Normalmente, eles penduram-nas,
matam-nas, enfiam a mão
nas cavidades do corpo delas
e removem os órgãos delas.
Olá, eu sou a Emily do Bite Size Vegan
com mais um Vegan Nugget.
Eu tive a honra de falar em duas aulas
no liceu regional Passaic Valley
em Nova Jérsia.
Fui convidada a passar algum tempo
com uma estudante vegan dedicada, Alyssa,
aqui está ela: "Olá, eu sou a Alyssa. Fui eu que te contactei para fazer-mos a conferência",
e os colegas atentos dela que me
ouviram a falar um bom bocado sobre
todo o tipo de direitos
animais e tópicos vegan
Isto foi parte duma
disciplina única chamada
"Tópicos Contemporâneos Através de Videoconferência", gerida por Kathleen Menake
Os alunos convidam pessoas a utilisar tecnologia
para criar uma aula interativa
e falar com indivíduos sobre vários tópicos de todo o mundo.
Eu queria partilhar convosco
uma parte duma das aulas.
peço desculpa pela velocidade a que estou a falar:
estava muito entusiasmada a tentar encaixar tantos 'nuggets' quanto possível nestes 45 minutos.
Legendas estão disponíveis e,
como sempre, para mais informações
por favor, veja a descripção
em baixo e o post no blog.
Agora está na hora de voltar ao liceu,
onde sempre fui a miúda fixe...
Seria possível explicar um pouco
a relação que o nosso governo --
ou os governos em geral -- têm com as
indústrias da agricultura, pecuária e lacticínios
o dinheiro que pode estar em jogo ou
o poder envolvido e esse tipo de coisas.
Ok, adoraria falar sobre isso.
O governo, especialmente na América --
mas acho que noutros países
que investiguei també, -- as organizações
que supostamente regulam
pecuária -- por exemplo na América, o
USDA -- têm interesses próprios: o USDA também
beneficia se mais produtos animais forem vendidos,
por isso eles regulam-se a si mesmos.
O que faze-mos na América -- pararam de fazer isto
na Europa -- mas na América para galinhas,
depois de as matar-mos e tirado as penas delas
e isso tudo,
mergulhamos as carcassas nestas coisas
chamadas ... são como tanques.
Eles deitam-nos nesta água que um
especialista da indústria chama de 'sopa fecal'
porque as galinhas ainda têm muitas das suas
fezes e elas não foram bem "limpas" --
normalmente penduram-nas
matam-nas, enfiam a mão
nas cavidades do corpo delas e
removem os órgãos delas e tudo isso.
É suposto limparem-nas,
tirarem as fezes e tudo.
Nem sempre funciona, uma vez que agora
é tudo feito numa linha de produção
cada vez mais rápido -- é assim que os trabalhadores perdem braços e tudo.
Por isso, quando elas chegam à água, elas
ainda têm matéria fecal e outras coisas.
Mas, os produtores de galinhas são
maioritariamente pagos ao peso,
por isso quanto mais pesado for a ave melhor.
Por isso, eles até as injectam com mais água
ou deixam-nas ficar lá e [a indicar a
expansão da carcassa com gestos].
Por isso, fica mais galinha --
só está inchada com água fecal!
É um pouco surpreendente,
mas o USDA diz que
"Bom, um certo nível de matéria fecal não faz mal. Só tem que a cozinhar."
Uma das minhas palestras mais
recentes foi em Dublin, Irlanda.
A Irlanda é um pouco --
as pessoas falam sobre
criação "ao ar-livre", em pasto, quintas pequenas --
a Irlanda é a personificação disso:
todo o país fá-lo dessa forma.
Por isso, todo o gado leiteiro lá -- eles
gostam muito de laticínios -- todo o gado
é alimentado nos belos campos irlandeses.
No entanto, o que eles não referem,
eles têm pecuária industrial
para porcos e galinhas.
Mas o que fiz nessa palestra -- e vou
ligar àquilo que me perguntaste
em breve -- é algo que gosto de fazer: existem tantas histórias horríveis que eu posso mostrar.
Posso mostrar abuso explícito de animais que
até os carnistas pensam "Isto é errado.
Não deviamos de fazer-lhes isto."
Às vezes, isso pode chocar
as pessoas e acordá-las.
Mas acho que também deixa em aberto a ideia de:
"Só temos que os tratar melhor".
Por isso, acho que o mais eficaz é dizer:
"Ok, vamos olhar para o ideal.
