Posso apostar
que sou o tipo mais burro desta sala
porque não tive sucesso na escola,
lutei com a escola.
Mas eu sabia desde criança
que gostava de dinheiro,
adorava negócios.
e adorava esta coisa
do empreendedorismo.
Fui educado a ser empreendedor.
Desde então tenho estado apaixonado.
Nunca falei sobre isto, até agora,
esta é a primeira vez que alguém o ouve,
aparte a minha mulher, há três dias,
que me perguntou:
"Do que é que estás a falar?"
e eu: "Acho que perdemos uma oportunidade
"de encontrar as crianças
que têm características empreendedoras
"e de as preparar ou de lhes mostrar
"que ser um empreendedor é uma coisa fixe.
"Não é uma coisa que seja má
para ser vilipendiada,
"que é o que acontece
em muitas sociedades".
Em crianças, quando crescemos,
temos sonhos.
Temos paixões e temos visões.
De certo modo, ficamos
com essas coisas desfeitas.
Dizem-nos que precisamos de estudar mais,
de estar mais concentrados
ou de ter um explicador.
Os meus pais arranjaram-me
um explicador para francês,
e continuo péssimo em francês.
Há dois anos, fui considerado
o orador mais conceituado
do programa de Mestrado
em Empreendedorismo do MIT,
num evento para grupos
de empreendedores de todo o mundo.
Quando eu estava no 2º ano,
ganhei um concurso municipal de oratória,
mas nunca ninguém disse:
"Este miúdo é um bom orador.
"Não se consegue concentrar,
mas adora motivar as pessoas."
Ninguém disse:
"Arranjem-lhe um professor de oratória."
Disseram-me para arranjar um explicador
no que sou péssimo.
As crianças evidenciam
estas características.
Temos de começar a procurá-las.
Penso que devíamos educar as crianças
a serem empreendedoras
em vez de advogadas.
Infelizmente, o sistema escolar
está a preparar este mundo para dizer:
"Vamos ser advogados
ou vamos ser médicos".
Estamos a perder uma oportunidade
porque ninguém diz:
"Sejam empreendedores."
Os empreendedores são pessoas
— temos muitos nesta sala —
que têm ideias e paixões
ou veem as necessidades no mundo
e que decidem pôr-se de pé
e concretizá-las.
Nós arriscamos tudo para conseguir
que as coisas aconteçam.
Conseguimos que esses grupos
de pessoas à nossa volta
queiram construir esse sonho connosco.
Penso que, se conseguíssemos
que os miúdos, desde tenra idade,
abraçassem a ideia
de serem empreendedores,
conseguiríamos modificar tudo
o que é um problema no mundo hoje.
Para cada problema que exista por aí,
alguém tem uma ideia.
Ninguém pode dizer que isso
não pode acontecer em criança,
por se ser demasiado ingénuo
para perceber
que não o conseguiria resolver.
Acho que temos uma obrigação,
como pais e como sociedade,
de ensinar os nossos filhos a pescar
em vez de lhes darmos o peixe.
"Se dermos um peixe a um homem,
alimentamo-lo por um dia.
"Se o ensinarmos a pescar,
alimentamo-lo toda a vida."
Se ensinarmos os nossos filhos
a serem empreendedores,
— os que tiverem
as características para isso —
tal como estimulamos
os que têm vocação para a ciência,
devíamos ensinar
os que têm essas características
a serem empreendedores.
Podíamos ter esses miúdos
a espalhar negócios
em vez de esperarem
pelas ajudas do governo.
Ensinamos-lhes as coisas
que eles não devem fazer:
Não batas. Não mordas. Não digas asneiras.
Ensinamos os nossos filhos a procurarem
empregos bons.
O sistema escolar ensina-os
a procurarem coisas
como ser médico ou ser advogado,
ser contabilista e dentista,
professor e piloto.
E os 'media' dizem que é o máximo
se pudermos ser modelos ou cantores,
ou heróis do desporto como Sidney Crosby.
Os programas de MBA não ensinam os jovens
a serem empreendedores.
A razão por que evitei um programa de MBA
— nunca seria aceite em nenhum
porque tive uma média de 61% no liceu
e depois uma média de 61%
na única escola no Canadá
que me aceitou, Carleton —
é que os programas de MBA não ensinam
os jovens a serem empreendedores,
ensinam-nos a trabalhar em empresas.
