Vira pro outro lado?

Seguinte, a gente tá procurando aqui pescador bom de contar piada.

- Eeee rapaz, tá difícil...
- Alguém aí conta piado ou não?

- Não.
- Tamo filmando, a gente tá fazendo um doc aqui.

Aqui nós é ruim de piada.

- Aí pra baixo você vai achar piadeiro bom. 
- Aonde?

Aí em baixo, mais pra baixo aí. Tem muito pescador aí.

Por acaso alguém de vocês aí sabe contar piada?

- Eu não. - Depende do grau da piada, né?

- O que que eu ganho pra eu ganhar um piada? - To achando que vocês contam piada.

A gente tá fazendo um documentário sobre pescadores contando piada.

- Ahn?- Ninguém sabe nada aqui não.

- Só uma piadinha rápida!- Não do conta!

- Nem um pequena?- Nem uma pequeninha.

- Por acaso vocês sabem contar piada?- Ó...

- Por enquanto não.- Por enquanto não?

- Nem umazinha, pequena que seja?- Não.

Conta naquele acampamento ali que ali tem um turma.

Oi, por acaso vocês sabem contar piado, não?

As vezes, mas não tem nenhuma piada agora.

Mas você não quer contar uma pra gente? A gente tá fazendo um documentário

sobre contador de piada, eu to querendo achar um pescador bom de piada.

- Podemos ir aí e você conta uma? - Só de falar que aqui não tem peixe, aí é uma piada.

- Não tem nenhum piadeiro aí? - Não, talvez ali em baixo você acha.

- Nenhuma piadinha? - Nenhuma...

Por do sol XXX

Bom amigo, tudo bem? Seguinte, não tem ninguém famoso aqui no mercado que fala assim,

"Aquele cara é o cara"? "É o cara engraçado?" Todo mundo sabe que ele é o gozador.

Na verdade tem bastante, mas o problema é que esses caras tão tudo ocupado hojé né?

- Domingo é uma correria. - Me dá um exemplo que eu vou lá tirar os caras da ocupação.

Depois desse açougue ali, tem um rapaz lá. O nome dele é Tidão, um gordão.

Aquele é o cara aqui da feira. Ele já engraçado por natureza, ele é igual ao Mussum.

Não precisa nem contar piada que a turma da risada.

- Como é que ele chama?- Tidão, pode procurar o Tidão.

- Tá bom, eu vou lá. Brigado.- Valeu.

- O Sr. sabe onde que tá o Tidão?- Tá aqui, ó.

Seguinte, a gente tá fazendo um documentário sobre contador de piada.

O Cuiabé e o Baiano pescando, diz que tá lá.

Pescando e nada de pegar peixe, né. E o Cuiabá lá...

Perturbado com a mosca, e vai daqui, vai dali. Aí diz que ele pegou na mosca, ele parou no tempo.

Pegou a mosca: "Ê mosca, se você tivesse um cuzinho maior eu fudia seu cu."

Daí o Baiano levantou de lá e: "Bzzzzzz"

É boa...Saiu um Pocaniano daqui, foi pra São Paulo...

- Quem?- O Poconiano.

- O que que é Poconiano?- É daqui da cidade de Poconé, aqui do Mato Grosso.

Diz que foi pra São Paulo. Chegou em São Paulo diz que ele andando no metrô, la na linha,

O pessoal: "Sai da rua! Sai da rua!" Daí o trem vindo né.

Daí deram um voadeira nele, arrebentou a bicicleta dele, passou por cima de tudo, o trem né.

Daí ele veio. Na hora que ele chegou na cidade dele aqui em Poconé,

tinha aquele enfeites de Natal aí diz que lá na loja do patrão dele tinha um trenzinho.

Daí ele correu na carrera, pegou uma 12 e diz que acabou com o efeite de Natal.

"Mas se tá besta? Porque eu você vez um negócio desse?"

"Larga de ser besta patrão. Tem que dar fim nesse bicho quando é criança. Depois que cresce..."

O cara chegou e falou assim: "Padre, como que é o sistema da igreja?"

Ele disse: "Olha, é 50% pra diocése, 50% pra mim."

Aí chegou no rabino: "Rabino, como que é o sistema da igreja?"

O rabino falou assim: "É 70% pra diocése, 30% pra mim."

Daí chegou no pastor: "Pastor, como que é o sistema da igreja de dinheiro que você recupera?"

"Aqui nós pega o dinheiro e joga pra cima. O que Jesus pegar é dele. O que cair no chão, é meu."

Você é caminhoneiro, é? Roda o Brasil todo, não? Ou só a parte por aqui?

- Mato Grosso, Goiás e Minas. Rondônia também. - Leva carga do que?

- O que tiver joga em cima. - O que tiver.

- Não tem piada de caminhoneiro mesmo?- Não rapaz, a gente trabalha.

Não tem tempo pra isso não. A gente só trabalha. Que contar piada.

Tava andando ali né, o brasileiro e o argentino. Os dois não se gostam.

Aí acharam um lâmpada mágica. Aí esfregaram e aí saiu o gênio.

"Cada um de vocês tem direito a um pedido." O argentino não gosta no brasileiro, falou:"Sacanagem, pô."

"Gênio, eu quero que você faça um muro ao redor do meu país todo,

que eu não quero nenhum brasileiro intruso no meu país."

O gênio...um murão. Seis metros de altura. "E você brasileiro?"

"Por favor, enche isso aí de água pra mim."

- Ele só ria...- Vem, conta uma aqui.

- Pega um cadeira lá.- Vem aqui. Conta uma piada aqui.

Vamos contar uma piada aqui.

O gaúcho tava de férias e foi pro Pantanal conhecer o Pantanal.

Chegou no Pantanal, tinha um caseiro lá, aí o caseiro mostrou:

"Gaúcho, vou te mostrar um negócio." Foi na represa, o panteiro lá com um porrete.

- Assobiou, veio um jacarézão lá. - Qual foi o assobiou? Faz o assobio aí.

Eu não sei assobiar!

Assobiava, assobiou, como que assobia?

- Como que é de novo?- Acabou o estoque.

Veio o jacaré. Com o porrete o Panteiro: "Devagar!", na cabeça o jacaré.

"Devagar!", bateu lá. Que veio assim, tirou o treco pra fora. Devagar.

Aí o jacaré veio, devagarzinho. Quando jacaré apertava, o Pantaneiro, pow.

Aí o Pantaneiro falou pro Gaúcho: "Gaúcho, você quer?"

"Querer eu quero, tchê. Só não sei se eu vou aguentar as pancadas na cabeça."

Mas é verdade, essa aí é...

Aí, o cara tinha uma caminhonete de 4x4. E aí ele cehgou em casa, caminhonete 0km, 4x4,

parou a caminhonete e desceu pra tomar um banho pra sair com a gata dele, né.

Quando ele voltou lá e tal, 4x4, o bêbado chegou: "4x4..." - pegou um prego e riscou: = 16.

Dois dois lados, velho. O cara olhou: "Pô, sacanagem." A concessionário arrumou.

Três dias depois tá lá a caminhonete parada no mesmo lugar, o bebêdo olhou: "4x4 = 16."

Na terceira vez, o cara grilado já - 4x4 = 16. O cara mandou reformar a caminhonete e colocou um adesivo.

"4x4 = 16. O que que esse bêbado vai fazer agora?"

4x4 = 16. O bêbado chegou assim: "4x4 =16?" Pegou o prego e fez: "Agora tá certo!"

Essa é boa, hein. Tava errado? Agora tá certo. Riscou tudo.

- O corretivo né pô, do colégio. - Sério. Você tem uma melhor.

Sacanagem, pô. Cê tava jogado aí, perdido. Te trouxe pra cá pra me sacanear?

Existe lugares diferente que o povo, tipo assim, o povo do Mato Grosso se for pro Sul ninguém gosta por causa da cor né.

Aí foi um motorista Cuiabano, o cara foi pro sul. A vai, faz marcha aqui, marcha ali até chegar no sul.

Chegou lá no sul, num lembro no nome da cidade, chegou e falou assim:

"Queria um pinico." No Mato Grosso se fala pinico, né.

Foi na loja lá e falou: "Eu quero um...pinico."

- "Você é de onde?"- "Eu sou Cuiabano."

"Aqui no sul não chama pinico. Aqui no sul chama Cuiabano."

- "Pô, sacanagem, né."- "Que tamanho o Sr. quer?"

"Me dê um que caiba 4-5 gaúchos dentro."

O Cuiabano diz que queria conhecer o Rio de Janeiro. Louco pra conhecer o Rio de Janeiro.

Aí ele foi e conseguiu comprar um carro, 0km. Foi em Cuiabá, comprou e voltou pra Poconé.

Chegou todo empolgado: "Eu vou conhecer Rio, eu vou conhecer Rio."

Aí os caras: "O que, Cuiabá? Vai lá não Poconiano, lá os Cariocas vai comer você lá, velho."

O Cuiabano: "Poconiano é macho. Eu vou lá e você vai ver."

Aí em 15 ele pegou o carro e decidiu ir. Foi embora.

E vai e vai e vai e vai. Ficou: "Poconiano nada, Poconiano macho."

Chegando no Rio ali cara, deu vontade dele cagar. Olhou, não tinha papel, olhou tudo limpo, vou pra onde?

Pegou desceu do carro e foi assim e cagou. Cadê papel? Não tinha, pegou uma folha de olho de tigre e limpou.

Não conhecia né, limpou, sentou no carro. Começou a dirigir e começou a coçar.

Faltando 300km pra chegar no Rio começou a coçar e ele: "Meu deus do céu, e agora?!"

Faltando 300 km ele falou: "O que, rapaz? Eu vou fazer a volta e voltar. Aqui já to coçando, quando chegar lá...!"

Fez a volta e... Mas que não comeram o Cuiabano, não comeram.

- É macho...- Macho!

Tava o meu cú e o cuzinho dele conversando. Meu cú disse pra ele: "Oi. Você é virgem?"

Aí o cú dele: "Claro que não!"

É que você é caminhoneiro, você tem piada de caminhoneiro.

- Não, de caminhoneiro não tenho não.- Tem sim.

- A gente trabalha muito. - Uma de caminhoneiro tem.

- Não, não tem não.- Tem que ter uma caminhoneiro.

- Eu não lembro de nenhuma.- Você sabe que cê tem.

Caminhoneiro, caminhoneiro...não tem não. Você acha que eu sou louco de falar mal de mim?

Não é falar mal de você, é falar mal de outro caminhoneiro, não de você.

A rapaz, tinha um cara um caminhã 16x20 puxando verdura e diz que ele vinha de lá pra cá.

E vem, a marcha, Posto Fiscal. Carimbou a nota a policía rodoviária federal parou ele e pediu a nota.

O peso na nota tá certo. "Sobe na balança, por favor." Subiu na balança, carregado de banana.

Passou mil quilos de tolerância. Tá preso, né? "O Sr. tá preso. Mas não, não, eu vou te liberar.

Só que você vai ter que entocar tudo essas banana cê sabe aonde."

Aí o caminhoneiro começou a dar risada. Enfiando banana e dando risada.

"Cê é louco, rapaz? Enfiando a banana aí e dando risada?!"

- "Tô dando risada!"- "Porque?!"

"O meu amigo tá vindo com três mil quilos só que o dele é abacaxi!"

Ô de casa?!

Todas as janelas fechadas.

Seu João?

Ô da casa!

Posso chegar um pouquinho mais perto?

Esse cachorro não morde não?

Deixa eu te perguntar uma coisa. Boa tarde.

- A gente tá procurando o Seu João Borba. - João Borba é ali.

É, eu sei, mas você sabe aonde ele tá? Porque eu fui lá, a gente bateu, gritou, chamou.

- Eles tão pra Cuiabá. - Ah não, sério?

- Sabe quando é que volta? Ele avisaram?- O irmão ali que tá cuidando das crianças.

- Eles voltam amanhã, ou hoje, parece, a noite.

A gente tá fazendo um documentário sobre contador de piada.

- Olha, nós somos evangélicos. - Mas ele não conta história?

Ele conta história, mas ele é evangélico também.

- É, mas evangélico não pode contar piada?- Não, Deus não agrada.

