(som de guitarra)
(Peter) Nos dias atuais,
ouvimos música o tempo todo.
Ela nos acorda, motiva nossos treinos,
nos acompanha em nossas viagens.
Não importa qual o tipo de música,
ela tem o poder de mudar
nosso humor e nossos corpos
de muitas maneiras.
Balançamos a cabeça,
o nosso corpo, dançamos.
A música pode nos arrepiar
e até nos fazer chorar.
A música ativa todas as áreas
que já mapeamos do cérebro.
Não há nenhuma área que
conheçamos dele
que a música não toque de alguma forma.
Mas o que está por trás disso?
O que exatamente a música faz conosco?
Para descobrir, fiz uma série de testes
projetados para medir
como respondo à música.
Conheci crianças cujos cérebros
podem estar mudando.
devido a horas de aprendizado,
prática e apresentação.
Falei com uma terapeuta que usou a música
para ajudar a ex-congressista
Gabrielle Giffords
a aprender a falar novamente,
e pude ver o interior do cérebro
de um duplo vencedor do Grammy
enquanto ele tocava.
(tocando e cantando)
...tudo para entender como a música
nos afeta.
(música animada)
Então, o que acontece
quando nós ouvimos música?
Nós visitamos o Instituto do Cérebro
e Criatividade da USC,
onde tive minha cabeça examinada,
literalmente,
para tentar descobrir.
Entrarei nessa máquina de
ressonância magnética.
Um pequeno tubo ficará ao meu redor.
Eles observarão o padrão do meu cérebro.
E aí escutarei música,
e veremos como meu cérebro responde.
Apenas feche seus olhos, relaxe,
e curta a música o máximo
que puder, ok?
(música clássica)
(Peter) E isso é o que vimos.
A varredura do meu cérebro.
Nas áreas em vermelho há atividade
acima da média;
em azul, abaixo da média.
Como podem ver, a cor vermelha
está em todo o meu cérebro,
não apenas em uma área específica.
(Daniel) Há 25 anos,
a ideia que a linguagem estava
do lado esquerdo do cérebro
e a música estava no lado direito.
Mas agora que temos melhores ferramentas,
imagem de alta resolução e
melhores métodos experimentais,
descobrimos que não é assim que funciona.
Mas como isso funciona nas
diferentes regiões cerebrais?
Quando a música entra e
é mandada para as
diferentes partes do cérebro,
ela para nas áreas de processamento
especializado no córtex auditivo
Elas rastreiam a altura, tom e ritmo
o timbre etc.
Existe ativação do córtex visual
quando você lê música como um músico
ou quando escuta música.
O córtex motor é ativado
quando você balança os pés,
estala os dedos, bate palmas.
E o cerebelo media a resposta emocional.
O sistema de memória no hipocampo,
quando se escuta uma passagem conhecida,
achando algo nos bancos de memória.
A música atinge ambas
as metades do cérebro,
a esquerda e direita,
na frente e atrás,
o interior e exterior.
(cantando)
(Peter) E como é o cérebro de um músico?
Tocar uma música envolve muitas coisas:
sistemas motores,
sistemas de cronometragem,
sistemas de memória,
sistemas de audição.
Há todos os tipos de
atividades cerebrais acontecendo.
É algo robusto tocar música.
(Chopin, "Fantaisie-Impromptu")
Eu sou Alex Jacob Robertson.
E eu sou Nathan Glenn Robertson.
(Peter) Nós perguntamos aos
músicos de 11 anos
para que nos digam
no que pensam quando tocam.
Algumas coisas, eu acho, são boa postura,
acertar as notas,
legato, staccato.
(violino)
Para o violino, você precisa
colocar sua mão no lugar certo,
você precisa estar no ritmo,
e também tem que ter
não só a entonação correta
mas também o som certo,
e também precisa ter um bom vibrato.
Existem muitas coisas para pensar.
(Peter) Voltando à USC,
pesquisadores têm estudado crianças
que tocam música há cinco anos,
para ver como a música
afeta o desenvolvimento.
As áreas multitarefas
dos cérebros deles acendem,
mas encontraram
outros resultados também.
O treinamento de música
ao longo de cinco anos
trouxe benefícios nas habilidades
cognitivas e na tomada de decisão.
Também trouxe benefícios
ao comportamento social,
e observamos mudanças nas
estruturas associadas ao cérebro.
