Este dezembro,
diplomatas de todo o mundo
encontraram-se uma vez mais
para se sentarem e falarem
sobre as alterações climáticas.
Mas 20 anos de conversas
e cimeiras das Nações Unidas
não impediram a subida dos níveis de CO2.
Pelo contrário,
as emissões globais duplicaram
desde o primeiro encontro das Nações Unidas
sobre o clima, em 1995.
Enquanto as nossas florestas tropicais morrem
e o gelo do Ártico derrete,
os nossos políticos preparam-se
para outra conversa,
este dezembro, em Paris.
Por isso, surgiu-nos uma ideia diferente:
chamamos-lhe POC21.
É a prova de que o futuro que precisamos
pode ser construído com as nossas próprias mãos.
POC21 contém 12 projetos sustentáveis,
projetos de hardware "open source"
durante 5 semanas de colaboração,
coabitação e desenvolvimento
para construir as ferramentas necessárias
para o mundo que nós desejamos.
Vemos muito potencial
e criatividade nos inovadores, 'criadores'
que criam produtos e soluções sustentáveis,
mas achamos que talvez lhes falte
algum apoio básico de design,
de comunicação,
técnico,
um conjunto diferente de habilidades e ferramentas
que os possam ajudar e que os levem
ao próximo nível e a uma escala maior.
12 projetos em desenvolvimento foram selecionados
para fazerem parte do POC21.
Cada projeto tem o objetivo de combater
ou de se adaptar às alterações climáticas:
com acesso a energia, comida,
sustento e saneamento.
Todos os projetos são "open source":
qualquer pessoa pode estudá-los, desenvolvê-los
e ajudar a melhorá-los.
Até mesmo tu.
Vamos conhecer os projetos!
Filtro de água impresso em 3D
a baixo custo.
Energia segura "faça-você-mesmo".
Cozinha "viva" com tecnologia artesanal.
Estufa automatizada.
Chaleira eficiente de inspiração biológica.
Gerador portátil de energia solar.
Programa de utilização e gerador de energia.
Concentrador de energia solar.
Módulos de energia
através de baterias de telemóveis.
Economizador de energia circular do duche.
Kits de agricultura urbana.
Agricultura sem combustível fóssil.
Semana Zero: Início
50 membros de equipa, participantes e voluntários
chegam cedo para ajudar a preparar o campo.
Não sabíamos no que nos estávamos
a meter.
Agora já sei como é que os colonos se sentiam
no início dos tempos quando construíam aldeias.
O castelo não é usado
por isso, limpámos tudo,
colocámos eletricidade em toda a parte,
colocámos detetores de fumo em cada quarto,
colchões em todos os locais…
Basicamente, estamos a construir
uma estrutura de 30 tendas.
Montar a tenda leva cerca de meia hora.
No início demorávamos 2 horas.
Não te deixes enganar pelas minhas calças,
eu sei o que estou a fazer.
Ok, afinal as minhas calças podem ter razão.
Foi uma loucura.
Veio tudo de fora:
madeira para fazer o edifício da cozinha
e uma pequena casa para duches,
trouxemos tudo para equipar a cozinha:
frigorífico, forno, etc.
- Feliz?
- Boa energia.
Ainda precisamos de alguns duches,
camas, algumas sinalizações,
wifi, eletricidade
e algumas secretárias para trabalhar.
Está a correr bem.
E a cozinha também.
A semana de montagem foi extrema,
tivemos muitas coisas para fazer,
andámos a correr de um lado para o outro,
O desafio era descer, respirar
e estar confortável com as pessoas que iam chegando,
porque é muito stressante
e não queríamos dar esse tipo de stress
aos participantes.
Olá!
Como estás?
- Olá!
- Olá!
Não fazia ideia do que me esperava,
era algo que eu nunca tinha feito.
Foi como o dia anterior
ao meu primeiro dia de escola.
É impressionante!
- É bom ver-te!
- A ti também.
Vamos fazer uma pequena caminhada
para te mostrar o terreno.