- Deus não agrada.- Depende da piada, ué. Não?

Não, Deus não agrada. Porque pra nós ir pro céu nós tem que tá limpo, puro.

Não, eu sei, mas a piada não é suja, necessariamente, é?

Então, ele conta sim. Ixi, ele ah! Só que pra nós, quando nós vamos lá, ele fala outras mais diferentes.

- Ah tá, pega mais leva.- É, as mais leves.

24 hours later

Boa tarde!

- Tudo bem?- Bão.

- Por acaso o Sr. João Terêncio tá aí?- Não tá.

- Ah, não acredito. Não tá, é?- Não tá.

- Ele volta? - Diz o menino que cuida pra ele aí que ele chega hoje.

Ah é? Porque ontem a gente veio aqui e o pessoal falava que ele chegava ontem.

- Aí nós fomos lá pra Lucas, voltamos pra cá...- O rapaz disse que ele chega hoje.

- Hoje é o que? Que horas?- Ele falou que chega tarde.

- Que ele vai chegar mesmo, não?- Talvez daqui pra noite ele chega.

- Que horas é o ônibus? Ele tá de ônibus?- Eu não sei que condução que ele tá.

Pelo visto, não conseguimos. Não foi dessa vez que a gente vai conhecer o Sr. João Terêncio.

- Fomos gerado do Terêncio... (XXX)- É, só fomos.

Seu João Terêncio não será um piadeiro do nosso filme. Pelo menos o Piadeiros 1.

E tu sabe como é matuto, pra inventar fiado, pra fazer tudo.

Aí Vicente chegou, a mulher disse: "Nem entre porque eu não vendo cachaça fiada pra você não."

Ele disse: "Eu não quero cachaça. Eu deixei de beber."

Um depositozinho de vidro, com umas cocadas dentro.

Aí ele chegou e disse: "Me dê uma cocada aí dessa."

A mulher deu a cocada. Aí ele olhou pra cocada e disse: "Quanto é a cocada?"

A mulher disse: "É 50 centavos." Ele disse: "E a cachaça?"

A mulher disse: "É 50 também." Ele disse: "Tomada a cocada e me dê a cana."

Tomou a cana e saiu. A mulher: "Ei engraçadinho! Vai pagar a cana não?"

Ele disse: "Oxê, e eu não troquei minha cocada?!"

Ela disse: "Então paga a cocada!"Ele disse: "Eu comi cocada?"

- Bom dia, Alto do Jucá?- Alto do Jucá?

- Subindo aquela.- Subindo aí, né? Mais ou menos uma distância, aí?

- Daqui pra lá dá uns...- 200km.

- Não, dá mais. - Mais...

É, mas não é muito mais não. Só subir aí o primeiro sinal.

- Conhece o Rogério?- Rogério? Quem é Rogério?

- Palhaço.- Conheço! Ele é cliente aqui da loja.

- Ah é? Ele mora lá?- A localização dele certa eu não sei, não.

- Ele é engraçado, não?- É, bem engraçado ele.

Esse é o vigia. Tá com cara de vigia esse aí.

Uma informação por favor!

- Bom dia!- Bom dia.

- Onde é que fica o Alto do Jucá?- Ah, pode voltar aqui, ó.

- O primeiro quebra-mola a direita.- O primeiro quebra-mola a direita.

Passa primeira, segunda, terceira...aí XXX a casa do pai, primeira casa do pai é ali mais na frente.

- Bom dia!- Bom dia!

- O Sr. conhece o Palhaço Cabaço?- É eu mesmo.

Beleza? Foi difícil de encontrar ou foi fácil?

Foi difícil mas foi fácil. Beleza, tudo bem?

- Vamos descer aí.- Bora, vamos descer. Vamos lá.

É um filme sobre contadores de piada, gente que não é muito conhecida.

É um pouco a gente procurando essas pessoas. Porisso que a gente te ligou de última hora.

Alguém falou de você, a gente ligou, blá blá blá, chegamos.

E aí saber um pouco de ti. Como é que você começou, porque que você começou a fazer isso?

Da onde é veio esse negócio de fazer graça, de contar piada?

Piada...Eu desde criança já fui engraçado. Nunca gostei de levar nada a sério.

Meu negócio era brincar mesmo. Gostava da brincadeira.

Aí eu comecei num projeto, trabalhando, fazendo peças de teatro, trabalhando de palhaço.

E depois de muito eu vi que o palhaço não dava pra ser humorista - ou é humorista ou é palhaço.

Todo mundo na minha família trabalha. Eu não gostava, inventei de contar piada.

Nunca gostei mesmo não. Até porque as vezes eu tô em casa, minha mãe diz:

"Meu filho, vá caçar o que fazer. Eu digo: "Vou não que eu tenho medo de achar."

Aí eu não vou, eu digo que é melhor ficar em casa, quieto, né?

Mas é verdade. Eu gosto muito de brincar, a minha vida é essa.

Eu sou muito extrovertido, gosta de tá brincando.

Quando eu chego falando sério o pessoal começa a dar risada.

"Se tá brincando, né?" "Não! To falando a verdade!" "Não, cê tá brincando."

O homem, você pode ver, que o homem casado é mais gordo do que o solteiro.

Eu tirei uma conclusão disso, isso foi história que eu fiz e é verdade.

Porque? Olha, o solteiro chega em casa, o que é que ele faz?

Vai direto pra geladeira. Ele abre, olha e diz: "Vixi maria, mesma coisa! Refrigerante, bolacha, não.

Eu vou é pra cama." Levanta o lençol e vai dormir.

Já o casado não. Ele vai direto pra cama, levanto o lençol: "Vixi! Mesma coisa, vou pra geladeira!"

Vai lá comer a vontade. Aí fica gordo, e por isso que o casado é mais gordo que o solteiro.

Diz que o cara chegou no bar, aí disse: "Sô, traga pra mim aí um litro de cachaça e um frango assado."

Aí o cara trouxe. Botou um litrinho ali pra ele tomar uma e botou o frango.

Aí ele olhou pra lado, olhou pro outro e disse: "Eu vou examinar esse frango!"

Pegou o dedo e botou lá no negócio do frango, cheirou e disse: "Quero não!"

"Esse frango veio de Fortaleza. Eu não goste de frango de Fortaleza!"

Aí o garçom disse: "Lá vai! O cara tá fazendo é exame de próstata!"

"Botou o negócio no frango, cheirou e já sabe da onde o frango veio. E esse frango é Fortaleza mesmo."

"Não, não quero não, pode levar." Aí trouxeram outro frango.

Quando o outro frango chegou ele olhou pro lado, olhou pro outro, pegou o dedo e botou de novo.

Aí cheirou e disse: "Esse aqui eu não quero. É daqui mesmo, do Ceará."

Aí o dono lá do boteco disse: "Ei, manda um daqueles goguentos da Véia Toinha. Quero ver se ele advinha."

Quando o frango chegou na mesa ele olhou pra lado, olhou pro outro, pegou o dedo, botou de novo.

Aí cheirou e disse: "Eita, minha amiga Véia Toinha. Aqui veio de lá, não veio?"

O cabeça: "Rapaz, tu é do bom mesmo. Esse frango veio da Véia Toinha."

"Tu acerta, rapaz. Bota o dedo, parece que tá fazendo exame de próstata e cheira e sabe da onde o frange vem!"

Aí o bêbado lá levantou: "Ei, não leva a mal não, me dê uma dedada aqui que eu to perdido tá com 3 dias."

Por acaso você conhece alguém aqui que é bom de contar piada?

O pai dele é dono daquela cerâmica ali - Cerâmica Arara.

- Pode ir lá que ele tá lá.- Onde é?

- Cerâmica Arara.- Ah, é dentro da cerâmica.

É, pode ir lá que você encontra com ele lá.

Aqui que trabalha o Giovani? Porque a gente tá fazendo um filme sobre contador de piada.

Gente engraçada e tal e disseram que ele é bom de história e de piada, é verdade?

- É, ele tem até um livro que ele lançou já esse ano. - Deixa eu ver?

Tem um pessoal aqui de São Paulo. Eu vou passar aqui pro rapaz, viu?

- É ele.- Giovani?

Alô? Giovani? Giovani, bom dia. Meu nome é Gustavo, eu sou lá de São Paulo.

A gente tá fazendo um documentário sobre contadores de piada.

E a gente tá procurando Brasil inteiro e recomendaram muito o senhor

pra contar umas piadas pra gente. Então, a gente tava pensando em dar pulo aí pra falar contigo, pode ser?

Cerâmica Arara. Tá, eu vou pedir uma explicação aqui mas a gente deve chegar daqui uma meia hora.

- Oi, bom dia. Bom dia! Por favor o Giovani? - Pronto!

- Giovani!- Gustavo?

- Eu!- Rapaz, você aqui nessa selva.

- Como é que você tá?- Tudo bem paz.

- Ó, esse é o Chico.- Chico, como é que tá, meu irmão?

- Tudo bem!- Nosso fotógrafo. E aquele é o André.

- André, como é que tá?- E a gente descobriu que você até escreveu um livro, verdade?

- Sete livros. Sete livros. - Não foi só um, foi sete.

- Eu achando que era um.- Não, foram vários.

- Rapaz, tu me dá só um minuto?- Te dou dois. Te dou sete!

- Pois então fica ali. Fica ali, fica a vontade.- Tá bom.

Então me diga aí, qual que é a tua relação com piada, com comédia?

Nós, inclusive agora em Agosto, nós tamo fazendo aqui em Iguatu, o 10º FHC.

Nós criamos esse FHC e homenageamos o ACM. O FHC é o Festival de Humor Cearense.

E o ACM é um amigo nosso daqui chamado Airton Cachorra Magra.

Ele foi homenageado. Tudo começa com brincadeira.

Aqui no Iguatu tem o prefeito atual, Aderilo Alcântara, meu amigo.

Você pode ir pra São Paulo, New York, Paris, qualquer canto.

Não tem nenhum prefeito, ele vai muito pra enterro, pra velório.

- Ele tem mais de 2 mil velórios... É, é conhecido. - Deixa eu entender.

- Ele gosta de ir pra velório pra fazer...- Ah, pra fazer o marketing dele.

Quando nós tamos lá na praça que passa na Catedral, nos velórios, se ele não tiver lá é porque ele tá viajando.

Aí um dia desses ele foi num, aí diz que o morto era um cara aí muito marginal.

Aí diz que ele olhou assim e disse: "Um bom cidadão, um pai de família exemplar."

"Um grande chefe de família." E a viúva tava assim:

"Sô, meu filho. Vai olhar se é seu pai mesmo que tá no caixão."

O cara era o maior canalha.

Aí tem um cara aqui que se chama João Lázaro. Ele é um vereador.

O fato é que João Lázaro arranjou um dinheirozinho aí, aí foi a Juazeiro ali e comprou uns óculos de grau.

Esses óculos de grau que vende aí de 2 Reais, 3 Reais.

E tava dando óculos de grau aí em Iguatu pra todo mundo. Aí uma senhora soube.

Aí a pobrezinha foi lá e disse: "Ô João Lázaro, meu filho, me dê uns óculos bom

porque as caras que tão chegando dos meus filhos eu não tô conseguindo mais ler."

"Mê uns óculos que lá em casa são 8 votos." Porque aqui funciona assim, sabe?

Aí ele foi no fundo do saco, tirou um óculos que a gente chama de fundo de garrafa,

a velha botou na bolsazinha assim, aí foi na feira.

Quando chegou na feira, ela botou os óculos, aí pergunto pro homem lá:

"Meu senhor, quanto que é o quilo dessa fava?"

Aí o homem disse: "Eu não sei não, que o que eu to vendendo é gergilim"

Essa do Dr. Governo, na Cidal, na Compania Iguatu de Algodão e Óleo,

um homem se acidentou e perdeu a perna. E todo ano a Cidal queria um atestado médico.

E ele dava. Sr. Antonio Queiroz de Oliveria,

declara para os devidos fins que ele perdeu a perna e não pode trabalhar e tal.

Aí quando foi um ano, ele já tava de saco cheio, ele botou:

Declaro para os devidos fins que Antonio Queiroz de Oliveria perdeu a perna e ela jamais crescerá.

