Levantem a mão todos aqueles que acreditam que poderiam reproduzir esta foto do Brad Pitt usando apenas lápis e papel. Bem, vou mostrar a vocês como fazer isso. E fazendo isso, darei a vocês a habilidade necessária para se tornarem um artista de classe mundial. E isso não deve levar mais do que uns 15 segundos. Mas antes de fazer isso, quantos de vocês acham que poderiam replicar esta imagem de um um quadrado cinza? (Risos) Todos nós. E se você pode fazer um quadrado cinza, pode fazer dois, três, nove... O que interessa é que, se você só consegue fazer um quadrado cinza, seria muito difícil afirmar que você não poderia fazer todos os quadrados cinzas necessários para replicar esta imagem por completo. Aqui está. Acabei de lhes dar a habilidade necessária para ser um artista famoso. (Risos) Eu sei o que estão pensando. "Não é arte de verdade, certamente isso não me faria um grande artista." Deixem-me apresentá-los a Chuck Close. Ele é um dos artistas mais bem pagos do mundo todo, há décadas, e cria sua arte usando exatamente essa técnica. Então, o que está entre nós e a conquista de nossos sonhos mais ambiciosos tem muito menos a ver com ter habilidades mágicas e talentos, e muito mais com como nós lidamos com nossos problemas e as decisões que tomamos para resolvê-los. E graças à natureza e frequência desses milhões de decisões que tomamos regularmente, uma pequena melhora em nosso processo pode ter um grande impacto em nossos resultados finais. E provarei isso a vocês dando uma olhada na carreira de Novak Djokovic. Voltando a 2004, quando ele se tornou jogador de tênis profissional e era o 680º no ranking mundial. Algo que mudou até o fim de seu terceiro ano, quando deu um salto para a terceira posição mundial. Ele foi de US$ 250 mil para US$ 5 milhões ao ano, apenas em dinheiro de prêmios e, claro, conseguiu isso por ganhar mais partidas. Em 2011, ele se tornou o número um no ranking mundial de tênis, começou a receber 14 milhões por ano em prêmios em dinheiro e a ganhar e dominar 90% de suas partidas. Agora, aqui está o mais interessante de todas essas estatísticas. Novak não controla nenhuma delas. O que ele controla são todas as pequenas decisões que ele precisa tomar corretamente pelo caminho para mover a probabilidade a seu favor para alcançar esses resultados. E nós podemos quantificar e mapear seu progresso na área observando a porcentagem de pontos que ele ganha. Como no tênis um ponto comum depende de uma a três decisões, gosto de me referir a isso como sua taxa de sucesso por decisão. Então, voltando a quando ele ganhava 49% das partidas que jogava, ele conquistava 49% dos pontos jogados. Depois, para saltar para o número três no mundo, com um ganho de US$ 5 milhões por ano por mover uma raquete, ele teve que melhorar sua taxa de sucesso de decisão para apenas 52%. E para se tornar não apenas o número um, mas talvez um dos melhores jogadores que já jogaram tênis, ele teve que melhorar sua taxa de sucesso de decisão apenas para 55%. E continuo usando a palavra "apenas". Eu não quero sugerir que seja algo fácil, claramente não é. Mas o tipo de pequenas melhoras que estou falando são facilmente atingidas por cada um de nós nesta sala. E vou mostrar o que quero dizer. Desde o jardim de infância e durante todo o caminho até o ensino médio - sim, esta é a minha formatura do ensino médio - (Risos) todos os meus boletins diziam a mesma coisa: Steven seria um menino brilhante, se conseguisse se acalmar e focar. O que eles não sabiam era que eu queria isso muito mais do que eles, eu apenas não conseguia. Então, do jardim de infância até o segundo ano da faculdade, sempre fui um aluno 7,5 ou 7. Mas, a partir do terceiro ano, isso tinha sido suficiente. Eu quis fazer uma mudança. Eu vou fazer um pequeno ajuste, vou parar de ser um espectador das minhas decisões