Olá, sejam bem-vindos!
Obrigada por estarem aqui.
Hoje vou falar sobre incerteza.
Temos essa dúvida: "O que é incerteza?"
Simplificando: se certeza
é algo que conhecemos,
incerteza é algo que desconhecemos.
Incerteza é uma característica
intrínseca a nossa existência humana.
Sempre esteve presente.
É atemporal e imutável.
Não podemos lutar contra ela.
Entretanto, nossa mente
não gosta de incertezas.
Quando ela se depara com o desconhecido,
pode ficar assustada e ansiosa
e pode ocorrer o fenômeno
que chamo de mente de macaco.
Aqui nesse slide vocês
podem ver alguns macacos.
Podem escolher o seu favorito,
aquele do qual mais gostam.
Esses macacos assemelham-se àquilo
que chamamos de mente de macaco.
Quando ela é ativada,
começamos a pensar
em cenários negativos potenciais,
um após o outro,
com medo do que pode dar errado.
A mente é feita para pensar.
É normal pensar, é neutro.
O problema aparece quando entramos
nessa armadilha interminável
da nossa mente,
em um estado de espírito pessimista.
Portanto, nossa forma de funcionar,
o jeito de usar a nossa mente
vai afetar a nossa felicidade.
A diferença entre nossos ancestrais
e nós é que hoje temos acesso
a muitas informações.
Podemos usar a internet
a qualquer momento, em qualquer lugar.
Temos livros, filmes
e acesso a descobertas científicas.
Nossos ancestrais não faziam isso,
eles não tinham isso.
Isso é ótimo,
permite que façamos maravilhas,
mas é muita informação para nosso cérebro.
Então, quando ficamos com medo, sem saber
o que vai acontecer
numa situação desconhecida,
podemos usar toda essa informação
e ficamos preocupados,
refletindo e andando em círculos.
Então, a incerteza em si
não cria nem destrói a felicidade,
mas a forma como passamos pelo mundo,
como nos comportamos
em um mundo incerto e desconhecido,
vai definir como nos sentiremos,
quão felizes vamos ser.
Aqui tenho outro slide.
Nele, quero mostrar a vocês
que, quando a mente é confrontada
com o desconhecido,
falei sobre aquela mente de macaco,
se estamos naquele estado da mente,
produzimos pensamentos negativos,
os quais vão refletir aqui na mente.
E existe também a outra parte
que reflete no coração ou sentimentos.
Esses dois estão conectados,
conversam o tempo todo,
com muita velocidade.
Quando temos um pensamento negativo,
um aviso é enviado para o nosso coração
e um sentimento de aflição,
preocupação ou medo vai surgir.
Em seguida, uma mensagem
retorna para a mente,
produzindo outro pensamento,
que provavelmente será
ainda mais negativo que o anterior
e fará com que um novo aviso
seja enviado ao coração,
deixando-nos ainda mais tristes ou aflitos
ou apreensivos.
Esse ciclo se repete constantemente.
Fazendo isso, vamos obviamente nos sentir
como a figura da direita do slide,
triste ou preocupado:
estamos na mente do macaco.
Quando isso acontece,
nossa energia diminui,
não temos disposição para nada.
nosso sistema imunológico também baixa
e podemos ficar doentes,
podemos criar doenças.
Tiramos a alegria do momento presente
porque estamos aqui, com nosso corpo,
mas, em nossa mente,
estamos em outro lugar,
refletindo e imaginando outras coisas.
Além disso, afetamos outras pessoas.
Mesmo que elas não possam ler
nossa mente ou nossos sentimentos,
sentirão nossa energia.
Isso é importante.
Entretanto, essas conversas
podem ser completamente diferentes,
e, ao invés de negativas,
podem ser positivas.
Então, quando enfrentamos
o desconhecido de coração e mente abertos,
passamos a produzir pensamentos positivos.
E para cada um deles
enviamos uma mensagem para o coração,
e ficamos motivados e entusiasmados.
Sentimos vontade de agir
e do coração enviamos outro sinal à mente
que, muito provavelmente, irá produzir
outro pensamento positivo,
que enviará uma mensagem ao coração
e nos fará sentir ainda melhores.
Então, essa é uma boa conversa
e nos faz sentir bem,
nosso estado de espírito melhora.
Quando isso acontece,
nosso sistema imunológico
permanece bem, não adoecemos,
e nos envolvemos por completo
com o que estamos fazendo.
Então, se você está acampando
e jogando tênis,
você está presente,
sem se preocupar com algo mais.
Você também espalha
a energia positiva para os outros.
Como saímos de uma conversa
negativa de mente de macaco
para uma positiva?
Como saímos da primeira
para a segunda situação?
Algumas atividades que têm me ajudado
são ioga, meditação e "mindfulness".
Hoje não tenho tempo
para falar sobre essas técnicas
porque temos só 18 minutos,
mas já ouviram falar
de meditação e mindfulness?
