[Script Info] Title: [Events] Format: Layer, Start, End, Style, Name, MarginL, MarginR, MarginV, Effect, Text Dialogue: 0,0:00:07.50,0:00:09.36,Default,,0000,0000,0000,,Tens à tua frente uma tigela gigante Dialogue: 0,0:00:09.36,0:00:12.45,Default,,0000,0000,0000,,de Crocantes de Carbono cheios de energia. Dialogue: 0,0:00:12.45,0:00:15.45,Default,,0000,0000,0000,,Uma colher. Duas. Três. Dialogue: 0,0:00:15.45,0:00:17.81,Default,,0000,0000,0000,,Pouco depois, estás abastecida \Npelo pico de energia Dialogue: 0,0:00:17.81,0:00:19.70,Default,,0000,0000,0000,,que vem da tua refeição. Dialogue: 0,0:00:19.70,0:00:22.81,Default,,0000,0000,0000,,Mas como é que essa energia \Nchegou à tua tigela? Dialogue: 0,0:00:22.81,0:00:25.50,Default,,0000,0000,0000,,A energia existe na forma de açúcares Dialogue: 0,0:00:25.50,0:00:28.31,Default,,0000,0000,0000,,fabricados pela planta \Nda qual vieram os teus cereais, Dialogue: 0,0:00:28.31,0:00:29.98,Default,,0000,0000,0000,,como o trigo ou o milho. Dialogue: 0,0:00:29.98,0:00:33.31,Default,,0000,0000,0000,,Como podes ver, o carbono é o esqueleto químico, Dialogue: 0,0:00:33.31,0:00:35.01,Default,,0000,0000,0000,,e as plantas vão buscar a dose \Nde que precisam Dialogue: 0,0:00:35.01,0:00:38.52,Default,,0000,0000,0000,,na forma de dióxido de carbono, CO2, Dialogue: 0,0:00:38.52,0:00:40.43,Default,,0000,0000,0000,,a partir do ar que todos respiramos. Dialogue: 0,0:00:40.43,0:00:42.60,Default,,0000,0000,0000,,Mas como é que a fábrica de energia de uma planta, Dialogue: 0,0:00:42.60,0:00:45.02,Default,,0000,0000,0000,,situada no estroma do cloroplasto, Dialogue: 0,0:00:45.02,0:00:47.81,Default,,0000,0000,0000,,transforma um gás com um carbono, como o CO2, Dialogue: 0,0:00:47.81,0:00:51.77,Default,,0000,0000,0000,,num sólido com seis carbonos, \Ncomo a glicose? Dialogue: 0,0:00:51.77,0:00:55.03,Default,,0000,0000,0000,,Se estás a pensar na fotossíntese, \Ntens razão. Dialogue: 0,0:00:55.03,0:00:58.24,Default,,0000,0000,0000,,Mas a fotossíntese divide-se \Nem duas etapas. Dialogue: 0,0:00:58.24,0:01:00.78,Default,,0000,0000,0000,,A primeira, \Nque armazena a energia que vem do Sol Dialogue: 0,0:01:00.78,0:01:05.34,Default,,0000,0000,0000,,sob a forma de trifosfato de adenosina, \Nou ATP. Dialogue: 0,0:01:05.34,0:01:08.84,Default,,0000,0000,0000,,E a segunda, o ciclo de Calvin, \Nque captura o carbono Dialogue: 0,0:01:08.84,0:01:10.93,Default,,0000,0000,0000,,e o transforma em açúcar. Dialogue: 0,0:01:10.93,0:01:13.30,Default,,0000,0000,0000,,Esta segunda fase representa \Numa das linhas de produção Dialogue: 0,0:01:13.30,0:01:15.80,Default,,0000,0000,0000,,mais sustentáveis da Natureza. Dialogue: 0,0:01:15.80,0:01:20.43,Default,,0000,0000,0000,,E, com isso, bem-vinda \Nà fábrica mais minúscula do mundo. Dialogue: 0,0:01:20.43,0:01:21.84,Default,,0000,0000,0000,,As matérias-primas? Dialogue: 0,0:01:21.84,0:01:24.31,Default,,0000,0000,0000,,Uma mistura de moléculas \Nde CO2 provenientes do ar, Dialogue: 0,0:01:24.31,0:01:26.76,Default,,0000,0000,0000,,e