Aí pronto, deixaram de pedir. Porra, sacanagem né cara?

Buzinou, chamou, piscou, conquistou.

Mototaxi do amor, Buzinou, chamou, piscou, conquistou.

Mototaxi do amor,Parado na praça com a moto possante.

Palito de dente, sorriso fatal.

Sol do meio dia, calor escaldante.

Chamando os clientes com voz sensual.

Vai moral, Vai embora.

O Mototaxi do amor existe. O cara que ele é mototaxi e o bicho é pegador mesmo, sabe?

Tem um monte de cliente no celular dele. Aí a gente fez baseado nessa história.

- Ah, é um personagem verídico.- Verídico, o Mototaxi do Amor.

Ah tá. Mas o pessoal liga pra ele só pra pegar carona ou liga pra ele já pra fazer o programa completo?

As vezes é os dois. Leva pra casa e já...Já faz o serviço completo.

Tem uma piada que é história que o cara disse: "Rapaz! Tá ligado fulano da caçamba? Morreu?"

Aí disse: "Foi? Morreu do que?"Disse: "Bateu o caminhão no muro e voe pelo parabrisa."

"Vixe, morreu da lapada no parabrisa.""Não, pô. Ele ainda tava vivo,

mas caiu dentro de lá de casa, entrou pela janela, bateu no guarda-roupa,

o guarda-roupa virou por cima." "Eita, morreu esmagado!"

"Nada! Ainda levantou o guarda-roupa, mas foi se apoiar na parede, a tomada descoberta,

220 volts." "Morreu de eletrochoque!"

"Bolou pela escada descendo. Tava vivo ainda e bolou pela escada."

"Morreu, quebrou o pescoço!""Não, levantou ainda foi se apoiar no cabo da panela,

o óleo quente por cima assim.""Ah, morreu...!"

"Ainda derrubou a geladeira por cima.""Morreu de que?!"

"Dei um tiro no cara dele!""O rapaz! Tu mataste o cara?!"

"O cara tava quebrando a minha casa todinha! Tava destruindo minha casa toda."

Vocês é que vão levar... Eu vou, eu vou.Vocês vão me levando lá.

Alô, alô. Tá dando?

- Bora, vamo lá.- Vamo lá. Onde é que a gente vai?

- Não sei, você que é daqui.- É, mas eu não sou daqui, cara.

Eu moro aqui mas eu não sou daqui.

Cara, eu sempre escrevi comédia, desde pequeno. Escrevia, escrevia, escrevia.

Só que eu sempre fui a pessoa mais tímida do mundo.

Eu nunca me imaginei num palco. Eu achava que um dia eu ia ter coragem de fazer,

mas é que nem essas pessoas que falam que um dia querem pular de paraquedas, sabe?

Meu pular de paraquedas era subir num palco.

Eu sou meio nerd. A minha referência com relacionamentos é o Mario e a Princesa.

Eu tenho a teoria de que o Mario foi meio que inspirado na indústria pornô.

Porque é só na indústria pornô que eu consigo aceitar a premissa de que a Princesa vai dar pro encanador.

Isso é uma coisa que eu gosto bastante, é de mitologia grega.

Eu acho os deuses gregos muito foda, sabe? Tem o deus do fogo, tem o deus do sol, tem o deus da água.

E tipo o nosso Deus é só Deus. Tipo, Deus, ponto.

A sensação que eu fico é que o nosso Deus fez faculdade e não quis procurar um pós...

Ele se conteve, tá ligado? Meio preguiçoso assim. Não tinha grana, sei lá.

Vendem até hoje shows de stand-up aqui em Porto Alegre com personagens.

Daí eu acho que é por isso que as pessoas tem essa confusão - aqui em Porto Alegres principalmente -

do que é stand-up e o que que não é.

Tem um show famoso aqui, acho que Primeiro As Damas. É o show mais famoso aqui.

Eles vendiam como stand-up comedy, só que eles usavam personagens.

Então não é. Na minha visão, não é stand-up comedy.

Qual é a diferença entre o stand-up e o de personagens?

Com o stand-up, eu tô livre de personagem. Eu tô desarmada, sabe?

Se eu não for engraçada, fui eu que não fui engraçado.

Eu que vou ficar toda semana deprimido porque eu não fui engraçado.

Se o cara com personagem não for engraçado, é o personagem dele que não foi engraçado.

Tipo, troca de personagem, sabe?

O que deve ser meio chato é tipo ser amigo de Deus. Ser tipo melhor amigo de Deus.

Porque Deus é Deus, né cara. Chegar pra contar alguma coisa pra Deus, ele vai falar tipo:

"Eu sei, cara. Eu sou Deus."

Isso é o bom stand-up, que a gente trabalha muito com o que tá acontecendo durante semana,

e a gente tá sempre ativo, a gente tá sempre escrevendo.

Nosso texto tem prazo de validade. O show que eu fiz ontem talvez daqui um mês não funcione.

Eu odeio ensaiar. Eu gosto de testar na hora. Vê qual é que é, sabe?

Eu não mostro pra ninguém antes, o que eu vou fazer.

- Se escreve...- Escrevo, guardo pra mim.

- Se ri sozinho, não?- Rio.

Tá, além de fazer comédia, eu sou estudante de jornalismo.

Eu vou me formar jornalista daqui algum tempo. Eu vou ser comediante e vou ser jornalista.

Ou seja, eu tô muito empenhando em ser desempregado.

O ideal do jornalismo no Brasil é meio que o William Bonner, sabe?

As pessoas acham todo mundo vai ser que num o William Bonner.

Só que o William Bonner é tipo uma exceção, cara. Porque o William Bonner é um cara muito foda.

Ele é um cara muito competente. Porque se você for parar pra pensar,

a Globo deu o Jornal Nacional pro William Bonner apresentar.

E hoje em dia ele é Editor Chefe do negócio. Tipo, a Globo deu uma mulher pra apresentar o jornal com ele.

Ele casou com ela.

Ela quis engravidar. Ele fez três filhos nela.

Numa gozada só, mano.

Alô, Jean? Então, deixa eu te explicar.

Eu tô trabalhando num documentário sobre gente que conta piada

e a gente vai passar por Araranguá daqui a pouco.

E eu queria saber se tu não queria contar umas piadas pra gente?

Mas claro que é! Minha mãe te indicou, cara! Tem certeza?

Não quer mesmo?

Não, então tá bom.

Não, tudo bem. Tá bom, tá bom.

Valeu abraços,Tchau.

Não quis.

Ele não quis.

1 minute later

Alô, Jean?

Não, é, mais é que Jean, é uma coisa simples. A gente vai chegar e vai conversar.

Tu não tem nenhuma obrigatoriedade de dar certo ou alguma coisa assim.

A gente tá filmando um monte de gente e eu lembrei de ti porque a gente ta passando por Araranguá.

Tá, tá bom. Obrigado Jean! Tá bom. Tchau.

A Jeane ligou assim: "Não, não, falei com ele. Ele vai fazer sim. Vou passar pra ele que ele te fala."

Aí ela passou pra ele. Ele disse: "Então agora ela quer que eu faça isso a todo custo!"

"Então eu vou fazer né! Eu tenho que fazer." Daí tá, então a gente vai pra lá.

Como é que é essa tradição tua de contar piada?

Não, na verdade eu não sou um contador de piadas.

Eu sou aquele cara que a turma diz que tem muita tirada, tem um raciocínio rápido.

Alguém que tem sempre uma piada pronta pra alguma coisa que alguém diz.

Em cima de alguma bobagem que alguém diz, tu diz uma bobagem maior, ou algo assim, tal.

- Funciona mais ou menos assim. - E quando a gente te ligou, você não entendeu nada.

- Não entendi, é, porque eu disse: "Isso não é bem a minha praia. Como é que eu vou falar dessas coisas?"

É difícil, tal. Daí a mulher, que em 107% dos casos sempre manda na vida da gente,

pegou o telefone...Ela tá rindo, mas ela sabe que é verdade.

E aí disse: "Volta atrás e diz pro Francisco que tu vai fazer isso!."

Como a gente tem que obedecer por uma questão de hierarquia...

Você conhece uma piada que era assim: Uma cara chegou no céu. Aí tinha duas portas assim.

Aí tinha um porta que dizia assim. Duas filas na verdade, com as portas que dizia assim:

Homens Que São Mandados Pelas Mulheres e a outra Homens que Mandam Nas Mulheres.

A porta Homens Que São Mandados Pelas Mulheres tava lotada

e tinha um cara na fila do Homens Que Mandam Nas Mulheres.

Aí um cara que tava lá no fundo falou: "Pô, só tem um cara ali. Deixa perguntar como ele conseguiu fazer isso."

Daí ele chegou pro cara: "Meu amigo, conta pra mim. Como é que você conseguiu mandar na tua mulher."

Ele falou: "Na verdade cara, eu nem sei o que eu tô fazendo aqui. Foi minha mulher mandou, eu tô aqui."

É bem caso. Não foge a regra.

A única chance que a gente tem de ganhar uma discussão contra a mulher, sabe qual é, né?

Fica quieto.

Não fala nada. É tua chance de ganhar a discussão. Se tu abrir a boca, perdeu.

Pro aeroporto pelo centro? Ao invés de pegar o túnel, tu passa a mão, vai reto,

procura aonde é que fica a Igreja da Cocheira e pergunta onde é que mora o Márcio, fica no fundo da igreja.

Ele é tenente da polícia e é músico.

Ele tira assim do bolso, quando vai as festinhas. Ele é meu primo.

E tá ali relacionado, piadas Druma, senha 200 e tu diz o número, e ele conta aquela piada pra tu e tu cai.

- É excelente, ele tem mais de 100, 200 piadas. - Sério?

Sério! Passa lá e diz assim: O Carlinhos, teu primo, que te indicou.

Bom dia!

A gente tá fazendo esse documentário, chama Piadeiros. É sobre gente que gosta de contar piada, fazer graça.

- Eu sou ex-piadeiros, pô.- Ex? Porque ex?

A idade vai chegando, a memória já não é tão boa assim.

- Você contava muito?- A gente contava, sim.

E eu tinha o hábito de ir pra banca e comprar livrinhos. Tinha um estoque de livrinhos,

e sempre na televisão. "Opa, piadinha, anota ali." Porisso que a gente tinha um papelzinho,

porque eu anotava qualquer coisa que lembrasse a piada. Então a gente tirava da carteira e ó!

- E não tem mais esse papel pra mostra pra gente?- Não, já faz muito tempo que a gente fez isso, né.

Tava o Manuel e o Joaquim pescando...minto, estavam caçando.

Aí começaram a caçar na boa, daqui a pouco veio um leão atrás deles, eles sairam correndo.

Manuel e Joaquim, correria danada. Daqui a pouco o Joaquim subiu na árvore e o Manuel começou a dar volta na árvore,

o leão atrás dele e o Joaquim: "Manuel, sobre na árvore! O leão vai te pegar!"

Ele disse: "Não, não te preocupa não, já tô com duas voltas na frente!"

"O doutor! A sua sogra morreu, o que que a gente faz? A gente enterra ou crema?"

"Olha, não vacila com ela, faz os dois."

Então é mais ou menos assim.

O cara em cima da mulher, da amante, daqui a pouco o cara chegou na garagem:

"Ai, meu marido tá chegando! Goza, goza, goza""Corno! Corno!"

Realmente o repertório tá bem limitado, né?

- Pô, eu cheguei 15 anos atrasado?- Chegou 15 anos atrasado. Só 15 anos.

A sogra perturbou Manuel, ele disse:"Ô desgraça, vamos levar essa mulher."

Aí pegaram e levaram ela pra fazer uma visita santa. Levaram ela pra Jerusalem.

Chegou lá, no Caminho da Via Cruz, de repente, a velha emocionada, com o coração batendo, morre.

Ele disse: "E agora?" E agora vamos ver o que a gente pode fazer.

Aí de repente chega lá o cara da funerária: "E aí amigo, como é que a gente faz?"

Ele diz: "Querido, é o seguinte. Pra enterrar aqui, a gente cobra U$ 15 mil."

"Pra levar pro Brasil de volta, nós cobramos U$ 30 mil. E agora?"