Esta é a pequena aldeia.
Estou muito feliz por aqui estar
e muito entusiasmado por ver-vos a todos.
Finalmente chegamos à fase
onde tudo se torna realidade.
POC21 surgiu da colaboração entre dois parceiros:
OuiShare e Open State.
Na verdade, a ideia para o POC21
foi uma ideia para a Open State.
O ponto de partida para Open State
- parte da equipa do POC é de Berlim -
surgiu através de dois amigos e colegas,
Dominik e Simon.
A certa altura, conhecemo-nos no River Spree
em Berlim
e pensámos no impacto que poderíamos ter
nas alterações climáticas e na sustentabilidade.
Basicamente, formas de se prolongar a vida.
A crise climática é como um tsunami
que se vê no horizonte.
Continuas na praia, a apreciar as tuas bebidas
quando sabes que o tsunami virá
e sentes-te paralizado.
Pensámos sempre em criar situações sociais
que podem ser intercaladas
com algumas semanas, pelo menos.
Mais do que simples encontros,
conferências ou workshops.
Permitindo às pessoas de culturas diferentes
unirem esforços, conhecimentos, perspetivas,
experiências e competências.
O problema sempre foi a necessidade
de espaço para isto
e uma equipa enorme que o consiga fazer.
Ouishare foi construído como um coletivo
que reúne empreendedores, investigadores,
pessoas interessadas em trabalhar com pares
na economia colaborativa.
Portanto, fazemos eventos, pesquisas,
tentamos instigar o pensamento coletivo
e incubar novos projetos relacionados
com a economia colaborativa,
"open source" e trabalhar com pares,
em geral.
Desde o primeiro OuiShare Fest em 2013,
eu e o Ben estivemos a trabalhar
na parte de construção, distribuição e produção.
"Olá a todos.
Obrigada, Ben, pela introdução calorosa".
A certa altura, o Dominik foi convidado
para ser um dos oradores
e as duas histórias complementaram-se.
Li o site do POC21 e foi como
um sonho tornado realidade,
porque tudo aquilo que gosto
e que valorizo na vida,
como a sustentabilidade, a construção,
a coabitação e a cooperação com outras pessoas...
Foi como um sonho tornado realidade.
Vejo um grande valor na união
do "open source" com as tendências tecnológicas
e a iteração dos processos
com um grupo socialmente mais focado
no trabalho de construção em comunidade.
Interagem bem quando estão juntos
experimentam muitas coisas novas,
mas dão tempo ao processo
e deixam as pessoas aprendem
sobre interação e comunidade.
Quando começámos, entrámos num campo
que desenvolvia 12 projetos.
Pessoalmente, nunca pensei
que isso requeresse tanta gente para o fazer.
É uma pequena aldeia.
E uma pequena aldeia requer muita organização.
Somos mais de 100 pessoas a viverem juntas
por mais de 5 semanas,
portanto, precisamos de atribuir tarefas
e toda a gente tem de ter a sua função.
Portanto, existem tarefas diferentes
como tratar das casas-de-banho,
limpeza da cozinha, cozinheiros,
grupos do lixo e guardas noturnos.
Através desta cooperação temos a certeza
que conseguimos viver juntos de forma adequada.
O pessoal da logística está reunido
até à uma ou duas da manhã,
a tratar das viagens, do alojamento,
a tratarem de tudo,
há pessoa que compram os mantimentos,
e todos têm o pensamento de que tem de ser
sustentável e local.
E a sustentabilidade requer
muita logística.
Isto é o composto orgânico,
apenas para o desperdício de comida,
portanto, tudo o que não damos às galinhas
colocamos aqui.
Isto é construído com paletes
de madeira e cartão reutilizado.
As casas-de-banho sem autoclismo
são uma boa solução porque não gastam água.
Normalmente, cada vez que usamos
o autoclismo, gastam-se 9 litros de água,
água que podíamos beber.
Houve várias pessoas que não sabiam
como é que isto funcionava,
é algo muito pessoal
e tiveram de se acostumar.