Vamos olhar para o que
a sociedade diz ser aceitável."
Por isso, se olhar-mos para o ideal,
e nem isso for aceitável para nós
então, pode estar na hora de mudar.
Uma das coisas que tenho feito muito na minha pesquisa, especialmente em Portugal,
na Irlanda, mas também na América, é olhar
para a legislação e às vezes é preciso
meses a ler a legislação da UE,
porque ainda não encontrei nenhum país
que facilite encontrar o que for preciso.
Por exemplo, na América, uma coisa que acho
que as pessoas nem sempre percebem é que
nós não temos qualquer lei federal que protege o tratamento de animais de pecuária, nada,
não há qualquer regulação a nível federal
relativamente a como devem ser tratados
Também há algo chamado "Isenções Comuns de Pecuária", que basicamente significa que se algo
for feito suficientemente na indústria --
se pessoas suficientes fizerem isto,
mesmo se for horrível -- vamos chamá-lo
prática comum e isso não faz mal.
Nesta palestra na Irlanda, eu explorei
imenso a legislação -- porque a UE
tem alguma da legislação protetora de
animais considerada mais abrangente --
porque no Tratado de Lisboa, a UE
foi basicamente o primeiro
corpo governamental a dizer que os animais são sentientes, por isso está mesmo na legislação deles
"os animais são sentientes".
Então, o que decidiram -- agora que eles
são sentientes e nós reconhecemos isso
que eles conseguem sentir estas emoções e dor --
a conclusão não foi "agora, talvez
não deviamos de os matar" -- não -- "agora vamos assegurar-nos
que criamos as formas
certas de os matar".
Então, começaram vários estudos e tudo para tentar descobrir como
é que os matamos e depois escreveram o que se chama 'Proteção para Animais na
Hora do Abate' -- que é absurdo --
e, se procurar bem, uma das coisas
que gosto de falar é sobre os
pintainhos machos na indústria dos ovos.
Na indústria dos ovos, as galinhas
que põe ovos para consumo humano,
os machos não conseguem fazer isso.
E a forma como especializamos as coisas:
temos 'galinhas poedeiras'
e temos 'galinhas para frango'.
Por isso, as galinhas que comemos são
diferentes das galinhas que têm ovos.
As galinhas macho da indústria dos ovos, não tem
qualquer utilidade para eles, por isso as indústrias --
todas elas por todo o mundo independentemente do quão grandes ou pequenas --
têm que decidir o que fazer
com todos estes pintainhos macho.
Em todos os países, eles são mortos.
Quero dizer, não há mais nada
que se possa fazer com eles!
E faz-se ou através de gaseamento,
sufocação ou triturando-os vivos.
A trituração parece
ser a forma preferida.
Na legislação da UE -- esta coisa histórica
de que se ouve nas notícias -- "maceração"
é difícil matar pintainhos,
deite-os na trituradora!
Na América também é o padrão.
Na Irlanda, é o padrão.
E a razão porque fizeram isto -- eu procurei o
suficiente para encontrar o que se chama
'Avaliação do Impacto' -- onde eles decidem
como vão matar estes animais.
E, é claro, as pessoas no painel são das indústrias
dos ovos, lacticíneos, uma empresa
chamada Butina -- de que vou falar em breve -- e eles dizem lá,
se gasear-mos os pintainhos,
vai-nos custar isto... e isso é caro!
Se os triturar-mos, os estudos dizem que é um
custo desprezível -- é bastante barato.
Por isso, o que é que eles põe
na legislação de humanidade?
Triturem-nos!
Triturem os pintainhos macho.
Existem agora várias empresas que
gastaram pelo menos um milhão --
não sei se já chegaram aos
milhares de milhões -- a tentar investigar
uma forma de determinar
o sexo dos ovos antes de chocarem.
De forma que podemos determinar quais
vão ser macho e deitar fora esses ovos
de forma a não chocarem
e não termos que os matar.
Porque a legislação normalmente diz -- se
houver alguma -- que têm que ser mortos
dentro dos primeiros três dias de vida.
Agora, vamos passar anos e provavelmente no final de contas pelo menos mil milhões de dolares a tentar
descobrir como
diferenciar se é um macho,
tal que quando eclodir,
não termos que o matar.
E se dermos um passo atrás, talvez simplesmente
não devessemos comer ovos!
Ainda não conheci ninguém que coma
ovos, que acordaria de manhã, pegaria num
pintainho fof, atiraria-o num triturador
e o tritura-se para o pequeno-almoço!