Então quem está a fundar estas empresas?
São pessoas ao acaso.
Até na literatura popular,
o único livro que encontrei
— e que devia estar
em todas as listas de leitura —
que faz do empreendedor o herói
é "Quem é John Galt?"
Tudo o resto no mundo tende a olhar
para os empreendedores
e dizer que somos más pessoas.
Eu olho para a minha família.
Os meus avós eram empreendedores.
O meu pai também.
O meu irmão, a minha irmã e eu,
todos temos empresas.
Todos nós decidimos começar estas coisas
porque era o único lugar
onde nos encaixávamos.
Não conseguíamos trabalhar para ninguém
porque éramos demasiado teimosos
e temos outras características.
As crianças também
podem ser empreendedoras.
Faço parte de duas organizações,
a "Entrepreneurs' Organization"
e a "Young Presidents' Organization."
Estive em Barcelona onde fiz uma palestra
na conferência mundial YPO,
e toda a gente que ali conheci
— que é empreendedora —
lutou com a escola.
Tenho 18 ou 19 sintomas diagnosticados
do Distúrbio do Défice de Atenção.
Por isso, esta coisa aqui
está a dar comigo em doido.
(Risos)
Talvez por isso sinto-me
ligeiramente em pânico
— para além de toda a cafeína
que tomei e o açúcar —
mas isto é assustador
para um empreendedor.
Distúrbio do Défice de Atenção,
Transtorno Bipolar.
Sabiam que o Transtorno Bipolar
tem a alcunha de "doença do CEO"?
Ted Turner tem-na.
Steve Jobs tem-na.
Os três fundadores do Netscape tiveram-na.
Eu podia continuar horas.
Podemos ver estes sintomas nas crianças.
Damos-lhes Ritalina e dizemos-lhes:
"Não sejas do tipo empreendedor.
"Encaixa-te neste outro sistema
e tenta ser um bom estudante."
Os empreendedores não são estudantes.
Andam a alta velocidade.
Percebem o jogo.
Eu plagiei trabalhos. Copiei nos exames.
Contratei jovens para fazerem 13 trabalhos
de contabilidade na Universidade
Um empreendedor não faz a contabilidade,
contrata contabilistas.
Só que eu percebi isso mais cedo.
(Risos)
(Aplausos)
Mas confesso que copiei na universidade.
a maioria não o fará.
Sou citado — fui eu que disse à pessoa
que escreveu o compêndio —
no mesmo compêndio universitário,
em todos os currículos
das universidades do Canadá.
Na contabilidade de gestão,
estou no capítulo oito.
Eu abro o capítulo oito
a falar de orçamento.
Depois da entrevista, eu disse à autora
que copiara nessa cadeira.
Mas ela achou-o demasiado divertido
para não o incluir.
Conseguem-se ver
estes sintomas nas crianças.
A definição de um empreendedor é
"uma pessoa que organiza, atua
"e assume o risco
de uma aventura empresarial."
Não significa que se tenha de ter um MBA.
Não significa ter tido êxito na escola.
Significa que temos de sentir
como certas algumas coisas.
Pergunta-se se é da criação
ou da natureza.
É a coisa um ou a coisa dois? O que é?
Penso que não é nem uma nem outra.
Penso que podem ser ambas.
Eu fui criado como um empreendedor.
Quando era miúdo, enquanto criança,
não tive escolha,
porque fui ensinado desde muito novo,
quando o meu pai percebeu
que eu não me enquadrava
no que a escola me ensinava
que ele me podia ensinar a perceber
de negócios desde pequenino.
Ele educou-nos, aos três,
a odiar a ideia de ter um emprego
e a adorar criar empresas
para podermos empregar outras pessoas.
O meu primeiro empreendimento comercial,
— tinha eu sete anos —
estava no meu quarto
com uma longa extensão telefónico
a telefonar para todas
as lojas de limpeza a seco
para saber quanto é que essas lojas
me pagariam por cabides.
A minha mãe entrou no quarto e disse:
"Onde é que vais arranjar cabides
para vender à lojas de limpeza a seco?"
E eu: "Vamos ver na cave."
Descemos à cave. E eu abri um armário.
