STEPHANIE SYJUCO EM
ARTE NO SÉCULO 21
RICHMOND, CALIFÓRNIA
Tenho uma bagagem
bastante tradicional com a escultura,
no sentido de que passei quatro anos
na escola de arte
apenas fazendo coisas, literalmente.
Digo, fazer algo à mão significa
que você vai processar aquilo.
A coisa vem à sua cabeça,
passa pelo seu corpo,
e, então, é trazida ao mundo.
[máquina de costura em funcionamento]
Tenho interesse no modo como os objetos
refletem momentos culturais.
E penso que eu esteja tentando descobrir
por que valorizamos o que valorizamos.
Então, com
o "Projeto de Falsificação em Crochê",
eu convidei artesãos de crochê
de várias partes do mundo
para se unirem a mim na empreitada
de piratear bolsas de design exclusivo.
Pedi que escolhessem uma bolsa de grife
que gostariam de ter,
mas que não pudessem pagar, que baixassem
uma imagem dela da internet,
e, então, usando suas habilidades
com o crochê, que a fizessem à mão.
E, curiosamente, isso provocou as pessoas,
de modo que muitas delas participaram
e depois me mandavam fotos usando
as bolsas que fizeram.
Foi divertido e descontraído, mas
isso, sem dúvida, acabaria nos levando
a discussões maravilhosas sobre tudo
nessa hierarquia no sistema da moda
até os esquemas globais
de falsificação.
Acho que um dos motivos do meu interesse
na pirataria, ou na imitação,
é, na verdade, uma extensão dessa ideia
de que existe algo que seja autêntico.
E, falando de uma perspectiva pessoal,
estava muito curiosa para saber
o que seria um filipino autêntico.
Estava pensando bastante
sobre fotografia
histórica etnográfica.
Especificamente sobre imagens
que vi que foram tiradas nas Filipinas.