(Peter) Você escutou isso?
Mudanças na estrutura do cérebro!
Descobriram que os cérebros de crianças
estudantes de música
têm conexões mais fortes
entre os hemisférios,
e isso pode fazê-los mais criativos
em resolver problemas.
E há também a emoção.
(violoncelo tocando)
Quando se escuta uma música como esta...
♪ (Saint-Saëns, "Le Cygne") ♪
...é fácil compreender como as emoções
são grande parte da música.
Essa música é da Camille Saint-Saëns
é conhecida por ser a música de
Morte do Cisne no balé.
Enquanto possa fazer
bailarinas dançarem,
ela inspira diferentes reações em outros.
(violoncelo continua a tocar)
Algumas pessoas tem arrepios,
os calafrios.
Aquela sensação estranha que você tem
quando uma música mexe com você?
É chamada de frisson,
nem todo mundo tem.
Mas eu aparentemente tenho.
Agora você escutará alguns trechos
de músicas.
Se você tiver um calafrio,
se tiver um,
quero que você aperte
a barra de espaço, assim
veremos quando os momentos de clímax
de diversão ocorrerão.
(Peter) Matt Sachs,
um candidato a PhD na USC,
colocou dispositivos em mim para medir
a minha resposta fisiológica.
Então se estou sentindo
uma conexão emocional
que tem uma manifestação física,
você verá o que o meu corpo está fazendo?
Exatamente.
(violoncelo)
(Saint-Saëns, "Le Cygne")
Certo, como foi isso?
Isso foi -- Eu tive muitos deles.
Pegamos todos.
(Peter) Agora, entre nós: tempos atrás,
eu tocava o violoncelo,
o que pode estar relacionado com
o motivo da minha comoção.
Cabelo bonito!
Mas o cérebro também trabalha aqui também.
Nós processamos as diferenças
entre o caminho
que conecta as regiões da audição,
localizada na lateral do cérebro,
às regiões emocionais,
e nós mostramos que o trato
que conecta as duas regiões é mais forte.
Há mais fibras naquela região
nas pessoas que sentem arrepios.
(Peter) Isso significa que o cérebro
de alguns tem melhor comunicação
com o que se escuta e como se sente.
A música também participa
do fenômeno frisson.
Sachs usa diferentes canções em suas aulas
para que os estudantes o sintam.
Digo: "Levante a mão quando
sentir um arrepio", e
com uma peça clássica,
talvez metade das pessoas tenha,
(Peter) Mas quando ele toca essa...
(música de rock tocando)
..."Gimme Shelter" dos Rolling Stones.
Você já viu o filme
A Um Passo do Estrelato?
- O documentário sobre cantoras de apoio?
- Sim.
Tem uma parte que eles isolam
dos vocais de Gimme Shelter.
(vocais de apoio apenas)
Eu toco isso e 90%
das pessoas têm calafrios,
não importa onde eu vá.
Eu tenho que dizer isso, lembrar disso
me fez pensar
e sentir aquela coisa atrás do pescoço.
(Peter) Mas por que isso acontece?
As notas agudas que ela alcançou
são quase um grito,
e é ancestralmente importante para nós
prestar atenção ao grito,
descobrir o que acontece,
e bater ou correr, o que precisemos fazer.
(Peter) Como isso se torna prazer?
Bom, porque nosso córtex pré-frontal,
a parte mais racional do nosso cérebro
se faz presente
Então você entende rápido,
depois do reflexo rápido de susto,
que não há nada ameaçador sobre a música,
que você está em um espaço seguro
com seus fones de ouvido,
e é na reavaliação
que verificamos as respostas prazerosas
emergindo.
E não importa se você escuta
uma música que gosta e tem arrepios
ou se você absolutamente odeia a música,
ela pode produzir efeitos fascinantes
no cérebro.
De acordo com Levitin, as músicas
que gostamos
engatilham o sistema opioide do cérebro --
sim, o sistema opioide.
Assim como os opioides que vêm em pílulas,
esses químicos provocam bem-estar e
ajudam com a dor.
E a música que você não gosta?
Ela libera cortisol,
o conhecido hormônio do estresse.
Mas isso não é nem metade do que
a música faz no cérebro.
- Você pode ligar as l-l-l-l-uzes?
- L-l-l-... galinha alegre.