e começar a ser um participante ativo. E então, naquele ano, em vez de fingir, de novo, que de repente eu conseguiria me acalmar e me concentrar por mais de cinco ou dez minutos, eu decidi assumir que não iria. E, se eu quisesse alcançar as coisas que desejava, ir bem nos estudos, eu ia ter que mudar minha abordagem. Então eu fiz um pequeno ajuste. Se eu tivesse como tarefa, por exemplo, ler cinco capítulos de um livro, eu não pensava nela como cinco capítulos, eu não pensava nem como um capítulo. Eu a quebrava em pequenas tarefas que eu poderia cumprir, em que eu precisaria de foco por apenas cinco ou dez minutos de cada vez. Talvez três ou quatro parágrafos, e isso é tudo. Eu fazia isso e, quando terminavam aqueles cinco ou dez minutos, eu me levantava. Ia jogar argolas, fazer um desenho, talvez jogar videogame por alguns minutos, depois eu voltava. Não necessariamente para a mesma coisa, não necessariamente para a mesma matéria, mas para alguma tarefa que precisasse de alguns minutos de atenção. Daí pra frente, toda a minha graduação, eu fui um estudante nota dez, aluno destaque, todos os semestres. Depois fui pra um dos melhores programas de pós-graduação do mundo em finanças e economia. Mesma abordagem, mesmos resultados. E então me formei. Comecei minha carreira pensando como isso funcionou muito bem pra mim. Sabe, você pega esses grandes conceitos, essas ideias complexas, essas grandes tarefas, e as quebra em pequenas partes muito mais manejáveis, e ao longo do caminho, você faz pequenas melhoras no processo isso deixa os deuses do sucesso a seu favor. Vou tentar fazer isso na minha carreira. E então fiz. Comecei como operador externo de derivativos de crédito suíço. Isso me levou a ser diretor geral de câmbio de moedas do Bank of America, diretor geral de mercados emergentes da AIG internacional. Isso me ajudou a ter retornos de primeira linha como gerente geral de fundos de cobertura por 12 anos e fundador e CIO de dois premiados fundos de cobertura. Então chegamos a 2001, e penso que essa ideia toda funcionou muito bem na escola, tem me servido bem como profissional, por que não aplico isso na minha vida pessoal, em todas essas grandes ambições que tenho para mim? Um dia enquanto ia para o trabalho, e meu trajeto era uma caminhada de uma ponta a outra do Hyde Park, em Londres. Isso me tomava cerca de 45 minutos, uma hora e meia por dia, sete dias por semana, 30 horas por mês, 360 horas por ano, que eu estava acordado, consciente, basicamente perdendo tempo, ouvindo música no meu iPod. Então naquele dia parei em uma loja no caminho para casa. Peguei os primeiros 33 CDs do curso de alemão do método Pimsleur, baixei e coloquei no meu iPod. Mas eu não parei ali. Porque a verdade é que sou uma pessoa indisciplinada. E eu sabia que em algum ponto, eu sairia do curso de línguas e voltaria a ouvir música. Então retirei a tentação, apagando todas as músicas. Isso me deixou apenas uma opção: ouvir as lições de alemão. Então dez meses depois, tinha ouvido todos os 99 CDs do curso de alemão. Ouvi todos, três vezes cada um. E fui para Berlim, para um curso intensivo de 16 dias. Quando acabei, convidei minha esposa e filhos para me encontrar. Nós andamos pela cidade, eu falei alemão com os alemães, e eles falaram comigo também. Meus filhos ficaram encantados. (Risos) Eles ficaram boquiabertos. Mas, eu e vocês, nós sabemos que na verdade não há nada incrível no que eu fiz. Eu fiz um pequeno ajuste na minha rotina diária. Um pequeno ajuste no meu processo. (Alemão) E agora eu sei falar um pouco de alemão. E agora eu sei falar um pouco de alemão. E naquele momento, eu estava pensando que não se espera que seja fácil para um cara velho como eu aprender um novo idioma. Você faz isso quando criança. E ainda assim eu fiz isso. Um pequeno ajuste. E quantas outras ambições