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Format: Layer, Start, End, Style, Name, MarginL, MarginR, MarginV, Effect, Text
Dialogue: 0,0:00:09.15,0:00:16.94,Default,,0000,0000,0000,,Como posso fazer para não deixar que\Na minha raiva expluda e magoe outros?
Dialogue: 0,0:00:27.24,0:00:29.02,Default,,0000,0000,0000,,Caro Thay, cara Sangha,
Dialogue: 0,0:00:35.60,0:00:39.28,Default,,0000,0000,0000,,Por vezes controlo muita raiva que surge.
Dialogue: 0,0:00:39.28,0:00:43.47,Default,,0000,0000,0000,,Guardo-a dentro de mim,\Nmas ela acaba por explodir de repente.
Dialogue: 0,0:00:43.48,0:00:45.18,Default,,0000,0000,0000,,Deixo-a sair de uma só vez,
Dialogue: 0,0:00:45.18,0:00:49.76,Default,,0000,0000,0000,,sem saber porquê e sem conseguir\Ncontrolá-la nesse momento.
Dialogue: 0,0:00:49.76,0:00:51.76,Default,,0000,0000,0000,,Quando toda a minha raiva explode
Dialogue: 0,0:00:53.57,0:00:58.09,Default,,0000,0000,0000,,magoo muito a outra pessoa\Ne também a mim mesma.
Dialogue: 0,0:00:59.58,0:01:04.87,Default,,0000,0000,0000,,Não tenho compaixão pelo outro, porque\Nnão tenho consciência do que acontece.
Dialogue: 0,0:01:06.40,0:01:12.86,Default,,0000,0000,0000,,Depois de me acalmar, depois da explosão\Nde raiva e de a ter deixado sair,
Dialogue: 0,0:01:13.47,0:01:17.07,Default,,0000,0000,0000,,então sinto compaixão e tenho consciência\Nde que fiz a outra pessoa sofrer.
Dialogue: 0,0:01:17.10,0:01:20.16,Default,,0000,0000,0000,,Mas no momento em que acontece,\Nnão consigo fazer nada.
Dialogue: 0,0:01:20.48,0:01:22.13,Default,,0000,0000,0000,,O que posso fazer?
Dialogue: 0,0:01:24.67,0:01:27.21,Default,,0000,0000,0000,,Caro Thay, a nossa amiga está a dizer...
Dialogue: 0,0:01:27.21,0:01:30.10,Default,,0000,0000,0000,,Esta é outra pergunta acerca da raiva.
Dialogue: 0,0:01:30.10,0:01:33.60,Default,,0000,0000,0000,,Ela sente surgir uma grande raiva às vezes
Dialogue: 0,0:01:33.60,0:01:36.76,Default,,0000,0000,0000,,e não quer deixá-la sair.
Dialogue: 0,0:01:36.76,0:01:41.18,Default,,0000,0000,0000,,Tenta mantê-la sob controlo, recalca-a.
Dialogue: 0,0:01:41.18,0:01:44.50,Default,,0000,0000,0000,,Mas a raiva acaba por explodir, por sair
Dialogue: 0,0:01:45.69,0:01:48.49,Default,,0000,0000,0000,,e ela magoa a outra pessoa.
Dialogue: 0,0:01:48.49,0:01:50.88,Default,,0000,0000,0000,,Lamenta magoar a outra pessoa.
Dialogue: 0,0:01:50.88,0:01:54.74,Default,,0000,0000,0000,,Sente compaixão pelo sofrimento que causou
Dialogue: 0,0:01:54.96,0:02:00.23,Default,,0000,0000,0000,,E quer saber como pode lidar\Nmelhor com a situação.
Dialogue: 0,0:02:02.67,0:02:07.08,Default,,0000,0000,0000,,É ela capaz de ver o sofrimento\Nda outra pessoa?
Dialogue: 0,0:02:09.59,0:02:14.59,Default,,0000,0000,0000,,Consegue ver o sofrimento\Nna outra pessoa?
Dialogue: 0,0:02:15.68,0:02:16.45,Default,,0000,0000,0000,,E quando?
Dialogue: 0,0:02:17.37,0:02:20.39,Default,,0000,0000,0000,,Antes ou depois da explosão?
Dialogue: 0,0:02:40.61,0:02:42.68,Default,,0000,0000,0000,,Eu vejo o seu sofrimento
Dialogue: 0,0:02:42.68,0:02:46.82,Default,,0000,0000,0000,,mas continuo a sentir esta emoção forte.
Dialogue: 0,0:02:46.83,0:02:48.83,Default,,0000,0000,0000,,O que posso fazer com ela?