Ele disse: "Vamos fazer o seguinte. Eu pago os 30." O outro: "Meu amigo, mas porque?"

"Não, aqui já teve caso de ressureição e a gente não vai arriscar, né?"

O cara saiu do escritório, trabalhou até de madrugada. Ele saiu do escritório e foi direto pro puteiro.

Chegou lá no puteiro, pegou a mulher, levou pra quarto.

Tava comendo ela aí na hora que ela tava gozando, ela pega nas costas dele e arranha, todinho nas costas.

Ele era casado. "Puta merda, o que é que eu vou fazer quando eu chegar em casa?"

Ele preocupado o que que ele ia fazer. A mulher dele ia ver aqueles arranhados e ia chamar a atenção.

Aí ele chegou em casa, quando ele abriu a porta, o pobre do gato tava deitado no sofá.

Aí ele acertou-lhe o chute no gato. O gato pá na parede e saiu aos gritos.

Aí a mulher dele abre a porta do quarto: "Que é?! Isso é hora de chegar em casa? 3 horas da manhã!"

"Eu chego cansado agora do escritório e esse gato me arranhando. Olha o que ele fez nas minhas costas."

Aí ele mostrou o arranhado nas costas dele.

Ela disse: "Ah, meu velho, então vamos matar ele, porque olha a chupada que ele deu aqui no meu pescoço."

Como é que é a sua história com piada? O Henrique tava me falando que você gosta de colecionar piada.

É, eu colecionava. Eu tinha um livro, caderno, já tinha 830 piadas.

O nome do livro ia ser "Inglês do Interior", só que quando eu viajava, eu deixei em cima de uma banqueta,

e começamos a levar o barco e a água colou as folhas todas do caderno que eu tinha todas a piadas.

- Sério? Perdeu tudo anotado?- Perdi tudo.

Na época, quando eu procurei uma editora, o cara falou que eu deveria ter no mínimo 3 mil piadas.

Só que na sequência, eu ia completar rápido que naquela época eu tava focado só nisso.

- Isso foi quando?- Foi em 1995, quando eu viajava.

Eu sou marítimo também, então a gente ouvia muitas coisas viajando nos municípios.

Aqui pra você achar pessoas que contam piada, você chega e faz amizade com aquela pessoa.

Aí ele tira timidez dele e começa a contar. Porque se você chegar e: "Tu conta piada? - ele fica tímido,

fica com vergonha, se esconde. Tem uma câmera ali filmando, ele se esconde.

Se encontraram dois bêbados, no bar. Chegaram no porra já lá, aí beberam, beberam, beberam.

Aí um: "Já vou." O outro: "Também já vou."

Aí chegaram em frente da casa: "Eu moro aqui." O outro: "Eu também moro aqui."

Apertou a campainha, o outro apertou também. Aí: "Tu mora aqui?!" "Eu moro aqui!"

Aí quando a mulher abre a porta: "Bonito...pai e filho bêbado."

O cara tava fazendo a planta da casa dele. Tava fazendo o rascunho da planta.

Aí chega a sogra dele e diz: "Tá fazendo o que aí, pouca coisa?"

Ele disse: "Eu to fazendo a planta pra morar com a sua filha."

"Olha, você não esquece de deixar um cantinho pra mim."

Ele mudou a planta e fez a casa redonda, pra não deixar canto nenhum pra sogra.

O marido disse: "Mulher, eu vou no médico. Eu não to me sentindo bem do meu organismo."

Chegou no médico, o médico disse: "O senhor bebe?" Ele disse: "Rapaz, segunda, terça, quarta...

quinta, sábado, domingo as vezes eu bebo."

"O senhor faz amor?" Ele disse: "Muito pouco."

"É, o senhor não faz muito amor, não?" "Não..."

Ele chegou em casa, a mulher dele disse: "E aí, amor eu tava preocupada. O que que o médico disse?"

Ele disse: "Rapaz, ele disse que eu tenho que fazer muito amor."

Aí ele entrou pro banheiro, ela entrou pro quarto. Colocou aquela melhor roupa, aquela melhor lougerie.

Aí quando ela ouve na porta, ela disse: "Ê Francisco! Tu vai pra onde, Francisco?!"

Ele disse: "Tu não ouviu o que eu falei pra ti, que o médico disse? Eu tenho que fazer muito amor."

Ela disse: "E eu aqui?! Tu não ta me vendo não?"

Ele disse: "O mulher, lá vem tu com esse negócio de remédio caseiro de novo."

Mas fala aí mais sobre essa história do Seu Lunga que a gente andou ouvindo por aí.

- Você conhece o Seu Lunga também?- Na realidade eu conheço por foto, pessoalmente não.

Seu Lunga é uma figura típica e já conhecida em todo o país.

Aquele cidadão que tudo que você fala, você tem que falar com todos os pontos, todas as vírgulas,

com todos os ênfases em sentidos. Porque senão ele tá a resposta em cima da bucha e tem sentido a resposta dele.

- Quantos anos ele tem?- Tem 82 anos de idade.

De Juazeiro do Norte. Ele tem um comércio. Aí o cara chegou no lá - ele vende pra alguns amigos conhecidos -

paga quando sair o pagamento. Aí o cidadão chegou lá e disse: "Seu Lunga, eu vim pegar umas coisas aqui."

Ele disse: "Por acaso você deixou alguma aqui?" Aí entrou um cara e disse assim:

"Meu amigo, esse ônibus vai pra praia?" Ele disse: "Se você arranjar um biquini que dê nele, ele vai."

Numa loja lá, o agropecuário chegou lá e disse: "Tem veneno pra rato?"

O vendedor disse: "Tem, o senhor vai levar?" Ele disse: "Não, vou trazer os ratos tudinho pra comer aqui."

Aí pegou, chamou o garçom na hora de pagar a despesada. Aí pegou o talão de cheque e o garçom disse:

"Você vai pagar em cheque?" Ele: "Não, eu vou escrever aqui um poema pra você."

Ele com um balde com peixe, perguntam: "Ê Seu Lunga, o senhor foi pescar?"

"Não, não, o peixes se suicidaram aqui dentro, eu to levando pra casa pra comer."

- Seu Lunga!- Seu Lunga. Histórias do Seu Lunga.

- As piadas dele, eu tô me lembrando de outras...- Ele contou muito do Seu Lunga.

- Ele gosta do seu Lunga também.- Seu Lunga...

O Seu Lunga, o filho dele passou a noite chorando, aí levou ele no hospital de manhã cedo.

Aí o médico mandou ele sentar na maca. Sentou o garotinho e começou a ouvir ele.

"O que que ele sente, Seu Lunga?""Eu não sei. Se eu soubesse, não trazia ele aqui."

Ele saiu pra caçar, né. Aí tava toda a turma num barzinho e ele vinha com uma banda de anta nas costas.

Aí um foi perguntar: "Seu Lunga! Essa carne é nova?""Eu não sei! Não perguntei a idade da anta."

Seu Lunga vinha no carro dele na estrada. Aí o carro deu problema, furou o pneu.

Ele foi numa casa lá e bateu. "A senhora não tem um macaco pra me arrumar pra trocar o pneu do carro?"

"Não tem não, senhor. Mas se você for naquela casinha, ali mora um senhor que tem carro, ele dever ter macaco."

"Olha, mas se eu fosse o senhor eu nem ia porque o homem lá é muito ignorante."

"Pois eu vou!" Aí chegou lá e bateu.

"Boa noite.""Meta o seu macaco no cú que eu não preciso dele."

Tem do Arquimedes também. Arquimedes era parceiro do Seu Lunga.

Arquimedes chegou num bar e disse: "Cachaça aqui pra todo mundo."

"Pra você também!" - que era o dono do bar.

Botou cachaça pra todo mundo e aí: "Outra dose, outra rodada!" Cachaça de novo.

Aí lá pelas tantas: "Bem, agora o patrocinador da cachaça já vai..."

"E a conta?!""Como, pagar o que, eu não tenho dinheiro."

O cara sentou-lhe o cacete nele. Aí foi embora, passou três dias sumido.

Quando ele apareceu: "Cachaça pra todo mundo aqui!

Menos pra ti, porque quando você bebe, fica muito valente."

- O dono do bar...- É...

TInha um gordinha que vinha dando uns pulos. Parece um "VORUTREM" de pouso.

Aí ele chegou na beira do lago que tinha no meio da cidade. Tinha uma criança e ele disse:

"Será que não é crime eu pegar um peixe aqui?"

Aí o moleque olhou pra ele e disse: "Olha, crime não é. Eu acho que é milagre."

Aí ele ficou, pescou, pescou, não pegou nada. E com 15 minutos, chegou um padre.

Parou, jogou o anzol. Primeiro peixe, dois, três, quatro.Aí o cara olhou pra, batou no ombro dele e disse:

"Padre, qual é o segredo?"Ele disse: "Do que?"

Ele: "Eu tô aqui desde de manhã, não peguei um peixe. Não faz nem 5 minutos que o senhor chegou,

o senhor tá com quase 5 quilos de peixe aí." E sem minhoca, não era, compade?

Ele disse: "Não, filho. O problema é o seguinte. É que geralmente antes de eu vir pra cá,

eu costumo passar a mão em cima da perseguida de uma mulher que tem lá perto de casa."

Aí ele disse: "Vou já em casa!"

Aí chegou, a mulher dele tava lavando roupa. Ele veio por trás e passou a mão.

Aí ela sem olhar pra ele, disse:"Já vai pescar, padre?"

O Antonio encontrou o Manuel e disse pra ele assim: "Manuel, como é que vai?"

Ele disse: "Vou bem, graças a deus."Ele disse: "Tu já foi lá pra Manaus?"

Ele disse: "Fui.""Tu encontrou o Paulo?"

"Encontrei."Ele disse: "E o filho do Paulo?"

"Qual deles?""O mais velho."

"Virou viado.""Mentira!"

"Virou viado!""Mas rapaz, verdade?"

"Virou viado.""E o do meio?"

"Esse que virou viado mesmo. Esse virou viado."Ele disse: "Mas e o pirrotochinho?"

"O pirrotochinho, mais ou menos. Ele é viado, mas ele só dá quando bebe."

"Menos mal, graças a Deus.""Mas bebe, bebe, bebe que é uma desgraça."

Tinha uma mulher morta dentro de caixão.

O cara sentado, um cachorro do lado e uma fila de umas 300 pessoas.

Aí o cara viu aquela fila: "O que será isso? Novidade na cidade? Alguma coisa?"

Lá vem ele andando, não quis perguntar para ninguém pra não ser enxerido.

Chegou, olhou e disse, o cara sentado: "Meu amigo, o que foi isso aí?"

Aí olhou a mulher, não tinha sinal de nada. Rosto perfeito, aquilo tudo.

"Isso aí, o que foi, hein?""Olha, isso aí foi esse cachorro, cara."

"O que foi que ele fez?""Olha, só arranhou a canela da minha sogra e ela faleceu."

"Caramba, não presta esse cachorro aí, cara!"E olhou pra cara e disse: "Entra na fila."

- Cheio de gente.- A espera era grande, já.

Eu vou mandar a minha sogra assim também. O gosto de mandar a minha sogra desse jeito.

Inclusive, esses dias eu tava em casa, né. Lá com a minha esposa e tal, chamei meu cachorro: "Totó!"

Vem ele abanando o rabo. O rabinho dele já era cotozinho, assim.

Cheguei, peguei o teçado, botei em cima do coto, lá. Pá, e a mulher olhou pra mim e disse:

"Mas rapaz, tu estás doido cortando o rabo do cachorro?"

Eu digo: "Olha, a tua mãe ta vindo pra cá e eu não quero ver um sinal de alegria."

Ah, essa foi boa!

Um dos bichos mais fedorentos que tem nessa região aqui se chama tamanduá.

Pra nós é mambira. Rapaz, o bicho catinga. E quando o cara come ele, ele passa uns três dias que não suporta.

O pum dele, o suor, tudo.

Aí o cara doido pra falar com a namorada dele. Fazia um dia que ele tinha comido mambira.

Aí ele: "Mas eu vou lá". Chegou lá e sentou. Aí a vontade dele começou, não teve jeito e saiu, sabe?