Havia lá cerca de mil cabides
que eu tinha andado a recolher.
Porque, quando eu lhe dizia
que ia brincar lá para fora,
eu andava era de porta em porta
a recolher cabides
para os guardar na cave para os vender.
Eu tinha visto umas semanas antes
que podia ser pago.
Costumavam pagar dois cêntimos por cabide.
E eu pensei:
"Há todos os tipos de cabides.
"Basta ir buscá-los".
Ela não me deixaria ir buscá-los,
mas fui na mesma.
Aprendi que podemos negociar
com as pessoas.
Uma pessoa ofereceu-me três centavos
mas consegui três e meio.
Eu até sabia, aos sete anos de idade,
que conseguiria uma percentagem
mínima de um cêntimo,
e que as pessoas a pagariam
porque esta se multiplicaria.
Aos sete anos percebi isso.
Consegui 3,5 centavos por mil cabides.
Vendi protetores de matrículas
de porta em porta.
O meu pai fez-me ir procurar alguém
que mas vendesse por atacado.
Aos nove anos,
eu circulava pela cidade de Sudbury
a vendê-los de porta em porta
e de casa em casa.
Lembro-me muito bem
de um cliente em particular
porque eu fazia mais coisas
para estes clientes.
Eu vendia jornais.
Aquele nunca me quis comprar o jornal.
Mas eu queria vender-lhe
um protetor de placa de matrícula.
E ele disse: "Não preciso."
E eu: "Mas você tem dois carros..."
— Eu tinha nove anos.
"Você tem dois carros e eles não têm
protetores de matrícula."
E ele disse: "Eu sei."
E eu: "Este carro tem uma placa
toda dobrada para cima."
E ele: "É da minha mulher."
E eu: "Porque é que não testamos um
"no para-choques dianteiro do carro
para vermos se dura mais?"
Eu sabia que havia dois carros
com duas placas cada um.
Pelo menos, vendia um.
Aprendi isso de tenra idade.
Fiz negócio com livros de BD.
Quando tinha uns 10 anos,
vendia livros de BD
no exterior da nossa vivenda
na Georgian Bay.
Ia de bicicleta até à ponta da praia,
comprava todos os livros de BD
aos miúdos pobres.
Voltava para a outra ponta da praia
e vendia-os aos miúdos ricos.
Para mim, era óbvio.
Comprar barato, vender caro.
Esta procura aqui tem dinheiro.
Não vendemos aos miúdos pobres;
eles não têm dinheiro, os ricos têm.
Vamos apanhar algum. Era óbvio.
É como uma recessão.
Temos uma recessão.
Ainda há 13 biliões de dólares
a circular na economia dos EUA.
Vou apanhar algum desse dinheiro.
Aprendi isso muito pequenino.
Levei uma lição
— não revelem a vossa fonte —
Levei uma sova ao fim
de quatro semanas
porque um dos miúdos ricos descobriu
onde eu comprava os livros de BD,
e não gostou de estar a pagar muito mais.
Fui obrigado a entregar
jornais, aos 10 anos.
Eu não queria, mas o meu pai disse:
"Este vai ser o teu próximo negócio."
Não me arranjou só um, tive de ter dois,
e ele quis que eu empregasse alguém
para entregar metade dos jornais.
Assim fiz e apercebi-me
que o lucro estava nas gorjetas.
Eu recolhia as gorjetas
e recebia o pagamento.
Era eu que recebia por todos os jornais.
Ele apenas os entregava.
Eu apercebera-me
como conseguiria fazer dinheiro.
Nessa altura, era definitivo,
eu não ia ser um empregado.
(Risos)
O meu pai tinha uma oficina
de reparação automóvel.
Tinha partes de automóveis velhos
espalhadas no chão,
que continham latão e cobre.
Perguntei-lhe e ele disse
que deitava tudo fora.
E eu: "Ninguém paga por aquilo?"
E ele: "Talvez."
Portanto, aos 10 anos
— há 34 anos —
eu vi uma oportunidade naquela sucata.
Vi que havia dinheiro no lixo.
Andei a recolhê-lo nas oficinas
de automóveis, na minha bicicleta.
Depois o meu pai levava-me
de carro, aos sábados,
a uma empresa de reciclagem
de metais onde eu era pago.
Eu achava que aquilo era fixe.