Isso é horripilante! Mas, quando se
come ovos, é isso que está a acontecer!
Simplesmente não se vê,
e não se quer fazer a ligação.
Mas não há forma de se ter
ovos sem que isso aconteça.
Porque os pintainhos
macho são desperdício.
Eles assumem que cerca de 3200 milhões
de pintainhos são mortos
por ano no mundo inteiro.
Por isso, quando se olha para este tipo de
legislações, isto é o nosso ideal de como
tratar estes animais.
Na indústria dos lacticíneos, os
bebés machos também são desperdício
porque as vacas
leiteiras produzem leite.
Os machos não vão produzir leite.
A vaca tem um bebé, e, se for rapaz, é levado para a indústria de vitelo, --
que até muitos carnistas às vezes dizem
"Não vou comer vitelo, é simplesmente cruel".
Por isso, ele é mandado para a indústria de vitelo,
onde é amarrado, sem se poder mexer,
e depois morto quando
tem alguns dias de vida,
ou, às vezes, simplesmente
dão-lhe um tiro na cabeça ou
simplesmente batem-lhe na esperança
que a certo ponto morra --
eles não se preocupam em verificar.
Eles são um desperdício.
O vitelo é o ideal uma vez que pelo menos
alguém consegue tirar lucro deste bebé.
E na indústria do porco, na América também --
é outra coisa humana que se vê na UE --
uma das formas de matar os porcos bebés que
são deformados, ou raquíticos ou estão doentes,
não há razão ou ganho financeiro,
ou é demasiado caro curá-los.
É algo chamado 'força brusca'.
O que fazem é pegar nos porcos bebés
pelas pernas e bater com a cabeça deles no cimento,
e essa é a forma aprovada.
Por isso na América -- nós temos esta exposição
de vídeos de infiltrações a acontecer --
e muitos artigos de notícia disseram coisas como "os trabalhadores foram filmados a"
bater porcos bebés contra o pavimento e ainda estavam a mexer uns dias depois." --
porque haviam pessoas infliltradas
que documentavam quanto tempo
demoravam os porcos bebés a morrer.
Mas as coisas que os artigos nunca lhe vão
dizer, porque também se encontram
artigos sobre vídeos de infiltração a mostrar
pintainhos a serem atirados na trituradora.
E é obsceno e as pessoas dizem "Oh meu Deus!
Isto é horrível! Temos que parar isto!"
Mas continuam a comer ovos, e continuam a comer bacon,
e continuam a comer porco, e continuam a beber leite.
A ligação que não é feita é que isto não é
abuso escondido,
isto é a prática comum da indústria.
Simplesmente, não é algo
que os artigos normalmente tratam.
Por isso, ficamos com a ideia que é só um sítio onde as pessoas estavam a fazer
esta coisa horrível.
Não, não há nada de ilegal nisso.
E nesta exposição deste sítio, os trabalhadores também estavam a abusar as mães, porque
era uma instalação de procriação de porcos.
Por isso, estavam a bater nas porcas grávidas,
a enfiar-lhes hastes nos
orifícios delas, coisas horríveis.
E uma das especialistas de humanidade
do país é Temple Grandin.
Ela comentou num desses
artigos, "isto é abuso inadmissível"
-- ela está a falar das mães -- eles dizem
alguma coisa sobre os porcos bebés,
"isso é prática comum, não faz mal,
mas o que estão a fazer às mães, horrível".
Por isso, num dos meus vídeos mais
recentes, eu listo todas estas coisas
que foram descobertas
dos porcos bebés e das mães.
Se não soubesse as leis e olhasse
para ambos, não sei se alguém
seria capaz de dizer "isto não faz mal,
este faz, isto não faz mal, este faz"
Arrancar os testículos dos
bebés machos sem anestesia?
Oh isso não faz mal nenhum -- porque é isso
que acontece -- cortam-se as caudas,
os dentes, arrancam-se
os testículos, sem anestesia.
E acho que se as pessoas não conhecem
a lei, elas assumem que é algum tipo de abuso
que vai ser corrigido. Mas
não é. É completamente legal.
Outra coisa que eles também
referem neste documento da UE, são as
câmaras de CO2 -- e isso é a Butina, a
empresa de que falei antes -- é a forma
de matar os porcos de hoje,
é vista como a forma mais humana.
Os porcos são postos nesta câmara de CO2 --
as maiores são quase como
uma rotisseria gigante --
são postos lá, e basicamente são queimados
por dentro e gritam.
