(música surreal) (música barulhenta) (barulho de plástico) (Iñigo) Se a arte é para mim uma plataforma para falar, mas não te dizer algo? Isso é bom. (pessoa falando em um idioma estrangeiro) (música e barulho continuam) E se essa for uma forma em que posso te dar uma plataforma na qual você pode pensar e debater, então é melhor ainda, porque, no fim das contas, a arte, para mim, não reside no objeto. Ela reside no que é dito sobre o objeto. Toda a minha obra, até as mais formais, tem... uma política por debaixo delas. Mas eu não quero revelar a minha posição. Em "Le Baiser" ou "O beijo", estou limpando janelas na casa Fansworth de Mies van der Rohe, em Plano, Illinois. A câmera exterior está sempre microfonada ao som do rodo no vidro. E é em parte um som ambiente e então bastante físico. O rodo guincha e sarcasticamente beija a residência. (música relaxante) Sempre que a câmera está dentro do painel de vidro ou dentro da casa, tem uma música etérea, meio eletrônica que vêm de um único momento de um solo de guitarra da banda KISS. e então esse pequeno violão, um nanossegundo, é esticado para fazer o som ou a trilha em todas as cenas do interior. Tenho uma conexão forte com a arquitetura no meu trabalho. Quando bem jovem, fui levado pelos meus pais para ver a arquitetura de Mies. Para mim, em um nível, a obra era apenas sobre visitar um santuário da modernidade. Era sobre tentar descobrir uma maneira de realmente tocar a construção. Você é três coisas como ator. Você é artista, você é trabalhador e você é arquiteto. Você é artista porque você está criando o filme e porque, às vezes, quando lava as janelas, a câmera está observando a sua mão fazer um gesto. Quase um gesto de pintura pelo painel. Você também está apenas limpando a janela. Então é mundano. E, então você está fora da residência cuidando da forma dela. Então você é o arquiteto. E dentro está uma jovem mulher girando discos em uma plataforma com fones de ouvido sendo separada por... uma fina pele de transparência. Mas, no fim das contas, separação total. A atriz, em um momento da obra levanta seus olhos e olha direto para a câmera, dessa forma, olha para o espectador da instalação e o reconhece ou diz, "Eu vejo você" e isso é o único momento para mim em que ela pode penetrar pela arquitetura. É claro que LE BAISER é sobre amor, mas é um amor contido. Pensei que o que poderíamos fazer é passar pela edição. A Escola de Arquitetura em Chicago leiloou quebrar as janelas na Crown Hall de Mies van der Rohe. Eles iam renovar, botar vidros novos. Acabou que o vencedor do leilão é neto de Mies, que também é arquiteto. Eu estava interessado em toda essa noção de quase um parricídio, sabe, o filho quebrando o templo do pai. (barulho do vento) (cacos de vidro estalando) (barulho de vento continua) O show em Nova Iorque é um show que acho que é meio difícil de negociar porque não tem nenhum tipo de tema comum aparente. Eu queria fazer esse guarda-chuva faz tempo. Quando você olha bem para um guarda-chuva, tem tantas curvas complexas no tecido. Tem tantas equações parabólicas. É muito parecido com uma flor! É provavelmente um dos melhores designs que tem no mundo. Eu pedi a ajuda de um fabricante que faz protótipos para bombardeiros furtivos Chama-se Bulletproof Umbrella. E é exatamente isso. É feito de grafite e Kevlar e materiais Space Age. E eu acho que ele, na verdade, responde de várias formas ao clima do nosso tempo. Mas faz isso bem quietamente. Minha mãe ia ficar doida. Ela é de Bogotá e... um guarda-chuva aberto dentro de casa é má sorte para o resto da sua vida. O macaco, parecido com o guarda-chuva, pega um objeto do dia a dia e meio que aumenta e deforma um eixo dele. o que você fica é com isso quase um míssil, apontando para cima e quase tocando o telhado. Têm várias conexões entre essas coisas e eu acho que é só, importante para mim não deixá-las aparente. Esse tipo de condição problemática é o que eu procuro. Em um sentido bem, digamos, formal a exposição é tuda sobre cores. Então o filme vermelho na janela da galeria é uma obra em si. Chama-se "Do Vermelho ao Laranja e do Laranja ao Vermelho". Indo de um alerta alto para um alerta não tão alto. Estive bem interessado nos padrões temporais que ocorrem dentro e fora da arquitetura. No caso do "Céu Aleatório", em Chicago, a estação temporal está fora e mede a temperatura, pressão barométrica, velocidade do vento, direção do vento. Todas