Dialogue: 0,0:02:56.04,0:02:57.99,Default,,0000,0000,0000,,Controlar não basta.
Dialogue: 0,0:02:59.24,0:03:02.75,Default,,0000,0000,0000,,Controlar pode ser suprimir.
Dialogue: 0,0:03:03.56,0:03:05.50,Default,,0000,0000,0000,,Suprimir não é bom,
Dialogue: 0,0:03:06.26,0:03:10.20,Default,,0000,0000,0000,,porque a emoção continua a estar lá,\Nfica presa
Dialogue: 0,0:03:10.20,0:03:12.16,Default,,0000,0000,0000,,mas continua presente.
Dialogue: 0,0:03:12.68,0:03:15.82,Default,,0000,0000,0000,,Por isso, suprimir não é bom.
Dialogue: 0,0:03:16.92,0:03:19.03,Default,,0000,0000,0000,,Temos de a transformar.
Dialogue: 0,0:03:23.21,0:03:27.82,Default,,0000,0000,0000,,E para a transformar,\Nprecisamos de compaixão.
Dialogue: 0,0:03:30.32,0:03:35.17,Default,,0000,0000,0000,,O único antídoto para a raiva,\Npara a violência, é a compaixão.
Dialogue: 0,0:03:37.42,0:03:39.41,Default,,0000,0000,0000,,Não há outro caminho.
Dialogue: 0,0:03:40.37,0:03:43.51,Default,,0000,0000,0000,,Mas como construir a compaixão?
Dialogue: 0,0:03:44.49,0:03:47.11,Default,,0000,0000,0000,,Como gerar a energia da compaixão?
Dialogue: 0,0:03:47.11,0:03:49.26,Default,,0000,0000,0000,,Esta é a verdadeira questão.
Dialogue: 0,0:03:50.26,0:03:56.95,Default,,0000,0000,0000,,E neste retiro aprendemos\Na reconhecer o sofrimento.
Dialogue: 0,0:03:59.32,0:04:01.86,Default,,0000,0000,0000,,Porque o sofrimento nessa pessoa é
Dialogue: 0,0:04:01.87,0:04:07.99,Default,,0000,0000,0000,,a causa da sua acção ou das palavras\Nque podem causar sofrimento.
Dialogue: 0,0:04:10.56,0:04:14.92,Default,,0000,0000,0000,,A raiva dessa pessoa rega a raiva em nós.
Dialogue: 0,0:04:16.84,0:04:22.69,Default,,0000,0000,0000,,A violência dessa pessoa rega\Na violência em nós.
Dialogue: 0,0:04:25.54,0:04:32.12,Default,,0000,0000,0000,,É por isso que temos de inspirar e expirar\Ncom atenção plena
Dialogue: 0,0:04:32.61,0:04:40.29,Default,,0000,0000,0000,,e ver que a outra pessoa é uma vítima
Dialogue: 0,0:04:40.32,0:04:46.29,Default,,0000,0000,0000,,da sua própria violência, do seu próprio\Nsofrimento, do seu próprio equívoco.
Dialogue: 0,0:04:46.82,0:04:48.59,Default,,0000,0000,0000,,Isto é muito importante.
Dialogue: 0,0:04:49.77,0:04:52.16,Default,,0000,0000,0000,,Este é o ensinamento de Buda:
Dialogue: 0,0:04:52.68,0:04:56.04,Default,,0000,0000,0000,,observa o sofrimento e\Nentende o sofrimento.
Dialogue: 0,0:04:58.12,0:05:00.97,Default,,0000,0000,0000,,Quando entendemos o nosso\Npróprio sofrimento
Dialogue: 0,0:05:01.20,0:05:05.02,Default,,0000,0000,0000,,conseguimos entender o sofrimento\Nda outra pessoa.
Dialogue: 0,0:05:06.16,0:05:09.44,Default,,0000,0000,0000,,Entender o sofrimento traz\Nsempre consigo a compaixão.
Dialogue: 0,0:05:09.44,0:05:14.82,Default,,0000,0000,0000,,E apenas a compaixão consegue transformar\Na raiva e a violência.
Dialogue: 0,0:05:19.01,0:05:23.58,Default,,0000,0000,0000,,Alguns pensam que podemos...
Dialogue: 0,0:05:25.35,0:05:28.96,Default,,0000,0000,0000,,que podemos tirar o pedaço de raiva\Nde dentro de nós,
Dialogue: 0,0:05:30.24,0:05:33.19,Default,,0000,0000,0000,,como numa cirurgia.