moléculas pré-montadas chamadas Dialogue: 0,0:01:26.76,0:01:30.40,Default,,0000,0000,0000,,ribulose bifosfato, ou RuBP, Dialogue: 0,0:01:30.40,0:01:32.26,Default,,0000,0000,0000,,que contêm, cada uma, cinco carbonos. Dialogue: 0,0:01:32.26,0:01:36.18,Default,,0000,0000,0000,,O iniciador? Uma enzima \Nmuito trabalhadora, chamada rubisco Dialogue: 0,0:01:36.18,0:01:39.61,Default,,0000,0000,0000,,que solda um átomo de carbono \Nde uma molécula de CO2 Dialogue: 0,0:01:39.61,0:01:41.59,Default,,0000,0000,0000,,à cadeia de RuBP Dialogue: 0,0:01:41.59,0:01:44.62,Default,,0000,0000,0000,,para construir uma sequência inicial \Nde seis carbonos. Dialogue: 0,0:01:44.62,0:01:47.87,Default,,0000,0000,0000,,Esta divide-se rapidamente \Nem duas cadeias mais curtas Dialogue: 0,0:01:47.87,0:01:49.87,Default,,0000,0000,0000,,que contêm três carbonos cada uma Dialogue: 0,0:01:49.87,0:01:54.39,Default,,0000,0000,0000,,e se chamam fosfogliceratos, \Nou PGA, para abreviar. Dialogue: 0,0:01:54.39,0:01:57.55,Default,,0000,0000,0000,,Entra o ATP e uma outra molécula chamada Dialogue: 0,0:01:57.55,0:02:01.68,Default,,0000,0000,0000,,fosfato de nicotinamida adenina dinucleótido, Dialogue: 0,0:02:01.68,0:02:04.81,Default,,0000,0000,0000,,ou simplesmente NADPH. Dialogue: 0,0:02:04.81,0:02:07.72,Default,,0000,0000,0000,,O ATP, que funciona como um lubrificante, \Ndistribui energia, Dialogue: 0,0:02:07.72,0:02:13.51,Default,,0000,0000,0000,,enquanto o NADPH acrescenta um hidrogénio \Na cada uma das cadeias de PGA, Dialogue: 0,0:02:13.51,0:02:15.43,Default,,0000,0000,0000,,transformando-os em moléculas chamadas Dialogue: 0,0:02:15.43,0:02:19.61,Default,,0000,0000,0000,,gliceraldeído 3-fosfato, ou G3P. Dialogue: 0,0:02:19.61,0:02:22.53,Default,,0000,0000,0000,,A glicose precisa de seis carbonos \Npara se formar, Dialogue: 0,0:02:22.53,0:02:24.50,Default,,0000,0000,0000,,obtidos a partir de duas moléculas de G3P, Dialogue: 0,0:02:24.50,0:02:28.43,Default,,0000,0000,0000,,que, a propósito, têm entre si no total \Nseis carbonos. Dialogue: 0,0:02:28.43,0:02:30.84,Default,,0000,0000,0000,,Portanto, acabámos de fabricar açúcar, certo? Dialogue: 0,0:02:30.84,0:02:32.51,Default,,0000,0000,0000,,Nem por isso. Dialogue: 0,0:02:32.51,0:02:35.88,Default,,0000,0000,0000,,O ciclo de Calvin funciona \Ncomo uma linha de produção sustentável, Dialogue: 0,0:02:35.88,0:02:38.18,Default,,0000,0000,0000,,o que significa que aquelas RuBP originais Dialogue: 0,0:02:38.18,0:02:40.27,Default,,0000,0000,0000,,que deram um empurrão no início, Dialogue: 0,0:02:40.27,0:02:42.73,Default,,0000,0000,0000,,precisam de ser recriadas reutilizando \Nos materiais Dialogue: 0,0:02:42.73,0:02:44.36,Default,,0000,0000,0000,,que estão dentro do ciclo agora. Dialogue: 0,0:02:44.36,0:02:46.98,Default,,0000,0000,0000,,Mas cada RuBP precisa de cinco carbonos Dialogue: 0,0:02:46.98,0:02:49.81,Default,,0000,0000,0000,,e o fabrico da glicose precisa de seis. Dialogue: 0,0:02:49.81,0:02:51.39,Default,,0000,0000,0000,,Alguma