3,4-Methylenedioxymethamphetamine: MDMA.
Já devem ter ouvido falar desse composto
no contexto da droga recreacional Ecstasy.
Mas hoje quero falar sobre a MDMA,
não como uma droga recreacional,
mas como um potencial
novo tratamento na medicina,
e um tratamento importante
para a psiquiatria
porque a MDMA, pela primeira vez,
pode nos oferecer,
a oportunidade de tratar o trauma.
E o trauma psicológico,
particularmente aquele causado
por abuso infantil e maus-tratos,
está no centro de todos, ou da maioria,
dos distúrbios psiquiátricos
devido a ansiedade e dependências.
A psiquiatria precisa
dessa abordagem inovadora,
pois os tratamentos atuais
estão falhando com os pacientes.
Olá, meu nome é Ben Sessa.
Sou psiquiatra de crianças e adolescentes.
Isso significa que me formei como médico,
me especializei em saúde mental,
e então me especializei na saúde mental
da criança e do adolescente.
Mas nos últimos cinco anos,
tenho trabalhado com adultos
com distúrbios mentais
e dependência devido
ao uso indevido de drogas.
E esse desenvolvimento do meu caminho,
de trabalhar com abuso infantil para
adultos com distúrbios mentais e vícios,
me trouxe para a porta da MDMA.
E eu irei propor hoje
que MDMA pode ser tão importante
para o futuro da psiquiatria
quanto o descobrimento de antibióticos
foi para a medicina geral 100 anos atrás.
Quando pensamos em abuso infantil,
consideramos o abuso físico,
mental, emocional,
abuso sexual e negligência.
E pensamos em ambientes nocivos,
em pais com distúrbios mentais
ou viciados em drogas,
e questões sociais como pobreza,
habitações precárias, baixa escolaridade.
Vou ilustrar minha palestra
de hoje com uma paciente,
e vou chamá-la de Claire.
Ela não era uma paciente
minha em particular.
Pelo contrário, ela é uma mistura
de diferentes pessoas
que conheci nos últimos 18 anos
trabalhando como médico.
Ela certamente não é a pior delas.
E qual era o ambiente de Claire
enquanto ela crescia?
Sua mãe era depressiva.
Infelizmente, o médico não tinha tempo
para diagnosticar e tratar
com precisão a depressão.
Ao invés disso, a mãe de Claire
era medicada com antidepressivos,
e nunca fez terapia.
Ela também sentia muitas dores,
típico dos chamados sintomas
psicossomáticos da depressão,
e, como resultado, o médico prescrevia
analgésicos a base de opiáceos
aos quais ela rapidamente
se tornou dependente.
O pai de Claire era alcoólatra,
e muitas vezes estava ausente,
entrando e saindo da prisão,
o que era bom, porque quando estava lá,
ele era fisicamente abusivo
com Claire e sua mãe.
O que esse tipo de ambiente
caótico e assustador faz
para um cérebro em desenvolvimento?
Vou dar a vocês uma rápida
lição de neurofisiologia.
Existe uma parte do cérebro
chamada amígdala,
que é uma parte muito antiga
do cérebro dos mamíferos,
e muitos outros animais,
além dos humanos, a possuem.
A amígdala se ilumina quando
estimulada por medo no ambiente.
Ela se acende e diz:
"Brigue ou fuja, saia daqui!"
Há outra parte do cérebro,
muito mais sofisticada,
chamada córtex pré-frontal,
que fica aqui, na frente, acima dos olhos.
Apenas humanos possuem
o córtex pré-frontal,
e é nele que usamos
a lógica e o raciocínio
para racionalizar a situação,
e podemos usar nosso córtex pré-frontal
para superar aquela resposta
instintiva de medo da amígdala.
Quando Claire estava crescendo,
ela nunca sabia se o adulto entrando
em seu quarto iria lhe dar um beijo,
um abraço, montar um quebra-cabeças,
ou lhe dar um soco, um chute,
ou queimá-la com seu cigarro.
