ART21 APRESENTA:
Arte no Século Vinte e Um
SANTA CLARA PUEBLO,
Novo México
[barulho de soldagem]
♪ música ambiente etérea ♪
[Rose B. Simpson] Há algo
tão importante em testemunhar.
Tudo é uma testemunha,
até objetos inanimados --
ou o que consideramos
objetos inanimados.
Essa é uma ideia em que estava trabalhando
para um projeto de arte pública onde...
esses tipos de seres ancestrais
estão observando.
Minha arte é basicamente tirar
um momento dessa experiência.
♪ música etérea inspiradora ♪
Eu estou fazendo esses seres
que então refletem meu processo
de volta pra mim,
mas eles também estão indo
ao mundo e assistindo.
♪♪♪
[Rose] É isso.
Eu percebi que se eu usar argila bem fina,
preciso estar bem presente com o
Processo e tenho que fazer de uma vez.
Você não pode voltar
e arrumar depois e,
Tirar material.
Não tem...
perdão, de certo modo;
É o que é.
Então você tem que aceitar.
Agora que eu comecei isso,
eu tenho que terminar hoje.
Essa é a New Mexico Clay,
é onde eu obtenho minha argila.
Eu gosto de colocar
argilas diferentes juntas,
Apenas como estética,
mas também a ideia de
nós somos feitos de
muitas coisas diferentes,
e estamos tentando nos entender e ser...
Sabe, compassivos e agradecidos
e aceitar todas
as diversas coisas que nós todos somos.
Por ser mestiça, eu sempre
fui muito consciente em como
eu não me encaixava.
E por ser uma pessoa
dois-espíritos multicultural,
eu estou sempre andando com um pé
em dois mundos. [risada]
E então, sabe,
a argila faz isso também.
♪ música ambiental etérea ♪
Eu estou tentando revelar nossa
verdade profunda, e ela é o processo,
então por que eu esconderia?
Por que esconder o processo?
♪♪♪
Deixar a marca dos dedos
e mostrar os toques e a
criação -- o processo real de criar algo,
É nosso poder, não é?
É nossa grandeza.
Por isso eu adoro ir para
as casas ou ruínas ancestrais, sabe?
E ver as marcas de dedo no gesso.
É tipo: "Nossa, essas são as mãos
dos meus ancestrais,
que faziam assim como nós
fazemos", Entende?
Agora, estamos na pátria ancestral
em Santa Clara.
Meu povo vive aqui
entre essas serras
ao redor do rio
há milhares de anos.
Essa era nosso lar muito
antes do contato com os europeus.
É considerado um lugar tri-cultural,
nós temos a ancestralidade indígena,
a espanhola, e também
a colonização de língua inglesa.
Muitos de nós somos descendentes
de tudo isso, como eu.
Ainda há muito rancor e dor.
As pessoas ainda estão navegando
por esse trauma histórico herdado.
Mas também é meu lar;
eu sou profundamente daqui.
— Isso.
Mas você não vai cair.
Então seguro sua mão apenas
por que eu te amo.
Está vendo aquilo ali?
Isso era uma grande reservatório.
A água descia. Os antepassados pegavam
a água daqui para beber
e afins -- até para agricultura.
— Então essa pedra era uma cachoeira, mãe?
— Aham.
Eu venho aqui desde criança.
— Lá vai, agora tente.
A prova da interação do corpo
das pessoas com o lugar
e locais antigos
onde você vê
gesso nas paredes
e vê marcas de mãos ou
impressões digitais em
pedaços de cerâmica, ou algo assim,
é um momento que conecta.
Esta é a ancestralidade na criação,
e somos parte disso, não é?
Nos deram essa linhagem, essa herança
e essa história para continuar.
♪ música ambiente suave ♪
[Rose] Porque eles são fofos?
[Cedar] Sim.
[Roxanne] Muito bom.
[Cedar] Fiz um caracol.
[Rose] Ei, você fez um!
Que gracinha!
Olha os olhos dele.
[Rose] A pessoa com quem mais gosto
de fazer coisas juntas é minha mãe.
Ela aprendeu a se comunicar pela argila,
e a argila foi passada a ela
por sua mãe.
É um presente matrilinear.
♪♪♪
[Roxanne] Nós passamos as coisas
de um jeito engraçado,
por que ela aprendeu comigo,
depois eu que aprendi com ela
por que ela tenta coisas
que eu nunca tentei.
é uma benção poder ter um
filho [risos] que é
capaz de trilhar com você.
♪♪♪
[Rose] Quer estejamos rebocando
uma casa ou erguendo tijolos
ou plantando no campo,
poder fazer trabalhos que
Constroem uma conversa
juntos é uma ferramenta
muito linda que temos
para a cura.
