Como descobriram sua paixão
ou encontraram sua carreira?
Vocês foram expostos a ela?
Ou foi tentativa e erro?
Como a advogada de direito infantil,
Marian Wright Edelman, disse:
"Você não pode ser o que você não vê".
Felizmente, vivemos numa era
em que tecnologias emergentes podem
nos ajudar a resolver esse problema.
Nos últimos dois anos,
venho desenvolvendo um programa
de realidade estendida
que permite que alunos
do ensino fundamental de todo o país
assumam o papel de biólogo marinho,
mesmo que não tenham visto o oceano.
Como um aluno do sétimo ano, que concluiu
o programa recentemente, disse:
"Eu poderia ser cientista,
porque eu gostei desse jogo".
Essa resposta realmente me animou,
porque poucos alunos
se veem como cientistas.
Um estudo de 2014 mostrou
que 57% dos alunos do oitavo e nono ano
diziam "ciência não é para mim".
Coincidentemente, também em 2014,
conheci Mandë Holford, bioquímica marinha,
e Lindsay Portnoy, psicóloga educacional.
Nós três compartilhávamos uma paixão
por deixar os alunos empolgados
e confortáveis com a ciência.
Pensamos como poderíamos dar às crianças
a experiência mais realista
de uma carreira científica.
Nós discutimos a pesquisa;
ela mostrava que alunos ficavam mais
confortáveis ao se arriscar em jogos.
Então, nós três começamos
um programa de jogos educacionais
para dar vida à ciência.
A realidade virtual pareceu uma maneira
barata de ampliar o acesso.
Além disso, pesquisas
acadêmicas têm mostrado
que a RV pode levar a um aumento
da retenção da aprendizagem.
Isso era perfeito para nós,
pois queríamos estar nas escolas,
para poder atingir o maior
número de alunos possível,
especialmente os que não estão
bem representados na ciência.
Então, com o financiamento
do National Science Foundation,
começamos a desenvolver
nosso programa de realidade estendida,
que combinava realidade virtual
com diário digital personalizado.
Trabalhamos com professores
enquanto desenvolvíamos isso
para garantir que iria se encaixar
perfeitamente no currículo existente
e possibilitar aos professores o uso
da tecnologia de ponta nas salas de aula.
Projetamos a RV para o Google Cardboard,
que requer apenas um smartphone
e um óculos de RV de US$ 10,
feito de papelão.
Com esse fone de ouvido barato,
os alunos são transportados
para uma expedição subaquática,
e usam o diário digital
para escrever anotações,
responder a perguntas,
construir modelos e desenvolver hipóteses.
Depois eles vão para o mundo virtual
para testar suas hipóteses
e ver se elas estão corretas,
assim como cientistas vão
para a área de trabalho deles.
Quando os alunos
retornam ao periódico digital,
compartilham suas observações, alegações,
raciocínio e evidências.
As respostas e interações virtuais deles
são atualizadas ao vivo
em um painel de avaliação do educador,
para que os professores possam
acompanhar o progresso deles
e ajudá-los, conforme o necessário.
Para terem uma noção melhor,
vou mostrar um pouco
do que os alunos veem.
Esta é a realidade virtual quando
eles estão embaixo d'água
observando a flora e a fauna.
Este é o periódico digital
no qual eles constroem os modelos
baseados nestes dados abióticos
para mostrar o que eles esperam ver.
Aqui, eles sustentam aquilo
com afirmações qualitativas.
E este é o painel do educador,
que mostra o progresso
e permite que os professores
vejam as respostas dos alunos.
Quando estávamos criando o BioDive,
queríamos realmente focar o acesso,
então, nós o projetamos para necessitar
apenas de um celular para quatro alunos.
Também sabíamos como o trabalho
de ciência é colaborativo,
então construímos a experiência
para ser resolvida apenas
por meio de trabalho em equipe,
pois cada aluno é especializado
em uma localização geográfica diferente.
Como o cérebro dessas crianças
ainda está se desenvolvendo,
limitamos cada experiência
para durar no máximo dois minutos.
E, por fim, como sabemos da importância
da exposição frequente
para internalizar o conhecimento,
construímos o BioDive para ser usado
durante cinco períodos de aula.
Começamos a introduzir o BioDive em 2017,
em 20 escolas de Nova Iorque
e Nova Jérsei.
Queríamos ver os alunos
usando essa nova tecnologia.
Em 2019, agora,
estamos navegando em 26 estados.
O que ouvimos dos professores
que ensinaram nosso programa:
"Foi uma maneira legal de mostrar
o oceano sem o luxo de estar lá,
pois estamos em Ohio".
(Risos)
"É incrível."
"Os alunos ficaram totalmente engajados."
Mas o que realmente nos dá esperança
é o que estamos ouvindo dos alunos.
"Eu gostei porque me senti lá."
"É uma maneira interativa
e divertida de aprender."
"Isso realmente me deu exemplos
realistas de como esses organismos são."
"Eu poderia ser cientista, porque
isso parece ser muito divertido."
O feedback nem sempre foi tão positivo.
Quando iniciamos o desenvolvimento,
começamos perguntando aos alunos
o que eles gostaram,
o que não gostaram
e o que acharam confuso.
Afinal, começamos perguntando
o que eles desejavam poder fazer.
O feedback deles nos deu
itens concretos para incluirmos,
garantindo que estávamos considerando
as opiniões dos alunos sobre o projeto.
No geral, descobrimos que esse é
o começo de uma nova plataforma
para dar voz e poder aos alunos
para decidirem como gostariam
de impactar a carreira deles.
Focamos a ciência,
porque precisamos de cientistas
para nos ajudar a resolver
os desafios atuais e futuros.
Mas a realidade virtual poderia ajudar
alunos de qualquer área.
Como poderíamos ajudá-los
a explorar todos os seus desejos
com esse recurso e a oportunidade
de aprender por meio de fontes primárias?
Conseguiríamos criar RV
para fones de ouvido baratos
que permite a eles
a imersão na literatura oral
ou em momentos críticos
da história da humanidade?
A realidade estendida tem
o potencial para mudar a trajetória
da vida de nossas crianças
e guiá-las para carreiras
que elas nunca imaginariam
ao dar a elas a chance
de ver o que elas podem ser.
Obrigada.
(Aplausos) (Vivas)