A multidão já se dispersou? Não, ainda está lá, mas desarmada. Apenas cantando coisas padrão como "Morte à América". (Manufaturando uma Ameaça Muçulmana) De A Verdade da Mentira a Sniper Americano, de 24 Horas até Call of Duty: Guerra Moderna, a mídia ocidental está cheia de imagens de pessoas pardas malvadas que devem ser exterminadas por homens brancos nobres, lutando heroicamente por liberdade e justiça. E claro, isso é tão comum até agora que talvez você esteja imune à antiquada Islamofobia americana em nossa mídia. (Os Caçadores da Arca Perdida, 1981) (O Homem de Ferro, 2008) (Sniper Americano, 2014) (Embaixada dos Estados Unidos, Iêmen) (Madam Secretary, 2014) (Momento Crítico, 1996) (Comando Delta, 1986) "Isso é um sequestro!" (Momento Crítico, 1996) "Vão sentar, vão sentar!" "Vai sentar! Ninguém se move! Ninguém!" "OK!" (Regras do Jogo, 2000) Atirem ao aparecerem alvos hostis! Acabem com esses canalhas! Vocês mataram nossas mulheres e crianças. (A Verdade da Mentira, 1994) Bombardearam nossas cidades à distância... Covardemente... E ousam nos chamar de terroristas?! Aqui, flor do deserto, fique com o troco (Quem Não Corre, Voa, 1981) Já pensou em se juntar a um harém? Ó céus! Eles me acharam. Não sei como, mas acharam. (De volta para o futuro, 1985) Nãoooo! O que?! De volta para o futuro?! Até esse amado clássico da comédia tem tempo para incluir uns homens pardos assustadores para ameaçar e aterrorizar nossos heróis brancos. Infelizmente, não podemos entrar no DeLorean do Dr. Brown e desfazer toda representação danosa de muçulmanos, árabes e pessoas do Oriente Médio que assombram nossas histórias desde... basicamente desde as Cruzadas. Mas podemos nos assegurar que a história não continue se repetindo. (Mas não há mais trabalhos para atores de cor como nunca antes?) OK, talvez isso não seja totalmente justo. De alguma forma as coisas mudaram. Houve um tempo que atores não-brancos raramente conseguiam trabalho em Hollywood. Hoje, séries como Homeland e filmes como Momento Crítico estão concedendo a alguns atores pardos grandes oportunidades de representar terroristas assustadores que são baleados enquanto gritam algo absurdo como "Morte à América!" Nem importa se você tem mesmo descendência do Oriente Médio. Se você for pardo, você pode estar ali para representar os caras maus. (Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo, 2010) (O Reino, 2007) "Ligue a câmera." (O Príncipe do Deserto, 2011) Você é artista, Sr. Thurkettle? Não senhor, eu trabalho para uma pequena empresa chamada "Texan Oil". Bem, não há óleo aqui, Sr. Thurkettle. (Antonio Bandeiras?! Como assim?) Apenas areia. Mas claro, nem todo personagem do Oriente Médio é vilão em filmes. No sucesso de bilheteria em 1921, O Sheik, o charmoso herói fica com a garota no final. Mas o mundo árabe do filme é apresentado como exótico e perigoso e o próprio Sheik, o único árabe bom e heroico, é interpretado pelo galã ítalo-americano Rudolph Valentino. E como ele não é realmente árabe, ele pode ficar com a garota no final. Se você acha que essa forma racista de simbolizar a diferença entre "bons" e "maus" árabes acabou com o advento do cinema falado, pense novamente. Você já reparou como no Aladdin da Disney o mocinho poderia muito bem ser um surfista americano bronzeado mas os caras maus parecem e soam um pouco mais... árabes? Você está atrasado." (Alladin, 1992) "Com mil perdões, ó pacientíssimo." "Você a trouxe então?" "Tive que cortar algumas gargantas, mas consegui." Enquanto historicamente Hollywood por vezes deu "bons" papéis árabes para atores não-árabes, também deu "não-tão-bons" papéis árabes e sul-asiáticos para atores brancos também, negando trabalho a pessoas pardas e representação decente nas telas numa tacada só. É basicamente o pior Ardil-22 do mundo. Por exemplo, tome o Sr. Habib, o vilão ardiloso do Oriente Médio em O Pai da Noiva 2, interpretado por Eugene Levy. Os Habibs querem comprar a casa, George. Ela é exatamente o que procuram! Moramos aqui 18 anos, não sei se vamos... Não são nem palavras