Sim?
Então, quero que você faça
um experimento agora mesmo.
Dê um passo para trás
e olhe seus pensamentos.
Você está ciente do que está pensando
nesse exato momento?
Talvez você esteja pensando
no que estou dizendo
ou está pensando sobre o jantar,
mas existe uma consciência que observa
e que está ciente do que você
está pensando, certo?
É isso que é importante.
Mindfulness e meditação baseiam-se nisso.
Você se torna um observador,
logo, não está mais vivenciando
aquilo que pensa,
as histórias que conta para si mesmo
e aquilo que sente.
De repente, você está olhando de fora
e obtém o controle da sua mente.
Você encontra um espaço de calmaria e paz,
no qual pode escolher o que quer pensar.
Você começa escolhendo
criar pensamentos positivos,
afirmações que lhe empoderam
e lhe permitem fazer o que gosta.
Quando está nesse estado de espírito,
você é capaz de sair,
manifestar suas paixões
e fazer o que gosta.
Você escolhe e pode estar
nesse estado de espírito.
Eu gostaria de falar com vocês hoje
sobre a zona de conforto.
Acho que todos já ouvimos falar nela.
É confortável,
porque a palavra sugere o conforto,
mas isso não significa
que seja bom para nós.
Permanecemos no que conhecemos, mantemos
nossos hábitos porque é confortável.
Podemos querer fazer coisas de um jeito
diferente ou experimentar algo novo,
mas nos impedimos
por causa da mente do macaco,
porque ficamos escutando
essa conversa negativa.
Vou dar alguns exemplos.
Podemos ficar em relações
que não são boas para nós
porque é confortável.
Talvez tenhamos medo de ficar sozinhos
ou não saibamos se vamos achar
um novo companheiro.
Permanecemos na nossa cidade
não só porque gostamos dela,
mas porque não sabemos se vamos conseguir
ficar bem em outro país:
eles falam outra língua,
é tudo diferente e sentimos medo.
Então permanecemos em certas situações
ou não tentamos algo novo
porque temos medo.
Outro dia, fui almoçar com uma amiga.
Ela é uma garota adorável
e está trabalhando para uma marca
internacional muito conhecida,
mas não está mais gostando do trabalho.
Então ela começou um curso on-line
de cosméticos naturais.
Ela está fazendo algo que realmente gosta
e quer começar sua própria marca.
Mas, logo depois,
ela expressou suas dúvidas:
ela não tem certeza de que o logo
seja suficientemente bom;
não sabe se o nome da empresa é bom;
se o produto vai ser competitivo
ou se ela vai conseguir
ganhar o suficiente.
Todas essas são perguntas
lógicas e dúvidas válidas,
mas imagino quanto tempo ela vai levar
para fazer o que gosta.
Quanto tempo ela vai levar
para começar a manifestar sua paixão?
E essa não é a primeira vez
que ouço essa história.
Amigos, estudantes e clientes
em outros países,
com outras histórias de vida
encontram-se em situações semelhantes.
Eles sentem algo internamente,
realmente querem fazer algo
com aquilo que gostam,
mas não fazem porque duvidam de si mesmos:
"O que vai acontecer a seguir?
E se eu não conseguir lidar com isso?"
Eu também já estive nessa situação,
e uma coisa que realmente me ajudou
e que ainda me ajuda hoje em dia
é: "Temos apenas uma vida".
Se você é religioso, é budista,
talvez venhamos
a reencarnar em outro corpo.
Mas nesse corpo, como estou agora,
tenho uma vida.
"Steffi, uma vida",
é o que falo para mim mesma.
Não sei se vou durar 20, 30 ou 60 anos,
esperando que eu continue saudável.
Mas quero fazer o máximo disso.
Realmente não quero ter arrependimentos.
Todos merecemos ter uma vida plena
na qual possamos manifestar
nossas paixões, fazer o que gostamos.
Há seis anos eu morava nos Países Baixos,
naquele país chuvoso, a Holanda.
Mas eu adoro a Holanda.
Eu morava em Amsterdã,
trabalhava como produtora
em uma agência de publicidade
e também, em tempo parcial,
como instrutora de "spinning".
Eu também atuava como coach.
Minha vida era ocupada e agitada
e, vista de fora, podia-se dizer
que era ótima e rica.
Mas internamente me faltava algo.
Faltava um significado para mim.
Eu sabia que a minha vocação
era ensinar, ser coach
fazer a diferença na vida das pessoas.
Entretanto, eu passava
muito tempo no escritório,
trabalhando atrás do computador
e conversando com clientes,
o que não era significativo para mim.
Eu também tinha medo de viajar sozinha.
Eu viajava pelo mundo, mas não sozinha,
em parte porque tenho medo de voar.
Sim, ainda tenho medo de viajar de avião.
Minhas mãos ficam suadas,
eu fico nervosa e tremendo
quando estou lá em cima e há turbulência.