Dialogue: 0,0:05:37.93,0:05:40.26,Default,,0000,0000,0000,,Mas não conseguimos fazer isso com a raiva
Dialogue: 0,0:05:40.26,0:05:43.30,Default,,0000,0000,0000,,Não conseguimos tirar a raiva\Nde dentro de nós.
Dialogue: 0,0:05:45.39,0:05:47.71,Default,,0000,0000,0000,,Apenas conseguimos transformá-la.
Dialogue: 0,0:05:48.16,0:05:52.24,Default,,0000,0000,0000,,A raiva pode transformar-se cá dentro\Nnoutra coisa.
Dialogue: 0,0:05:52.24,0:05:55.89,Default,,0000,0000,0000,,A raiva pode transformar-se\Nem compreensão e compaixão.
Dialogue: 0,0:05:56.53,0:05:59.18,Default,,0000,0000,0000,,E é esse o trabalho do praticante:
Dialogue: 0,0:06:01.96,0:06:03.72,Default,,0000,0000,0000,,observar de perto o sofrimento,
Dialogue: 0,0:06:03.72,0:06:07.58,Default,,0000,0000,0000,,o seu próprio sofrimento e\No sofrimento da outra pessoa
Dialogue: 0,0:06:07.58,0:06:10.28,Default,,0000,0000,0000,,e tentar entender a causa.
Dialogue: 0,0:06:11.89,0:06:17.48,Default,,0000,0000,0000,,É assim que se gera a energia da compaixão
Dialogue: 0,0:06:19.40,0:06:22.76,Default,,0000,0000,0000,,E quando existe compaixão,\Nesta transforma a raiva.
Dialogue: 0,0:06:23.96,0:06:26.87,Default,,0000,0000,0000,,Não precisam de a extrair.
Dialogue: 0,0:06:29.32,0:06:32.17,Default,,0000,0000,0000,,Há quem tente extraí-la.
Dialogue: 0,0:06:33.84,0:06:36.45,Default,,0000,0000,0000,,Há quem nos aconselhe
Dialogue: 0,0:06:36.45,0:06:40.95,Default,,0000,0000,0000,,a extraí-la pela prática da chamada\N"ventilação".
Dialogue: 0,0:06:43.20,0:06:46.12,Default,,0000,0000,0000,,É como se houvesse fumo no vosso quarto
Dialogue: 0,0:06:46.12,0:06:49.94,Default,,0000,0000,0000,,e vocês ventilassem o quarto\Npara que o fumo saísse.
Dialogue: 0,0:06:50.48,0:06:56.33,Default,,0000,0000,0000,,E a maneira de o fazer é ir para o nosso\Nquarto, fechar a porta
Dialogue: 0,0:06:57.24,0:07:01.78,Default,,0000,0000,0000,,e tentar bater, dar socos\Nna almofada,
Dialogue: 0,0:07:05.52,0:07:09.48,Default,,0000,0000,0000,,dar socos na almofada durante\Ndez, quinze minutos.
Dialogue: 0,0:07:10.99,0:07:18.83,Default,,0000,0000,0000,,E acredita-se que ao fazer isto\Nestamos a expulsar a raiva de nós.
Dialogue: 0,0:07:21.11,0:07:23.57,Default,,0000,0000,0000,,"Tenho consciência da raiva que tenho."
Dialogue: 0,0:07:23.57,0:07:25.41,Default,,0000,0000,0000,,"Quero expulsá-la."
Dialogue: 0,0:07:27.46,0:07:30.68,Default,,0000,0000,0000,,Porque acha-se que é mais seguro\Nbater numa almofada
Dialogue: 0,0:07:30.68,0:07:33.88,Default,,0000,0000,0000,,do que bater directamente numa pessoa.
Dialogue: 0,0:07:33.88,0:07:37.41,Default,,0000,0000,0000,,E chama-se a isto "atirar a raiva\Ncá para fora".
Dialogue: 0,0:07:39.57,0:07:41.22,Default,,0000,0000,0000,,Mas não funciona.
Dialogue: 0,0:07:43.05,0:07:44.45,Default,,0000,0000,0000,,Não funciona.
Dialogue: 0,0:07:45.44,0:07:48.12,Default,,0000,0000,0000,,Pode antes reforçar a nossa raiva.
Dialogue: 0,0:07:50.29,0:07:53.47,Default,,0000,0000,0000,,É como ensaiar a nossa raiva.
Dialogue: 0,0:07:58.61,0:08:02.52,Default,,0000,0000,0000,,E chama-se a isto "entrar em contacto\Ncom a nossa raiva".