eu estive segurando, adiando até a aposentadoria, que eu poderia ter atingido se tivesse feito um pequeno ajuste na minha rotina? Então comecei a fazê-los. Conquistei minha licença para carro de corrida. Aprendi a pilotar um helicóptero, fiz escalada, pulei de paraquedas. Aprendi a fazer acrobacias com aviões. Bem, se em 2007 você era como eu, deve ter o mesmo objetivo que eu. Eu tinha acabado de voltar de Londres e estava cerca de 11 quilos acima do peso e fora de forma, e queria consertar isso. Eu podia ir pelo caminho usual, você sabe, me matricular na academia e nunca ir. Ou eu poderia jurar a mim mesmo que nunca mais iria comer aquelas comidas que amo, mas que estão fazendo todo o estrago. E eu sabia que, seguindo por esse caminho, raramente atingimos o que desejamos. Então decidi virar um participante ativo. Pensei sobre as paixões e hábitos que desenvolvi na minha vida, e pensei: "Posso fazer um pequeno ajuste neles para que estejam a meu favor em vez de estarem contra mim?" E assim eu fiz. Adquiri o hábito de andar uma hora e meia por dia, pelos últimos sete anos, e adquiri uma paixão por estar ao ar livre. Então, naquele ano, não coloquei perder 11 quilos como meta de ano novo. Coloquei a meta de caminhar as 33 trilhas do campo da frente das montanhas de Santa Bárbara. E eu nunca tinha feito uma trilha antes na minha vida. (Risos) Mas o que importa mesmo não são as 33 trilhas. Você tem que quebrar o grande objetivo nessas decisões mais simples; o tipo de decisões que precisam ser tomadas corretamente pelo caminho a fim de melhorar as chances de alcançar o tipo de resultado que você deseja. Não é sobre uma trilha. É sobre essas pequenas decisões, por exemplo, quando você fica um pouco a mais no trabalho, no fim do dia. Ou você está deitado no sofá, mudando os canais em seu controle remoto, ou deslizando a tela do Facebook, e naquele momento, toma a decisão de desligar. Você coloca suas roupas de trilha, sai pela sua porta da frente e a fecha atrás de você. Você vai até seu carro, entra e dirige até a trilha. Você sai do carro no início da trilha e dá o primeiro passo, o segundo, o terceiro. Cada um desses passos que acabei de descrever são uma pequena decisão que precisa ser feita corretamente pelo caminho para conquistar o resultado final. Agora, quando digo que quero fazer 33 trilhas, as pessoas pensam nas decisões do topo da montanha. E não é sobre isso. Porque se você não toma a decisão certa quando está no sofá, não há decisão que ocorra no topo da montanha. Então no fim do ano, eu tinha feito todas as 33 trilhas do campo da frente. Eu fiz algumas vezes cada uma. Fiz até algumas no campo de trás. Eu perdi 11 quilos e terminei o ano fazendo a meia maratona mais difícil do mundo: a Pier to Peak. Em 2009, eu fiquei bem ambicioso, ambicioso para um cara que, até hoje, não consegue se acalmar e focar em algo por mais de dez minutos por vez, e eu queria ler 50 livros. Mas, de novo, não era sobre ler 50 livros. Não era nem mesmo sobre ler um livro. Não é sobre ler um capítulo, um parágrafo, uma frase. É sobre aquela decisão, quando você está sentado à sua mesa ao fim do dia, ou está deitado no sofá, ou deslizando a tela do Facebook, e larga seu telefone. Você pega um livro e lê uma palavra. Se você lê uma palavra, você lê duas, três palavras; você lê uma frase, um parágrafo, uma página, um capítulo, um livro; você lê 10 livros, 30 livros, 50 livros. Em 2012, fiquei muito ambicioso. Tracei 24 metas de ano novo. Doze delas eram o que eu chamo de metas voluntárias, escrevi metas de caridade que não envolviam assinar um cheque. Mas não eram metas sem falhas. Eu tentei doar sangue e me rejeitaram porque morei no Reino Unido. Eu tentei doar meu esperma; me rejeitaram porque eu era muito velho. Tentei doar meu cabelo, mas ninguém queria cabelo grisalho. (Risos) Ali