[DUMBO, Brooklyn] [Daniel Gordon, Artista] [Daniel Gordon - Passa ao estado físico] Quando eu estava na faculdade, fiz algumas coisas para tentar entender a mecânica da fotografia. E então, bem cedo, eu esbarrei nessa coisa. Eu percebi que poderia voar através da fotografia. Era uma ideia muito específica, configurar a câmera, você está fotografando um evento no qual a câmera meio que transforma algo diante das lentes E algo acontece, e aquela coisa que estava ali não aconteceu, ou não se parece como na foto. É ficção e realidade ao mesmo tempo, e eu acho que foi aquela transformação que realmente me atraiu para a fotografia. Eu não pretendia ter um estúdio para a prática da fotografia. Eu desenvolvi, ao longo de muitos anos, um processo que me possibilitou a tentativa de fazer aquela transformação do meu jeito. Eu estava fotografando com luz contínua, com filme reversível 8x10 e eles pararam de fabricar o filme. Então tive que usar luzes estroboscópicas, que produzem o flash e você não consegue ver o efeito da sombra. E, então, tive que pintar as sombras eu mesmo. E logo comecei a ajustar as cores como se fossem parte da composição, e só apostando na ousadia. [clique da câmera] A primeira fotografia que fiz utilizando imagens já existentes, foi a fotografia de um transplante de um dedo do pé. Quando era pequeno, meu pai que era cirurgião de mão, fazia muitas fotografias dos seus procedimentos. Elas eram completamente sangrentas e absurdas, mas fascinantes. Sim, eu gosto muito desta foto Não sei se isso é um transplante do dedo do pé, e não sei se meu pai é esse cara, ou o cara que tirou a fotografia. E isso me trouxe ao ponto de partida, "transplantando" um dedo do pé num polegar e fazendo transplantes de imagens digitais num espaço físico. Então pensei... e se eu pudesse tirar essas imagens, que provavelmente não teriam outra vida além da existência que têm online, e as desse um corpo -- e desse a elas uma forma na vida real. Este é o perfil da minha esposa Ruby, tirada há duas semanas atrás por mim Tem se falado muito de apropriação, com uma noção crítica. Mas eu gosto de imaginar que o que estou fazendo