Estávamos com receio das reações,
mas não houve outra solução
e correu tudo bem.
Temos muita madeira e sobras
das construções que fizemos,
guardámo-las para fazer
pequenas mobílias e prateleiras,
Maioritariamente, fazemos refeições vegetarianas.
Tentamos reduzir ao máximo a carne,
porque a carne é responsável
pelas elevadas emissões de carbono
e queremos ser o mais coerentes
que conseguirmos,
enquanto respeitamos os hábitos das pessoas,
simultaneamente.
Temos vegetais e fruta
de sítios locais e orgânicos,
vamos buscá-los e aos domingos
vamos apanhá-los à quinta
que é a 10 ou 15 quilómetros daqui.
Primeira semana: os participantes encontram-se
com designers e engenheiros para discutir os seus projetos.
A primeira semana serviu
para lhes dar um abanão
e dizer: "Bom projeto, mas não estamos aqui
para desenvolver isto assim,
"porque depois podes simplesmente
fazê-lo em casa,
portanto, temos todos os tipos de capacidades
e pessoas interessantes para trabalhar
e para repensar o projeto".
É interessante ver que cada projeto
está num patamar diferente de desenvolvimento.
Alguns deles têm de assegurar
que respondem corretamente às questões,
porque os seus pressupostos iniciais
podem ter começado pelo ponto errado.
Há alguns projetos em que só tens de pensar
em como hás-de levá-lo para o mundo.
Já estão feitos.
Têm uma boa ideia,
um bom protótipo de trabalho.
Há até alguns casos de produtos
que já estão a ser comercializados.
Há outros casos em que está tudo
completamente errado,
aquele produto não devia existir no mundo,
mas os princípios de design são fantásticos.
Eu faço parte do projeto Nautile.
Trata-se de uma chaleira de inspiração biológica,
É um projeto-teste para a metodologia
que mostra como podemos
re-desenhar, sistematicamente,
produtos do dia-a-dia.
com inspiração biológica
para torná-los mais sustentáveis.
Para já temos um modelo
que é uma hipótese
mas que precisamos de tornar real,
portanto conversámos com o Tomas Diez
do FabLab Barcelona, sobre a viabilidade
de imprimir a chaleira em 3D e em cerâmica
a um preço razoável,
o que não é o caso,
e no final concordámos que o design
que concebemos baseado em vários princípios
não era o mais correto
para aquilo que queríamos fazer.
O que temos de fazer agora é restabelecer
as prioridades dos nossos objetivos
e regressar a um novo produto realista,
estudar detalhadamente o design
e produzi-lo nas semanas seguintes.
Estamos no POC a desenvolver
kits de agricultura open source
que podem ser descarregados,
tratados numa máquina CNC,
cortados, em madeira
ou outros materiais semelhantes,
e montados com muita facilidade.
O Simon, por exemplo, disse-me:
Sou um potencial cliente,
e esta é a razão pela qual
ainda não estou a vender o teu produto.
Agora, quando me vejo como cliente,
acho que seria bastante difícil
fazer o download dos ficheiros, ir para um FabLab,
cortá-los na CNC, tirar as peças...
E mesmo que conseguisse,
seria um risco muito grande.
Não estou a ver a diferença
entre isto e ir à loja Castorama,
comprar 4 peças de madeira
e colocá-las no meu jardim... Percebes?
Só estou a tentar ajudar-te,
eu gosto mesmo da ideia.
A essência do que estás a fazer
é a modularidade
que é uma espécie de Lego.
Fiquei confuso e pensei que talvez
tivesse de voltar atrás e redesenhar tudo,
e foi muito assustador,
fiquei nervoso e com receio
porque tivemos tanto trabalho
e agora temos de refazer tudo.
Felizmente, apareceram pessoas
que acrescentaram coisas
e disseram para repensar
certos elementos do nosso produto
e acrescentá-los na próxima situação,
fase e ciclo de desenvolvimento.