estava eu, tentando fazer algo que me fizesse me sentir melhor, e estava tendo o efeito contrário. Enfim, eu também tinha as 12 metas de aprendizado, de aprender 12 novas habilidades. E quando eu aprendi monociclismo, "parkour", "slacklining", "jumping stilts" e bateria, minha esposa sugeriu que eu aprendesse a tricotar. (Risos) Pra ser honesto, eu não era apaixonado por tricô. Mas um dia, eu estava sentado embaixo de um eucalipto de 12 metros que ficava 4 quilômetros acima da fria trilha da primavera, e pensei que aquela árvore ia ficar muito legal com um cachecol. (Risos) Então fui pra casa, pesquisei no Google e descobri que é uma coisa que as pessoas fazem, o grafite de tricô: envolver estruturas públicas com tricô. E o segundo dia internacional de grafite de tricô seria dali a 82 dias. (Risos) Então pelos 82 dias seguintes, não importava onde estivesse, (Risos) se eu estivesse numa reunião de conselho, num pregão, num avião ou no hospital, eu estava tricotando. Um ponto por vez. E 82 dias depois, tinha feito meu primeiro grafite de tricô. (Aplausos) E o resultado disso me surpreendeu. Então continuei... (Risos) com projetos mais ambiciosos e maiores que precisavam de habilidades mais engenhosas. E em 2014, tracei a meta de envolver seis enormes rochas na Floresta Nacional de Los Padres, no topo das montanhas. Mas, se eu fosse fazer isso, ia precisar de ajuda. Nessa época eu tinha alguns milhares de seguidores nas redes sociais como "The Yarnbomber", o grafiteiro de tricô. (Risos) E comecei a receber pacotes, muitos pacotes, 388 colaboradores de 36 lugares dos 50 estados. E no fim, eu não envolvi uma rocha, eu envolvi 18. (Aplausos) E então eu continuei com projetos maiores e mais ambiciosos em que eu precisava trabalhar com outros materiais, como fibra de vidro, madeira e metais, que culminaram num projeto que hoje está no TMC, aqui em Tucson, em que envolvi o Hospital Infantil. (Aplausos) Pelo caminho, eu parei de tricotar. Eu nunca gostei muto disso. (Risos) Mas... Eu gosto de fazer crochê. (Risos) Então, comecei a fazer esses quadrados de avó de 18 centímetros, pois esse é o padrão de quadrados de avó, e pensei ao longo do caminho: "Por que parar em 18 centímetros? Preciso de coisas grandes". Então comecei a fazer quadrados de avós bem maiores. E um dia, cheguei em casa após uma viagem a trabalho e eu tinha um enorme quadrado, e fui ao site do Guinness. Eu estava curioso sobre qual o maior quadrado de avó do mundo. Mas não havia nenhuma categoria para isso. (Risos) Então eu submeti, e eles me rejeitaram. Então eu apelei, e eles me rejeitaram. Eu apelei de novo e eles falaram: "Tudo bem, se você fizer um de dez metros, nós criamos uma nova categoria, e você será um recordista do Guinness". Então, pelos próximos dois anos, sete meses, 17 dias, um ponto de cada vez, eu atingi mais de meio milhão de pontos, usei mais de 48 quilômetros de linha, e agora sou recordista oficial do Guinness pelo maior quadrado de crochê. (Aplausos) (Vivas) Pelo caminho, obtive muita atenção por minhas aventuras. Fui destaque na revista Newsweek, Eric news, que é como a Bíblia dos artistas. Mas o que quero que vocês entendam quando ouvem isso é: continuo sendo um aluno nota sete. Ainda sou aquela criança que não sossega ou foca por mais de cinco ou dez minutos por vez. E continuo sendo o cara que não tem nenhum dom ou habilidade especial. Tudo o que faço é pegar um grande objetivo que as pessoas se maravilham, quebrá-lo em sua forma mais simples e depois fazer pequenos ajustes pelo caminho para conseguir alcançá-lo. E a razão de eu estar dando essa palestra é que espero inspirar muitos de vocês a pegar alguns desses sonhos ambiciosos que têm para si mesmo, tirá-los da prateleira e começar a persegui-los, fazendo aqueles pequenos ajustes na sua rotina. Obrigado. (Aplausos)