Dialogue: 0,0:08:03.63,0:08:07.08,Default,,0000,0000,0000,,É bom entrar em contacto\Ncom a nossa raiva.
Dialogue: 0,0:08:07.08,0:08:11.37,Default,,0000,0000,0000,,Buda aconselhou-nos também a inspirar
Dialogue: 0,0:08:12.20,0:08:15.68,Default,,0000,0000,0000,,a ir para casa e a entrarmos em contacto\Ncom a nossa raiva
Dialogue: 0,0:08:16.76,0:08:21.68,Default,,0000,0000,0000,,a abraçá-la com ternura e a observarmos\Nmuito bem a nossa raiva.
Dialogue: 0,0:08:23.96,0:08:30.52,Default,,0000,0000,0000,,Mas nesta prática de...\Nbater... na almofada
Dialogue: 0,0:08:32.43,0:08:35.80,Default,,0000,0000,0000,,não entramos realmente em contacto\Ncom a nossa raiva.
Dialogue: 0,0:08:39.12,0:08:41.44,Default,,0000,0000,0000,,Somos vítimas da nossa raiva.
Dialogue: 0,0:08:41.74,0:08:43.75,Default,,0000,0000,0000,,Não estamos a entrar em contacto.
Dialogue: 0,0:08:44.76,0:08:47.41,Default,,0000,0000,0000,,Nem sequer estamos em contacto\Ncom a almofada...
Dialogue: 0,0:08:47.41,0:08:50.06,Default,,0000,0000,0000,,.
Dialogue: 0,0:08:50.06,0:08:52.72,Default,,0000,0000,0000,,embora estejamos a bater-lhe,
Dialogue: 0,0:08:52.72,0:08:56.91,Default,,0000,0000,0000,,porque se estivéssemos mesmo em contacto\Ncom a almofada,
Dialogue: 0,0:08:56.91,0:08:59.18,Default,,0000,0000,0000,,saberíamos que não passa de uma almofada.
Dialogue: 0,0:08:59.18,0:09:01.92,Default,,0000,0000,0000,,.
Dialogue: 0,0:09:01.92,0:09:04.12,Default,,0000,0000,0000,,É divertido bater numa almofada.
Dialogue: 0,0:09:04.12,0:09:05.75,Default,,0000,0000,0000,,A almofada está inocente.
Dialogue: 0,0:09:05.75,0:09:06.96,Default,,0000,0000,0000,,.
Dialogue: 0,0:09:06.96,0:09:09.49,Default,,0000,0000,0000,,Por isso, se nem entramos em\Ncontacto com a almofada
Dialogue: 0,0:09:09.49,0:09:12.21,Default,,0000,0000,0000,,não conseguimos entrar em contacto\Ncom a nossa raiva.
Dialogue: 0,0:09:14.20,0:09:15.77,Default,,0000,0000,0000,,E se continuarem assim
Dialogue: 0,0:09:15.77,0:09:19.100,Default,,0000,0000,0000,,pode bem acontecer que um dia encontram\Na pessoa na rua e passam mesmo a...
Dialogue: 0,0:09:21.18,0:09:23.34,Default,,0000,0000,0000,,bater-lhe directamente e acabam na cadeia.
Dialogue: 0,0:09:24.24,0:09:29.92,Default,,0000,0000,0000,,Portanto, este trabalho não ajuda muito\Na tirar a raiva cá para fora.
Dialogue: 0,0:09:32.52,0:09:34.86,Default,,0000,0000,0000,,Segundo esta prática,
Dialogue: 0,0:09:35.68,0:09:39.75,Default,,0000,0000,0000,,a prática que o Buda recomenda,
Dialogue: 0,0:09:40.13,0:09:44.04,Default,,0000,0000,0000,,é preciso irmos para casa e\Nreconhecer a raiva
Dialogue: 0,0:09:44.04,0:09:47.02,Default,,0000,0000,0000,,e tentar segurá-la com a energia\Nda atenção plena.
Dialogue: 0,0:09:47.02,0:09:49.69,Default,,0000,0000,0000,,Chama-se a isto atenção plena à raiva.
Dialogue: 0,0:09:49.78,0:09:53.05,Default,,0000,0000,0000,,A atenção plena tem sempre um alvo.
Dialogue: 0,0:09:53.65,0:10:04.34,Default,,0000,0000,0000,,Quando bebo o meu chá e estou ciente\Nde estar aqui e agora a beber o meu chá
Dialogue: 0,0:10:04.80,0:10:06.78,Default,,0000,0000,0000,,isso é atenção plena ao acto de beber.