reais que ele está dizendo à esposa! É apenas um som sem sentido que soa vagamente como do Oriente Médio. O equivalente disso na escrita é muito comum também. Videogames e programas de TV constantemente jogam um texto rabiscado e tentam passá-lo como árabe real. (Ainda não é árabe) Bem, esse é árabe, mas certamente não diz o que os produtores de Homeland queriam! (Homeland é racista) Por mais insidioso seja colocar populações e culturas inteiras na Terra da Escrita de Rabisco, não há nada tão difundido e prejudicial quanto a tendência de Hollywood de constantemente retratar pessoas do Oriente Médio como terroristas genéricos. É tão comum que, nas telas, pele parda se tornou praticamente sinônimo de caras maus que tem pouco ou nenhum aprofundamento além do ódio à América e às batatas-fritas da liberdade. (24 Horas, 2007) "Allahu Akbar!" Obrigada, Jack Bauer! O que faríamos sem você? Um dos maiores problemas disso é que apaga as vidas e culturas reais de pessoas do Oriente Médio e leva muitos espectadores ocidentais a agrupar todos eles no mesmo grupo. Vamos começar esclarecendo alguns termos cujo significado foi ofuscado pela mídia que pinta todo o Oriente Médio com o mesmo pincel largo, raso, ignorante. Primeiro, nós fizemos muita pesquisa sobre isso e veja só... palavras realmente têm significados. Estranho, né? Você não pode apenas agrupar árabes com muçulmanos porque eles não são a mesma coisa! Os árabes são um grupo étnico específico, unidos pela cultura e linguagem, e que provêm principalmente de países do Oriente Médio. Árabe não é, repito, não é uma categoria racial. Certo? Você pode ser branco, negro, pardo e ainda ser Árabe. Mas nem todas as pessoas do Oriente Médio são árabes e vice-versa. Digamos, como a etnia Persa no Irã. Um muçulmano é alguém que pratica o Islã, uma religião com mais de 1,7 bilhões de membros abrangendo um vasto número de identidades étnicas e culturais. O mundo muçulmano compreende uma variedade de grupos que as pessoas muitas vezes esquecem, incluindo iranianos, sul-asiáticos, norte-africanos, indonésios, americanos negros... O Islã não está restrito ao Oriente Médio, às pessoas cor-de-oliva, ou apenas às pessoas que falam árabe. Mas apesar do Islã ser uma religião, não uma raça, é vital que a gente entenda que Islamofobia é racismo. Se estiver atento até aqui, você pode estar se perguntando, se o Islã não é uma raça, então como Islamofobia pode ser racismo? A resposta está em outro "ismo", um que muitos ocidentais não estão muito familiarizados: isso é Orientalismo. Em suma, o termo orientalismo refere-se a como, por séculos, a história artística e acadêmica do ocidente perpetuou uma ignorante e preconceituosa visão do "Leste". Uma visão baseada na ideia da Cultura Ocidental como inerentemente mais avançada e esclarecida, e a Cultura Oriental como inerentemente mais ignorante, irracional, primitiva e muitas vezes super sexualizada. De novo, muçulmanos vêm de muitas raças diferentes e abarcam uma miríade de identidades culturais. De fato, o ex-presidente da Sociedade Islâmica da América do Norte é uma mulher branca, Dra. Ingrid Mattson. Mas sejamos reais, ninguém propaga o ódio ao Islã falando de mulheres brancas. A mídia ocidental contribuiu para um nível de ignorância tão grande, que para muitos isso resultou em igualar o Islã a pessoas pardas assustadoras, particularmente homens pardos assustadores do Oriente Médio. Tem sido tão efetivo que a maioria de vocês provavelmente nem sabia que esse homem não é muçulmano, ele é Sikh! (Anúncio de Serviço Público: Muçulmanos e Sikhs não são a mesma coisa!) Quanto mais se aprende... Não só cinema e televisão que perpetua esse tipo de ignorância. Aqui o comediante Kumail Nanjiani fala sobre como os videogames geralmente não colocam nem o mínimo de esforço ou pesquisa ao representar o Oriente Médio, ou mesmo o Sul da Ásia, que não é a mesma coisa que Oriente Médio! A língua que falamos no Paquistão é Urdu. Esse é o nome da língua que falamos: Urdu. Mas todos os sinais de rua em "Karachi" em Call of Duty estão