Trinta anos depois, estamos a criar
1-800-TEM-FERRO-VELHO?
e a ganhar dinheiro com isso.
Fiz estas almofadas de alfinetes
quando tinha 11 anos.
Fizemos estas almofadas
para as mães no Dia da Mãe.
Eram feitas com molas da roupa de madeira
quando costumávamos
pendurar a roupa lá fora.
Fazíamos estas cadeiras.
Eu cosia estas almofadinhas.
E podiam-se espetar alfinetes nelas.
As pessoas costumavam coser e precisavam
de uma almofada de alfinetes.
Apercebi-me que tinha de ter opções.
Por isso pintava a spray
um monte delas em castanho.
E assim, não dizia:
"Quer comprar uma?"
Dizia: "De que cor quer?"
Tipo: "Tenho 10 anos;
não me vais dizer que não,
especialmente se houver duas opções,
a castanha ou a cor natural.
Aprendi esta lição de pequenino.
Aprendi que o trabalho manual
é uma seca.
Que aparar os relvados é brutal.
Mas como aparei os relvados dos vizinhos
todo o verão e era pago para isso,
percebi que aquele rendimento recorrente
de um cliente é espantoso.
Que, se eu ganhar este cliente uma vez,
e todas as semanas
for pago por essa pessoa,
é bem melhor do que tentar vender
uma almofada de alfinetes a uma pessoa.
Porque não lhe conseguimos vender mais.
Adoro este modelo de rendimento recorrente
que aprendi em pequenino.
Eu estava a ser educado para fazer isto.
Não podia ter empregos.
Eu ia ao campo de golfe
e era o caddy para as pessoas.
Reparei que havia uma colina
no campo de golfe,
o 13º buraco era numa colina enorme
e as pessoas nunca conseguiam
levar os sacos até lá acima.
Eu sentava-me lá numa cadeira
e levava os sacos das pessoas
que não tinham caddies.
Levava-lhes os sacos de golfe
e elas pagavam-me um dólar.
Entretanto, os meus amigos
trabalhavam cinco horas
a arrastar um saco
e recebiam 10 dólares.
Era estúpido, porque tinham
de trabalhar cinco horas.
Tinha de imaginar uma maneira
de fazer dinheiro mais depressa.
Todas as semanas,
eu comprava refrigerantes.
Depois levava-os a umas senhoras
de 70 anos que jogavam bridge.
Elas davam-me as listas das encomendas
para a semana seguinte.
Eu só entregava os refrigerantes
e cobrava o dobro.
Tinha este mercado assegurado.
Não havia contratos.
Só precisava de ter oferta e procura
e esta audiência a aceitar-me.
Aquelas mulheres não iam comprar
a outro qualquer
porque gostavam de mim
e eu percebia isso.
Eu ia buscar bolas de golfe
aos campos de golfe.
Toda a gente procurava bolas de golfe
nos arbustos e nas valas.
Eu pensei, que se lixe isso.
Elas estão todas no lago
e ninguém está a ir ao lago.
Eu ia aos lagos, gatinhava à volta
e apanhava-as com os dedos dos pés.
Apanham-se com ambos os pés.
Não consigo fazer isso no palco.
Apanhava as bolas de golfe
e metia-as nos calções de banho.
Quando acabava,
tinha umas centenas delas.
O problema é que ninguém queria
bolas de golfe velhas.
Então eu empacotei-as.
— tenho 12 anos —
Empacotei-as de três formas.
Tinha as Pinnacles e as DDH
e as fixes da altura.
Essas vendia-as a dois dólares cada.
Depois tinha todas as que pareciam boas.
Eram a 50 centavos cada.
E vendia 50 de uma vez
das que não prestavam.
Podiam usá-las para praticar.
Quando andava na escola,
vendia óculos de sol
a todos os miúdos do liceu.
Isto faz com que toda a gente nos deteste
porque estamos sempre a tentar
sacar dinheiro aos nossos amigos.
Mas isso pagava as contas.
Portanto, vendi montes de óculos de sol.
Quando a escola me impediu a venda
— chamaram-me ao gabinete
e disseram-me que eu não podia fazer isso —
fui às estações de serviço
e vendi ali montes deles.
e eles vendiam-nos aos seus clientes.