Dialogue: 0,0:10:08.26,0:10:12.43,Default,,0000,0000,0000,,E quando respiro com atenção plena\Nisso é atenção plena à respiração.
Dialogue: 0,0:10:12.77,0:10:16.79,Default,,0000,0000,0000,,Quando caminho com atenção plena,\Nisso é atenção plena ao caminhar.
Dialogue: 0,0:10:16.79,0:10:21.74,Default,,0000,0000,0000,,Portanto, quando regresso ao meu interior\Ne reconheço a minha raiva e a agarro
Dialogue: 0,0:10:21.74,0:10:25.08,Default,,0000,0000,0000,,a raiva torna-se no objecto\Nda minha atenção plena.
Dialogue: 0,0:10:25.08,0:10:27.84,Default,,0000,0000,0000,,A isto se chama atenção plena à raiva.
Dialogue: 0,0:10:27.84,0:10:30.30,Default,,0000,0000,0000,,Existem duas energias.
Dialogue: 0,0:10:30.30,0:10:33.20,Default,,0000,0000,0000,,Primeiro, há a energia da raiva.
Dialogue: 0,0:10:33.20,0:10:37.11,Default,,0000,0000,0000,,A segunda energia é a energia\Nda atenção plena.
Dialogue: 0,0:10:37.89,0:10:39.97,Default,,0000,0000,0000,,Para termos esta energia
Dialogue: 0,0:10:39.97,0:10:43.41,Default,,0000,0000,0000,,é necessário praticar a respiração\Ne o caminhar com atenção plena.
Dialogue: 0,0:10:43.41,0:10:49.99,Default,,0000,0000,0000,,E com a segunda energia, reconhecemos a\Nprimeira energia e abraçamo-la com ternura
Dialogue: 0,0:10:50.00,0:10:51.74,Default,,0000,0000,0000,,Não a suprimimos
Dialogue: 0,0:10:57.36,0:11:01.25,Default,,0000,0000,0000,,mas abraçamo-la com ternura,
Dialogue: 0,0:11:01.63,0:11:04.10,Default,,0000,0000,0000,,como uma mãe abraça o seu...
Dialogue: 0,0:11:06.54,0:11:08.96,Default,,0000,0000,0000,,o seu filho que sofre.
Dialogue: 0,0:11:11.86,0:11:16.30,Default,,0000,0000,0000,,E quando a energia da atenção plena\Nabraça a energia da raiva,
Dialogue: 0,0:11:16.31,0:11:17.70,Default,,0000,0000,0000,,sofremos menos.
Dialogue: 0,0:11:19.93,0:11:24.66,Default,,0000,0000,0000,,É como a luz do sol a abraçar\Na flor de lótus.
Dialogue: 0,0:11:25.38,0:11:30.33,Default,,0000,0000,0000,,A flor de lótus recebe o calor,\Na energia, para florescer.
Dialogue: 0,0:11:32.40,0:11:37.70,Default,,0000,0000,0000,,Quando usamos a energia da atenção plena\Npara abraçar a nossa raiva
Dialogue: 0,0:11:38.08,0:11:40.28,Default,,0000,0000,0000,,sofremos menos, sentimo-nos aliviados.
Dialogue: 0,0:11:40.28,0:11:41.42,Default,,0000,0000,0000,,Sofremos menos.
Dialogue: 0,0:11:42.64,0:11:47.99,Default,,0000,0000,0000,,E se observarmos mais profundamente,\Nconseguimos identificar a causa da raiva.
Dialogue: 0,0:11:49.38,0:11:51.50,Default,,0000,0000,0000,,Pode ser uma percepção errada.
Dialogue: 0,0:11:51.50,0:11:56.56,Default,,0000,0000,0000,,Pode ser a nossa incapacidade para vermos\No sofrimento da outra pessoa.
Dialogue: 0,0:11:57.62,0:12:01.36,Default,,0000,0000,0000,,E se identificarmos a nossa \Npercepção errada
Dialogue: 0,0:12:01.36,0:12:04.28,Default,,0000,0000,0000,,ou se conseguirmos ver o sofrimento\Nda outra pessoa
Dialogue: 0,0:12:05.15,0:12:10.76,Default,,0000,0000,0000,,de repente, esse tipo de compreensão\Ne visão faz surgir a compaixão.
Dialogue: 0,0:12:12.09,0:12:13.86,Default,,0000,0000,0000,,E quando a compaixão surge,
Dialogue: 0,0:12:13.86,0:12:18.13,Default,,0000,0000,0000,,é como se fosse um néctar que faz com que\Nsoframos menos imediatamente.