Aí todo mundo, vixi, um olhou pra cara do outro. Aí a mulher disse: "Totó! Passa daí, Totó! Saia daí Totó!"

Aí ele olhou, o Totó embaixo da cadeira. Ele: "Putaquepariu, que sorte!"

Aí a vontade deu de novo, ele relaxou. Soltou um. Aí a mulher: "Sai daí Totó! Passa daí Totó!"

Aí ele pensou: "Putaquepariu, mas é muita sorte minha". Rapaz, no terceiro, todo mundo gritou:

"Totó, sai daí, se não esse cara vai cagar na tua cabeça!"

Tava tendo um assalto direto e ninguém sabia como é que assaltava, porque era no banheiro.

Aí o cara foi dar uma mijada, aí de repente, um anãozinho.

Tem coisa que a gente não vê, né. Cara andando com a foto da sogra na carteira,

geladeira preta também não tem e anãozinho viado é novidade.

Chegou o anãozinho e disse assim: "Ei, psiu!" Aí o cara olhou pra baixo e o anão disse:

"Deixa eu dá só uma pegadinha aí. Só uma pegadinha."

"Pô, tu nem chega, mano. Que que tu quer?""Não, pegar pra mim, chupar bacana."

"Sim, mas tu nem chega aqui!" "Mas eu tenho um tamoborete, tenho um banquinho."

Aí ele pegou e subiu no banquinho. Pegou, lubrificou bacana e colocou na boca.

Quando ele colocou na boca, ele apertou e disse: "É um assalto!"

"Passa a carteira, passa tudo! Se reagir, eu pulo do banco!"

Aí tinha um tal de Paulão, o cara abandonava a mulher direto.

Nesse dia, umas 10 horas da manhã, ele conseguiu conquistar uma anã, desse tamaninho.

Botou no carro e saiu.

Um colega dele passou e viu ele de mão dada com a anã. Aí o cara disse:

"Paulão, tu já vai comer?"Ele disse: "Não, vou fazer apenas um lanche."

Brigado.

O Mineiro passando, achou uma lâmpada do Aladim. Esfregou a lâmpada, saiu o gênio.

Falou: "O senhor tem direito a três pedidos. Primeiro pedido?"

Ele falou: "Eu quero um queijo." "Segundo pedido?"

"Eu quero uma mulher." "Terceiro pedido?"

"Mais um queijo." O pessoal: "Pô, como é que você pediu dois queijos e uma mulher?"

"Ah, eu fiquei com vergonha de pedir três queijos, então eu pus uma mulher no meio só pra despistar."

- Você é professor? Como é que é? - Eu sou professor de matemática.

Qual que é a tua relação com essa coisa de humor?

Olha Gustavo, é uma coisa spontânea. Parece que é nata.

Eu diria assim que é uma coisa nata, porque eu vivo alegria. Eu gosto.

Eu costumo até brincar o seguinte - que tristeza nós não tem e alegria com nós mora.

Se mandar cantar, nós canta.Se mandar chorar, nós chora.

Dois compadres que trabalhavam juntos na capinga, todo dia quanto voltavam do capinga,

passavam na vendinha e pediam duas pingas.

O dono da venda já acostumou com aquilo. Marca o ponto.

Tomavam as duas pinguinhas. Não tinha sinuca, não tinha tira-gosto, nem nada, e ia embora pra casa.

Um dia um deles virou: "É compadre, eu fico pensando aqui um dia que um de nós faltar,

vai ficar sem graça. O que ficar vem cá tomar uma pinga?!"

Ele falou: "Não compadre, quanto a isso, a gente podia fazer um trato."

"O de nós que sobrar, vai tomar a pinga dele e a do compadre."

Passa ano, entra ano, um dele faleceu. O outro continuou.

"Gente, a gente falou brincando, mas quem sabe isso não pode virar verdade? Trato é trato."

Então quando ele chegou lá venda, pediu duas. O dono da venda pistelou:

"Mas o seu companheiro já se foi, você vai pedir duas pingas?"

Ele falou: "Não, que nós fizemos um trato. Quem ficasse tomava a pinga do outro."

"Ah, pois sim." Então pegou os dois copos, colocou as duas pingas.

E assim também vai. Vai tempo, vai tempo. Tanto é que vendeiro continuou. Pegou o sistema, duas pingas.

Um dia ele chegou lá e colocou duas pingas. Ele falou: "Não, quero uma só."

"Ué, porque? Não to te entendendo mais não.""Eu parei de beber, vou tomar só a de compadre."

Teve uma senhora que encontrou comigo ali e uma moçinha, neta dela provavelmente,

que tava dando retorno. Eu pensei: Essa menina foi pra feira Euseba Matina, comeu muito, tá indisposta.

Aí eu vi a menina passando mal e falei: "Dona, aposta que foi comida, né?"

Ela falou assim: "Foi sim, mas vai casar, se Deus quiser. Vai casar, se Deus quiser."

Eu falei: "Não é isso não, dona..."

- Decora fácil mesmo?- Pessoal até fala, coisa que presta você não decora.

Agora, bobagem, esses trem assim, tem facilidade. A esposa é que fica com raiva.

Ela não gosta, porque eu sou assim 24 horas por dia, você entendeu?

Vamos ver se ele tá lá?

Boa tarde! Tudo bom, coração? Tudo beleza? XXX

Eu tô com um pessoal aqui, eles são de uma gravadora de São Paulo.

Aí me abordaram ali, pra contar uns casos, umas piadas, eu lembrei do seu marido.

Será que ele taí? Ele teria disponibilidade? Não sei.

- Deixa eu ver com ele que ele tá meio resfriado.- Ê, sabe que XX pra que que faz mal, né?

- Então vocês dois gostam de contar piada? - Gostamos.

De vez em quando um grita por outro: "Tenho uma nova!"

Ele me para na rua e para o carro: "Vem cá, deixa eu te contar, tenho um nova aqui."

- Pode esquecer no meu XXX...- Costuma ser até dentro a igreja.

- Na igreja não pode não.- Aonde tá...velório...

- O Gaúcho?- Bora.

Diz que o Gaúcho chegou em casa e a menina tá lá com o vibrador, né.

"Minha filha, tanto homem e você aí com esse vibrador. Que isso, tchê?"

"Ah pai, esse aqui não bebe, não fuma, não chega tarde em casa, não me engravida, não tem problema."

"É, pensando dessa forma, tudo bem." Diz que dias depois, chega ela tá ele com vibrador.

"Pai, que isso?!""Ah, to batendo um papo com meu genro."

Ele é assim. Ele encontrou comigo na rua, tem um aperitivo novo pra gente, né.

Agora é gozado. A partir do momento você aposenta, que foi o meu caso,

se parte pra piada. Se você me contar uma aqui, nunca mais eu esqueço.

Posso até perder um pouco, mas eu não me esqueço mais.

- E pra outras coisas eu não lembro.- Piada você guarda?

Piada eu guardo, por incrível que pareça. Gozado, né?

Atrás do campo de futebol, nessa rua, você vai certinho.

- Lucio Faca (PACA?), que ele chama.- Lucio, o que?

- Lucio Faca XXX.- Então, mas eu vou aqui...

Você vai aqui, contorna a igreja, até o campo de futebol.

- Tá. Lucio Paca? - Lucio Paca.

- Vamobora. Vamos lá.- Obrigada!

Acho que é aqui, cara.

A gente tá fazendo um documentário sobre gente que gosta de contar piada.

Piadeiro bom, assim. Aí o Quinzinho ali do posto falou pra vim procurar ele aqui.

- Ele saiu agora pra fazer um carreto aí. - É?

- É, daqui uma hora mais ou menos você acha ele aí. - É?

- Ele gosta de fazer graçinha mesmo.- Gosta, né?

- Gosta.- E é engraçado?

- É. Vocês voltam mais tarde que acha ele aí. - Tá, vamos tentar ligar.

- A gente tenta ligar então. - Deixar ele preparado pra fazer umas graças pra gente.

É mesmo. Um palhação.

Sua mensagem está sendo encaminhada para a caixa postal e será...

- A gente tenta mais tarde um pouquinho então.- É. E aí pessoal? Que que vocês recomendam?

Deixe seu recado para...

Ele deve do tipo...ela até falou: "Não sei se ele levou o celular..."

Acho que a única coisa é voltar lá e ver se ele tá em casa.

Lucio?

Lucio?

É, a TV ta ligada, não tem ninguém aqui. Será que eles tão fugindo da gente?

- Você chama o Lucio pra gente, por favor? - Ele tá dentro do quartinho.

- Essa porta branquinha aqui?- Ah Hã.

- Será que tem um jeito você chamar...- Ele tá com vergonha!

- Ah, ele tá com vergonha? Ele não quer vir aqui?- Quer não.

Deixa eu conversar com ele sem câmera, então. A gente não filma não, tá bom? Corta aí.

Aí a gente foi no posto, falou com o Quinzinho, aí ele falou de você, que você é bom contador de piada.

Vamos se ver amanhã de manhã no posto. Nós se encontra todo dia no posto pra tomar café.

- Ah é? Qual posto?- No posto onde Quinzinho trabalha.

5:30 nós vamo pra lá e fica lá até 8 horas. De 8 horas cada um toma o seu rumo.

Ah, então a gente podia encontrar vocês lá pelas 6 horas. E vai pensando nas piadas, hein?

- Só tem que ser engraçado, só isso.- Piada tem que ser engraçada, né?

[Imagina] contar uma piada que não engraçada...Vou contar pra você a piada do curioso, então.

- Agora, já? - É.

- Bora então.- Deixa eu contar pra você a piada do curioso.

O cara era muito curioso. Tipo curioso demais, tudo ele queria saber.

E tinha um outro camarada que tava devendo ao outro. Tava devendo ele.

Aí foi na casa curioso e falou: "Eu vou lá cobrar daquele camarada, porque ele não quer me pagar."

"Ruim pagador demais!" Aí pegou ele, o curioso, levou lá, falou: "Vamo lá que eu vou cobrar dele."

Chegou lá e cobrou do cara: "Eu vim cá pegar o meu dinheiro. Eu to querendo o meu dinheiro."

E o curioso lá escutando. Aí o que que o cara fez? "Eu não pago nem morto!" E deu um tiro no ouvido.

O cara que tava devendo o outro, deu um tiro no ouvido. Caiu pro chão.

Aí o cara que tinha que receber, pegou o revolver, deu um tiro no ouvido também.

"Eu recebo nem que seja no inferno!" E deu um tiro no ouvido também.

Aí o curioso ficou lá, sem saber o que fazer de tão curioso, pegou o revolver e disse:

"Eu não perco essa briga por nada!"

- O Lucio até contou uma piadinha pra gente.- Contou?

- Contou a do curioso, você conhece?- Conheço!

- Tá demorando demais.- Então quer ir lá?

- Vamos?- Ou você acha melhor ir sozinho?

Eu acho que se vocês forem ele não vem. Eu vou e já sei o que que eu vou fazer.

"Lucio, o pessoal não chegou até agora!"Aí ele vem comigo.

- Não é não?- O pessoal falou que ia...

- É,eu fui lá e eles não chegaram.- Deram o cano na gente.

Ah, então eu vou lá fazer o XXXNa hora que ele chegar não tem jeito dele voltar mais.

- Eu vou lá buscar ele então.- Tá bom.

- E aí? - Ele falou: "Vou ter que ir lá pro Sumidouro agora".

Fala pros meninos que não vai dar pra eu ir não, tem que ser outra hora.

- Eu falei, não, tem que ser agora. Ele cascou fora. - Cascou fora? Não acredito.

- A gente foi na casa dele ontem...- Combinou tudo certinho.

Tudo bem? Você trabalha aqui no mercado?

To fazendo um documentário sobre gente que gosta de contar piada, boa de contar piada, engraçada.

- Primeiro corredor, segunda a esquerda. - Como é que é?

Segundo corredor a esquerda. Chama Araújo o rapaz.

Oi! Tudo bem? Aqui que é o Araújo?

- Você que é o Araújo? 
- Sim.

Bora, deixa eu falar com você.