A dificuldade com que te deparas,
como em outro projeto qualquer,
é conseguires estar aberto a ouvir
conselhos, ideias novas, sugestões, debates...
Ter essa capacidade de ouvir
e, ao mesmo tempo,
ter a capacidade de saber o que fazer
e ser determinado na realização do trabalho.
É uma espécie de capacidade esquizofrénica.
Tornar o POC21 acessível:
Abrir o campo
Penso que é importante moldar isto
para o público,
para chegar a estes outros grupos da sociedade,
para o acesso ser mais fácil às outras pessoas.
O open source é algo
que, enquanto estiver fechado
a círculos de engenharia
e a círculos muito profissionais,
não vai resultar.
Bom dia e olá!
Sou a Zoe da Live Magazine do POC21.
Estamos nos portões do Castelo Millemont
e quero mostrar-vos o terreno.
Sigam-me!
Vamos agora para o salão.
Encontramo-nos todos aqui,
todas as gerações, toda a gente,
diria que esta é como a nossa grande sala-de-estar.
Aqui atrás podem ver-se os chuveiros.
No início, quando ainda não existiam,
tínhamos estes sacos solares.
Deitam-se ao sol, depois penduram-se,
e toma-se um duche na natureza,
mas agora temos chuveiros de luxo.
- Podemos entrar e filmar-te?
- Não!
Este é o Phillip e a Mercé.
Estamos a fazer um Caprese.
Isto é como uma fábrica
de produção de tomate.
Vamos para a fábrica,
o lugar onde a magia acontece
e onde estão todas as máquinas,
é, basicamente, uma FabLab.
FabLab significa "Laboratório de Fabrico",
é um lugar onde se podem encontrar
máquinas e pessoas
que podem ajudar a fazer quase tudo.
Existem ferramentas que auxiliam
o trabalho manual dos utilizadores
e que trazem de volta o conhecimento
de se fazerem coisas para as pessoas,
que é algo que já se perdeu há centenas anos
com a industrialização em massa
que estamos a viver hoje, portanto,
basicamente, estamos a capacitar as pessoas
através da tecnologia,
para afetar e mudar a realidade.
A FabLab no POC21
é como qualquer outra FabLab do mundo.
Podes usar um cortador a laser
para cortar têxteis,
madeira em pequenos pedaços
para fazer protótipos mais pequenos
ou algumas partes de protótipos maiores.
Podes encontrar uma fresadora de larga escala
que te ajude a cortar pedaços de metal e madeira
que podes usar para mobiliário,
casas inteiras ou grandes estruturas.
A máquina CNC é uma fresadora
que se movimenta com base num código do computador.
Desenhas algo no teu computador,
usas um programa que irá gerar o G-code
que comanda a máquina.
Uma das ferramentas mais porreiras
que temos aqui no POC é uma impressora 3D.
A impressora usa
um material de uma forma aditiva,
contrariamente à máquina CNC que corta,
a impressora 3D constrói.
O que estamos a ver é um modelo 3D,
quando estiver pronto grava-se num cartão SD
que pomos na máquina e está feito!
Temos um cabo de plástico
que aquecemos até que derreta,
depois a impressora 3D
distribui em camadas sobrepostas.
Se conseguires imaginar um objeto
fisicamente possível,
consegues imprimi-lo em 3D.
A rede do FabLab tem 557 FabLabs
em todo o mundo.
Não são apenas lugares com máquinas,
são também as pessoas por trás da comunidade
que trocam conhecimentos
sobre o futuro da fabricação
e especialmente,
sobre o futuro da fabricação digital.
Uma das peças-chave de um FabLab
é o facto de ter equipamento comum
que permite a troca de conhecimento digital
em todo o mundo.
Posso desenhar algo aqui, em Paris,
descarrego o conteúdo
e em Cape Town na África do Sul
podem descarregar, adaptar
e produzir com as mesmas ferramentas.
E isto pode acontecer em minutos ou segundos.