Dialogue: 0,0:12:18.13,0:12:19.53,Default,,0000,0000,0000,,Obtemos um alívio.
Dialogue: 0,0:12:19.53,0:12:21.49,Default,,0000,0000,0000,,E conseguimos transformá-la.
Dialogue: 0,0:12:24.97,0:12:26.32,Default,,0000,0000,0000,,E...
Dialogue: 0,0:12:28.08,0:12:29.62,Default,,0000,0000,0000,,Esta...
Dialogue: 0,0:12:31.55,0:12:34.35,Default,,0000,0000,0000,,Esta prática funciona sempre.
Dialogue: 0,0:12:36.40,0:12:41.51,Default,,0000,0000,0000,,Talvez já saibam que em Plum Village,\Njá patrocinámos
Dialogue: 0,0:12:41.51,0:12:46.06,Default,,0000,0000,0000,,grupos de palestinianos e israelitas,\Npara que viessem e praticassem.
Dialogue: 0,0:12:47.84,0:12:53.26,Default,,0000,0000,0000,,Há muitos equívocos, raiva e suspeições\Nem ambos os grupos.
Dialogue: 0,0:12:57.98,0:13:03.91,Default,,0000,0000,0000,,Se conseguirem ficar duas semanas,\Né possível a transformação e cura.
Dialogue: 0,0:13:05.58,0:13:10.32,Default,,0000,0000,0000,,Praticamos a calma e a libertação\Nde tensões.
Dialogue: 0,0:13:11.20,0:13:16.07,Default,,0000,0000,0000,,Praticamos o contacto com as \Nmaravilhas da vida para que nos nutram.
Dialogue: 0,0:13:17.40,0:13:20.21,Default,,0000,0000,0000,,E praticamos também a respiração
Dialogue: 0,0:13:20.40,0:13:25.51,Default,,0000,0000,0000,,para reconhecermos as nossas suspeições,\No nosso medo, a nossa raiva.
Dialogue: 0,0:13:28.54,0:13:34.09,Default,,0000,0000,0000,,Depois, sentamo-nos e tentamos escutar-nos\Nuns aos outros.
Dialogue: 0,0:13:37.22,0:13:42.08,Default,,0000,0000,0000,,E falamos do nosso sofrimento, do nosso\Nmedo ao outro grupo.\N
Dialogue: 0,0:13:43.52,0:13:47.94,Default,,0000,0000,0000,,Usamos a prática do quarto treino\Nda atenção plena:
Dialogue: 0,0:13:48.92,0:13:51.95,Default,,0000,0000,0000,,Discurso Amoroso e Escutar Profundamente.
Dialogue: 0,0:13:54.44,0:13:58.02,Default,,0000,0000,0000,,Podemos dizer-lhes tudo o que nos vai\Nno coração:
Dialogue: 0,0:13:58.80,0:14:01.90,Default,,0000,0000,0000,,o nosso sofrimento, o nosso medo,\Na nossa raiva.
Dialogue: 0,0:14:03.46,0:14:07.47,Default,,0000,0000,0000,,Mas falamos de tal maneira que\Na outra pessoa, o outro grupo
Dialogue: 0,0:14:07.47,0:14:08.81,Default,,0000,0000,0000,,nos entende.
Dialogue: 0,0:14:08.81,0:14:10.72,Default,,0000,0000,0000,,Ajudamo-lo a entender.
Dialogue: 0,0:14:12.04,0:14:18.20,Default,,0000,0000,0000,,Enquanto falamos, não condenamos,\Nnão culpamos.
Dialogue: 0,0:14:21.31,0:14:25.32,Default,,0000,0000,0000,,Apenas tentamos ajudá-los a entender\No quanto sofremos,
Dialogue: 0,0:14:26.16,0:14:29.06,Default,,0000,0000,0000,,nós, o nosso povo, os nossos filhos.
Dialogue: 0,0:14:30.05,0:14:33.14,Default,,0000,0000,0000,,Desta forma, ajudamo-los a entender\No nosso sofrimento.
Dialogue: 0,0:14:36.28,0:14:42.74,Default,,0000,0000,0000,,Depois é a nossa vez de nos sentarmos\Ne escutarmos o sofrimento deles.
Dialogue: 0,0:14:43.91,0:14:45.57,Default,,0000,0000,0000,,Contam-nos
Dialogue: 0,0:14:46.37,0:14:50.09,Default,,0000,0000,0000,,o sofrimento, o medo, a raiva,\No desespero deles.
Dialogue: 0,0:14:50.09,0:14:52.10,Default,,0000,0000,0000,,E nós temos de escutar.
