(Mark) Quer saber? Vamos só montar. (Homem) E depois nós ajustamos. (Mark) Sim, e se der problema, a culpa é toda sua. (risos) Nunca minha. (risos) (Homem) Como você fez isso? Porque esses eram propagandas? (Mark) Sim, nas cercas. Eu só pego as propagandas que tem relação com negócios. Depois da revolta, queimaram tantos prédios que botaram essas cercas ao redor e assim todo mundo começou a usar cercas para essas placas. Mas você vê essas mesmas coisas o tempo todo no gueto. Grana. Para as suas casas. É igual grana, compramos suas casas. Eu gosto desta. Papeis de imigração em 30 dias. Como isso é possível? Mechas no cabelo. Pessoas negras e cabelo. Eu pego barbante, sabe, fio colo, todo que tiver perto e então pego o papel do outdoor e eu viro para o verso, não o lado bom, mas o do avesso. Deito no chão, deixo secar e tipo... e aí eu lixo. E outros, eu não faço, não pode... A linguagem toda se foi, um pouco se foi, às vezes funciona melhor. Mas... é, é só informação na cidade Você vê o tempo todo. Achei alguns... Ah, isso é bacana. Uhum. Uma cabeça. Vou colocar isso aqui. Meu trabalho é colagem e decolagem ao mesmo tempo. Como isso seria? Decolagem. Eu tiro, e então, colagem eu imediatamente boto de volta. Ás vezes você precisa não colocar coisas no topo. Precisa recuperar algo que está embaixo do fundo. Boa. Cadê aquele "S"? Eu guardei. Ter certeza que a cor esteja certa. A linha da minha criação ou do meu trabalho artístico começa na minha infância, mas não é um passado artístico, é um passado de trabalho. Eu fazendo a placa dos preços no salão da minha mãe, eu era o responsável por ela, então eu fazia a caligrafia. Eu aprendi como... Ensinar... Eu me ensinei caligrafia, para deixar elas muito... muito bonitas na parede. Então a mão... a mão foi muito cedo no meu trabalho. Sinalização, textos, não não perfeitos. Sempre ficava um pouco fino no final porque eu não media corretamente. Mas deu certo. Ela sempre dizia "Ah, na próxima, está bom. Quando eu aumentar os preços você vai ter outra chance." Sim, o criador... Eu sempre fui um criador. Em DADDY, DADDY, DADDY, eu estava usando materiais que tinham memória. Memória de trabalhar no cabeleireiro e estava usando vários papeis para pontas. Papeis para pontas são usados quando se faz um permanente. Também estava pensando muito em música na época. Fragmentos de música, então DADDY, DADDY, DADDY meio que veio disso. BLACK VENUS foi uma das pinturas que lembra um mapa. Estava pensando muito em cartografia e também na história da abstração porque, de várias formas eu vejo mapas como essas grades abstratas. Baldwin Hills é onde gente negra rica de Los Angeles vive. Então eu sai dirigindo e cheguei num endereço, e eu inventei uma história imaginária sobre quem vivia lá. Na verdade, eu botei esse endereço no Google e no Google Maps. Então foi ficando mais e mais enfiando na minha imaginação. Adoro futebol, e decidi que eu queria criar minha própria liga imaginária de jogadores. GAME RECOGNIZES GAME, foi a maior obra, na verdade, que eu fiz até hoje, e eu adoro a heroicidade frágil dela. E foi toda construida de papel. Foi a primeira vez que eu aproximei um quadro e uma escultura, e eu meio que estava tentando ativar uma terceira coisa. LOS MOSCOS foi mesmo eu querendo lidar diretamente com os problemas da abstração, do modernismo, do expressionismo abstrato, meio que explodiu para mim. Pessoas dizem que elas são colagens, eu só acho que elas são quadros, sabe, na tela, é um quadro. Na CalArts, o que eu descobri foram os corpos de ideias. Nunca soube o que era a condição pós-moderna, nunca tinha ouvido falar dela. Nunca soube de Foucault e bell hooks e Cornel West. Nunca li esses tipos de textos, mas eu vivi com pessoas que estavam vivendo esses tipos de vidas, então eu lembro de chegar em casa e contar para a minha mãe, Ah, sabe, você é pós-moderna. Ela disse: "Ah, que gentileza." Então eu... eu sinto que eu descobri amigos nesses livros, nesses escritores, eu senti... Eu descobri essas pessoas revolucionárias que estavam fazendo essas coisas revolucionárias, então foram esses textos que me deixaram muito, muito, muito, muito entusiasmado. Eu queria criar a sensação de estar dentro e fora de casa ao mesmo tempo. Quando você entra, um lado está coberto de informação. Do lado oposto, você tem o reflexo desses posters de venderores nessa espécie de corredor espelhado. Você tem meio que esse efeito de casa de diversões. Esse tipo de propaganda que se vê principalmente em cercas ciclônicas, tem um relacionamento com o corpo. É sobre as condições que estão acontencendo nesse momento em particular nesse lugar em particular. Tem "Elimina 100% Das Baratas" ao lado de "Você é um Barbeiro licenciado?" mas se colocar ""Meu filho falou papai" bem do lado de "Como abrir uma instalação de vida sóbria" e "Cabelo Indígena Lifetime" é mesmo uma história que começa a se desenrolar. Ao percorrer esse corredor, você chegar em um quarto menor e ouve música. (música) Você ouve pessoas celebrando. Têm dois vídeos nas paredes opostas. Um vídeo é do Desfile do Dia de Martin Luther King, em Los Angeles. E você vê pessoas que estão lembrando dessa figura política. O outro é de um mercado no Egito. O mercado noturno de verdade é apenas para muçulmanos. Estão em paredes opostas, mas estão se encarando. Eu vou para o desfile todo ano. Certos detalhes se percebem de novo e de novo e de novo. Como o policiamento. Tem tanto policiamento da desfile como um desfile. Cada quadro e eu não tentei botar polícia neles, ela só estava em todos os quadros. Ver tantos corpos negros em um local público, é sempre político. Sempre uma condição política. Do lado do Cairo, não tem polícia nenhuma, não tem nenhum policiamento, só tem famílias se divertindo juntas. Mas o corpo muçulmano ficou tão carregado politicamente que o espaço, por consequência, é carregado. São ambos locais politizados. Mas ao mesmo tempo, são também sobre celebração. Percebi que a minha prática artística é muito detalhada e intensiva