Parece que todos esperam algo:
o emprego perfeito, o amor da sua vida,
o fim das dívidas, a prosperidade...
Grandes sonhos, pequenos sonhos...
O que vocês esperam?
Pessoalmente, odeio esperar.
Nunca pensei que teria de esperar
para realizar meu sonho de me casar.
Na infância, fui instruída
por um certo casal.
Talvez vocês os conheçam.
(Risos)
Minha irmã e eu brincávamos por horas,
imaginando nossas vidas conforme a deles,
sonhando em ter um casamento feliz,
com os carros de luxo e as belas casas.
Através da vida deles, sonhávamos a nossa.
Ah, e as roupas... não esqueça as roupas.
Aos 18 anos, fui para a faculdade,
cheia de esperança, confiando no sonho:
"Meu marido está neste câmpus.
Dois mil homens e duas mil mulheres.
Há um par para todo mundo".
(Risos)
Quatro anos depois,
eu tinha meu diploma em Ciências
em mãos, mas nenhum pretendente.
Porém eu tinha minhas damas de honra.
Isso me redimiu um pouco.
(Risos)
Com o passar dos anos,
todas as minhas damas de honra
e muitas outras mulheres
começaram a viver meus sonhos
bem na minha frente.
Se casaram, tiveram filhos,
compraram suas primeiras casas...
enquanto eu esperava.
Minha melhor amiga se formou na faculdade
e, logo em seguida, começou
a ter um filho atrás do outro.
Agora ela tem dez filhos.
(Risos)
Durante meus 20 anos
e depois pelos meus 30,
enquanto todos pareciam
estar vivendo meus sonhos,
descobri duas escolhas
que fizeram toda a diferença.
A primeira é a seguinte:
quando um sonho está
em espera, vá viver outro.
Ah, mas nós não queremos.
Só queremos ficar parados
e focar, obcecados, aquela coisa
que queríamos que acontecesse.
Mas precisamos continuar
sonhando e seguindo em frente,
porque sonhos dizem aos nossos corações
que estamos vivendo e não morrendo.
A segunda escolha é, sim, uma escolha.
Foi isto que descobri:
a esperança é uma escolha,
não um sentimento.
Dr. Jerome Groopman, chefe de departamento
na Escola de Medicina de Harvard,
diz que a esperança é tão poderosa
quanto qualquer remédio receitado
ou procedimento realizado.
Descobri que a esperança é um músculo.
Quanto mais a usamos, mais forte ela fica.
Eu tinha quase 40 anos quando meu sonho
de morar em Nova York aconteceu.
Cheguei esperançosa àquela cidade
vibrante e cheia de sonhadores.
Toda manhã, entre as oito e nove horas,
eu caminhava pelo saguão
do World Trade Center,
exceto na manhã de 11 de setembro.
Naquela manhã,
eu estava na cidade de Hartford
dirigindo uma reunião.
Será que um dia esqueceremos
o que aconteceu?
Naquele dia, milhares de sonhos morreram.
Enquanto muitos deixavam
a cidade assustados,
um grupo de fiéis chegavam à cidade,
cheios de esperança de fazer a diferença.
Um deles era Ron Lewis.
Ele e seus amigos abriram uma igreja
no centro da Times Square.
Comecei a frequentá-la
e, no decorrer de um ou dois anos,
Ron e eu nos tornamos amigos.
Um dia, sentimos que havia algo entre nós.
Então, aos 42 anos,
numa igreja na Park Avenue,
finalmente me casei
com o homem dos meus sonhos,
um sonho tão demorado,
mas que chegou a tempo.
É impressão minha ou há
uma leve semelhança?
(Risos)
(Aplausos)
No dia do nosso casamento,
Ron me deu o maravilhoso presente
de quatro garotos adolescentes.
Eu digo a meu amigo Tony
que quatro garotos e nenhuma estria
é um ótimo negócio.
(Risos)
Eu sonhava em ter uma filha
e, para minha surpresa, aos 45 anos,
descobri que estava grávida.
Mas recebi a notícia, dois meses depois,
de que não havia batimentos cardíacos.
Um em oito casais sofrem de infertilidade,
e essa se tornou nossa jornada
pelos próximos cinco anos.
Anos de lágrimas.
E cirurgias.
Um processo de adoção
deu errado no último momento.
