O País de Gales é um país pequeno mas progressista. O único país do mundo a legislar para proteger os interesses das gerações futuras. É o único país que nomeou alguém independente para supervisionar isso. Em todo o mundo, nossos sistemas de governo, de política e de economia têm seguido a tendência de agir a curto prazo. Muitas vezes, as decisões tomadas desconsideram os interesses das gerações futuras e do planeta. No País de Gales, nós estamos tentando mudar isso com uma lei que requer que não apenas nosso governo, mas todas nossas principais instituições públicas, demonstrem como eles estão agindo a longo prazo e como as decisões tomadas não prejudicam os interesses daqueles que ainda não nasceram. Como mãe de cinco filhos e única encarregada pelas Gerações Futuras do mundo, quero compartilhar com você hoje algumas das lições que aprendemos sobre como trabalhamos para deixar um mundo melhor do que encontramos. Em primeiro lugar, envolver as pessoas na criação de objetivos de longo prazo. Pergunte a elas: "Como é o País de Gales ou o mundo que você quer deixar para seus filhos e netos? Fizemos uma conferência nacional, "O País de Gales que Queremos" e nos responderam: "Queremos uma economia com pouco carbono". "Que nos ajudem a manter as pessoas bem, em vez de tratá-las quando adoecerem." "Queremos comunidades conectadas e um país mais igualitário." E nosso governo legislou para definir sete metas de bem-estar nacionais para alcançarmos isso. Cada instituição deve demonstrar como vão alcançar esses objetivos e elas devem prestar contas a mim. Você deve se concentrar nas interconexões entre diferentes aspectos do bem-estar. Precisa discutir sempre por que é tão importante tanto para a saúde pública quanto para o meio ambiente combater aos altos níveis de poluição do ar; por que a diversidade na força de trabalho é igualmente importante tanto para a prosperidade econômica quanto para endereçar a desigualdade. Nossas instituições têm o dever legal de agir além de suas atribuições imediatas para reconhecer essas conexões, para trabalhar com suspeitos incomuns. Alguns de nossos hospitais trabalham com o National Botanic Gardens para criar espaços para a natureza em suas instalações. Estamos vendo funcionários em nossa agência ambiental buscando soluções para enfrentar adversidades na infância. Faça do bem-estar a sua métrica. Teste tudo o que fizer com os quatro pilares do bem-estar: social, econômico, ambiental e cultural. Por muito tempo, governos testaram seu sucesso com base nas medidas de crescimento econômico e aumento do valor agregado bruto. No País de Gales, medimos nosso sucesso com base em nossos sete objetivos de bem-estar. Quando o governo achou que era uma boa ideia gastar 1,4 bilhão de libras na construção de uma nova rodovia, o simples uso dessas métricas de bem-estar mostrou-lhes que, se a intenção é melhorar a saúde das pessoas, cumprir suas metas de emissões de carbono, proteger a natureza e direcionar seus recursos para pessoas com rendimentos inferiores, uma opção muito melhor seria o transporte público e mobilidade ativa. É isso que eles estão fazendo. Faça disso a sua missão pra maximizar a sua contribuição com o bem-estar. Quando vemos planos de estímulo econômico, empregos verdes e medidas de eficiência energética nos lares pós-COVID, essas serão ideias muito boas. Mas certifique-se de que esses empregos serão direcionados às pessoas afastadas da força de trabalho. Do contrário, estará perdendo a chance de lidar com a desigualdade. Pense em seus projetos de forma holística. Não economize carbono instalando painéis solares em seu novo hospital, apenas para gastar com outra área na hora de considerar como os pacientes vão chegar até lá de forma sustentável. Em Cardiff, na nossa capital, assim como em muitas outras em todo o mundo, somos afetados pelos altos níveis de poluição do ar, longas viagens ao trabalho, estradas congestionadas e grandes diferenças na expectativa de vida entre os mais ricos e os mais pobres. O que a gente está fazendo para fazer a diferença? Antes de qualquer coisa, as nossas instituições públicas devem trabalhar juntas. Como consequência, o consultor de saúde pública foi selecionado do conselho de saúde para o conselho local para liderar a estratégia de transporte. Quando você aplica as lentes da saúde pública para tratar um problema no transporte, você obtém um conjunto diferente de soluções. As instituições públicas percebem que entre elas, elas estavam empregando 30.000 pessoas em Cardiff. Elas agora estão incentivando seus funcionários a viajar de forma sustentável. Vimos um aumento de dez vezes no investimento de rotas mais seguras para pedalar e caminhar e temos como alvo infraestrutura para ciclismo e caminhada para aqueles bairros que têm o nível mais alto da poluição do ar e a menor expectativa de vida. Em Cardiff os médicos podem emitir prescrições não apenas de estatinas, mas também para o aluguel gratuito de bicicletas para aqueles que se beneficiariam do aumento da atividade física. Quando construímos nossa infraestrutura para o ciclismo, também construímos uma drenagem sustentável, utilizando mais de 40.000 metros cúbicos de água de um sistema de drenagem insustentável por meio de soluções baseadas na natureza. Ao fazer isso, criamos espaços para a natureza. Nós limpamos e deixamos as comunidades mais verdes e transformamos selvas de concreto. Quando você viajar desta área para o centro da cidade, você encontrará áreas fechadas para o tráfego de veículos onde as pessoas podem se encontrar e podem negociar contemplando o esplendor do nosso castelo medieval. É assim que estamos incorporando o bem-estar ao que fazemos no País de Gales. É assim que protegemos os interesses das futuras gerações. É assim que estamos agindo hoje por um amanhã melhor.