Então, acabo chamando a aeromoça
ou mesmo segurando a mão
do passageiro ao meu lado.
De verdade.
Naquele momento da minha vida,
eu queria muito viajar,
mas isso estava na minha cabeça
e me impedia.
Em um determinado momento,
decidi por um ponto final nisso.
Larguei meu trabalho e pensei:
"Vou fazer isso.
Vou deixar esse trabalho de que não gosto,
que não me preenche e vou viajar".
Entrei num avião,
aluguei minha casa na Holanda
e fui para a Índia.
Lá fiz um treinamento
para ser professora de ioga,
depois fui para o sudeste asiático
e para a Austrália,
numa viagem que durou uns oito meses.
Foi maravilhoso!
Conheci pessoas lindas,
vi lugares maravilhosos e aprendi muito.
Foi bom que eu não tinha
planejado nada para a minha volta
porque não queria voltar para a Holanda.
Eu adoro Amsterdã,
mas é chuvosa e cinzenta
e, na verdade, não combina comigo.
Quero usar meus chinelos e meus vestidos.
Então, pensei em morar
em Bali e ensinar ioga,
e foi isso que eu fiz.
Mas a vida, claro, é incerta.
E um dia eu recebi uma mensagem
dos meus inquilinos na Holanda,
dizendo que eles não queriam
pagar o aluguel,
que estava muito caro.
Eu não entendi,
pois não estava lucrando com isso.
Eles sabiam disso; eu só estava
cobrindo a minha hipoteca.
Eu fiquei confusa e liguei para eles,
mas eles não atenderam o telefone.
Liguei para alguns amigos
e falei com um deles que é advogado,
e descobri que eu tinha um problema.
Para poder recuperar a minha casa,
eu tinha que voltar para a Holanda.
Então, suspendi tudo, deixei tudo em Bali
e voei de volta para a Holanda.
Entrei naquele avião de novo - viva!
Assim que aterrissei,
fui diretamente para a minha casa
e toquei na campainha,
mas ninguém abriu a porta.
Toquei algumas vezes, mas ninguém veio,
então decidi usar as minhas chaves
para abrir a porta,
mas as fechaduras tinham sido mudadas.
Entrei em pânico.
Minha mente de macaco ficou louca.
Fiquei fora de mim.
E não imaginei somente o dia seguinte,
mas o que ia acontecer no futuro.
Foi um drama.
Eu não tinha trabalho,
não tinha casa
e não tinha muito dinheiro no banco.
As semanas seguintes foram duras.
Fiquei na casa de amigos, e foi difícil.
Mas eu estava fazendo muita ioga
e meditação naquela época
e um dia eu decidi me render,
aceitar e compreender
o que estava acontecendo,
acreditar que tudo se resolveria um dia.
E tudo se resolveu.
E um dia eu recuperei a minha casa.
Essa foi uma experiência difícil,
não vou negar.
Entretanto, me ensinou algumas ideias
que me permitem estar aqui hoje,
e quero compartilhar algumas com vocês.
A primeira é que não importa
o quanto você planeje,
a vida vai jogar coisas em você,
boas e ruins.
Ela vai surpreendê-lo e você nunca
vai estar pronto para isso.
Então, faz pouco sentido
estar nessa mente de macaco,
preocupando-se com todo tipo de situação
que talvez jamais aconteça.
A segunda é abraçar, aceitar
e se render ao que aparecer
no seu caminho,
sabendo que você pode lidar com isso.
A terceira é acreditar em algo
maior que você, ter fé.
Podemos todos fazer o nosso melhor,
mas você deve se desligar do resultado
e acreditar que as coisas vão acontecer
da forma que devem para seu próprio bem.
Nunca pensei que eu moraria
em Hong Kong, na Ásia,
tirando meu sustento fazendo o que gosto.
E também não planejei
estar aqui com vocês esta noite,
mas a vida é incerta e, portanto, mágica.
Quando mantemos o coração
e a mente abertos
e nos lembramos de manter
um estado de espírito positivo,
podemos enfrentar qualquer situação
e a vida pode nos trazer
coisas realmente maravilhosas.
No final das contas,
o mais importante é ter uma vida
com sentido, com um objetivo,
qualquer que seja ele.
Pode ser tornar-se um bom pai,
ou escrever um livro,
ou viajar pelo mundo
ou passar muito tempo com a sua família.
O que quer que seja,
fique próximo dessa verdade.
Não deixe medos e inseguranças
derrubarem você.
O verdadeiro sucesso acontece
quando você olha para a sua vida passada
e não tem arrependimentos.
Você sabe que fez o seu melhor.
Todos sentimos medo,
você, você, você e eu,
mas temos que nos mover além dele.
E seguindo nossas paixões,
nossos sonhos e o que gostamos
podemos inspirar outras
pessoas a fazer o mesmo,
de tal forma que juntos
possamos romper o medo
e criar um mundo mais feliz.
Obrigada.
(Aplausos)