Pode falar, eu vou cobrar viu? Tá filmando, eu vou cobrar. Eu dou entrevista aqui cobrando, cobrando!

Eu só quanto quando eu tô bêbado, entendeu? Eu não bebi hoje ainda...

- Sóbrio não tem piada? - Ó lá o cara...

- Sóbrio não tem piada?- Não, sóbrio não. Sóbrio não pode, porra.

Eu vou contar piada sóbrio, tá doido? Bêbado é que o cara foda né.

Tudo acontece com o bêbado. É verdade. Essa cara tem uma cara de pinguço, essa que tá segurando aí.

- Não, mas esse é mais. - Esse é mais, não é?!

Esses caras juntos devem beber pra caralho. Olha a cara daquele lá. O time dele ganhou.

Cê tá rouco? Tá fônico? Galão ganhou, né? E esse galo, deixa eu ver.

- Quem que você me indicar aqui?- Bom contador de piada?

Tem um cara aqui que ele é fudido desse troço. Põe aí aquele barulhinho.

Na hora que eu falar 'fudido', você 'blip'.

Quer falar com um cara assim? Vou te levar num cara. Quer?

- Ele é engraçado?- Ah, eu acho.

- Ele faz o que? - Se sabe que o lado cômico dependo do jeito do cara contar.

Não é piada que é engraçada, é o jeito que o cara contava.

Eu vou te levar num cara que conta uns casos aqui. O cara é bom. Vamos lá então.

Eu tô ajudando, aí, tá vendo? Não tá sabendo nem andar no mercado, né?

Tira esse pedaço de pau de cima de mim.

Se sabe que o inimigo do bêbado é o disnível. Esse degrauzinho fode o bêbado.

Diz que o bêbado chegou em casa, o elevador parou 10cm do piso.

Ele deu uma porrada naquilo, um topada, que o dedão virou.

Aí bateu o cotovelo no peito da moça dentro do elevador.

Aí falou: "Moça, se o seu coração for macio como os seus peitos, você há de me perdoar."

Ela falou: "Se o seu pau for duro igual seu cotovelo, eu moro no 312."

Ó ele lá, ó. Trouxe a televisão pra você contar uns casos pra eles aqui.

É, ué. O menino é bom. Tem que contar um caso, esse cara aí sabe.

Sabe ou num sabe? Tô falando. Termina de atender o moço e a gente vai contar um caos.

Vai sair no cinema. Vai mostrar no cinema naqueles intervalos entre os filmes, né?

- É filme mesmo. É um documentário.- Como chama?

- Piadeiros. - Piadeiros, aí.

- O artista aqui é ele. O artista é o Araújo. - Sou nada.

A gente não pode ficar de fama na classe não. Ficar contando piada de bêbado pra esses cara, nós tamo fudido.

Diz que o bêbado agora, não pode beber e dirigir. Deu um sinal pro taxi, tava muito ruim.

Parou o taxi e disse: "Aonde coloca 12 cervejas e dois pedaços de pizza?"

"Põe aí atrás aí."Barf.

Diz que os cara não tão querendo mais pegar bêbado.

Pega o bêbado e diz: "Onde é que você mora?""Ali!"

Diz que teve um cara desse que chegou e falou assim: "Quando deu a corrida?"

O cara falou: "Deu 30." Ele enfiou a mão no bolso e só tinha 20.

"Ah, dá um rezinha de 10 aí pra voltar taxímetro." Chega, tá bom né?

E vem cá, o Chico queria comprar um cachaça aqui também.

- É lá aonde eu tô.- É lá com você?

Deixa eu trocar agora que eu vou filmar. Você vai vendar cachaça pra ele.

Vem cá que o XXX das cachaça é pro lado de cá, ô pinguço.

Cê sabe que antigamente chamar o cachaçeiro era um ofensa. Hoje é elogio.

Eu tenho cachaça de 500 conto. Essa é boa e essa é boa.

- Então, eu tenha essa lá em casa.- E essa?

Essa daqui não. Vou provar a Dama de Ouro e a Perseguida.

- Não, mentira, a Dama de Ouro eu já tomei. - Você num lembra, né?

Bêbado é assim, esquece pra beber de novo. Os caras são foda.

Diz que o bêbado chega na casa dele, aí abre a porta, a sogra com a vassoura na mão.

Ele diz: "A senhora vai voar ou vai varrer?" Tá morto, né.

Quem vai? Cê vai, do som? Esse cara num bebe...Quem não bebe não é confiável, viu cara?

Só serve pra dirigir o carro pra gente na hora de ir embora, né?

Esse bebe. Cê bebe? Diz que o cara que ajuda o padre, aqueles sacristão,

ele bebia o vinho do padre. E o padre pegava a mulher dele.

Tudo escondido, um fingia que não sabia, o outro. Diz que chegou o dia da confissão,

ele chamou o sacristão: "Você vai confessar lá comigo."

Aí chegou lá e falou assim: "Quem anda bebendo o vinho do padre?"

Aí ele falou assim: "Ah rapaz, aqui do lado de cá a gente não escuta nada, aqui da janelinha."

"Que isso, para de brincadeira rapaz, que a gente tem que trabalhar."

"Não escuta nada, seu padre. Que que o Sr. falou?""Quem bebeu o vinho do padre?"

Ele falou: "Ah, eu não to ouvindo nada." "Vamos trocar de lado."

Aí trocou e ele falou do lado de lá: "Quem tá comendo a mulher do sacristão?"

"Ah rapaz, engraçado, do lado de cá a gente não ouve porra nenhuma mesmo." É ruim mesmo.

Tem outra também que é assim. Diz que o padre tava fazendo confissão na cidade.

Chegou o viadinho da cidade lá. Aí na hora deu uma diarréia no padre danada.

Ele chamou o padreco novo, abriu a cortina: "Vem cá, fica no meu lugar."

"Ah, mas eu não entendo nada, esse negócio de penitência."

"Ah, mas isso você manda uns Pai Nossos, 10 Ave Marias..."

Aí o cara ficou lá, o padrinho novo. Aí o bichona começou:

"Ah, eu deu pro Serginho, eu dei pro Paulinho da farmácia, o padeiro..."

Aí ficou pensando, esse cara sem vergonha, devasso, penitência né cara?

Aí abriu a cortininha, veio passando o sacristão: "Vem cá, meu filho."

"O que que o Padre Jão dá de penitência pra quem deu?"

Ele falou assim: "Ah, ontem ele me deu dois pastel e uma coca-cola."

Todo cara bebe, né. O cara que não bebe, não dá.

Cê vai pra mesa com um cara que não bebe, conta um segredo pra ele, amanhã ele te entrega.

- Que ele lembra né?- Ele lembra.

Eu contei 15 piadas pra esse cara. Se eu não sair lá 3 segundos e vou quebrar esse vídeo aí.

Cachaça boa é melhor que sogra ruim, né? No outro dia, passa.

Diz que o bêbado entrou no ônibus, a mulher falou assim...

Ele sentou do lado dela. Bêbado fedorento. Ele falou: "Mulher feia!"

Aí a mulher olhou pra ele: "Ah, mas você tá muito derrubado."

"É, mas amanhã eu sarei. Normal. Você tá fudida, vai morrer feia."

Eu vou levar aquela Dama de Ouro e essa Caetano que eu gostei.

A Santa Caetano é legal. Tu gostou da Lamburana? Você nem provou!

- Eu provei o cheiro, cara.- Da aí a Lamburana, o cara vai beber, põe pra ele.

- Aquela lá ó...- Pra mim pode ser na garrafa de cerveja.

- Eu gostei dessa aí na garrafa de cerveja.- Pega lá. Ele vai servir aí, ó.

Esse menino eu já tô contratando ele aqui, viu?

Tô precisando de um cara de som pra me ajudar a vendar cachaça. Você vem?

Mas vocês contrataram um cara mudo? É cinema mudo? Ele não fala nada!

- Fala alguma coisa aí! Ele é XX XXX esse cara?- Não, ele é de Jequié, esse cara.

- Ele é Baiano, rapaz.- Cê é Baiano?!

Meu sonho era fazer um tererêzinho. Eu sou careca, aí fudeu, não tem jeito.

Meu pai falava que um homem gordo e careca, as mulheres preferem.

Acha que tem dinheiro, fica rico. Eu fiquei com pressão alta e diabete.

Errou igual a porra, esse cara, aí fudeu. E é ruim que todo mundo fica te comparando.

"Se é a cara do seu pai!" O cara tinha 80 anos, velho. Tá me fudendo.

O Baiano chegou e falou: "Pô Mineiro, você fala muita vogal."

Ele falou: "Ah é, uai, ó."

Aí o cara casou no interior. O cara manguaçeiro, bebum, casou com a menina casta do interior.

Primeira noite de lua de mel, ela se trancou no quarto.

Aí ele batia na porta: "Abre aí, porra! Abre aí, eu quero entrar!"

Ela: "Ah não, eu to com vergonha." "Abre, tô querendo entrar aí. É lua de mel."

Ela falou assim: "Eu tô com medo.""Medo cê vai ficar quando cê ver com o que eu to batendo."

"Aí você vai ver aonde é que mora o medo. É aí."

O Mineirinho chegou no bordel mais chique de São Paulo.

Da mais alta qualidade. Chegou no puteiro, assim:

"Eu quero falar com a Natália" Aí o cara falou assim: "Meu amigo, deixa eu te falar uma coisa."

"A gente tem 500 mulheres aqui. A Natália é mais cara."

"Porque que você quer falar com a Natalia?""Eu quero falar é com a Natália."

"Então vamos chamar a Natália." Chamou a Natália, aquele avião, maravilhosa.

A conversa vai: "Ó, eu cobro mil Reais o programa." O menino: "Não tem problema não. Eu quero."

Aí subiram, lá, aí foi embora. Chegou no dia seguinte tava o Mineirinho lá fora de novo.

Chegou o MIneirinho: "Que que você quer?""Eu quero a Natália."

"Mas você teve aqui ontém!""Sim, gostei." Subiu.

Aí pá. Terceiro dia, tava o Mineirinho de novo. "Não é possível, cara."

"Ah, não nem que é isso, tem alguma coisa errada."

Ele falou: "Meu senhor, o senhor de novo?!""É, eu quero ver a Natália."

"Não é possível." Aí Natália já chegou e falou: "Ó, não vou dar desconto não."

"Não, não quer desconto não. Do mesmo jeito que foi, eu quero assim."

Aí no que tava transando, ela falou assim: "Mas que coisa louca né? O senhor é milionário excêntrico."

"O senhor é MIneiro?""Sou."

"O senhor é de onde?""Eu sou de Belo Horizonte."

Ela falou: "Óia. Onde é que o senhor mora lá?""Eu moro no bairros dos Tacos. XXX"

"Olha, o bairro que a Sra. Letícia mora!""Sim, eu sei, eu conheço ela."

"Vocês venderam um lote lá, ela pediu pra eu te entregar 3 mil reais."

"Eu só cobrei o carreto."

"Cobrei o carreto." É boa, é boa, é boa.

Mas você são de onde? Qual que é o esquema, me conta.

A gente tá viajando por vários lugares e tudo e descobrindo assim.

- Ah, que legal. - Que nem a gente fez aqui.

- E acharam o bróder, cara. Que coisa boa. - Achamos.

Bróder. Porque que é bróder? Eu trabalhei no Iraque no treinamento de Julho, de 81 a 84.

Eu era o arquivice e tomava conta do projetos e tinha um árabe que chamava MOhammed Hamed.

O outro chamava Hamed Mohammed. O outro era Hamed Mohammed Hamed.

Aí eu não conseguia saber quem era Hamed, que que era Mohammed: "O bróder, please, work here."

"Bróder, bróder!" Chamava todo mundo de bróder, acabou que virou.

Aí quando eu voltei, eu abri um Bar do Bróder aqui na rua Ingaí.

Aí Bar do Bróder, bróder, bróder. Se você perguntar que é Delso do bar, ninguém sabe.

- Mas eu sou o bróder.- Como começou essa história de contar piada?

Deixa eu te falar uma coisa. Vou te contar desde o início da história.

Meu pai, Donato Leite de Andrade, ele era um contador de piada exímio.

