(Visão - Ideias de Amanhã, Hoje)
(Sir Ken Robinson "Mudando Paradigmas" - vencedor da Medalha RSA Benjamin Franklin de 2008)
Ken Robinson: Muito obrigado. Ficaram surpresos de saber que fui eu que ganhou a medalha?
Ficaram? Dava para sentir a tensão crescendo, não? "Quem vai ganhar?"
Obrigado. Estou profundamente tocado de ganhar esse prêmio.
Estava pensando antes, estar tocado não é um sentimento muito comum, não?
Eu não me sinto tocado com frequência - desprezado, humilhado, talvez reprimeido...
Mas tocado é um sentimento antigo, não? Não é uma emoção moderna.
Mas é assim que me sinto, principalmente por receber este prêmio em nome de Benjamin Franklin
que foi um homem notável. Ele morava aqui perto, na rua Craven. A alguns minutos daqui
e eu recomendo a visita. Acabou de ser reformada.
É uma forte evocação da vida dessa figura extraordinária,
um homem extremamente envolvido com o crescimento do industrialismo,
parte do Iluminismo, no centro da criação do Novo Mundo,
e com uma paixão especial pela educação.
Um homem que sempre investiu em ciência, nas artes, nas humanidades, na política.
Um erudito, acho eu, uma figura Renascentista no centro
do Iluminismo.
E um dos membros mais notáveis da Sociedade Real das Artes (RSA).
Se você não conhece essa instituição, eu recomendo
que pesquisem sobre ela.
Foi fundada, se não em engano, em 1753,
por William Shipley,
e seu nome completo é Sociedade Real para o Incentivo das Artes, Manufatura e Comércio.
Tem uma longa história de promover e defender as formas apropriadas de educação pública.
Há muito tempo sou associado à RSA.
Fiz uma palestra aqui
-e talvez nem Matthew saiba disso - em julho de 1990,
nessa mesma sala aqui.
E pretendo repeti-la palavra por palavra, tudo bem com vocês?
(plateia ri)
Não acham que eu iria perder tempo pensando em algo
totalmente novo, acham?
Não, em 1990 eu estava administrando um projeto nacional
de Arte nas Escolas
e tinha acabado de publicar um livro sobre arte nas escolas.
Sou apaixonado pelas artes, e nos encontrávamos aqui,
logo depois da introdução do currículo nacional
na Inglaterra,
que se equivocou profundamente sobre o papel
das artes na educação.
Então fiquei pensando sobre como a arte
poderia ser parte integrante da educação.
E aqui estamos nós, 17 anos depois - bem, está tudo
bem diferente, eu acho.
Por isso quero falar um pouco sobre isso, e quero mostrar
a vocês algumas partes de filmes,
e depois bater um papo com vocês.
Uma das coisas que aconteceram comigo desde 1990
é que eu mudei para os Estados Unidos
há sete anos, com um convite do Getty Center.
Eu não fugi da Grã-Bretanha, mas coloquem-se no meu lugar:
Recebi um telefonema no dia 3 de janeiro de 1990,
quando estava morando perto de Coventry.
E um cara falou: "Você quer vir morar na Califórnia?" (plateia ri)
Fomos imediatamente. (plateia ri)
Não perguntei qual era o emprego, só fui.
E o telefone ficou pendurado fora do gancho
lá em casa,
e esperamos que algum dia nossos filhos
possam nos achar, mas isso não importa.
Agora moro nos Estados Unidos, e adoro.
Quem aqui já foi a Los Angeles? Alguém aqui?
É um lugar extraordinário.
Fomos a Las Vegas recentemente, minha esposa e eu.
Estamos juntos há 30 anos
e ano passado decidimos nos casar de novo.
Então fomos à Capela do Elvis (plateia ri).
Eu recomendo. Vocês deveriam fazer isso.
Compramos o pacote Blue Hawaii, mas há outros.
Com o pacote Blue Hawaii,
tem o imitador do Elvis, 4 músicas, a capela, claro,
uma nuvem de fumaça quando você entra...
Você tem que pedir isso - e uma dançarina de hula,
opcional, mas eu pedi,
por puro deleite, na verdade.
Por mais 100 dólares, poderíamos tem um Cadillac rosa,
mas achamos um pouco brega.
Achamos que ia baixar o nível do evento,
mas resolvi mencionar porque Las Vegas é um exemplo
icônico das coisas que gostaria de falar.
Não Las Vegas em si, mas a ideia da qual surgiu.
Se pensar bem, toda cidade tem uma razão
para estar onde está.
Como Londres, vocês sabem que está numa bacia natural,
bom para o comércio, ou está num porto,
ou está num vale, o que é bom para a agricultura,
ou está numa montanha, que é bom para a defesa.
Mas nada disso se aplica a Las Vegas.
Não há nenhuma razão para estar lá.
A única razão para ela estar lá é o que criou
essa organização,
que afeta todos os aspectos da nossa vida,
que faz da humanidade o que é.
A única coisa, em minha opinião,
que é o poder extraordinário,
que é dado apenas aos seres humanos, e nenhuma
outra espécie, até onde se sabe.
Quero dizer o poder da imaginação.
Nem percebemos isso.
Essa capacidade de trazer à tona
as coisas que não estão presentes,