Ou se iriam estuprá-la.
Porque, por toda sua infância,
Claire também foi vítima de abuso sexual.
Existe um grupo de distúrbios
chamado distúrbios de ansiedade,
e um dos mais importantes é o chamado
transtorno de estresse pós-traumático,
ou TEPT.
Alguns dos principais sintomas do TEPT:
humor muito ruim,
altos níveis de ansiedade,
o que chamamos de hipervigilância,
nervosismo, agitação.
Exatamente como Claire se sentiu,
ao longo de sua infância e adolescência,
nunca sabendo se o próximo
agressor estava à espreita.
Outro sintoma principal do TEPT,
os fenômenos de reviver a experiência,
de flashback,
em que paciente tem lembranças repentinas
dessas memórias traumáticas dolorosas.
Elas podem apenas surgir na cabeça
a qualquer momento,
provocada por algum sinal no ambiente.
E quando eles têm essas experiências,
essa lembrança durante o dia,
eles revivem o trauma em todas
as modalidades sensoriais,
e isso resulta em paralisia ou dissociação
na tentativa de bloquear a dor.
Claire teve todas essas
experiências enquanto crescia.
Altos níveis de automutilação
e suicídio são associados com TEPT.
Claire cortava suas coxas e seus seios,
uma forma muito comum de mutilação
numa criança que foi sexualmente abusadas.
Ela era sexualmente abusada
pelos clientes de sua mãe,
que havia evoluído do vício em analgésicos
e estava usando heroína
quando Claire era adolescente.
Devido à forma que a guerra
contra as drogas se organiza,
isso reduz o acesso ao tratamento
para pessoas com dependência de opiáceos,
ela teve de pagar por heroína
em trabalhos sexuais
e os clientes abusavam
sexualmente de Claire.
É muito difícil tratar TEPT
e há uma alta resistência ao tratamento.
Metade das pessoas não respondem
aos tratamentos tradicionais.
Como o tratamos?
Podemos tratá-lo com medicações,
ou com psicoterapia.
E há uma ampla gama
de medicamentos que usamos.
Nenhuma droga, e isso é muito importante,
nenhuma droga cura TEPT.
Ao invés disso, tratamos
os sintomas do distúrbio.
Se o paciente está deprimido,
dê antidepressivos.
Se seu humor oscila,
dê estabilizadores de humor.
Se não consegue dormir, dê um hipnótico.
E se esse nervosismo e medo
se transforma em paranoia e psicose,
dê ao paciente um antipsicótico.
E eles devem tomar
esses medicamentos todo dia,
por semanas, meses, décadas.
E isso porque os medicamentos
que usamos para tratar o trauma,
quando é por causa
desse nível de gravidade,
não atacam a causa principal do trauma.
Eles camuflam os problemas.
Uma boa analogia seria tomar uma aspirina
ou ibuprofeno quando você tem febre.
A febre é causada por infecção,
por um micro-organismo.
Você pode tomar paracetamol ou ibuprofeno,
e isso diminuirá sua temperatura,
te fará sentir um pouco melhor,
mas não ataca a raiz do problema.
E é isso que fazemos quando damos
aos pacientes medicamentos ISRS diários.
Camuflamos os problemas, mantendo
os sintomas em um nível gerenciável.
Usamos psicoterapias para tratar TEPT,
e novamente há uma ampla gama destas:
TDC, TCC, EMDR, psicoterapia focada
em trauma, TAC, APT...
Todos elas têm uma abordagem muito similar
que na verdade é uma mentira:
um problema compartilhado
é um problema pela metade.
"Vamos falar sobre seu trauma.
Claire, me conte sobre seu estupro."
E isso funciona para 50% dos pacientes,
mas para uma importante metade,
eles simplesmente não conseguem.
Assim que pedem que Claire fale
sobre seu estupro, ela paralisa,
foge, abandona o tratamento.
