Qual é a postura vegana sobre andar
a cavalo? Andar a cavalo é cruel?
Bom, prepare-se para uma boa controvéria!
Oi, eu sou Emily do Bite Size Vegan e bem vindo a
mais um "Pedacinho Vegano". Hoje o tópico é
algo que muitos me pediram para
cobrir, especialmente recentemente,
então fiz a minha pesquisa. Primeiro quero
agradecer ao Fair Horsemanship por
toda a ajuda, e no fim do video vou
dizer como entrar em contato com ela.
Primeiro vou falar da questão
de se andar a cavalo é vegano e
depois discutir se é cruel. Como disse
no meu video sobre lã, veganismo,
em geral, é sobre se opor ao uso dos animais
para ganhos pessoais da maneira que for.
Se olharmos para cavalgar, é evidente que
cavalos não precisam ser cavalgados. Cavalgar
beneficia somente o cavaleiro e isso é
usar os animais como entretenimento,
o que explicitamente não é vegano.
Bom, essa não é uma postura popular e há
vários argumentos sobre como cavalgar beneficia
o cavalo. Um deles é que cavalos domesticados
precisam de exercício. A resposta mais simples é
que cães domesticados também
precisam, mas seus donos o fazem sem
montar neles. Um segundo argumento é que
cavalgar enriquece o ambiente do cavalo.
De novo, isso pode facilmente ser resolvido
sem montar em cima dele, somente caminhando
ao lado dele. Um terceiro argumento vem
em várias formas, mas sempre começa
com um "mas meu cavalo adora..." e termina
com: ser cavalgado, ir a shows, usar uma sela,
uma rédea, cavalgar pelos obstáculos, ou
qualquer outra coisa. E talvez existam alguns
cavalos que gostam de ser cavalgados.
Mas vamos ver o que isso faz com
o seu corpo, fisicamente. O que eu vou
dizer é só uma rápida olhada no impacto
nos cavalos que é cavalgar. Tenho links
para fontes adicionais no post do blog para
este vídeo, que está na descrição abaixo e
eu recomendo que você veja esses estudos
se quiser se aprofundar nesse assunto.
Vou começar com a estrutura do esqueleto.
Um ditado diz que um cavalo está pronto para
ser cavalgado quando os "joelhos fecham".
Isso se refere a esperar a placa epifisária acima
dos joelhos mudar de cartilagem para osso.
A Dr. Bennet em seu artigo Tempo e Ritmo
de Maturação Esqueletal em Cavalos diz que
"o que as pessoas não se dão conta é que
há uma placa epifisária nas duas pontas
de cada osso atrás do crânio, e em alguns
deles (como a pelvis ou a vértebra, que
tem muitos "cantos") existem muitas
placas epifisárias." Ela detalha então o
tempo exato da conversão dessas placas em
ossos nos cavalos. Enquanto muitas pessoas
cavalgam o animal a partir dos 2 anos, o
cronograma dela mostra que as últimas placas
a solidificar são da coluna vertebral, e isso
não ocorre antes de o cavalo ter ao menos
cinco anos e meio, sendo que nos grandes
machos demora ainda mais. De acordo com
o texto Anatomia e Propedêutica Prática
do Cavalo, o tempo total para a completa
formação das placas epifisárias, ou cartilagens,
não ocorre até que tenham (em média) entre
6 e 9 anos de idade.
O resumo disso tudo é que é incrivelmente
fácil danificar as costas de um cavalo
e deslocar suas placas epifisárias vertebrais,
causando dor e danos permanentes.
Além da questão da formação das placas,
andar num cavalo de qualquer idade causa
dano no esqueleto, músculos e tecidos.
O especialista Alexander Nezorov diz que
"o lombo do cavalo não é assento, um lugar
para um humano, um pedaço de 'carne' ou um
tipo de terra firme". É uma estrutura
anatômica complexa e delicada com
funções extraordinárias. Além das óbvias
funções biomecânicas, as costas têm outra
função muito importante. A função da espinha
dorsal é garantir que as respostas de todo
o sistema nervoso consigam comunicar os
sentidos de sabor, cheiro, visão audição e
função vestibular ao cérebro, isso para não
detalhar demais. Nesse órgão expecialmente
vulnerável e sensível, na medula espinhal,
o "cérebro" das costas, senta o cavaleiro.
Num estudo de 2007, dos 295 cavalos
considerados fisicamente sadios em um exame
inicial, 91,5% foram diagnosticados com algum
tipo de alteração dos processos espinhais
após raio-X. Quase todos os processos espinhais
da posição da sela caudal foram afetados.
Na cavalgada, o dano espinhal causado
só pelo peso é agravado pelo uso de selas,
arreio, freios e chicotes. Selas restringem
o fluxo sanguíneo para o leito capilar
arterial causando danos ao tecido, além
de escoriações. Mas nada é mais cruel que
o uso de freios e chicotes, que eu
vou mostrar muito rapidamente
neste vídeo.
Freios causam dor e danos aos complexos
nervos cranianos, assim como aos dentes,
língua e palato. Nervos faciais são extremamente
próximos da pele e por isso muito sensíveis.
É fundamental entender que é absolutamente
impossível usar um freio sem que o cavalo
sinta dor.
E como estou ficando sem tempo aqui, vou
dizer somente isso sobre o chicote:
é um chicote!
Bom, isso tudo é somente arranhar a superfície
da questão dos cavalos. Eu nem abordei a
prática de domar cavados, corridas de
cavalos, rodeios e outros tópicos, que vou
cobrir em vídeos futuros. Para informações
sobre atividades no chão amigáveis com
cavalos e com reinforço positivo, dê
uma olhada no canal Fair Horsemanship
e veja também seu website. Ele é
uma ótima referência nesse tópico.
Dê um "curtir" para esse vídeo se gostar
e por favor compartilhe com seus amigos
e família. E se você é novo no canal,
eu adoraria que me seguisse. Aqui no
BSV eu abordo tudo ligado ao veganismo e
sempre em 5 minutos ou menos. Seja vegano
e nos vemos em breve!