♪ (percussão animada) ♪
Eu nasci aqui em Loíza.
Nós temos um monte
de invenção acontecendo.
A estética de mascarada
relacionada com
a Fiesta de Santiago Apostol
relacionada com herança africana.
Eu gosto de brincar com isso.
Um monte de energia indo por aqui,
e energia não apenas
com Loíza, Porto Rico,
mas com o Caribe em geral.
Há uma comunicação
indo acima da linguagem.
Há algo que é sentido.
(folhas farfalhando no vento)
(ondas quebrando)
Há tantas histórias
relacionadas com imigração
no Caribe.
A maioria dos objetos que eu tento pegar
são objetos relacionados
com aquela história.
Eu tenho achado
muitos sapatos, por exemplo,
muitos objetos com bagagem.
O mar traz.
♪ (música etérea animadora) ♪
Eu amo isso.
O manguezal que eu estou fazendo
lá em cima precisa de bastante verde,
e isso poderia também
representar a foresta.
Lindo.
Isso é uma ótima descoberta.
É uma curvada.
É assim.
O que o furacão faz, você sabe?
Ou o movimento do vento.
A coisa é que se eu tenho
uma ideia baseada em
uma das minhas experiências,
o material ativa minha imaginação.
♪ (música etérea) ♪
Eu digo, "Ah, eu tenho esse objeto
e é relacionado com essa
"narrativa que eu estou
tentando organizar."
♪ (música) ♪
E eu começo a brincar com isso.
E incorporo aquele objeto.
Ou eu preciso inventar
um objeto para a ideia,
colocando esse objeto
relacionado com esse.
É uma maneira de organizar muito orgânica.
♪ (música) ♪
Aqui em Loíza, a comunidade, para mim,
é como uma extensão do meu estúdio.
Nunu!
(espanhol): Escuta.
(espanhol): Você viu mais fontes?
(espanhol): No Suárez lote.
Eu preciso falar para...
(espanhol): Mas você viu mais na rua?
(espanhol): Sim, o que é porque...
♪ (música) ♪
Vê aquela cor?
Tudo foi escolhido para reagir contra.
Aqui, veja isso.
É lindo, não é?
Veja isso.
♪ (música) ♪
Leva tempo, eu sinto.
Você precisa estar lá o tempo todo.
Você precisa morar com a obra.
♪ (música) ♪
Eu literalmente dormo
com um caderno e com um lápis lá
para que eu possa prender a ideia.
É interessante como às vezes
você está dormindo
e então a solução vem.
E então há um dia onde você vai ao estúdio
e há uma harmonia.
"Ah, aí está."
Minha intenção com essa abordagem é,
entre outas coisas, lembrar.
As primeiras imagens
agora vindo de Porto Rico.
Furacão Maria batendo na ilha e,
como você ouviu, um oficial
dizendo que a ilha está destruída.
Essa noite, impacto direto da Maria,
devastando Porto Rico.
Eu me lembro escutando o teto da casa.
Eu estava sozinho, e o som do vento...
(ruídos cacofônicos), sabe.
Foi realmente terrível.
Então, eu abri a porta.
Eu não devia fazer isso, é claro.
Então eu vi as palmeiras lutando.
Era sublime e terrível ao mesmo tempo.
Era alguma outra coisa.
E isso é o que eu estou
tentando fazer com isso.
Como eu poderia falar sobre o terrível
e o sublime ao mesmo tempo?
♪ (música ambiente tensa) ♪
Aos poucos, eu estava
coletando detritos do furacão.
A lona vem como o mar.
Vê aqui? Como um mar.
Água...
areia, representadas pela serapilheira.
Os raios da tempestade,
nós usamos cobre e alumínio.
O trovão.
(tambor estourando)
Então música, ritmo, som
são relacionados com o tema também.
E aqui, há uma figura que
talvez esteja apontando para
Virgem Maria.
O furacão foi chamado "Maria,"
e Maria é a mãe do Cristo.
Para eu citar a representação icônica,
há uma contradição ali:
Virgem Maria no contexto de destruição.
♪ (música) ♪
A maneira que essas casas são construídas,
elas não são construídas
para suportar a força de um
furacão.
Então eu estou falando sobre
o problema de moradia, também,
as pessoas com menos
recursos para construir algo
forte e apropriadamente
para morar nessa área no
Caribe.
Algo que eu lembro
da minha infância é essa planta com
essas flores.