Foi giro porque, nessa altura,
eu tinha vendas a retalho.
Creio que tinha 14 anos.
Assim, paguei o meu primeiro ano
na universidade em Carleton
a vender odres de vinho de porta em porta.
Consegue-se pôr
uma garrafa de rum de um litro
e duas garrafas de coca-cola num odre.
Enfia-se isso nos calções,
quando se vai a um jogo de futebol
e consegue-se bebida de graça.
Toda a gente os comprava.
Oferta, procura, grande oportunidade.
Coloquei-lhes uma marca, e vendia-os
por cinco vezes o custo normal.
Tinham o logótipo da nossa universidade.
Ensinamos os nossos filhos
e compramos-lhes jogos.
Porque é que não lhes damos jogos,
— se eles são empreendedores —
que estimulem as características
de empreendedor?
Porque é que não os ensinamos
a não gastar dinheiro?
O meu pai mandou-me ir
para o meio de uma rua em Banff, Alberta
por ter atirado um cêntimo para a rua.
O meu pai disse: "Vai apanhá-lo."
"O dinheiro custa muito a ganhar.
Nunca desperdices um centavo."
Lembro-me dessa lição até hoje.
As mesadas ensinam
maus hábitos às crianças.
As mesadas, por natureza,
estão a ensinar as crianças
a pensar num emprego.
Um empreendedor não está à espera
de um vencimento regular.
As mesadas criam
nas crianças de tenra idade
a expetativa do vencimento regular.
Isso é errado,
se quiserem criar empreendedores.
Eu ensino os meus filhos
— tenho dois, de nove e de sete anos —
a andar pela casa e jardim, à procura
de coisas que é preciso fazer.
Vêm ter comigo e dizem-me o que é.
Ou vou eu ter com eles e digo-lhes:
"Quero isto feito."
Depois, negociamos.
Eles andam à procura do que é.
Depois negociamos
o que eles vão receber.
Não têm um cheque regular, mas têm
mais oportunidades de encontrar coisas,
e aprendem a arte da negociação
e a arte de encontrarem oportunidades.
Cada um dos meus filhos
tem dois mealheiros.
50% de todo o dinheiro que ganham
ou que lhes dão,
50% vai para as contas da casa,
50% vai para as contas dos brinquedos.
O que está nas contas dos brinquedos
podem gastar como quiserem.
Os outros 50% vão para o banco.
Eles acompanham-me. Todos os anos,
esse dinheiro vai para o corretor deles.
Os meus dois filhos, de 9 e de 7 anos,
já têm um corretor na Bolsa.
Estou a ensiná-los
a criarem o hábito de poupar.
Fico doido quando os trintões dizem:
"Talvez comece a contribuir agora
para a conta de Poupança-Reforma."
Bolas, perderam 25 anos.
Podemos ensinar esses hábitos às crianças
quando elas ainda nem sentem a dor.
Não lhes leiam histórias
para adormecer todas as noites.
Talvez quatro noites por semana,
mas três noites por semana
façam-nas contar histórias.
Porque é que não lhes dão quatro coisas,
uma camisa, uma gravata azul,
um canguru e um portátil,
para eles contarem uma história
sobre essas quatro coisas?
Os meus filhos fazem-no constantemente.
Isso ensina-os a vender, criatividade,
ensina-os a pensarem por si mesmos.
Façam esse tipo de coisa
e divirtam-se com isso.
Ponham os miúdos a falar diante de grupos,
mesmo que seja apenas os amigos deles
e para fazerem peças e discursos.
São características empreendedoras
que estarão a estimular.
Mostrem-lhes o que são
maus clientes ou maus empregados.
Mostrem-lhes os empregados rabugentos.
Indiquem-lhes os maus empregados.
Digam: "Aquele empregado não presta."
E digam: "Este é dos bons."
(Risos)
Se forem a um restaurante
e forem mal servidos,
mostrem-lhes o que é
um mau atendimento ao cliente.
(Risos)
Temos todas estas lições diante de nós,
mas não aproveitamos essas oportunidades,
ensinamos-lhes a arranjar um explicador.
Imaginem se juntassem
toda a tralha das crianças
que está lá em casa,
todos os brinquedos
com que já não brincam há dois anos,
e dissessem: "E se os vendêssemos
nos anúncios classificados online?"
