Num mundo onde todos se animam com Smartphones e tablets, estou aqui para falar sobre como estamos construindo computadores de mesa. "Por que computadores de mesa?" todos sempre perguntam. A resposta é porque você não pode entrar na economia do conhecimento sem ser capaz de escrever um CV, fazer uma pesquisa escolar, montar um orçamento. Para adentar a economia moderna, é preciso ter aprendizado em computação. Quatro bilhões e meio de pessoas não têm acesso a isso. Quatro bilhões e meio de pessoas. O mais incrível é que isso não é tão difícil de se resolver. O que isso significa? Como 4,5 bilhões de pessoas não têm, e não é tão difícil de se resolver? A resposta vem na forma da tecnologia que as pessoas já têm. Todos têm uma televisão, isso é um monitor. E anexados a essas televisões estão decodificadores, cabos de conexão, decodificadores de TV por satélite e aquela pequena caixa é onde a mágica acontece. Se você pegar um iBook dos anos 2000, um decodificador médio de hoje tem quatro vezes mais memória e 60 vezes mais RAM do que um iBook dos anos 2000. É um computador. Então, por que todos esses computadores, monitores, decodificadores como CPUs não são realmente computadores? E a resposta é muito simples: software. Passamos mais ou menos um ano tentando pegar soluções existentes, colocá-las em decodificadores e fazer isso acontecer. Depois de um ano, jogamos tudo fora, desistimos e passamos os próximos três anos montando tudo do zero, nós mesmos. Um sistema operacional que seja simples o bastante, que não precise de treinamento, não tenha vírus, que rode nesses processadores baratos que fazem o computador ser mais barato que um tablet e o mais importante, feito para usuários de mercados emergentes. Porque as pessoas nesses mercados não só não compram computadores, mas também não têm meios de ter o básico como educação, saúde e sustento. Então, um computador pode ser a resposta para isso. Devo vir ao palco e contar histórias sobre as costureiras que agora podem comprar com créditos de microfinanciamentos e sobre o agricultor que pode saber o que plantar, quando irrigar e onde vender. Mas na plateia de hoje, eu, na verdade, encontrei um herói meu. Ele é um menino de 12 anos, que oito meses atrás não falava inglês, e decidiu aprender inglês através do seu computador. e gostaria que vocês o conhecessem. Jimmy, seja bem-vindo ao palco. (Aplausos) Jimmy Calí: Olá! Matt Dalio: Me conte sobre você, Jimmy. JC: Oi pessoal, meu nome é Jimmy, tenho 12 anos, e eu adoro jogar videogame e ler livros. MD: Então, como você aprendeu inglês? JC: Aprendi inglês praticando, lendo e ouvindo. Já terminei o Duolingo, pratiquei com vídeos, "Skype" e escrevendo no "Whatsapp". (Risos) (Aplausos) MD: Então ele estava conversando fluentemente, eu falo espanhol, e era mais fácil conversar em inglês do que em espanhol porque seu inglês oral é tão bom. Me diga, quanto você sabia de inglês há oito meses? JC: eu [comecei] aprendendo há oito meses em março do ano passado. MD: Quanto você sabia há oito meses? JC: Nada. (Risos) MD: Você estava contando algo sobre programação? JC: Sim, estou aprendendo programação na Khan Academy. MD: Programação? Me diga, que tipo de programação? JC: Animação. Eu realmente gosto. É muito difícil, mas eu gosto e sempre pratico. MD: Meu mais novo herói. (Aplausos) Existem bilhões de Jimmys prestes a obter tecnologia. É incrível o que estamos prestes a ver como humanidade. E eu estou nesse palco para apelar aos empresários do mundo. A emulação de ideias inovadoras em novos mercados já não é novidade. Enquanto isso, os mercados emergentes têm muitas necessidades e oportunidades. O WhatsApp foi vendido por US$ 19 bilhões, a maior aquisição de uma startup da história. Por quê? Porque ele deu o poder da comunicação a 450 milhões de usuários do mercado emergente. "M-Pesa" é uma plataforma móvel de pagamentos que atualmente detém 31% do PIB do Quênia. As oportunidades da nossa era existem aqui, na Guatemala, e em mercados emergentes como este. E essa criança bem aqui é a prova do que isso significa. (Risos) Obrigado a todos. Jimmy, você é um herói. JC: Muito obrigado. (Aplausos)