Dialogue: 0,0:14:53.73,0:14:56.88,Default,,0000,0000,0000,,E enquanto eles falam
Dialogue: 0,0:14:56.88,0:15:00.93,Default,,0000,0000,0000,,podemos aperceber-nos de que têm\Npercepções equivocadas acerca de nós.
Dialogue: 0,0:15:05.46,0:15:07.90,Default,,0000,0000,0000,,E queremos corrigi-los.
Dialogue: 0,0:15:08.56,0:15:12.28,Default,,0000,0000,0000,,Mas segundo esta prática,\Nnão devemos corrigi-los.
Dialogue: 0,0:15:12.68,0:15:15.62,Default,,0000,0000,0000,,Porque se os corrigimos enquanto falam
Dialogue: 0,0:15:15.62,0:15:18.80,Default,,0000,0000,0000,,transformamos a sessão num debate.
Dialogue: 0,0:15:20.54,0:15:23.72,Default,,0000,0000,0000,,Essa não é a prática de escutar\Nprofundamente.
Dialogue: 0,0:15:23.72,0:15:24.65,Default,,0000,0000,0000,,Dizemos:
Dialogue: 0,0:15:24.87,0:15:29.60,Default,,0000,0000,0000,,"Oh dizem coisas erradas porque\Nnão vêem a verdade.
Dialogue: 0,0:15:30.36,0:15:33.28,Default,,0000,0000,0000,,Mas tenho tempo para os ajudar
Dialogue: 0,0:15:33.28,0:15:37.58,Default,,0000,0000,0000,,a corrigir as suas percepções\Nnos próximos dias,
Dialogue: 0,0:15:37.90,0:15:41.10,Default,,0000,0000,0000,,porque vão ficar aqui mais uma semana.
Dialogue: 0,0:15:42.04,0:15:45.46,Default,,0000,0000,0000,,Por isso, nestes dias teremos a\Noportunidade de lhes explicar,
Dialogue: 0,0:15:45.47,0:15:48.89,Default,,0000,0000,0000,,de lhes dar o tipo de informações\Nque podem ajudá-los
Dialogue: 0,0:15:48.89,0:15:50.83,Default,,0000,0000,0000,,a corrigir as suas percepções.
Dialogue: 0,0:15:50.83,0:15:51.84,Default,,0000,0000,0000,,Mas agora não.
Dialogue: 0,0:15:51.84,0:15:56.81,Default,,0000,0000,0000,,Agora temos de escutar,
Dialogue: 0,0:15:58.96,0:16:00.96,Default,,0000,0000,0000,,escutar com atenção."
Dialogue: 0,0:16:00.96,0:16:04.92,Default,,0000,0000,0000,,Escutar assim chama-se\N"escuta compassiva".
Dialogue: 0,0:16:06.75,0:16:10.71,Default,,0000,0000,0000,,E se souberem como escutar\Ncom compaixão por uma hora,
Dialogue: 0,0:16:10.71,0:16:12.45,Default,,0000,0000,0000,,eles sofrerão menos.
Dialogue: 0,0:16:13.28,0:16:15.50,Default,,0000,0000,0000,,Estamos assim a praticar a compaixão.
Dialogue: 0,0:16:15.50,0:16:18.79,Default,,0000,0000,0000,,Estamos a dar-lhes uma hipótese\Nde sofrer menos.
Dialogue: 0,0:16:22.12,0:16:25.90,Default,,0000,0000,0000,,Esta é a prática do quarto treino\Nda atenção plena:
Dialogue: 0,0:16:25.90,0:16:30.60,Default,,0000,0000,0000,,escutar compassivamente para ajudar\Nos outros a sofrerem menos.
Dialogue: 0,0:16:30.61,0:16:33.80,Default,,0000,0000,0000,,Podem fazer isso com o vosso marido,\Ncom a vossa mulher,
Dialogue: 0,0:16:33.80,0:16:38.42,Default,,0000,0000,0000,,com o vosso filho, com a vossa filha,\Ncom o vosso pai ou mãe.
Dialogue: 0,0:16:39.06,0:16:45.67,Default,,0000,0000,0000,,Escutem de maneira a dar-lhes uma\Noportunidade de esvaziarem o seu coração.
Dialogue: 0,0:16:46.52,0:16:48.23,Default,,0000,0000,0000,,Isso é compaixão.
Dialogue: 0,0:16:50.23,0:16:58.82,Default,,0000,0000,0000,,Com uma semana de prática, conseguimos\Nremover muitas percepções erradas.