Eles podem vendê-los
e aprender a descobrir burlões
quando receberem ofertas por email.
Podem usar a vossa conta
ou uma subconta.
Mas ensinem-lhes como combinar preços,
avaliar os preços, obter as fotografias.
Ensinem-lhes a fazer isso
e a ganhar dinheiro.
O dinheiro que conseguirem,
50% vai para a conta da casa,
50% para a conta dos brinquedos.
Os meus filhos adoram estas coisas.
Características empreendedoras
que têm de estimular nas crianças:
realização, tenacidade, liderança,
introspeção, interdependência, valores.
Encontramos estas características
em crianças e podemos estimulá-las.
Procurem-nas.
Há duas características
que também devem procurar
não lhas devem tirar.
Não mediquem as crianças
para o Distúrbio de Défice de Atenção,
a menos que seja
assustadoramente profundo.
(Aplausos)
Nem para essa mania
de stress e depressão,
a menos que seja clinicamente brutal.
Dá-se a alcunha de "doença CEO"
ao Transtorno Bipolar.
Se Steve Jurvetson, Jim Clark
e Jim Barksdale o tiveram todos,
— e eles criaram o Netscape —
imaginem se lhes tivessem dado Ritalina.
Nós não o teríamos.
Seria Al Gore a inventar a Internet.
(Risos)
Deviam ser ensinadas nas aulas
estas capacidades, estas competências
assim como tudo o resto.
Não estou a dizer que impeçam as crianças
de serem advogadas,
mas que o empreendedorismo
ocupe um lugar entre todos os outros.
Porque há enormes oportunidades nisso.
Quero acabar com um vídeo rápido.
É um vídeo que foi feito
por uma das empresas de que sou mentor.
Este sujeito, "Grasshopper".
É sobre crianças.
É sobre o empreendedorismo.
Espero que isto vos inspire a reter
o que ouviram de mim
e fazer alguma coisa
para mudar o mundo.
[Criança:
"Pensaste que não podias fazer nada?"]
[Ainda podes.]
[Porque muito
do que consideramos impossível...]
[...é fácil de superar]
[Porque caso não tenha reparado,
vivemos num sítio]
[onde um indivíduo pode fazer a diferença]
[Quer uma prova?]
[Olhe para as pessoas
que construíram o nosso país;]
[Os nossos pais, avós, os nossos tios...]
[Imigrantes, recém-chegados
prontos a deixar a sua marca]
[Talvez tenham vindo com muito pouco]
[Ou talvez não tivessem
nada de seu exceto...]
[...uma única e brilhante ideia]
[Estas pessoas
eram pensadores, executantes...]
[...inovadores...]
[...até inventarem o nome...]
[...empreendedores]
[Mudaram a maneira de pensarmos
sobre o que é possível.]
[Têm uma visão clara
de como a vida pode ser melhor]
[para todos nós, mesmo
quando os tempos são difíceis.]
[Neste momento, é difícil ver]
[quando a nossa visão
está atravancada de obstáculos.]
[Mas a turbulência cria oportunidades]
[para o sucesso, realização,
e empurra-nos...]
[a descobrir novos modos
de fazer as coisas]
[Portanto que oportunidades
irá você procurar e porquê?]
[Se você for um empreendedor]
[sabe que o risco não é a recompensa]
[Não. A recompensa é conseguir inovação]
[modificando a vida das pessoas,
criando empregos.]
[Fomentando o crescimento.]
[E fazendo um mundo melhor.]
[Os empreendedores estão em todo o lado.]
[Gerem pequenos negócios
que sustentam a economia]
[concebem ferramentas]
[para estarem em contacto com amigos,
família e colegas no mundo.]
[Encontram novas formas de resolver
antigos problemas da sociedade.]
[Conhece um empreendedor?]
[Pode ser qualquer pessoa]
[Até... você!]
[Agarre a oportunidade
de criar o emprego que sempre quis]
[Ajude a curar a economia]
[Faça a diferença.]
[Eleve o seu negócio a novos patamares.]
[Mas mais importante,]
[lembre-se de quando você era criança]
[quando tudo estava ao seu alcance,]
[e então diga para si mesmo baixinho,
mas com determinação:]
["Ainda está."]
Muito obrigado por me receberem.
(Aplausos)