(Peter) Quando a ex-congressista
Gabrielle Giffords foi baleada em 2011,
seu lado esquerdo do cérebro
ficou danificado,
deixando-a com dificuldades de fala
uma condição chamada afasia
(chorando)
Gabby, você está frustrada?
(Peter) Para ter uma ideia
do quão poderoso
o efeito da música no cérebro pode ser,
veja esse vídeo.
Você está pronta?
(ambas) ♪ Essa pequena luz em mim,
vou deixá-la brilhar ♪
(Peter) A palavra que ela tem
dificuldade em dizer, "luz",
veio fácil na canção.
Por que ela pôde cantar sendo
que ela não consegue falar?
O que conhecemos sobre o cérebro
é que o hemisfério esquerdo
controla a linguagem,
e existem muitas outras partes do cérebro
que têm acesso à música.
(Peter) O trabalho da terapeuta de música
Meagan Morrow é
ajudar pacientes a usar outros caminhos
para recuperar a linguagem.
(Meagan) Eu às vezes comparo a
estar no trânsito,
quando você não consegue mais andar,
mas pode pegar a saída e ir para
uma estrada secundária
para chegar ao seu destino.
Então música é basicamente
como a estrada secundária
para o seu novo destino.
(Peter) Como um desvio.
Então nós sabemos que a música
pode nos ajudar a reaprender,
como a fala, ao acessar
caminhos outros do cérebro,
e que aprender a tocar pode fortalecer
as conexões cerebrais.
Mas e fazer música?
(música animada)
Fazer música é como --
é a língua da humanidade.
Não importa onde eu esteja,
se estou tocando algo
não importa se alguém não fala a língua.
Se curtem, então curtem.
(Peter) Esse é Xavier Dphrepaulezz,
mais conhecido como Fantastic Negrito.
Trouxemo-nos para a UCSF
para conhecer Charles Limb,
um neurocientista que estuda
a criatividade musical.
O Duffler é o próximo.
Para saber como funciona
o cérebro do Fantastic Negrito
quando ele compõe músicas,
Dr. Limb pediu para ele tocar
uma de suas músicas enquanto o examinava.
(Fantastic Negrito cantando)
(Peter) Como o seu cérebro respondeu?
As áreas de processamento sensorial e
habilidade motora acenderam
Você consegue ver aqui, em vermelho
e amarelo. Faz sentido, não?
Mas esta é a parte interessante:
Limb pediu a ele para improvisar
para ver o que acontece quando
ele cria algo totalmente original.
♪ Como Star Wars na minha cabeça ♪
♪ É como Star Wars na minha cabeça ♪
♪ Eu não gosto desse som maluco ♪
♪ Sinto como se não pudesse mais sair ♪
- Pare.
(risos)
Agora veja o que acontece
com seu cérebro. As áreas ativas antes,
ligadas à habilidade motora e sons,
estão ainda mais ativas.
Mas você consegue ver
mais azul na parte frontal?
Aquele é o córtex pré-frontal,
associado ao planejamento dedicado
e automonitoramento da consciência,
ele está azul porque está menos ativo.
Podemos ver que o córtex pré-frontal
aparenta estar se desligando
nos momentos de alta criatividade,
meio que se afastando
das áreas de automonitoramento
e autocensura
que normalmente estão lá
para controlar nossos resultados.
(Peter) E Limb afirma que
é mais do que se afastar.
É possível ver da perspectiva
de sobrevivência.
Se humanos só pudessem
usar respostas prontas,
já teríamos partido
há muito tempo.
Não é apenas o que acontece
em clubes e bares de jazz,
talvez seja a forma mais fundamental
do que significa ser humano:
ter novas ideias.
(blues tocando)
(Peter) Então a música é mais do que
notas em uma página
pode mudar o jeito que
pensamos, falamos e sentimos.
Mas existe um limite para o que a ciência
pode nos dizer sobre música?
Quando eu descubro a resposta
para uma coisa,
Outras cinco questões aparecem,
até mais interessantes que a primeira,
e eu realmente reconheço
o quão complexo criar
e escutar música são.
Não está desmistificado de forma alguma.
É mais misterioso do que nunca.
♪ La-la-la la-la-la ♪
♪ La la la la-la-la-la ♪
♪ La-la la ♪
♪ Deus... ♪
♪ as pessoas ♪
(aplausos)