coisa não bate certo. Dialogue: 0,0:02:51.39,0:02:54.20,Default,,0000,0000,0000,,A resposta encontra-se num facto fenomenal. Dialogue: 0,0:02:54.20,0:02:57.22,Default,,0000,0000,0000,,Enquanto estivemos concentrados \Nnesta linha de produção isolada, Dialogue: 0,0:02:57.22,0:03:00.72,Default,,0000,0000,0000,,houve outras cinco a funcionar \Nao mesmo tempo. Dialogue: 0,0:03:00.72,0:03:03.66,Default,,0000,0000,0000,,Com seis correias transportadoras \Na deslocar-se em uníssono, Dialogue: 0,0:03:03.66,0:03:05.81,Default,,0000,0000,0000,,não há apenas um carbono que é soldado Dialogue: 0,0:03:05.81,0:03:07.42,Default,,0000,0000,0000,,a uma cadeia de RuBP, Dialogue: 0,0:03:07.42,0:03:11.59,Default,,0000,0000,0000,,mas sim seis carbonos soldados a seis RuBP. Dialogue: 0,0:03:11.59,0:03:15.09,Default,,0000,0000,0000,,Isto cria 12 cadeias de G3P \Nem vez de apenas duas, Dialogue: 0,0:03:15.09,0:03:18.73,Default,,0000,0000,0000,,o que significa que, no total, \Nhá 36 carbonos: Dialogue: 0,0:03:18.73,0:03:21.31,Default,,0000,0000,0000,,o número exacto que é preciso para fabricar açúcar Dialogue: 0,0:03:21.31,0:03:24.39,Default,,0000,0000,0000,,e para reconstruir aquelas RuBP. Dialogue: 0,0:03:24.39,0:03:27.19,Default,,0000,0000,0000,,Dos 12 G3P agrupados, Dialogue: 0,0:03:27.19,0:03:28.94,Default,,0000,0000,0000,,dois são escoados para formar Dialogue: 0,0:03:28.94,0:03:32.31,Default,,0000,0000,0000,,aquela cadeia de glicose \Ncom seis carbonos, rica em energia. Dialogue: 0,0:03:32.31,0:03:35.61,Default,,0000,0000,0000,,Aquela que te está a abastecer \Natravés do teu pequeno-almoço. Sucesso! Dialogue: 0,0:03:35.61,0:03:37.62,Default,,0000,0000,0000,,Mas voltando à linha de produção, Dialogue: 0,0:03:37.62,0:03:39.62,Default,,0000,0000,0000,,os produtos secundários \Ndesta produção de açúcar Dialogue: 0,0:03:39.62,0:03:44.20,Default,,0000,0000,0000,,são prontamente montados \Npara recriar aquelas seis RuBP. Dialogue: 0,0:03:44.20,0:03:46.89,Default,,0000,0000,0000,,Isso necessita de 30 carbonos, Dialogue: 0,0:03:46.89,0:03:51.00,Default,,0000,0000,0000,,o número exacto contido \Npelos restantes 10 G3P. Dialogue: 0,0:03:51.00,0:03:54.32,Default,,0000,0000,0000,,Agora acontece uma remistura molecular. Dialogue: 0,0:03:54.32,0:03:56.42,Default,,0000,0000,0000,,Dois dos G3P são soldados \Npara ficarem unidos, Dialogue: 0,0:03:56.42,0:03:58.59,Default,,0000,0000,0000,,formando uma sequência de seis carbonos. Dialogue: 0,0:03:58.59,0:04:02.88,Default,,0000,0000,0000,,Juntando um terceiro G3P, \Nforma-se uma cadeia de nove carbonos. Dialogue: 0,0:04:02.88,0:04:05.96,Default,,0000,0000,0000,,A primeira RuBP, formada por cinco carbonos, Dialogue: 0,0:04:05.96,0:04:07.60,Default,,0000,0000,0000,,é moldada a partir daqui, Dialogue: 0,0:04:07.60,0:04:09.56,Default,,0000,0000,0000,,deixando quatro carbonos para trás. Dialogue: 0,0:04:09.56,0:04:11.10,Default,,0000,0000,0000,,Mas aqui não há desperdício. Dialogue: 0,0:04:11.10,0:04:14.29,Default,,0000,0000,0000,,Estes