Eu estive nestes lugares, estive num em Manchester
no Reino Unido, as paredes eram finas
o suficiente para se ouvir as máquinas,
os trabalhadores a bater nos porcos,
os porcos a gritar a quarteirões
e é assustador quando eles gritam.
Por isso, não é uma morte calma.
Não é uma morte amigável.
Não é uma morte humanitária!
Isso não existe.
Mas é isto que vemos.
"Ok, o gás é a coisa mais humanitária",
mas é exatamente o contrário!
Mas é claro, naquela Avaliação
de Impacto, a Butina diz:
"Hey! Estamos aqui a ajudar a descobrir
a melhor forma de matar estes porcos.
E também, se comprarem muitas destas
câmaras, vamos fazer um monte de dinheiro.
Mas não se preocupem,
não somos parciais."
Na legislação, as câmaras
de CO2 são a escolha.
Mas há uma coisa na legislação
que vamos reconsiderar a certo ponto.
Isto, e banhos elétricos para matar
galinhas, vamos reconsiderar isso.
Mas a Avaliação de Impacto afirmou que
não era financialmente viável neste momento.
As leis que temos -- mesmo quando ideais,
mesmo se não olharmos para o abuso -- as leis
que os nossos governos têm, as regulações
que temos, são bastante horripilantes.
Não há forma de fazer laticíneos sem separar
os bebés macho das suas mães, e até as
bebés fêmeas são separadas,
imediatamente depois de nascerem.
São levadas para outro sítio e depois podem
crescer e tornar-se noutra máquina de leite.
E as vacas podem viver até 20, 25 anos.
Na indústria dos laticínios,
normalmente esgotam-se
com cerca de 4 a 5 anos, porque estão
continuamente a ser engravidadas
Logo que dão à luz,
inseminação artificial mais uma vez.
E depois, os bebés
são-lhes sempre tirados.
Tenho uma amiga que era criadora de gado -
ou melhor casou com um de várias gerações -
houve demasiadas ocasiões em
que tiveram que tirar os bebés
e as mães vão a correr atrás do atrelado
à medida que o bebé é levado.
E depois choram por dias -
chamam pelos bebés até ficarem roucas
e não conseguirem chorar mais.
E ela disse "Não posso fazer isto.
Não posso continuar a fazer isto".
Há um artigo que encontrei de Massachusetts,
onde falavam de Sunshine Dairy Farms,
uma pequena quinta de lá.
Os vizinhos estavam a chamar a polícia
porque as vacas não paravam de gritar.
E a polícia reportou: "Ok,
falamos com os criadores de gado.
Não se preocupem!
As vacas estão bem.
É só uma parte normal da
indústria dos laticíneos, porque
estão abaladas por
lhes terem tirado os bebés
Não se preocupem. Está tudo bem. Elas estão bem.
Até quando reconhecemos o facto de que
estão a chorar a perda dos seus filhos,
o facto de ser prática padrão
faz com que não haja problema.
Por isso, é interessante termos tamanha
discrepância nas nossas cabeças.
Por exemplo, os porcos têm manerismos muito parecidos com os dos cães -
nunca fariamos aos cães as
coisas que fazemos aos porcos.
E os americanos ficam extremamente indignados
com o Festival de Carne de Cão de Yulin.
As pessoas nesse país a
comer cães, isso não é bom.
E nunca diria que é.
Mas se quem podemos ou não
comer é ditado por onde vivemos.
Isso mostra que isto não é
uma decisão baseada em lógica.
Só queria agradecer-lhe novamente por falar hoje connosco.
Obrigado a todos.
O prazer foi meu.
Nós consideramo-los legalmente sentientes.
E apesar disso, temos a audácia de tomar este reconhecimento de senciência não-humana
como um passo em frente
gigante para os direitos animais.
Como se a exploração sistemática de indivíduos com completo e reconhecido conhecimento e compreensão
da sua capacidade de
sofrer fosse algo a louvar.
Reparem o que usamos como prova de
progresso: um artigo louvou a redução
no número de animais que escorregaram ou cairam a caminho da morte num matadouro num país.
Quando olhamos para as nossas ações da outra perspectiva, a peversão e o absurdo
da nossa auto-congratulação
iludida é surpreendente.
Se estivesse no lugar destes seres, quão
grato se sentiria se o seu sequestrador
pusesse um tapete de banho
na rampa para a sua execução?