Traduzido e adaptado por Boa Moeda - www.facebook.com/boamoeda Ryland, o seu artigo é sobre a criação de dinheiro. Estamos aqui rodeados de ouro nos cofres do Banco de Inglaterra. Historicamente, quando o dinheiro era baseado no padrão-ouro, a quantidade de ouro de um país estava relacionada com a quantidade de dinheiro na economia. A realidade é muito diferente agora. Na economia moderna, de onde vem o dinheiro? Vamos começar com 'dinheiro estreito, ou 'dinheiro do Banco Central'. Como o nome sugere, dinheiro do Banco Central é determinado pelo Banco de Inglaterra e consiste de moeda (notas e moedas) e reservas. Em alturas normais, a quantidade de moeda e reservas, são determinadas... 1 - pela quantidade de moeda que as pessoas no país necessitam para as suas transacções, 2 - e pela quantidade de moeda e reservas que os bancos querem ter, tendo em conta o nível das taxas de juro. (A quantidade de moeda e reservas) Não é determinada pelo Banco Central, como é dito em certos livros de Economia. O seu artigo fala sobre 'dinheiro largo', o que determina quanto desse dinheiro existe? 'Dinheiro largo', que por vários motivos é uma medida melhor da quantidade de dinheiro em circulação na economia, inclui todos os depósitos bancários de pessoas e empresas. E um dos assuntos chave do artigo é que os bancos criam novo dinheiro, de cada vez que concedem um 'empréstimo'. Não sendo isto nada de novo, a maioria das pessoas não sabe que esta é a principal forma de criação de dinheiro. E é o oposto da ideia muitas vezes divulgada, de que os bancos apenas podem emprestar o dinheiro que têm. Na verdade, novos 'empréstimos' criam novos depósitos e não o contrário. O seu artigo explica em maior detalhe como 'empréstimos bancários' criam novo dinheiro. Também explica como há limites para quanto novo dinheiro é expectável que os bancos criem, como resultado dos 'empréstimos'. Estes limites podem ser: 1 - o lucro esperado pelo próprio banco, 2 - ou até a forma como as pessoas e as empresas se comportam perante o aumento de dinheiro em circulação. Correcto! Mas então se os bancos criam dinheiro através dos 'empréstimos', qual é então o papel da política monetária do Banco Central? Quando menciona alguns dos limites para quanto os bancos 'emprestam', a política monetária oferece o limite último. Em alturas normais, por exemplo antes da Grande Recessão (Antes de 2009), a política monetária é definida através de taxas de juro e isso determina as taxas suportadas por devedores e os juros pagos pelos bancos aos depositantes. E isto afecta directamente a quantidade de 'empréstimos' que os bancos concedem... E a quantidade de 'dinheiro largo' que é criado em resultado. Então obviamente isso é em alturas normais, após a Grande Recessão (2009) vimos taxas de juro reduzidas a quase 0%, e vimos o Comité de Política Económica começar um grande programa de compra de activos, chamado 'quantitative easing' ou 'QE', como forma de estimular a economia. O seu artigo discute alguns mitos sobre como o 'QE' (programa de compra de activos), afecta a quantidade de dinheiro em circulação. O 'QE' serve para aumentar a quantidade de reservas do Banco Central que os bancos têm. Mas o primeiro mito que você esclarece é a ideia, de que de alguma forma isto é dinheiro grátis oferecido aos bancos. O que há de errado com essa ideia? É verdade o que diz sobre o efeito do 'QE' na quantidade de reservas que os bancos têm no Banco de Inglaterra. Se considerar o que se passa nas contas das partes envolvidas, pode ver que não é realmente dinheiro grátis. O facto principal do 'QE' é a compra de obrigações (dívida) do Governo, aos fundos de pensões e outros fundos... e não aos bancos. O fundo de pensões neste exemplo, vai receber dinheiro na sua conta (barra vermelha), Em troca pelas obrigações do governo (barra roxa). O banco age apenas como intermediário, para ajudar esta transacção entre o Banco Central e o fundo de pensões. As reservas adicionais (barra verde) são simplesmente uma consequência desta transacção. Apesar dos bancos receberem juros pelas novas reservas criadas, são acompanhados pela criação de um novo passivo para o banco - o depósito do fundo de pensões, sobre o qual o banco paga juros. Noutras palavras, 'QE' deixa os bancos com um novo activo e um novo passivo de igual valor. Por isso (o 'QE'), não significa dinheiro grátis para os bancos. Partindo do princípio que 'QE' aumenta a quantidade de reservas, o segundo mito que discute, é a ideia que estas reservas são depois transformadas em novos 'empréstimos' e que isso melhora a economia real. De facto, isto é o essencial da 'teoria multiplicadora do dinheiro', e sobre como isso estimula a economia, encontrada em muitos livros de Economia. De que forma é esta ideia enganadora? É verdade o que disse sobre 'QE' levar à criação de novas reservas detidas pelos bancos. Mas os bancos não podem emprestar essas reservas directamente a pessoas e empresas. Para isso têm que conceder novos 'empréstimos' e o simples facto de terem mais reservas, não vai aumentar os incentivos para que concedam mais 'empréstimos' a pessoas e empresas, da forma que a 'teoria multiplicadora do dinheiro' que mencionou, parece sugerir. Então de que forma 'QE' afecta a economia? 'QE' afecta a economia principalmente através dos depósitos bancários que os fundos de pensões e outros gestores de activos acabam por deter. Esses gestores de activos irão usar esses depósitos para comprar activos de maior rentabilidade, tal como obrigações e acções de empresas. Isso faz o valor desses activos subir e baixa o custo que as empresas cotadas em bolsa pagam pelo capital. É essa a forma principal como o 'QE' afecta a economia. Mas isso também quer dizer que o 'QE' pode reduzir o crédito disponível, se as empresas usam o dinheiro mais barato obtido no mercado de capitais, para repagar alguns dos 'empréstimos' bancários. Traduzido e adaptado por Boa Moeda - www.facebook.com/boamoeda