Ele era artista. E eu herdei isso dele, entendeu? Porque minha mãe falava assim:

"Onde o Donato tava, qualquer esquina, tinha uma rodinha."

Ele chegava: "Quem tá ali?" "É o Donato Andrade contando piada."

Então eu herdei isso dele. Conto piada desde cedo, desde menino.

E aí, pô, vocês chegaram aqui eu tava contando piada pra eles.

Então é assim, é uma coisa que tá no meu sangue. Eu gosto de contar piada.

E assim, eu acho que eu sou engraçado, porque, pô, tudo quanto é lugar que eu vou,

eu arrebento as pessoas. Então vamos contar.

A lagartixa e o urso panda fumando um baseado em cima da árvore.

A lagartixa e o panda. A lagartixa: "Ô panda, passa aí, panda."

"Ô lagartixa, devolve aí!" Pá, os dois fumando.

Aí lagartixa fala assim: "Nossa panda, bagulho doido. Deu uma sede danada, to morrendo de sede."

"Ó o rio lá. Vai lá no rio." Aí a lagartixa: "Boa idéai!"

Desceu a árvore, foi lá tomar água no rio. Só sei que ela tava muito doida e capotou pra dentro do rio.

Aí começou a afogar. Aí foi passando um jacará assim, viu a lagartixa afogando.

Ele levantou a lagartixa na cabeça: "Que isso lagartixa! Cê é doidona? Se afogando!"

"Pô jacaré! O panda me fez a cabeça. Eu fui tomar água, você me salvou."

Aí o jacaré falou: "Ué, se eu te salve, quem sabe você me salva."

"Como assim?" "É o panda que tem?"

"É.""É seu amigo?"

"É.""Vamo lá."

"Vamo.""Onde é que ele tá?"

"Tá naquela árvore lá." Aí saiu da água, a lagartixa na cabeça do jacaré.

O jacaré andando, a largartixa assim. Chegou em baixo da árvore:

"Ô panda! Ô panda!""Que isso lagartixa?! Você bebeu água pra caralho!"

"Que isso lagartixa! Se bebeu água!"

Você não tem problema com a Argentina, não?

O avião caiu, aí sobreviveu um Argentino, um Árabe e um Hindu.

O cara da Índia, o cara Árabe e o Argentino. Ele começaram a andar, todo mundo morrendo de fome.

Aí chegou num lugar que tinha uma casinha bem simples, bem humilde.

Aí bateram na porta e falaram assim: "A gente quer abrigo. Nós tamo morrendo de fome.

Nós caímos dum avião." Aí o cara falou assim:

"Olha, eu posso acomodar dois aqui dentro, porque minha casa é muito pequena."

"Um vai ter que dormir no celeiro com os animais.""Sim, não tem problema nenhum."

Aí o da Índia falou assim: "Eu sou humilde, eu sempre vivi na humildade.

Eu não tenho problema nenhum em dormir no celeiro." Aí foi.

Passou um tempinho, voltou, bateu na porta. "Não posso dormir lá." "Por que?"

"Porque lá tem uma vaca e a vaca na nossa religião é sagrada.

Eu não posso dormir do lado de um animal sagrado." Aí o Árabe:

"Ah, não tem problema. Então eu vou, não tem problema não." Aí o Árabe foi.

Passou um tempinho, bateram na porta. "Não posso dormir lá." "Porque?"

"Porque lá tem um porco e na religião Muçulmana não admitimos porco. Não posso ficar perto de um porco."

Aí o Argentino: "Gente, tudo bem né. Sobrou pra mim, eu vou." O Argentino foi.

Aí passou um tempo, bateram na porta. Era a vaca e o porco.

"Não vou ficar lá com o Argentino! Que bosta!"

Havia uma senhora que nunca tinha prazer com o Seu Manuel. Nunca, nunca.

Então houve um dia que ele estava escarachado em cima dela.

Ele comprava flores, comprava lingerie e ela nada.

Houve um dia que eu tava lá em cima dela, tava lá a fazer o amor, já escorrendo o suor, dizendo assim:

"Porra Maria! Compro tudo, tudo que tu quer e tu nem 'ai' mandas."

"Ora Manuel, que queres que eu faça? Eu tenho um sonho." "Que sonho é esse?"

"Eu tava fazendo amor contigo e tal, até que um pretão abana um leque."

Ele: "Pronto, eu não quero que te falte nada"Chegou lá fora, lá foi buscar o preto.

"Olha, agora tens que ir lá na minha casa, agarras no leque.

"Só não deixe escapar o leque o eu tô fazendo amor com a minha Maria." Tá bem.

Ora, Manuel se escarracha e o preto a abanar o leque e ela nada. E o preto já lento, com sono e o Manuel também e ela nada.

Ora, até que ele: "Escuta Maria, olha nem com o preto aqui abanando o leque!"

"Olha, eu tenho outro sonho...""O que que tem?"

"O preto vem pra aqui e tu abana o leque maaaal. Mal volta..." Olha, está fazendo leque não sei porque.

"Pronto Maria, não quero que te falte nada." O Manuel agarra o leque.

Assim que o preto escaracha em cima dela, ai minha gente, começou: "Ai, Manuel que coisa tõa boa!"

E o Manuel abanando o leque. "Ai que coisa tão boa, que preto tão bom!" E ele abanava o leque.

"Ah, que coisa boa!" E ela esperneava, até aspargatas fez. E o outro abanando o leque.

De repenete acabou de fazer amor, chegou pro Manuel e preto e assim: "Em casa via é preta, vê como cê abana o leque."

Havia um senhor, trabalhava no circo. Então era domador de crocodilo, até fazia o tour com os crocodilos.

Imagina como ele andava com os crocodilos. Chegou ali, agente ia ver o espetáculo do homem.

Chega lá e entra, mete o crocodilo em cima de uma mesa.

Abre a boca do crocodilo, mete uma mão lá dentro. A mão esquerda. Tudo a bater palma, tudo louco.

Ele tira a mão esquerda e mete a mão direita. Bem, aí até se passaram.

De repente mete o pé esquerdo lá dentro e perna. Bem, aí então houve um catástrofe maior.

Mete a perna direita também. De repente mete a cabeça lá dentro.

Epa, pois já tava tudo XXX assim. "Tenho que fazer aqui uma coisa que eles fiquem mais entusiasmados."

"Já sei!" Abaixa as calças, mete lá a ferramenta, fecha boca do crocodilo, pega duas punhadas,

e pega lá o apresentador do circo. "Da aí o microfone!"

"Alguns dos presentes que está aqui quer vir aqui embaixo para fazer isto?!"

Alguém salta assim da platéia: "Ai, eu! Mas não bata na cabeça."

Muito obrigada, muito obrigada!

- Boa tarde.- Que tal é isso?

- Tudo bem?- Que estás vendendo?

- A cabana é aqui. Sabe o nome da pessoa?- Não, mas é o dono do lugar aqui.

Olá! Tudo bem?

Boa tarde, tudo bem com o senhor? Tamo fazendo um documentário sobre contadores de anedotas.

Ah, eu posso contar uma quantas. Vocês vieram até meu sítio.

Não foi a toa, a gente teve lá no...

Estivaram no XXX de Santo Amaro e falaram, Seu Zé, que você contava muito bem anedotas.

- E eles perguntaram aonde era o Pepê é aqui. - É aqui. Vou contar uma anedota boa pra voces.

- Querem com picante ou sem picante? - Com picante e sem picante, os dois.

Então como quiser, com picante e sem picante.

Dois vilhacos foram aqui ao convento das freiras dizendo assim.

"Vamos zuar as freiras todas!"

Disse uma freira assim: "Ai todas não! Menos a madre superiora."

Diz a madre superiora: "todas são todas!"

Acabaram, foram-se embora

Diz uma freira assim: "perdoai-os senhor que eles não sabem o que fazem."

Diz outra freira: "Não sabe o seu, porque o meu era um mestre."

Mas tá bom..

Entra um senhor numa pizzaria e sabe-se que há pizzas que são pizzas famliares.

São grandes, né?São maiores a pizza familiar.

Então estava uma senhora e entrou um senhor com duas pombas, uma de cada lado

com duas meninas bonitas e pergunta:

- "Tem pizzas?"- "Pra quanta gente? São Familiares?"

"Não, são duas putas mas a gente come."

São muitas piadas, agora não dava. Vou parar.

Não tem mais nenhuma não?Uma última!

- Ah, tem mais!
- Para sairmos! Essa foi boa.

Foi um XXX a caçar, saiu num jipe.

Iam num jipe, chegaram na ribeira, tava um pastor lá a pé.

Ele diz assim: "Ô amigoI O jipe passa bem aqui na ribeira?"

"Passa!" diz o pastor. Assim que entra dentro da ribeira, fica o jipe todo tampado d'água.

Diz o cara: "Mas você dizia que passava bem! O jipe ficou tapado d'água!"

Diz ele: "Olha, inda agora passou-lhe um pato, vá voando como ele."

- XXX, Gracas a Deus...
- Boa caçada pro senhor amanhã.

- Muito obrigado. 
- Que pegue muito pombos.

- E obrigada pela vossa visita!
- Obrigado.

- Obrigado! 
- E amanhã vamos ao norte.

- Então vão com Deus e que Deus os abençoe. 
- Obrigado.

Bom dia!

Bom dia, tudo bem? As senhoras são daqui, do Porto?

- Somos, sim senhor.
- Então talvez as senhoras possam me ajudar.

Eu fazendo um documentário. Eu sou brasileiro. To fazendo um documentario sobre contadores de anedotas.

As senhoras conhecem alguem daqui, da ribeira, que conte bem anedota?

Aqui todas as anedotas que contam é para pedir fiado.

- Conta piada pra pedir fiado, é?
- É, todos eles contam é pra pedir fiado.

Sabes pedir fiado? Anda pra aqui contar uma anedota.

- Ah, não sei! 
- Manda buscar o Fernando Rocha.

Eu era fressista de profissão.

A da vatura eu consegui arranjar um emprego dos sonhos com meu taxista

que é trablhar nos combios de Portugual. Olha, nessa altura, eu tinha ganho um concurso na TV.

- Chamava-se Hit Hit e eu fiquei em primeiro lugar. 
- Era um concurso de piada?

De piada. Conclusão, na altura, eu comecei a ganhar dinheiro, pois.

Ganhar algum dinheiro com espetáculos e cheguei a ganhar mais dinheiro...

Santino! Comecei a ganhar mais dinheiro por semana a contar piadas,

do que trabalhar o mês inteiro como taxista. Então eu tinha um anjinho do lado e o diabo do outro.

O diabo dizendo: "Ah, larga a CP vai contar piadas!" O anjinho: "Não, estamos indo pelo estrago."

"Olha que agreble, tanta sole XXX. Não fazes nada, trabalha, não fazes quase nada e ganhas o teu."

O engenheiro daqui chamou e me disse: "Olha, aconteceu isso assim assim.

Vai trabalhar o teu contrato no próximo mês, não vamos renovar contigo."

E eu cumprimentei o homem e disse: "Muito obrigado, seu engenheiro!"

E eu disse: "XXX XXX. Muito obrigado, você está me empurrado para onde eu queria ir!"

Sem saber! O homem ficou pensando: "Esse rapaz não bate bem da cabeça. Deu uma pancada."

O engenheiro ficou pensando porque eu lhe agradeci daquela maneira.

Mas o que é certo é que ao mesmo tempo que me dispediram, era o empurrão que eu tava precisando.

É por isso que eu te digo, nesta vida, mais vale ter sorte, do que ser homem.

Em primeiro lugar, tens que ter sorte. Depois pode ser homem.

Mas se tu for homem e não tiver sorte, não é nada bom.

Em relação a piadas. Eu tenho não sei quanto CDs no mercado, não sei quanto DVDs.

Nunca registrei nenhum dos direitos na XXX. E porque que eu não nunca registrei?

São piadas, não é música, em primeiro lugar.

E eu conto uma piada do Joãozinho que tropeçou e caiu. E registro esta piada.

No dia seguinte tu contas do Juquinha que tropeçou e caiu e se já mudaste uma vígula, já não é igual.

A forma que eu tenho de registrar as minhas piadas é a maneira de as contar.

