Tudo o que eu quero dizer
é dito ao encaixar as coisas.
No meu ateliê,
eu estava sempre arrumando as coisas
Você sabe, isso é coisa da escola
Eu não podia dizer
que essa era a minha arte.
Não era arte com A maiúsculo.
Mas dizia respeito
a quem eu realmente era.
Hum... porque não trocamos essa
de volta por aquela...
aquela escultura, a original?
Sim.
E quando você começa a fazer
o que você realmente acredita,
é aí que você faz
o seu melhor trabalho.
Eu fiz essas peças com...
essas bugigangas estranhas,
os chamados colecionáveis africanos.
Este aqui, na verdade
foi dado a mim,
então agora estou tentando fazer
uma peça grande
com o maior número possível deles
e tirá-los da minha vida.
É apenas uma espécie de mau presságio.
Não tenho nenhuma vontade
de realizar coisas
diretamente com as mãos.
Não sei bem
quando deixei isso de lado,
mas consigo tudo
que satisfaz minha alma
ao trazer objetos
que existem no mundo
e manipulá-los,
trabalhando com arranjos espaciais.
E depois ver as coisas sendo produzidas
do jeito que eu quero.
Eu adoro fazer essas coisas
Eu amo o que faço.
E não é fácil
no sentido de ser simples,
mas é fácil
porque flui naturalmente de mim.
Esse é...
esse é o pior de todos.
Sou totalmente inspirado
pelas coisas ao meu redor.
Eu olho para os objetos e me pergunto
o que eles são e por que são.
Tudo me interessa.
Sabe, uma embalagem de chiclete
pode me interessar
tanto quanto algo
no Museu Metropolitano.
Conforme envelheço,
percebo que nossa identidade
está profundamente ligada
às nossas experiências
e à época
em que crescemos.
Eu nasci nos anos 50.
Cresci nos subúrbios.
Quando estava na escola primária,
eu era o único garoto negro
de toda a escola
e fui excluído
por ser diferente.
Meu mundo...
embora parecesse
que tudo estava bem,
eu não tinha amigos.
Minha conexão
com a comunidade negra
foi tangencial
durante esses anos formativos.
Então, muito do meu projeto
é tentar entender
o mundo visual ao meu redor,
que me afeta profundamente.
Segure aí...
sim, está quase certo.
Para mim, essa é a base
de muito do que faço,
realmente de onde vem essa dor.
Minha mãe se casou
com um homem afro-americano.
Sua irmã se casou com um homem
das Índias Ocidentais
e depois com um homem da Bélgica.
Quando a outra irmã
se casou com um homem da Índia
e sua prima
com um homem da China,
é difícil não olhar
para as pessoas no mundo
e ver todos como parentes.
Para mim, são familiares –
no sentido literal da palavra,
família, familiar.