em árabe... Sim, é uma língua completamente diferente. E eu sei que isso não parece grande coisa, mas esse jogo levou três anos para ser feito. Se derem uma olhada, as imagens são perfeitas. É possível ver cada fio de cabelo nas pessoas. Quando elas correm, elas suam. Quando correm, os cadarços balançam! Tudo que precisavam fazer era Google: Idioma do Paquistão. Eles literalmente pensaram "Que língua falam no Paquistão?" "Não me importa." "Não consigo fazer as costeletas combinarem." Filmes modernos, programas de TV e jogos definitivamente perpetuam a Islamofobia, mas não é exagero dizer que representações ignorantes de pessoas do Oriente Médio na mídia ocidental datam séculos. Pinturas orientalistas do século 18 foram muitas vezes marcadas por imagens excessivamente sexualizadas da vida diária. E a literatura romântica orientalista do final do século 17 e início do 18, serviu para justificar o imperialismo europeu, apresentando as pessoas e culturas do Oriente Médio como inerentemente exóticas e estranhas. Então há uma mistura de árabes com muçulmanos, e porque nossas ideias sobre o Islã são tão fortemente ligadas a estereótipos de terrorismo e violência, ambas as categorias estão associadas à masculinidade e aos homens. Enquanto em Hollywood muitos atores homens muçulmanos só podem encontrar pequenos papéis como terroristas malvados, Mulheres muçulmanas são por vezes apagadas por completo. Os reais avanços que mulheres árabes fizeram em muitas partes do mundo são ignorados, porque representá-las complicaria a narrativa racista e simplista sobre árabes e muçulmanos com a qual Hollywood continua a tentar fazer dinheiro. É quase como se não soubéssemos lidar com as mulheres como pessoas de verdade. O quê?!!! Cineastas e produtores de TV sabem como objetivar as mulheres, como valorizá-las por seus atributos físicos, e suas aparências. As histórias que permitimos contar sobre o Oriente Médio não permite o mesmo tipo de objetificação fácil dos corpos dessas mulheres pardas, então resistimos em incluí-las por completo. (24 horas, 2005) Mãe! Ao menos podemos agradecer 24 Horas por escolherem a atriz iraniana, Shohreh Aghdashloo, na temporada 4, como uma terrorista muçulmana que também é esposa e mãe! Mas há artistas, críticos e escritores falando sobre o que significa ser o alvo de todo esse racismo contra essas pessoas pardas. E as críticas mais interessantes estão vindo das mulheres muçulmanas. Droga! Acho que perdi uma ligação. Será que deixaram mensagem? (Secretária Eletrônica Feminista) "E aí, Anita??!" É a sua comediante feminista muçulmana iraniana-americana favorita ligando. (Mensagem de Zahra Noorkhsh) Eu estive pensando... Como é que em todos esses filmes terroristas, você sabe, aqueles que têm pessoas pardas, porque estamos sempre... atrasados? Para todas as nossas aventuras terroristas. Sabe do que estou falando? Tem sempre esses caras pardos gritando "Yalla! Yalla! Yalla!" "Yalla" significa apenas "Apresse-se". É o que você diz quando quer que alguém se apresse. "Yalla, vamos lá." "Yalla, crianças! Entrem no carro para ir para a escola!" "E fazer parte de algumas aventuras malignas contra Claire Danes e Homeland." Qual é a deles com isso? Cara, sério! Qual o porquê disso? "Yalla" na minha casa significava "Apresse-se que o jantar está esfriando". Há um enorme dano em séculos de imagens que reduzem nações, culturas e religiões inteiras ao status de selvagens sub-humanos. Como Jack Shaheen, o autor de "Reel Bad Arabs", disse: "A política e as imagens de Hollywood estão conectadas. Elas reforçam umas as outras. Política reforça imagens míticas, imagens míticas ajudam a reforçar a política." Vamos reforçar velhas alianças e formar novas alianças, e unir o mundo civilizado contra o terrorismo islâmico radical. Recentemente, durante a campanha presidencial de 2016, candidatos republicanos jogaram a frase "terrorismo islâmico radical", como se fosse algum tipo de magia que poderiam usar para fazer votos aparecem do nada. "Terrorismo islâmico radical". "Terrorismo islâmico