essas redes de informação conectam-se diretamente à um conjunto de computadores que operam um programa que gera essas linhas de escaneamento azuis e brancas. Quando eu decidi realizar esse projeto eu me encontrei com Mark Hereld um astrofísico do Argon National Labs (Mark) Originalmente, me pediram para ajudar o Hyde Park Arts Center a descobrir como fazer essa fachada. Botamos muito esforço em algo chamado visualização científica, pensamos em forma de meio que domar essa manada de computadores que foram feitos para apresenter ambientes que são grandes o bastante que as pessoas podem entrar neles ficar diretamente envolvidos com o que está ocorrendo na tela O mundo exterior está abraçando esse universo interno Então meio que tem um pouquinho de ecologia vivendo aqui. Chegamos a um ponto em que precisei considerar o som, e nesse caso, trabalhei com um jovem artista chamado Rick Gribenas que além de artista é também compositor. (Rick) "Céu Aleatório" é simplesmente uma exploração desse prédio e da arquitetura e do espaço contidos dentro dele e do espaço que meio que o cerca. É uma exploração, com certeza. É, sabe, esse tipo de distância que nós humanos percorremos para entender o nosso ambiente e meio que tentar ajustá-lo. (MANGLANO-OVALLE) "Céu Aleatório" de certa forma responde a ideia do arbritário ou do aleatório ou do descomfortável, a impossibilidade do nosso desejo por estabilidade. Cloud Prototype #1 foi uma tempestade que foi capturada pelo departamento de ciências atmosféricas na Universidade de Illinois. Eu assisti ao desenvolvimento dos dados tridimensional como uma tempestade. E em um certo momento eu disse: "Bem aqui. Esse é o momento que eu quero." É sobre parar o tempo. Foi exatamente antes da tempestade romper. Capturar o efêmero é uma impossibilidade. E no fim das contas, você não capturou o efêmero, você fez uma escultura. O espaço entre as coisas é tão importante quanto ou mais importante que o espaço que as coisas ocupam. Quando você entra na exposição, esse videozinho infravermelho do meu filho aos cinco anos é ignorado por você, pois assim que você entra, você vê o iceberg na nuvem. Outra escultura é tão minúscula que você pode pisar nela. Red First e está em uma posição central, é deixada de lado pelo espectador. Red Fist se formou brincando de Play Dough com o meu filho de um ano. É simplesmente sobre agarrar coisas e segurar elas. Então eu rolava bolinhas e ele pegava elas e nós as esmagávamos e a mão dele abria e eu via esse glorioso formato feito pelo punho dele. "Busca" foi uma peça em que a arquitetura do local, essa arena de rodeio lá em Tijuana meio que trouxe para a frente. Quero dizer, a arena de rodeio já parecia com um rádio falante olhado para o céu. A arena de rodeio foi convertida em um telescópio de rádio que procura por aliens de verdade a apenas 50 metros ao sul da fronteira dos EUA. E para mim era uma piada. Queria fazer uma peça sobre a alienação. E sobre OVNIs e sobre o alien e sobre imigração. Quando eu vim para os EUA pela primeira vez quando bebê, sabe, eu vim como um residente alienígena. E "Busca" recebeu o título de "Busca" (En Busquéda) o subtítulo era "Buscando Pelos Verdadeiros Alienígenas". Em Tijuana, todo mundo, do taxista ao artista, ao político entendeu a piada. Eu cresci tendo pais que estavam sempre tendo de levar a família de Madrid para Bogotá para os Estados Unidos, então desde pequeno o mundo era muito pequeno e eu quase que tive que aprender que existem fronteiras. A Administração do Serviço Geral veio me pedir para propor uma obra para o prédio de Serviço de Naturalização de Emigração. Agora é parte da Segurança Nacional. Eu na verdade gosto da idea porque um grande número de pessoas que eu conheço já passaram por esse prédio sendo o que eles chamam de clientes. Então "La Tormenta", essas duas nuvens, ou "A Tempestade", esse é o tipo de crítica que está acontecendo aqui porque é um sistema de tempestade que chega e historicamente, todas as ondas de imigração dos EUA foram tempestades. E passaram por turbulência quando chegaram, e causaram turbulência e todas essas ondas são acompanhadas de muita esperança e de muita ansiedade. É isso que a tempestade é. Um dos eventos mais destrutivos e mais produtivos. É sobre essa dualidade, a dualidade da esperança e da ansiedade e sobre o fato que a peça de certa forma reflete o público você sabe que eles são a tempestade. La Tormenta somos nosotros.