Eu sempre quis ter
nossa própria casa.
Quando eu conheci John
ele foi o primeiro estrangeiro
que eu tinha visto na minha vida.
Ele estava trabalhando para a
Associated Press.
Ele era um
correspondente estrangeiro.
Ele estava escrevendo bastante
sobre o Japão
e sobre a China.
Um dia nós ouvimos
que uma antiga casa de fazenda
estava prestes a ser
destruída.
Quando nós chegamos lá,
era como ser mandado por uma
máquina do tempo para o século XVIII.
John e eu nos apaixonamos
por essa casa de fazenda
à primeira vista.
Casas de fazenda japonesas
são escuras.
Você começa a enxergar gradualmente.
Nunca tinha visto
vigas como estas.
Uau! Muito espaçosa
teto bastante alto.
"Ah! Isso é ótimo!"
Eu pensei.
É só instinto.
O aroma dessa casa
era lindo.
Cheiro da terra,
cheiro da madeira,
um pouco de cheiro da fumaça.
Eu senti vida,
vida bastante saudável,
sendo deixado naquele espaço.
"Acho que nós deveríamos pegar
esta casa de fazenda e
transportar para outro lugar
e podemos construir
nosso próprio lar.
Agora, quando eu olho
para essas fotografias,
definitivamente não é ontem.
Isso é --
Isso é há muito tempo atrás.
No começo eu disse:
"Vamos conversar em japonês
por dois dias
e em inglês por outros dois."
Mas assim que ficávamos animados
sempre terminávamos
falando em inglês.
Este é um antigo escritório da AP
[Associated Press].
Ele começou a trabalhar aqui
em 1959.
E ele tinha esse pequeno
bigode e
ele sempre gostou
de um bom cigarro.
Ele não sabia muito
sobre o interior
do Japão.
Então eu o levei para Gifu
onde minha família vivia.
Ele se tornou como um membro
da nossa família
e ele me adotou
como seu filho.
Nós pegamos a casa.
Mas sem terreno.
Então nós procuramos, procuramos
e procuramos.
Era ou muito longe
para ele ir diariamente
para o escritório da AP em Tokyo,
ou muito caro.
Nós subimos a colina.
Nós vimos essa vista
do oceano.
Impressionante!
Precisamos comprar
essa propriedade.
Mover a antiga casa de fazenda
para Kamakura
foi um grande empreendimento.
Essa viga comprida
tem mais ou menos
15 metros.
Uma peça de madeira.
Assim que chegamos à curva
nós movemos a madeira
e nós aos poucos
chegamos aqui em cima.
John era bastante popular
não somente entre
os carpinteiros,
mas com todo mundo.
E ele sempre fazias
as pessoas rirem
com seu japonês limitado.
Eram tempos
bastante excitantes.
Você vê a formação
das vigas do teto
nesta forma
de mãos de oração.
No budismo
nós oramos assim.
Quando o telhado
foi completado
nós celebramos.
E a ideia toda é
pedir a Deus que desça
nesta nova casa
para proteger a casa,
a família,
e sempre com sal
e sakê
para o bem
desta casa feliz.
Kampai!
Todos bebem.
Todo dia era
uma ocasião feliz.
Nós terminamos a casa
em junho de 1967.
Então faz 41 anos
que vivemos aqui.
Minka tem um espaço
que é misterioso.
As pessoas vem
e não vão embora.
Nós somos próximos da natureza
na arquitetura Minka,
eu penso.
Pilar e vigas largos.
E nos sentimos seguros.
Eu acho,
que esta Minka trouxe para ele
paz de espírito
de um modo em que esta é
sua própria casa
e eu estou aqui.
Antes de vir pra cá
ele estava pronto para ir
para qualquer parte do mundo
em qualquer momento que
a central da AP pedisse.
Com o passar do tempo,
penso eu,
que essa Minka fez
ele ficar no escritório de Tokyo.
Ele se estabeleceu aqui.
Consegue ver?
John amava as pessoas
e a história,
histórias sobre elas.
Então aqui é um
lugar perfeito para
para o John entrevistar as pessoas.
Tanto privadamente ou publicamente,
tanto faz.
Ele sempre gostou de vinho vermelho.
Garrafa grande.
Ele consumiu muito algumas vezes.
Muitas garrafas vazias.
Ó Deus.
É um pequeno poema desejando
que a casa não pegue fogo.
Um bom dia de junho,
1734
Quando eu fiz isso -
a Minka do John -
eu não estava pensando
em me tornar um arquiteto,
ainda,
naquele tempo.
Mais tarde
Eu peguei clientes
para este tipo
de arquitetura.
Quando eu vejo casas
realmente boas
e quando me apaixono
por certa Minka
eu pego essa casa
desmontada
e estoco
no meu depósito
para alguém
que possa dizer,
"Eu preciso de uma Minka."
Aqui
é meu cemitério.
Não meu,
mas o cemitério das Minkas,
para Minkas.
Um dia elas
retornarão para a terra.
O mundo de madeira
quando estão em pé
e quando estão em pé de novo
como uma casa
e deitadas aqui
para serem enterradas.
Como muitas coisas
sempre existe
o fim da vida
e elas estão prestes
a terminá-la.
Esta é uma importante
fotografia que eu tirei,
quando disse adeus
para o John.
E eu sempre achei
que ele estava sorrindo para mim.
Mas quando eu ampliei
esta foto
e quando eu olhei
para ele com muito cuidado
eu pude ver em seus olhos
algo muito mais profundo.
Toda vez que eu venho aqui
para esta sala eu agradeço a ele.
E eu digo,
"Itekimasu
Estou aqui, de volta para o lar."
Em memória de John Roderick
1914-2008
Inspirado por seu livro
Minka: minha casa de fazenda no Japão
-Featuring-
Direção, Produção e Fotografia
Produção
Edição
Música Original
Agradecimentos Especiais