radical". "Terrorismo islâmico radical". "Terrorismo islâmico radical". "Terroristas islâmicos". "Terrorismo islâmico radical". "Terrorismo islâmico radical". "Terrorismo islâmico radical". Presidente Obama, se você não disser, eu digo: Islamismo Radical. A única razão pela qual táticas como essas têm algum efeito é que, para muitos americanos, as pessoas do Oriente Médio nunca foram reconhecidas como seres humanos com vidas reais, esperanças, sonhos e lutas. Quando quase toda história que você já viu sobre uma parte particular do mundo pinta as pessoas que vivem lá como um monolítico, malvado e assustador, você é muito mais propenso a acreditar que isso é mesmo verdade. Quando as pessoas acreditam nisso, elas são mais propensas a apoiar políticos e medidas que apelam ao medo e à ignorância sobre o Oriente Médio. E também são mais propensas a agir sobre esse medo e ignorância elas mesmas. O "Southern Poverty Law Center" notou que o número de grupos de ódio anti-muçulmanos triplicou nos Estados Unidos em 2016. O Comitê Árabe-americano Anti-discriminação notou o mesmo aumento após o lançamento do fervor patriótico, Sniper Americano. Em 2016 também houve um aumento de 67% dos crimes de ódio anti-muçulmanos. E não há dúvidas de que a retórica racista e alarmante de trump, tenha desempenhado um papel neste surto de xenofobia e violência. É claro, Trump não fica só na retórica. Nos primeiros 100 dias de sua presidência, ele repetidamente tentou impor medidas para impedir cidadãos de diversos países de maioria muçulmana de entrar nos Estados Unidos. Ele lançou a mais poderosa bomba não-nuclear do exército americano no Afeganistão E ele lançou 59 mísseis Tomahawk em... Sei lá, algum país do Oriente Médio, enquanto comia um belo pedaço de bolo de chocolate. Eu estava sentado à mesa, tínhamos terminado o jantar e estávamos então com a sobremesa. E tínhamos o pedaço mais bonito de bolo de chocolate já visto. E tínhamos acabado de lançar cinquenta e nove mísseis a caminho do Iraque. A caminho da Síria? Sim, indo em direção à Síria. Iraque, Síria, qual a diferença? Foi algum desses países que pessoas pardas malvadas e assustadoras moram. Eu posso até ouvir o exército de papagaios anti-feministas de Richard Dawkins no Twitter digitando seus argumentos sobre como o Islã é uma religião dedicada a oprimir as mulheres. Incrível como de repente todos são feministas quando lhes permite perpetuar o ódio contra pessoas pardas ou ignorar questões sobre como mulheres são oprimidas em suas próprias culturas. Então, vamos ser claros: a misoginia não é um problema do Islã. A misoginia é um problema que algumas culturas, por acaso muçulmanas, usam a religião para perpetuá-la e justificá-la. O Cristianismo é usado como ferramenta para oprimir mulheres pelo mundo por milênios. É exatamente porque nossa mídia perpetuamente associa o Islã, religião seguida por quase um quarto da população mundial, com maldade, terrorismo e opressão, que tantas pessoas acreditam que é isso que o Islã é de verdade. A insistência da nossa mídia em sempre retratar pessoas do Oriente Médio como Sheiks do petróleo ardilosos, escravistas, encantadores de serpentes e homens-bomba, mas nunca como pessoas reais, tem consequências reais. Muçulmanos aqui nos EUA e todos que são, ou que parecem ser do Oriente Médio, constantemente enfrentam ignorância e racismo. Eles vivem com medo da possibilidade real de serem abordados ou atacados, porque alguém os olha e os associa com tudo o que viram nos filmes e tudo o que o presidente disse sobre pessoas do Oriente Médio. Precisamos agora de mais histórias que desfaçam os estereótipos profundamente danosos e que nos estimulem a ver pessoas do Oriente Médio, sejam elas árabes, ou muçulmanas, ou nenhum, ou ambos, como o que elas realmente são: seres humanos. Precisamos da sua ajuda para fazer esses vídeos existem diversas formas de fazer isso: Primeiro, assine nosso canal do YouTube. Segundo, compartilhe nossos vídeos com amigos e todos que você conhece. 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