Então imagine essa estrada sem isso,
areia com muitas árvores,
mas a mesma estrada.
(cachorro latindo)
A experiência de catástrofe,
isso não é exclusivo do Porto Rico.
Há uma universalidade,
indiferente de onde você mora
nesse mundo.
Pessoas precisam inventar de novo.
Quando você não tem eletricidade,
você não tem água,
você precisa ser inventivo.
E é interessante porque
conhecimento do passado voltou de novo.
Eu lembro quando eu era
uma criança aqui em Loíza,
todo mundo estava fazendo algo.
Minha avó era uma costureira,
meu tio Louis era
um fabricante de máscaras,
e meu outro tio era
um fabricante de gabinetes.
Então você poderia imaginar
as atividades quando criança,
trabalhando com ferramentas
e madeiras e coisas.
Era lindo!
♪ (música emocional) ♪
Eu gosto de construir algo que tem união,
mesmo que eu esteja
usando diversos materiais.
Eles todos estão vivos, sabe?
Para mim, isso é linguagem.
A maneira que você organiza
eles para obter união,
lá eu encontro beleza.
♪ (música) ♪
(zumbindo)
(espanhol): Eu vou colocar ali.
(espanhol): Tente fazer um som de
qualquer jeito que você queira. Só tente!
(soprando a concha)
Isso seria bom. É melancólico.
(sopro continua)
Parece que os espanhóis
já estavam aqui matando índios.
Como um lamento, o anseio
de algo que disapareceu,
sabe?
O que é aquela terra antes
que o Columbus chegou.
Use sua imaginação, é!
Recrie aquilo em sua mente
e então traga através do
- instrumento, é!
- Ok.
Eu vou estar tentando fazer o que
nossos índios Taínos costumavam fazer,
e isso é tocar com o som que
era o que eles usavam para comunicar.
Ele era meu aluno. (ri)
Se você não aprendeu algo com Daniel...
- (ri)
- Você não está no lugar certo.
Ele não leva um "Não."
Não, se invente, reinvente.
É, ele te puxa ao limite.
"Ok, escute, tente."
♪ (tambor rápido) ♪
(soprando a concha)
Aqui em Loíza nós usamos
fantasia no ano inteiro.
Vamos pegar algo maior para você.
Máscara para Victor!
A atividade que eu tenho aqui
é convidar pessoas
da minha comunidade,
meus amigos e família.
Esses vizinhos se vestem
em fantasias como antepassados
que voltaram do passado
para estar com nós celebrando.
Ancestralidade africana
é um ingrediente muito importante
para nossa identidade
aqui em Porto Rico, é claro.
(espanhol): Essa é a única cidade
em Porto Rico fundada por pessoas negras.
(espanhol): Mas ninguém nunca
me ensinou sobre o continente africano.
(espanhol): E eu sou uma pessoa
de descendência africana.
(espanhol): Não importa como outros vêem,
Espanha não é a minha terra-mãe.
(espanhol): Minha terra-mãe é a África.
Agora nós vamos convidar nossos poetas.
Eles vão ler poetria ali, e se há alguém
no público que também
gostaria de, sabe, ler poesia
ou qualquer coisa.
♪ (tambor) ♪
(espanhol): Imobiliária
é a religião deles.
(espanhol): Os impostos, eu pago.
(espanhol): Eles nos viram no chão, eles
nos chutaram nas costelas e se aproveitaram
(espanhol): com investimentos, com influência,
com tudo que eles podiam comprar com dinheiro.
(espanhol): "Você não pode
morar ali, aquilo é um Airbnb."
Você tem esse espaço
onde todo mundo que quer
poderia vir e dizer algo e comunicar.
♪ (música animadora) ♪
(espanhol): Como uma comunidade
e pessoas passando tradições e histórias
(espanhol): nós temos a responsibilidade
de continuar com isso, de sobreviver.
(espanhol): Nós fomos
a escola primária juntos.
(espanhol): Nós somos como família nessa
longa jornada através de uma vida boa.
♪ (música) ♪
Minha intenção era achar uma linguagem,
achar um processo, achar materiais
que estabeleceram a ligação
entre nossa experiência coletiva
e de alguma forma trazer
algo diferente mas autêntico.
♪ (música) ♪
Nós temos aquele conhecimento do passado.
Nós queremos mantê-lo
e trazê-lo para uma nova geração.
♪ (música) ♪
♪ (música ambiente etérea) ♪