Frequentemente penso nos
relacionamentos no mundo indígena,
nós temos esse enorme coração
para existir e nos empoderarmos
e para mudar as narrativas
e expressar o que
significa carregar
essa história adiante.
♪ música inspiradora ♪
Eu continuo fazendo esses
objetos de empoderamento.
Por anos fiz guerreiros que
estavam nessa espécie de empoderamento e
não sendo agressivos ou confrontadores,
mas apenas -- boom -- em si mesmos.
Assim, estamos transformando
essa narrativa de vítimas.
♪♪♪
Acho que estou buscando por
isso dentro de mim, e
o carro na verdade foi inspirado
pela vivência em
Española -- Española é a capital mundial
dos carros lowrider --
vendo um povo sem empoderamento
em vários sentidos mas
Totalmente orgulhoso de suas
experiências e seus carros.
[motor roncando]
O amor e energia que
colocam nessas peças de arte,
Lembro de pensar:
"quando eu crescer,
Quero essa sensação de estar
completa e protegida e inteira
e me tornarei essa peça de arte
e me levarei com orgulho".
Então quando voltei da pós-graduação,
eu pensei "eu vou encontrar isso".
E naquela época, parecia
"Oh, carros fortes;
Quero que seja bem rápido
e faça muito barulho".
♪ música de rock agressiva ♪
A cor base é chamada "preto Hot Rod",
que é um cetim.
eu colei, então joguei um verniz
transparente em cima, que dá esse tipo
de "brilhoso versus fosco".
A estampa é baseada nos
padrões tradicionais dessa
área de designs de cerâmica.
Temos a espiral intinerante,
Temos montanhas e nuvens,
e temos as penas voltando aqui.
Está enraizado neste lugar, e se você
o leva embora daqui,
não faz muito sentido.
♪ música ambiente sensível ♪
Eu a nomeei "Maria" de Maria Martinez,
Que é uma mestra oleira e também uma
inovadora de San Ildefonso Pueblo.
Ela desenvolveu o estilo "preto-no-preto",
que é uma estética muito, muito, muito
específica de escolha de cor nessa área.
♪♪♪
Eu comecei a fazer performances que
chamava de "Transformances"
Porque a intenção era realmente
mudar.
Eu estava transformando.
Estou tentando evoluir e
transformar minha perspectiva.
Nós usamos o carro e tomamos espaços,
barramos estradas
e marchamos com o que eu chamo de
"insígnia indígena pós-apocalíptica".
Eu botei essas caixas de som em El Camino,
e toquei essa batida de coração
super alta
-- tu-tum, tu-tum, tu-tum --
Enquanto andávamos, e o carro --
[imita som de motor], certo?
E então, essa batida de "tu-tum".
Eles fecharam as ruas e nós apenas
andamos devagar com esse carro.
[motor acelerando]
Você quer sua adrenalina fluindo.
Era tipo, "estamos no
pós-apocalipse agora,
Nós vivemos isso por
centenas de anos.
Agora olhem para nós; vamos reivindicar
isso, vamos estar nisso" certo?
Depois que minha filha nasceu, eu fiz
outra "Transformance" em Las Vegas, Nevada
Com um colaborador, Fawn Douglas,
que é um Paiute do Sul
e acabamos tomando o espaço com
nossos corpos de forma meditativa,
E acabamos não usando o carro.
♪ música de piano sensível ♪
Eu estava levando minha filha, e
haviam duas mães e duas filhas.
Eu percebi que o que o empoderamento
parece para mim que está
mudando, está realmente mudando deste
espaço de gênero-queer,
mais masculino para uma real aceitação
do feminino e
a compreensão de que eu posso manter minha
feminilidade e ainda sentir esse poder.
Todas as marcas significam algo, não é?
Para essa em específico,
eu fico pensando sobre
a marca do tempo e a marca
dos passos, e desse
processo monótono, mas também dedicado.
O bater de asas dos pássaros migratórios,
É esse, tipo... você só vai, você só vai,
você só vai.
♪♪♪
Essa garota age como quem sabe
o que está fazendo.
Vai caber! Acho que vai caber.
Espero que caiba. Está bem perto disso.
Bom trabalho, baby!
Vamos terminar isso, e
agradeço a dedicação.
Não há separação entre arte e vida.
Eu sinto que minha vida está no
meio disso.
Quando você nunca pode estar confortável
em um lugar,
O desconforto pode criar um ambiente
incrível para investigação.
Você deve meio que cair para trás
e fechar seus olhos e acreditar
que onde você aterrissar é exatamente
o lugar para onde deve ir.
♪♪♪
♪ música etérea distante ♪