Semana 2: Apoiantes e mentores
ajudam os projetos a redefinir os seus conceitos
Nem toda a gente pensa
nos princípios físicos e tecnológicos
até ao produto final.
Penso que a força deste formato
reside em juntar muitas pessoas,
algumas são especialistas
outras são generalistas,
e entramos todos com estas
habilidades e capacidades diferentes.
Quando falamos de sustentabilidade
é uma forma de pensar, de conceber,
não é apenas trocar materiais.
Penso que a minha função principal aqui
é ajuda-los.
Não digo apenas: "este é o material correto,
usa isto ou aquilo"
em vez disso, dou-lhes parâmetros
para que percebam
a lógica por detrás do uso dos materiais.
Como somos designers de produto
não temos qualquer experiência em aquaponia
ou na cozinha ou na mecânica...
Por isso é que estamos aqui:
para contactar pessoas
que saibam realmente.
Falei com a equipa do projeto Bicitractor
e eles já faziam volantes
e coisas mecânicas antes,
então disseram:
"Tenta fazer isto e aquilo"
- Um tipo dum canal de televisão... Como se diz?
- Assistente de som?
O assistente de som
estava a olhar para os meus desenhos
e disse: "Um momento!
Devias fazer isto e aquilo..."
e até isso foi construtivo.
Existe uma fase no projeto
que precisa de ser aberta,
depois acho que temos de ser fechados
na altura dos conselhos,
porque são apenas 5 semanas,
é um tempo muito curto...
A certa altura temos de afirmar
que temos o nosso projeto,
que talvez não seja a melhor ideia,
mas temos de trabalhar nela
e fazermos com que funcione.
Esperamos que tudo funcione
à primeira tentativa, mas isso nunca acontece.
E é por isso que há centenas de pessoas
para te ajudarem a seres rápido e a repetires
uma e outra vez,
no prazo de 5 semanas.
O meu maior medo é que a parte mecânica
não funcione ou a cozinha...
Mas vai funcionar, vai funcionar.
Espero que sim!
Umas equipas precisam de
aconselhamento de engenharia
e outras precisam de aconselhamento
de design,
e outras precisam apenas
de um corte de cabelo.
Está feito?
Como te sentes, Kim?
É fantástico, é muito bom.
Sou um novo homem.
Documentação Open Source:
Equipa dedicada a ajudar os projetos
na criação de manuais e tutoriais
Todos os projetos desenvolvidos aqui
são open source,
e a documentação é um aspeto
muito importante dos projetos open source,
para difundir a ideia
e torná-la acessível a outras pessoas.
A ideia é mostrar como o projeto é construído
passo a passo
e também para captar
o processo de decisão do produto.
Porque, por vezes, usa-se
um material em vez de outro
e há uma razão para isso.
Ao captar estas decisões,
a comunidade que vai desenvolver o produto
estará um passo à frente.
E sabem logo que aquele material não é bom
para aquele projeto e o porquê.
No método de colaboração open source
muitas pessoas trabalham em conjunto,
em projetos
cujos planos, códigos
ou fórmulas são partilhadas online.
As pessoas colaboram desta forma open source
para construir carros,
impressoras 3D
e até mesmo casas.
Estas ideias podem espalhar-se pelo mundo
e envolvem, rapidamente,
várias contribuições e melhorias.
Se pensarmos em aplicar esta rapidez e eficiência
do desenvolvimento e pesquisa
em problemas como o da alteração climática,
percebemos que é uma situação
com tempo muito limitado,
é um grande problema,
em que é necessária uma grande equipa.
O formato open source é a maneira mais fácil
e sustentável que temos.
O projeto Faircap começou
com uma ideia muito simples,
que foi fazer um filtro muito pequeno
que se aparafusa numa garrafa,
e consegue retirar-se água de uma corrente,
de um lago, de uma torneira,
e bebe-se diretamente dali.
Há um grande benefício
em fazer isto em formato open source.
A informação é aberta a todos,
portanto, é fácil perceber como funciona.