são soldados \Na uma quarta molécula de G3P, Dialogue: 0,0:04:14.29,0:04:16.32,Default,,0000,0000,0000,,formando uma cadeia de sete carbonos. Dialogue: 0,0:04:16.32,0:04:18.54,Default,,0000,0000,0000,,Juntando uma quinta molécula de G3P, Dialogue: 0,0:04:18.54,0:04:20.71,Default,,0000,0000,0000,,forma-se uma cadeia de dez carbonos, Dialogue: 0,0:04:20.71,0:04:24.07,Default,,0000,0000,0000,,que já é suficiente para originar \Nmais duas RuBP. Dialogue: 0,0:04:24.07,0:04:26.88,Default,,0000,0000,0000,,Com três RuBP completas recriadas Dialogue: 0,0:04:26.88,0:04:29.20,Default,,0000,0000,0000,,a partir de cinco dos dez G3P, Dialogue: 0,0:04:29.20,0:04:31.21,Default,,0000,0000,0000,,multiplicando simplesmente \Neste processo por dois Dialogue: 0,0:04:31.21,0:04:33.88,Default,,0000,0000,0000,,iremos renovar as seis cadeias de RuBP Dialogue: 0,0:04:33.88,0:04:36.67,Default,,0000,0000,0000,,que são necessárias para reiniciar o ciclo. Dialogue: 0,0:04:36.67,0:04:39.09,Default,,0000,0000,0000,,Portanto, o ciclo de Calvin gera \No número exacto Dialogue: 0,0:04:39.09,0:04:40.79,Default,,0000,0000,0000,,de elementos e processos Dialogue: 0,0:04:40.79,0:04:43.38,Default,,0000,0000,0000,,que são necessários para manter \Nesta linha de produção bioquímica Dialogue: 0,0:04:43.38,0:04:45.21,Default,,0000,0000,0000,,a funcionar interminavelmente. Dialogue: 0,0:04:45.21,0:04:47.13,Default,,0000,0000,0000,,E este é apenas um das centenas de ciclos Dialogue: 0,0:04:47.13,0:04:48.62,Default,,0000,0000,0000,,que estão presentes na Natureza. Dialogue: 0,0:04:48.62,0:04:49.96,Default,,0000,0000,0000,,Porquê tantos? Dialogue: 0,0:04:49.96,0:04:53.06,Default,,0000,0000,0000,,Porque se os processos \Nde produção biológica fossem lineares, Dialogue: 0,0:04:53.06,0:04:55.73,Default,,0000,0000,0000,,não seriam nem tão eficientes \Nnem tão bem sucedidos Dialogue: 0,0:04:55.73,0:04:58.44,Default,,0000,0000,0000,,como a utilização de energia \Npara fabricar os materiais Dialogue: 0,0:04:58.44,0:05:01.24,Default,,0000,0000,0000,,com que a Natureza conta, como o açúcar. Dialogue: 0,0:05:01.24,0:05:03.36,Default,,0000,0000,0000,,Os ciclos criam voltas vitais de feedback Dialogue: 0,0:05:03.36,0:05:06.86,Default,,0000,0000,0000,,que reutilizam e reconstroem \Nos ingredientes repetidamente Dialogue: 0,0:05:06.86,0:05:08.61,Default,,0000,0000,0000,,originando tanto quanto possível Dialogue: 0,0:05:08.61,0:05:10.99,Default,,0000,0000,0000,,a partir dos recursos disponíveis \Nno planeta. Dialogue: 0,0:05:10.99,0:05:12.77,Default,,0000,0000,0000,,Como, por exemplo, esse açúcar, Dialogue: 0,0:05:12.77,0:05:14.82,Default,,0000,0000,0000,,construído a partir de luz do Sol \Ne carbono em bruto Dialogue: 0,0:05:14.82,0:05:16.65,Default,,0000,0000,0000,,convertido em fábricas nas plantas Dialogue: 0,0:05:16.65,0:05:18.65,Default,,0000,0000,0000,,para se transformar na energia \Nque te abastece Dialogue: 0,0:05:18.65,0:05:21.65,Default,,0000,0000,0000,,e que mantém os ciclos a rodar \Nna tua própria vida.