Pensei sobre o tempo quando, recentemente, me cortei num pequeno acidente. Eram três horas da manhã. Precisei de 20 pontos e tinha acabado de sair da emergência. Uma amiga me esperava com um sorriso caloroso no rosto, e me disse: "Isso é tão legal, com certeza vai para o meu Snapchat!" (Risos) Será que eu quis dar um soco nela com a minha mão machucada? Surpreendentemente não. Ao invés disso, me senti uma celebridade, mostrei meu ferimento e deixei que ela postasse a foto para os amigos dela, os quais eu não conhecia e nem tinha intenção de conhecer. Foi quando percebi como as mídias sociais exercem grande influência em nossa vida, e parece que não prestamos muita atenção a isso. Primeiro, nossas emoções. Em 2012, o Facebook analisou 700 mil "feed" de notícias de usuários, e concluiu que as pessoas ficam mais otimistas com atualizações positivas de amigos. Por exemplo, embora eu não tenha intenção alguma de me casar nesse momento, às vezes quando vejo fotos de casamentos de amigos no Facebook, desejo também um casamento dos sonhos no Caribe em breve. (Risos) Independentemente de quem seja o noivo. (Risos) Provavelmente, não é a melhor maneira de encarar a vida. Segundo, nossas decisões de consumo. Toda vez que vejo uma postagem no Instagram da Macy's, de batons escuros ou botas sensuais de inverno, acabo indo até a loja naquele final de semana. Viver ao lado da Herald Square não ajuda também. Como consumidores, buscamos inovação e inspiração, e vamos direto à internet procurar o que está em alta na moda. Pesquisas mostram que um em cada três americanos são influenciados pelas mídias. Provavelmente sou um deles. Terceiro, nosso interesse. Como a maioria de vocês, odeio cozinhar: ter que encontrar os ingredientes certos, passar tempo na cozinha, lavar a louça. É muito trabalho. Outro dia, uma amiga compartilhou no Facebook uma receita do Food Network de uma cheesecake fácil de fazer e com apenas três ingredientes. Quando percebi, estava assando na minha cozinha, que não era usada há três anos. (Risos) Acho que somos, de fato, produtos do nosso ambiente. Minha mãe está tão orgulhosa de mim agora, já que passo todo meu tempo no Youtube, aprendendo a cozinhar. E, finalmente, o valor do tempo. Muitas vezes nos perguntamos quanto vale o nosso tempo. Se alguém oferecer pagar US$ 1 por uma hora de trabalho, você provavelmente não aceitaria. Mas se oferecerem US$ 5 mil pela mesma hora de trabalho, você aceitaria imediatamente. Porém, estudos mostram que passamos cerca de duas horas por dia nas redes sociais de graça. [Se tempo é dinheiro, Facebook é a marca mais valiosa da internet] Provavelmente vendo a foto do nosso ex numa viagem exótica, ou lendo como a Kim Kardashian parou a internet, ou curtindo as fotos do cachorro ou do novo bebê da Ellen. A propósito, são superfofos. É muito interessante como as redes sociais ofereceram conteúdo acessível e relevante, conectando-nos com a família e amigos por meio de fotos, vídeos e curtidas, mas, ainda assim, ela nos isola e nos força a gastar tempo e dinheiro em coisas que não são necessariamente essenciais. Em 2015, as marcas gastaram mais de US$ 24 bilhões para cativar consumidores nas mídias sociais. Então, da próxima vez que se sentir tentada a ver o seu ex no Facebook, ligue para algum amigo do colégio. Ou se quiser comprar aquele par de botas, pense no último adquirido, que custou metade do seu salário e você só usou duas vezes. E o mais importante, quando vir a vigésima foto da sua amiga fazendo biquinho no Facebook, Instagram ou Snapchat, reflita se aquilo realmente adiciona valor ao seu tempo. Obrigada.