mamute-columbiano, 00:05:51.964 --> 00:05:54.238 enterrado num ambiente temperado 00:05:54.238 --> 00:05:57.522 terá somente 3% a 10% endógeno acima de onde está. 00:05:57.522 --> 00:06:01.586 Mas encontramos formas muito claras de como podermos de fato discriminar, 00:06:01.586 --> 00:06:04.830 capturar e discriminar o DNA de mamute dos outros DNAs. 00:06:04.830 --> 00:06:07.328 E com os avanços no sequenciamento de alto rendimento 00:06:07.328 --> 00:06:11.240 podemos de fato tirar e reanalisar bioinformaticamente 00:06:11.240 --> 00:06:13.262 todos esses pequenos fragmentos de mamute 00:06:13.262 --> 00:06:15.329 e colocá-los sobre uma cadeia principal 00:06:15.329 --> 00:06:18.022 de um cromossomo de elefante asiático ou africano. 00:06:18.022 --> 00:06:20.934 E então, com isso, podemos de fato ter todos os pequenos 00:06:20.934 --> 00:06:23.671 pontos que distinguem um mamute de um elefante asiático 00:06:23.671 --> 00:06:26.752 e o que sabemos sobre o mamute? 00:06:26.752 --> 00:06:29.897 Bem, o genoma do mamute está quase totalmente completo 00:06:30.727 --> 00:06:33.749 e sabemos que na verdade é muito grande, é um mamute. 00:06:33.749 --> 00:06:36.876 Então um genoma hominídio tem cerca de três bilhões de pares-base 00:06:36.876 --> 00:06:40.461 mas o genoma de mamute e de elefante é maior em 2 bilhões de pares-base, 00:06:40.461 --> 00:06:44.159 e a maior parte deles é composta de DNAs pequenos repetitivos 00:06:44.159 --> 00:06:48.580 que tornam muito difícil de, de fato, reanalisar a estrutura inteira do genoma. 00:06:48.580 --> 00:06:50.824 Logo, ter esta informação nos permite responder 00:06:50.824 --> 00:06:52.983 uma das questões interessantes da relação 00:06:52.983 --> 00:06:55.140 entre mamutes e seus parentes vivos, 00:06:55.140 --> 00:06:57.231 o elefante asiático e o africano, 00:06:57.231 --> 00:07:00.388 todos tendo o mesmo ancestral sete milhões de anos atrás, 00:07:00.388 --> 00:07:04.643 mas o genoma do mamute mostra que tem um ancestral em comum mais recente com 00:07:04.643 --> 00:07:07.146 os elefantes asiáticos há cerca de 6 milhões de anos, 00:07:07.146 --> 00:07:09.687 um pouco mais próximo do elefante asiático. 00:07:10.247 --> 00:07:13.387 Com os avanços na tecnologia de DNA ancestral 00:07:13.387 --> 00:07:15.587 podemos agora começar a sequenciar 00:07:15.587 --> 00:07:18.899 os genomas dessas outras formas de mamutes extintos que mencionei. 00:07:18.899 --> 00:07:20.909 E eu gostaria de falar de dois deles: 00:07:20.909 --> 00:07:22.771 O mamute-lanoso e o mamute columbiano. 00:07:22.771 --> 00:07:26.555 Ambos viviam muito próximos um do outro durante os picos de geleiras, 00:07:26.555 --> 00:07:28.937 quando as geleiras da América do Norte eram enormes 00:07:28.937 --> 00:07:31.577 os lanosos foram impelidos para esses ecótonos 00:07:31.577 --> 00:07:34.752 subglaciais e entraram em contato com seus parentes vivendo no sul. 00:07:34.752 --> 00:07:36.763 E lá eles compartilharam refúgios 00:07:36.763 --> 00:07:39.224 e um pouco mais do que isso, no fim das contas. 00:07:39.224 --> 00:07:41.517 Parece que eles estavam tendo relações híbridas. 