Existe algo irresistível em histórias de desfavorecidos, onde pessoas notáveis ascendem de começos humildes para realizarem feitos incríveis contra todas as probabilidades. Mas poucas histórias são tão dramáticas quanto a de Ida B. Wells. Uma mulher que nasceu escrava no Mississípi, no meio da Guerra Civil, e se tornou uma repórter investigativa audaz e uma militante pelos direitos civis que seria um dia chamada de "a voz mais alta e persistente pela verdade" em uma era de injustiça. Desde cedo, Wells suportou enormes fardos com coragem excepcional. Ela se tornou a chefe de sua família aos 16 anos, quando seus pais subitamente morreram de febre amarela. Para sustentar seus cinco irmãos e irmãs, ela interrompeu seus estudos e começou a trabalhar como professora no interior de Mississípi. Aos 21 anos, Wells embarcou em um trem para Memphis e se sentou no vagão feminino da primeira classe, apenas para lhe dizerem que mulheres negras eram restritas à segunda classe. Ela não apenas mordeu o condutor que tentou tirá-la de seu lugar, como apresentou uma ação judicial por discriminação contra a companhia ferroviária.