Acho que isto capacita as pessoas,
não por lhes dizer que aquele produto
limpa a água e é apenas isso,
mas explicamos como
é que limpa a água
e talvez no futuro
o produto seja melhorado.
O segundo aspeto é o aspeto económico,
porque, ao partilhar isto online
ou com designers diferentes,
muitas mais pessoas podem colaborar,
do ponto de vista científico
e de design,
para tornar mais fácil o seu uso,
para baixar o seu custo de produção.
Não é fácil falar sobre aquilo que fazemos
quando se trabalha em open source.
As pessoas não entendem.
Ou não sabem o que é
ou pensam que é um tipo de...
Pensam que não conseguimos viver assim
ou que talvez seja um simples passatempo
para alguns de nós.
Tudo aquilo que vai acontecendo,
vai sendo partilhado nas redes sociais,
blogs, redes de pesquisa,
principalmente online.
Andam de comunidade em comunidade,
mas existe ainda uma grande audiência
que não sabe.
Penso que uma das razões
pelas quais não somos vistos
é porque o ser humano é "viciado"
na grandiosidade:
grandes empresas, multinacionais...
E o que existe agora é distribuição.
Existem inúmeros pequenos projetos
que se fundem.
Acho que existem muitos mais como nós
do que aquilo que pensamos.
E temos de nos conectar
com essas redes e comunidades
que querem trabalhar desta nova forma
baseada nos valores positivo-sociais,
igualitarismo, empreendedorismo,
autonomia, colaboração...
Será algo muito poderoso e emocionante.
O movimento já é global,
só temos de nos encontrar.
No POC21, os projetos são bastante diversos
e todos têm diferentes
fases de desenvolvimento,
mas quando falo com eles,
aquilo que tem sido muito interessante para mim,
tem sido a sua combinação.
Têm certas ideias,
mas o que querem realmente
é que esta comunidade seja mais ampla
e que se desenvolva.
O projeto SunZilla é desenhado para substituir´
os geradores convencionais a diesel
em áreas remotas ou ao ar livre.
Queremos que seja mais modular.
A bateria está numa caixa separada
e, dependendo da energia que for necessária,
há uma caixa maior com mais painéis solares,
ou uma caixa mais pequena com menos paineis solares.
Um módulo que gostaríamos de ver desenvolvido
é o módulo de purificação de água.
Todos os planos estão em aberto
e sabemos exatamente o que temos de fazer
para construir um módulo
que encaixe no nosso sistema
e até se pode adaptar o código
para o tornar perfeito para as diferentes necessidades.
Esta é efetivamente uma plataforma
para outras pessoas irem inovando.
Que é muito diferente
do pensamento da indústria na maioria.
Há uma forma de pegar
no que eles estão a fazer
e dizer que queremos que isto
se difunda.
e, para que isso aconteça, temos de partilhar
a nossa visão e o nosso conhecimento
e encorajar e convidar outras pessoas
a inovar connosco.
Quando fechamos estes modelos
e dizemos que estão muito protegidos,
significa que não vão crescer.
E temos mesmo muita urgência.
Estamos numa transformação urgente
de vidas.
É fácil pensar que a sustentabilidade é
um problema da sociedade
ou problema de outra pessoa qualquer,
mas é um problema de todos nós.
É o que fazemos todos os dias.
Pensamos frequentemente
nos objetivos de 2050 ou 2030
e isso coloca o problema apenas no futuro.
Pensamos:
"Podemos continuar a viver como vivemos,
porque em 2030 vamos ter tudo resolvido".
Na realidade, os objetivos de 2030
não importam,
As emissões são cumulativas,
portanto, para não se aumentarem dois graus
no aquecimento,
precisamos de reduzir as emissões de carbono
em 40% até 2018,
70% até 2025,
90% até 2030
e 100% até 2035.
Para se chegar a esse nível
de descarbonização no setor de energia,
temos de criar energia renovável.
Nos últimos seis anos,
a capacidade solar cresceu a nível mundial
de cerca de 17 gigawatts para 177 gigawatts
e o vento duplicou
de 120 para 318 gigawatts.