00:07:41.517 --> 00:07:44.238 E essa não é uma característica incomum no Proboscideans, 00:07:44.238 --> 00:07:47.031 pois acabou que aqueles elefantes machos de grandes savanas 00:07:47.031 --> 00:07:50.870 competirão com os elefantes menores da floresta por suas fêmeas. 00:07:50.870 --> 00:07:55.593 Daí, grandes columbianos sem pelos ganham a luta com os machos lanosos menores. 00:07:55.593 --> 00:07:57.989 Isso me lembra um pouco do colegial, infelizmente. 00:07:57.989 --> 00:07:59.986 (Risos) 00:08:00.247 --> 00:08:02.608 Então não é trivial, 00:08:02.608 --> 00:08:05.553 dada a ideia de que queremos ressuscitar espécies extintas, 00:08:05.553 --> 00:08:08.284 pois acaba que um elefante africano e um elefante asiático 00:08:08.284 --> 00:08:10.418 podem ter relações híbridas e ter filhotes 00:08:10.418 --> 00:08:15.237 e isso de fato aconteceu por acidente num zoológico em Chester, RU, em 1978. 00:08:15.787 --> 00:08:18.829 Isso significa que podemos de fato pegar cromossomos de elefantes 00:08:18.829 --> 00:08:20.643 asiáticos, modificá-los em todas essas 00:08:20.643 --> 00:08:23.390 partes que pudemos discriminar com o genoma do mamute. 00:08:23.390 --> 00:08:26.885 Podemos colocar isso numa célula removida, 00:08:26.885 --> 00:08:29.957 diferenciá-la da célula tronco, 00:08:29.957 --> 00:08:32.249 depois diferenciá-la talvez em esperma, 00:08:32.259 --> 00:08:35.016 inseminar artificialmente um óvulo de elefante asiático 00:08:35.243 --> 00:08:38.104 e através de um procedimento longo e trabalhoso 00:08:38.104 --> 00:08:41.364 trazer de volta algo que tem essa aparência. 00:08:41.364 --> 00:08:43.493 Vejam, essa não seria uma réplica exata 00:08:43.493 --> 00:08:46.032 porque os fragmentos de DNA curtos dos quais falei 00:08:46.032 --> 00:08:48.242 nos impediriam de construir a estrutura exata. 00:08:48.242 --> 00:08:50.517 Mas faria algo semelhante em forma e textura 00:08:50.517 --> 00:08:53.313 à que o mamute-lanoso tinha. 00:08:53.353 --> 00:08:56.838 E quando trago este assunto com meus amigos, amiúde conversamos sobre: 00:08:56.838 --> 00:09:00.124 bem, onde você o colocaria? Onde você hospedará um mamute? 00:09:00.124 --> 00:09:01.941 Não há climas e habitats apropriados. 00:09:01.941 --> 00:09:03.760 Bem, na verdade esse não é o caso. 00:09:03.760 --> 00:09:06.378 No fim das contas há áreas de habitats 00:09:06.378 --> 00:09:09.844 no norte da Sibéria e do Yukon que poderiam, sim, hospedar mamutes. 00:09:09.844 --> 00:09:12.212 Lembrem que este era um animal altamente adaptável 00:09:12.212 --> 00:09:14.946 que passou por tremenda variação climática. 00:09:14.946 --> 00:09:17.823 Então esta paisagem facilmente poderia abrigá-los. 00:09:17.823 --> 00:09:21.757 E devo admitir que há uma parte da criança em mim, o garoto em mim, 00:09:21.757 --> 00:09:24.081 que adoraria ver estas criaturas majestosas 00:09:24.081 --> 00:09:26.808 andando pela pergelissolo do norte de novo. 00:09:26.808 --> 00:09:29.482 Mas devo que admitir que parte do adulto em mim 00:09:29.482 --> 00:09:32.247 às vezes se pergunta se devemos ou não fazer isso. 00:09:32.247 --> 00:09:33.919 Muito obrigado. 00:09:33.919 --> 00:09:36.071 (Aplausos)