Na época que ela tinha 15 anos,
Claire foi removida da casa da família,
e foi criada em uma sucessão
de lares adotivos,
abrigos infantis, e albergues
onde os abusos continuaram.
Ela se automutilava, e começou a beber,
e, quando tinha 18 anos,
também estava usando heroína.
Às vezes trabalhar em psiquiatria
pode parecer desesperador,
e nos sentimos sem esperança.
Às vezes parece que a psiquiatria é
uma profissão de cuidados paliativos.
E essa é a verdade,
pois os tratamentos que usamos
não chegam à causa principal
do problema, o trauma;
eles camuflam os problemas.
E acho que a indústria
farmacêutica sabe disso,
e eles nos fornecem um produto após outro
para prescrevermos aos nossos pacientes
que não os curam de verdade,
mas que os deixam ligeiramente
melhores para funcionar.
E eles devem continuar tomando.
Eu diria que estamos na psiquiatria, hoje,
onde estávamos na medicina
geral 100 anos atrás.
Na medicina geral, há um século,
a humanidade estava perdendo
a batalha para doenças infecciosas.
Éramos muito bons
em classificá-las e diagnosticá-las.
Nós sabíamos quem tinha varíola.
Sabíamos que pessoas morriam
de cirurgia pós-operatória,
e que havia micro-organismos,
mas não tínhamos um tratamento.
E então, no começo do século 20,
nós descobrimos os antibióticos.
Não um tratamento sintomático,
mas um tratamento
que vai no centro da causa,
e começamos a dominar
as doenças infecciosas.
A psiquiatria, hoje, está
em um momento similar.
Somos muito bons
em classificar e diagnosticar.
Nossa epidemiologia é soberba.
Escrevemos densos manuais diagnósticos.
Sabemos quem tem depressão ou ansiedade.
Sabemos até a causa:
trauma, abuso infantil, maus-tratos,
condições sociais precárias.
Mas nossos tratamentos são péssimos.
Fico bem chocado com o modo
como o botão da empatia
e nosso entendimento desses pacientes
parece estar desligado.
Temos muito sentimentalismo transbordando
pelas crianças de cinco ou seis anos
que tem sofrido abusos,
e gastamos dinheiro pela TV
nessas campanhas para melhorar
a vida dessas pobres e inocentes vítimas.
Mas vou contar o que acontece
com aquelas criancinhas
quando elas chegam aos 11 ou 12 anos.
Colocam o capuz, começam a fumar maconha.
Com 16 anos, estão comprando
e vendendo anfetamina,
quando chegam à idade de Claire,
com seus 20 anos,
estão viciados em heroína e álcool.
E, de repente, perdemos nossa empatia.
Eles são o inimigo público número um.
"É culpa sua, Claire.
Você fez isso consigo mesma.
É sua escolha de estilo de vida."
E fico muito chocado,
e tendo trabalhado em pediatria
e vendo a inevitável trajetória
de desenvolvimento do trauma precoce
até a adolescência, e depois,
a saúde mental adulta e os vícios,
temos que nos apegar
àquele senso de compaixão
e compreensão baseada em evidências
sobre a trajetória de desenvolvimento.
Isso soa desesperador,
mas nem tudo está perdido.
MDMA.
MDMA tem algumas qualidades fascinantes.
Eu sugeriria que se você fosse inventar
uma droga hipotética para tratar trauma,
seria a MDMA.
Ela age nos receptores
e efeitos psicológicos subjetivos,
com muitos pontos positivos.
Em um nível de receptores,
causa uma melhora no humor,
diminuindo a depressão e a ansiedade.
Em um outro grupo de receptores,
ele acelera o paciente,
uma estimulação leve que os motiva
a se engajar na terapia.
Em outro nível, a droga relaxa
o paciente, paradoxalmente,
ao mesmo tempo que o estimula,
e coloca o paciente
na zona excitação ideal
onde ele pode se engajar na psicoterapia.