Tem um amigo meu que trabalha numa loja de eletrodomésticos.

E ia vender uma televisão a uma senhora. E ele virou pra senhora, pra velinha e disse:

"Olha, pronto, a senhora leva a TV mas guarda caixa durante uns dias,

porque há uma lei aqui em Portugal que se tu guardares a caixas do aparaelho que tu compraste

durante os primeiros 15 dias, se acontecer alguma avaria, tu mete tudo dentro da caixa

e eles na hora te dão outro novo.

Passaram 15 dias estou na loja a falar com o meu amigo e vem a velhota e diz assim:

"O senhor lembras de mim?"
"Lembro sim senhor, vendi-lhe uma TV há 15 dias."

"Pois exatamente. Olha, já passaram 15 dias, já posso tirar a TV da caixa?"

Ela ficou 15 dias com a televisão dentro da caixa!

- XXX.
- Mas é o mandato.

- Acabou aparacendo o XXX! 
- É a típica piada de português.

- É a típica piada de português. 
- É um XXX XXx.

Conta aí uma piada de brasileiro típica aqui.

O português entra numa loja e vira para o empregado, que era brasileiro e diz:

"Bom dia amigo!"
"Oi?"

"Bom dia!"
"Bom dia."

"Oi, quero comprar um pinico." 
"Um o que?"

"Um pinico!"
"Pinico? Que que é isso cara?"

"Aquilo amigo! Olha ali aquelas prateleiras."

E o pinico, não sei como é que chama no Brasil, talvez vaso,

- era uma coisa antiga que desde verssanita...
- É pinico.

É pinico. E diz o brasileiro:
"Aqui não se chama pinico, não cara."

"Aquilo se chama um Português." 
"Um Português?!"

"É verdade! Aqui é um Português! Você quer um Portugês?"

"Está bem, me dê lá um Português." 
"Você quer grande, médio ou pequeno?"

"Dá um grande que é pra caber dentro um monte de brasileiros."

Essa do pinico aparece no Brasil inteiro, só que por estados.

Uma hora o pinico é Gaúcho, uma hora o pinico é Mineiro.

- É a vingança de um estádio contra o outro. 
- Então essa piada já é conhecida.

Nós nesta cidade dizemos muitos palavrões. Não é ofensivo.

Eu até tenho uma piada que apresenta um carro. Uma mão aqui do Porto vai dar uma vacina ao filho.

Espeta a agulha no rabo do filho. E o filho diz: "Ah, filho da puta!"

E diz a mãe: "Quem é que é filho da puta?" Diz ele: "Sou eu, mãe!"

"Ah, se és tu tá tudo bem."

Quando eu estou contando uma piada, o seu subconsciente,

vai tentar saber aonde é que vai acabar a piada. Tu não consegues dominar isso.

Eu estou a contar e tu vai pensar "Ah, vai acabar por ali."

Agora vamos supor que eu estou contar a piada e tu estas imaginando que ela vai acabar ali.

E estou a fazer este caminho e tu: ela vai acabar ali.

Chega aqui e vai acabar ali, é quando mais tu faz rir.

Ou seja, se o final da piada for aquilo que tu estavas a pensar ou próximo,

tu apenas vai esboçar um sorriso por simpatia.

- Por compaixão.
- Por compaixão!

Se eu estou a contar uma piada e o final da piada é completamente o oposto daquilo que você pensou,

eu peguei o teu cérebro desprevenido então tu vais gargalhar com muita vontade.

Você sempre teve uma tradição de piada e de personagem, né?

- Que é os humoristas tipo Chico Anísio...
- Sim.

- Você conhece Chico Anísnio, né?
- Sim, conheço Chico Anísio.

Faz o personagem, tem a velhinha e tem essa coisa das piadas, sempre teve.

E o stand-up sempre foi muito Americano. Não tinha muito esse modelo no Brasil.

- O stand-up é Americano. 
- É.

E é isso que eu digo. A anedota é muito Portuguesa.

Observe. O stand-up aqui em Portugal pegou e eu acho que veio pra ficar, mas ninguém me garante.

Agora a anedota veio pra ficar, porque isto, antes de mim já havia anedotas,

comigo há anedotas e eu vou morrer e haverá anedotas.

Os velinhos vão para Fátima fazer excursões e há um velinho que pega no microfone e vai fazer o que?

Stand-up? Não! Vai contar anedotas. Todos contam anedotas uns aos outros.

A anedota é uma coisa muito popular e é tradicional.

- Amiga Rosa!
- Sim.

Conta uma piada que eu quero ouvir.

Sabes me dizer qual a diferença entre uma prostituta e uma estudante?

- Uma prostitua e uma estudante? Não.
- Sim.

Eu vou te dizer. A estudante mete coisas na cabeça e prostituta mete a cabeça na coisa.

Sabes qual é a diferença entre uma laranja, uma mulher e um alicate?

- Não.
- Eu também não porque nunca chupei um alicate.

Vamo lá então.

- E você sabe contar uma anedota?
- Sim, vou contar a anedota do meu quequinho.

- Anedota do seu o que, desculpa?
- Anedota do meu quequinho.

- Bora.
- Então é assim...

É um senhor que vai a Angola de viajem. E chega na Angola, há uns macacos, anda lá uns macaquinhos.

E lá está o saguis, aqueles macaquinhos pequenininhos.

E o senhor disse: "Eu vou levar um macaco desses pra casa. Minha mulher ia adorar, meu filhos."

Mas é proibido. Então não se pode trazer os macaquinhos.

Mas o homezinho comeca a pensar: "Vou roubar um macaco."

Chega antes de entrar no avião, abre as calças, mete o macaquinho aqui,

aperta as calças, vem indo de cinturinho, abre como uma senhora com um macaquinho.

Pois demora, é uma longa viagem, o homem começa.

E a senhora olha pra ele, o homenzinho se acha XXX, deixa ele.

O avião continua, passa aí umas três horas, outra vez.

E a senhora olha pra lá, o homem olha pra ela, está tudo calmo, deixa né, alguma paranóia.

Medo de avião. Faltando duas para pousar então é como. Começa.

A senhora diz assim: "O senhor desculpe. O senhor está mal-disposto? Está tendo algum ataque?

Eu vou chamar a aeromoça porque o senhor não está bem!"

Abre ascalças e diz: "Não minha senhora." Ela: Ai meu Deus, o bicho deve estar cheio de fome!"

"Não vai nada minha senhora, já vai na terceira mamada."

- Obrigada! 
- De nada!

- Vinho tinto city!
- Vinho tinto puro.

- Fernanda, obrigadinha. 
- Tchau, até logo.

- Tchau!
- Obrigado, obrigado.

- Conhecia essa já? 
- Não!

- Obrigado.
- É muito boa piada.

- A Fernanda contou uma piada de XXX. 
- Conhecia essa já?

É uma do homem com o sagui, mas é proibido, ele coloca no meio das calças.

Aí no avião de vez em quando ele mexia. Uma senhor: "Que que foi?"

Ele ele de novo, de vez em quando mexia. "O senhor tá bem?!"

Ele: "Vou te mostrar." Faz assim e ela: "Ah, coitadinho do bicho Tá cheio de fome."

Ele diz: "Não tem nada fome, já tá na terceira mamada, o filho da puta."

Muita festa, muita festa.

XXX XXX aquela que tem a cabeça de um boi, aquela carapu,

que foi comprada pela Schincariol. Tão lançando uma cerveja que essa aí eu não tomo.

Escancaracú. 
Não tô doido.

E tá se acabando mesmo. Porque quando se acaba tudo, é geral.

Você vê, não tem mais matuto. 
Eu vim aqui em Campinas,

menino, era tanto matuto. Eu matuto fez dá ponto de parar na porta da missa,

tá lá o padre celebrando, o povo de costas e ele ali.

"Padre, eu quero falar com o senhor."

E o padre: "Peraí, tô na missa aqui."
"Não padre, eu quero falar com o senhor."

E o povo tudo olhando já pra trás. "Sim, entre!"
Já esculhambou a missa mesmo.

"O que que você quer?"
Ele disse:

"Padre, eu queria do senhor se é pecado a gente ganhar dinheiro com a desgraça dos outros?"

O padre disse: "É claro que é!"
Ele disse: "Então devolva o dinheiro do meu casamento."

É um manco e um cego que são amigos.
E manco virou pro cego e disse:

"Ô Manuel, quer vir comigo na tourada? Vamos ver um tourada?"

Ele diz: "Ver, eu?! Só se for cheirar a merda do touro. Eu sou cego, caralho."

"Ah cara, tens razão, eu esqueci que tu é cego. Olha, mas podemos fazer uma coisa.

"Vamos até a tourada e fazemos assim. Eu vejo por ti e relato como se fosse um jogo de futebol.

Eu digo o que que tá acontecendo. Ah o touro, toureiro, um par de bandeirilhas, tu vais ouvindo."

Ele disse: "Vamos lá então."
Lá vai o cego a frente, o manco atrás.

Saiu na frente pra abrir caminho. Chegaram lá a Praça Touros e diz assim o manco para o cego:

"Ah, essa merda tá cheia."
"É, seu sei, eu to vendo."

Entretanto vem o cara da corneta. Assobia o gas da corneta e diz assim no microfone:

"Atenção senhoras e senhoras, temos que informar que o nosso toureiro tá doente,

e de maneira que não vai haver tourada." 
"Ah, não!"

"Mas, nós damos $5 mil Euros para que tiver coragem de vir aqui torear o touro. 5 mil Euros a cada um."

E diz o manco pro cego: "Ô Manuel, vamos lá!"
"Vamos lá o que?"

"Vamos para a tourada!"
"Você é maluco? Eu sou cego, não vejo nada."

"Tu és manco, não consegues fugir do touro. Se o touro vier levamos uma cornada."

"Com 5 mil Euro não chega para pagar o hospital."

"Não é nada, cara! E assim. Vamos os dois, pomos um ao lado do outro,

quando o touro estiver mesmo a chegar, e dou-te um empurrão e afasto pra ti,

o touro passa no meio e eu digo Olé! Ganhamos os 5 mil euros e vamos andar."

E diz o cego: "Milagre!"
E o Miguel: "Milagre porque? Tu estas a ver?"

"Tô, já vi que isto vai dar merda." 
"Não, isto vai correr bem."

"Caralho, isto vai dar merda. Porque eu vim pra cá? Tava tão bem, ia jogar Playstation."

"Caralho, já vamos embora mas vamos ganhar o dinheiro." Então lá vão os dois.

Tão os dois na praça, um ao lado do outro, e diz o regra:

"Atenção senhoras e senhores, vai dar entrada um touro da categoria do Carlos Barreto,

com 750 quilos só nos colhões." Pois o manco ouviu aquela merda, ficou lá o cego sozinho.

Pois o manco ouviu aquela merda, ficou lá o cego sozinho, ao pensar que estava o amigo a lado.

E diz o cego: "Miguel, quando ele vier você me dá um empurrão que se não eu mato!"

O touro sai de lá de dentro. Quando o touro saiu de lá de dentro e viu só um homem,

cego, com óculos de sol e a vareta, o touro até parou e fez assim.

O touro olhou pro público e fez assim. E o público fez assim.

E o touro fez assim. E foi em direção a ele.

Bem, isso em câmera lenta que é para os brasileiros entenderem.

O touro em câmera lenta.

E o cego em câmera lenta. "Ô filho da puta, quando o touro vier, me avisa, caralho!"

O público em câmera lento era assim. "Ah, eu nem quero ver."

Bem, o touro quando chega na beira do cego, manda-lhe uma cornada.

O cego vai pelo ar a cambalhotas. O público olhando pro cego em câmera lenta era assim.

O cego vai com os cornos contra os taipais e as escadas e foi parar no hospital.

No dia seguinte, o manco foi visitar o cego no hospital e disse:

"Eu posso visitar o meu amigo?"
"Pode." Entra.

Vê o cego e diz assim: "Ei, como ele tá. Jesus. Tá todo fudido, até tá cego, meu deus."

Olha pra ele e diz: "Manuel, tu tas melhor?" 
E diz o cego: "Vai te fuder!"

"Falei que precisava me empurrar mas não precisava ser com tanta força!"