Dialogue: 0,0:17:00.03,0:17:02.89,Default,,0000,0000,0000,,Cresce a nossa compreensão mútua.
Dialogue: 0,0:17:02.89,0:17:05.36,Default,,0000,0000,0000,,E os dois grupos podem sentar-se,
Dialogue: 0,0:17:06.56,0:17:13.40,Default,,0000,0000,0000,,podem dar as mãos na meditação em\Nmovimento, podem partilhar uma refeição.
Dialogue: 0,0:17:15.92,0:17:18.99,Default,,0000,0000,0000,,Nasce a fraternidade.
Dialogue: 0,0:17:20.85,0:17:23.67,Default,,0000,0000,0000,,Por isso esta é uma prática\Nmuito importante.
Dialogue: 0,0:17:27.38,0:17:28.62,Default,,0000,0000,0000,,E...
Dialogue: 0,0:17:30.06,0:17:34.09,Default,,0000,0000,0000,,Acreditamos que os políticos têm de\Naprender esta prática.
Dialogue: 0,0:17:35.84,0:17:38.75,Default,,0000,0000,0000,,Quando comparecessem a uma\Nnegociação de paz,
Dialogue: 0,0:17:39.28,0:17:41.79,Default,,0000,0000,0000,,deveriam seguir as instruções para\Nse acalmarem,
Dialogue: 0,0:17:44.12,0:17:45.49,Default,,0000,0000,0000,,libertarem,
Dialogue: 0,0:17:46.80,0:17:49.25,Default,,0000,0000,0000,,reconhecerem o sofrimento interior,
Dialogue: 0,0:17:49.25,0:17:52.54,Default,,0000,0000,0000,,reconhecerem o sofrimento da\Noutra parte.
Dialogue: 0,0:17:52.70,0:17:56.96,Default,,0000,0000,0000,,E se passassem uma ou duas semanas\Na praticar assim,
Dialogue: 0,0:17:57.40,0:18:00.60,Default,,0000,0000,0000,,as negociações de paz\Nseriam frutíferas.
Dialogue: 0,0:18:03.73,0:18:07.50,Default,,0000,0000,0000,,Acho que nas escolas de ciências políticas
Dialogue: 0,0:18:08.64,0:18:11.93,Default,,0000,0000,0000,,os alunos têm de aprender este tipo\Nde prática.
Dialogue: 0,0:18:11.93,0:18:15.65,Default,,0000,0000,0000,,Não têm de ser budistas para a aprender.
Dialogue: 0,0:18:15.100,0:18:21.34,Default,,0000,0000,0000,,Isto é ética aplicada que pode ser\Nensinada em todo o tipo de escola,
Dialogue: 0,0:18:21.53,0:18:23.46,Default,,0000,0000,0000,,até mesmo na primária.
Dialogue: 0,0:18:24.91,0:18:28.20,Default,,0000,0000,0000,,Porque as crianças conseguem aprender\Na prática
Dialogue: 0,0:18:28.20,0:18:31.13,Default,,0000,0000,0000,,e reconciliar-se com os seus irmãos\Ne irmãs
Dialogue: 0,0:18:31.13,0:18:33.08,Default,,0000,0000,0000,,e reconciliar-se com os seus pais
Dialogue: 0,0:18:33.08,0:18:35.62,Default,,0000,0000,0000,,e até ajudar os seus pais.
Dialogue: 0,0:18:36.31,0:18:40.04,Default,,0000,0000,0000,,Há muitos retiros organizados para\Njovens e crianças.
Dialogue: 0,0:18:40.06,0:18:44.27,Default,,0000,0000,0000,,E as crianças transformam-se quando\Nconseguem ver
Dialogue: 0,0:18:44.27,0:18:47.57,Default,,0000,0000,0000,,o sofrimento do seu pai, da sua mãe.
Dialogue: 0,0:18:47.57,0:18:49.85,Default,,0000,0000,0000,,E chegam a casa, depois do retiro,
Dialogue: 0,0:18:49.85,0:18:52.25,Default,,0000,0000,0000,,escutam o pai, escutam a mãe
Dialogue: 0,0:18:52.25,0:18:54.34,Default,,0000,0000,0000,,e ajudam-nos a sofrer menos.
Dialogue: 0,0:18:54.71,0:18:56.03,Default,,0000,0000,0000,,É um milagre.
Dialogue: 0,0:18:56.03,0:18:58.57,Default,,0000,0000,0000,,Acontece sempre nos nossos retiros.
Dialogue: 0,0:19:03.62,0:19:07.62,Default,,0000,0000,0000,,ligue-se, inspire-se, nutra-se