Talvez o mais importante sobre a MDMA e
sua ferramenta clínica mais significativa
é a habilidade de proporcionar um sentido
de empatia, compreensão,
e segurança emocional.
Ela consegue manter o paciente num estado
no qual pode pensar no trauma e acessá-lo
como ele nunca pôde fazer antes.
Uma das maneiras pelas quais MDMA age
é aumentando a liberação
de um hormônio chamado ocitocina,
o qual, por exemplo, o cérebro libera
quando mães estão amamentando.
É um hormônio que produz
um senso de afeto e união,
e é isso que acontece
com o paciente que usa MDMA.
E ela também age diretamente na amígdala
para reduzir aquela resposta de medo,
enquanto, ao mesmo tempo,
aumenta a resposta pré-frontal,
permitindo que o paciente veja coisas
sob uma luz nova e positiva.
Então vamos voltar a Claire.
Ela agora tem 40 anos.
Ela tem entrado e saído
de hospitais psiquiátricos,
tentado cometer suicídio desde o início.
Ela tem tomado antipsicóticos,
antidepressivos, estabilizadores do humor.
Tentou todas as psicoterapias,
mas não consegue se engajar,
porque não fala sobre seus sentimentos.
Então ela começa um período
de psicoterapia assistida por MDMA.
Como é isso?
São sessões semanais, talvez
com 8, 10, 12 semanas de duração,
com 2 terapeutas,
pares de homens e mulheres.
Não se usa MDMA todo dia, nem toda semana.
Durante esse período de 12 sessões,
a MDMA é usada 3 vezes,
e nas outras sessões,
conversa-se sobre o material
que foi revelado na sessão de MDMA.
Então o que Claire realmente
sente quando ela usa MDMA?
Ela sente um senso de calor e compreensão,
e um senso de controle
no relacionamento com os terapeutas.
MDMA é como um colete salva-vidas,
um colete à prova de balas,
para vestir na batalha
contra seus traumas.
Isso não é Ecstasy!
Ela não está curtindo o prazer eufórico
do Ecstasy numa rave.
Ainda é uma psicoterapia focada em trauma,
e ainda é difícil e angustiante para ela,
mas ela pode fazer isso com MDMA.
Então quando o terapeuta diz:
"Claire, me conte sobre seu estupro".
No passado, só a palavra estupro,
e ela sairia pela porta,
mas com MDMA ela diz:
"Sim, eu posso falar sobre isso!
Eu posso vê-lo entrando no meu quarto,
posso sentir o cheiro de uísque
na sua respiração,
e posso sentir sua barba
enquanto ele me estupra".
E ela fala sobre isso, explora o assunto,
e reflete sobre isso,
e ela pode começar o processo de cura.
E a partir daqui,
pode começar sua jornada.
Pode atacar a raiz dos seus problemas,
não apenas manter os sintomas
em um certo nível.
Isso funciona?
Nós conhecemos a MDMA por um bom tempo,
e a temos usado na terapia
clandestina por 30 ou 40 anos,
e existem milhares de casos positivos.
Eu recebo cinco e-mails
por semana de todo o mundo:
"Dr. Sessa, eu tenho TEPT há anos.
Tentei de tudo, e agora com MDMA,
estou começando a fazer um avanço!"
Relatos informais assim são interessantes,
mas eles não são ciência.
Então fizemos a ciência e alguns estudos
importantes nos últimos anos.
Um grande estudo nos EUA mostrou
que um único período de terapia com MDMA
de 16 semanas, pacientes usam MDMA
3 vezes, testado contra o placebo.
No final daquele período,
85% das pessoas já não cumpriam
os critérios de diagnóstico para TEPT.
Não apenas um alívio dos sintomas,
elas não tinham TEPT!
Esse grupo foi então acompanhado
três anos depois, nada de TEPT.