Escolhemos a esperança,
mas nos decepcionávamos a cada passo.
Na mesma época, comecei a aprender
sobre o crescente problema
do tráfico sexual de crianças.
Eu me pegava acordando à noite,
pensando no quanto eu queria um bebê
e imaginando a situação de ter
um filho que foi traficado ou abusado.
Ron e eu discutimos isso
e nos perguntamos se podíamos
fazer alguma diferença.
Podíamos fazer algo?
Então, no espírito de escolher
a esperança e viver outro sonho,
nos educamos, reunimos voluntários
e, pelos próximos cinco anos,
fizemos caminhadas em 50 cidades,
começando por Nova York
com a corrida de salto agulha,
em que quebramos o recorde
de pessoas correndo de salto agulha.
(Risos)
Digo "pessoas", não só mulheres,
porque até nosso filho de 16 anos,
quando pensamos que talvez
não quebraríamos o recorde,
calçou um par de saltos
e correu como nunca.
(Risos)
Naquela época,
nosso filho Jordan decidiu participar
de uma viagem missionária na África.
Enquanto estava lá,
ele teve 21 sangramentos nasais.
O que estava acontecendo?
Ele voltou para casa e, um dia antes
de seu aniversário de 21 anos,
foi diagnosticado com câncer nasal
em estágio quatro.
Ele interrompeu a faculdade
e suportou 71 sessões de radioterapia
e 8 de quimioterapia.
Cinco meses depois, incrivelmente,
foi declarado livre de câncer.
Seguiu seu sonho de terminar os estudos,
voltou à faculdade, se graduou a tempo,
ganhou o prêmio de "superador" do ano
e conheceu seu grande amor, Katie.
E conseguiu um ótimo emprego num banco.
Dezessete meses depois,
às oito horas da manhã,
ele e seu pai foram comprar
a aliança de noivado.
Às dez horas, num exame de rotina,
ele ficou sabendo
que o câncer havia voltado.
Dessa vez, com sede de vingança.
Jordan e Katie estavam determinados
a viver seu sonho de passar a vida juntos,
então se casaram um mês depois.
Pelos próximos nove meses,
Katie nunca saiu do lado de Jordan.
Amanhã fará dois anos
que, misteriosamente,
de um modo que nunca entenderemos,
nosso amado Jordan deu
seu último suspiro na Terra
e seu primeiro no céu.
Ele nunca perdeu a esperança nem a fé.
Mas como se vive sem um filho?
Sim, sou a madrasta,
mas o amava como se fosse meu.
Pelos últimos dois anos,
nossa família tem encarado de novo
a decisão de ter esperança,
inspirada pelo exemplo de Jordan.
Mas, em muitos dias, parece
que estamos morrendo por dentro.
Três meses antes de Jordan morrer,
algo maravilhoso aconteceu.
Na véspera de Natal, estávamos
juntos em casa para o fim de ano,
valorizando cada momento
que podíamos ter em família.
Ron e eu recebemos uma ligação
de uma jovem corajosa
que havia optado pela entrega à adoção.
Ela estava no nono mês de gestação
e queria saber se podíamos nos preparar,
porque ela havia nos escolhido.
Ela daria à luz em três semanas.
E havia escolhido nós dois,
que tínhamos 51 e 54 anos.
Ron e eu nos olhamos
e dissemos: "Por que não?"
No dia seguinte, manhã de natal,
eu estava no banheiro,
me arrumando para sair e preparar
o grande almoço de Natal em família,
quando recebi esta foto no meu celular.
(Risos)
Não só um, mas dois sonhos se realizaram,
nascidos numa manhã de Natal,
perto de Bethlehem, em outro estado.
Demos a notícia aos garotos
depois de abrir nossos presentes.
Todos gritaram e choraram.
Naquele dia, pegamos um voo
e, pouco antes da meia-noite,
tínhamos nossas bebês no colo.
Para finalizar,
quero lhes apresentar três moças
que ensinaram meu coração
a sonhar, ter esperança e nunca desistir:
minha querida e eterna nora, Katie,
e minhas filhas,
Victoria Joy e Isabella Grace.
(Aplausos)
Oi, amores! Venham aqui.
Deixo vocês com a seguinte mensagem:
escolham a esperança
e sonhem de novo.
Obrigada.
(Aplausos)