Muitas dessas pessoas não tomavam
mais suas medicações diárias.
Elas estavam curadas!
Não usamos a palavra "cura"
na psiquiatria.
Nos tornamos instruídos desesperados
nesta posição de...
Essa é a verdade!
Se você é diagnosticado
com um distúrbio mental,
como ansiedade ou depressão,
em seus 20 anos de idade,
e a rota de desenvolvimento
desse transtorno é o abuso infantil grave,
há uma grande chance,
e sinto em dizer isso,
que você continue indo a clínicas
psiquiátricas aos 60 ou 70 anos.
Isso não é bom o suficiente,
e estamos nessa posição porque
não estamos combatendo o trauma.
Funciona, mas é seguro?
Quando pensamos a respeito
da segurança da MDMA clínica,
o que não devemos fazer é considerar
os riscos do Ecstasy recreacional.
Eu nem sei mais o que é o Ecstasy!
Ecstasy está aqui; o que é Ecstasy?
Umas pílulas duvidosas compradas
num clube duvidoso, de algum esquisito,
que pode ou não conter MDMA,
e talvez qualquer outra
substância ainda mais tóxica.
E quando você ouve sobre as mortes
de pessoas que usam Ecstasy,
invariavelmente não é MDMA.
Não vamos olhar para o Ecstasy
como uma medida para a MDMA.
Vamos olhar para a MDMA clínica.
Quando você usa a MDMA clínica,
isso é feito sob supervisão médica,
a droga é pura.
A que uso em meus estudos é 99,98% pura!
Muito cara!
(Risos)
Fazemos isso sob supervisão médica:
com médico, enfermeiro e psicólogo.
E sob essas condições, os riscos
são reduzidos ao mínimo absoluto.
Depois de 40 anos de pesquisas com MDMA,
não houve uma única reação adversa
séria à droga, nenhuma!
E com certeza nenhuma morte.
Nós precisamos fazer essa pesquisa,
e precisamos fazê-la baseada
em evidências, de uma forma solidária,
considerando os dados.
É preciso ignorar a pauta sociopolítica
que diz que qualquer droga
usada de forma recreativa
também deve ser muito ruim e perigosa.
Esse tipo de atitude dificulta a pesquisa.
E precisamos que cientistas conduzam isso.
Funciona, é seguro,
e oferece a pacientes como Claire,
pela primeira vez na vida,
uma oportunidade de romper
com aquele trauma
e não se tornar alguém que sofre de TEPT
cronicamente por toda vida.
E aonde iremos com a pesquisa de MDMA?
Já fizemos alguns estudos,
temos mais alguns a caminho.
Estou fazendo um estudo
em Cardiff com neuroimagem,
no qual iremos usar MDMA e placebo
com pacientes que sofrem de TEPT,
e observar a relação entre a amígdala
e o córtex pré-frontal.
Também estamos fazendo
um estudo aqui em Bristol,
fornecendo MDMA a pacientes
com transtorno de uso de álcool,
porque por baixo da raiz
desse vício está o trauma.
Esse é um momento emocionante.
As pessoas dizem: "Isso é polêmico!"
E de fato, fui apresentado como
um palestrante polêmico, mas não sou!
Sou um médico conservador muito chato.
Eu gosto de dados.
Gosto de dados baseados em evidências
que ajudam meus pacientes.
Vou lhes dizer o que é polêmico.
É polêmico que mais pessoas morreram
após voltar do Afeganistão e Iraque
porque cometeram suicídio
devido ao TEPT não tratado
do que morreram lá em conflito!
Isso é polêmico, e antiético.
Esse é um momento importante
para a ciência.
MDMA pode ser o antibiótico
pelo qual a psiquiatria tem esperado.
Devemos isso a esse grupo de pacientes
com o qual estamos falhando,
devemos a eles essa pesquisa.
Devemos isso a Claire.
Obrigada.
(Aplausos)