Estou interessado em como nos conectamos
em larga escala, na transição energética,
que é o conceito do Open Energy Monitor.
Mostra quanta energia estás a usar
e quanta energia é proveniente
dessas fontes de energia renováveis diferentes.
Uma vez fiz uma auditoria
sobre energia e iluminação
e surpreendeu-me
a quantidade de energia gasta.
As pessoas deixam as luzes ligadas
frequentemente.
E isso teve um grande impacto em mim.
Desde essa altura que tenho mais cuidado
e desligo todas as luzes.
Agora, com a água,
tenho o mesmo cuidado.
Gasta-se tanta energia.
Podes ter um chuveiro solar fotovoltaico
com 10 metros quadrados de painéis solares,
em tempo real.
O outro aspeto é o chamado
"power down" ou "eficiência de energia"
Podemos alcançar
uma enorme redução de energia
de quase 75% através de transportes elétricos,
aquecimento elétrico, melhor isolação
e projetos de isolamento em edifícios.
Isto é complicado
mas é também muito simples.
Se pudermos diminuir o nosso consumo
mas manter a nossa qualidade de vida,
já é um começo.
Todos irão dizer:
"Ele toma banhos mais curtos"
ou "toma banhos frios",
Mas não é assim.
Já estou habituado a ouvir isso.
Eu acabei de fazer a tecnologia,
por isso é possível fazer isso.
Aqui temos o Showerloop,
o novo protótipo.
Basicamente, é um chuveiro
que funciona por ciclos.
Podes usar água quente,
que recebes de fora,
e ela circula enquanto permanece quente,
o que poupa muita energia térmica.
Essa é a parte fantástica disto:
não estamos apenas a poupar água,
poupamos energia.
A água vem de baixo,
vem da bomba
é bombeada através do filtro,
sai pelo chuveiro
e podes tomar banho num ciclo.
Em vez de um banho normal
em que se utilizam 100 litros de água,
o Showerloop apenas precisa de 10.
Talvez isso possa ter um grande impacto
e mude as mentalidades das pessoas.
Tomas um banho como este de manhã,
e se souberes como funciona
talvez comeces a olhar em volta e perguntes:
Porque é que aquilo não funciona assim, também?"
Estamos aqui com projetos diferentes,
a trabalhar na área da energia
ou no uso da energia.
Não queremos trabalhar em "grupinhos"
e ignorar-nos uns aos outros.
Aqui no POC temos a oportunidade de trabalhar juntos,
portanto, vamos trabalhar juntos
e criar um sistema de energia inter-conectado,
que mostre que podemos ser autónomos
apenas com energia renovável.
Semana 3:
os projetos passam do planeamento para a ação
O que devemos fazer primeiro...
... é a exposição.
Vamos falar sobre a exposição.
No final do campo, o terreno do castelo
estará aberto ao público para a exposição do POC21.
Vejo várias decisões a tomar.
O POC21 é o mesmo em todos os 12 projetos.
Devemos ir até ao processo
para obter os nosso projetos.
Qual é a nossa visão?
Como vamos mostrar a nossa visão?
Acho que, no geral, a atmosfera
deve ser aquela que pode ser acreditada
como uma
"validação do conceito" (proof of concept).
Como uma atmosfera de "puzzle"
onde, quando sais, entendes:
"Na realidade,
pode haver um estilo de vida assim".
Eu vi muitas coisas,
algumas delas nada perfeitas,
mas senti que se estava a desenvolver algo
que se tornará em algo maior.
Penso que os projetos
estão a fazer muitos progressos
e agora precisamos de ter cuidado
com o cumprimento dos prazos
e desviarmo-nos de divergências
e de novos conceitos para os projetos
para convergir até aos protótipos finais e a exposição.
Esse vai ser o foco e o desafio principal
para os dias restantes.
As pessoas estão a passar
à parte física,
para que consigam sair
dos seus conceitos e papéis.
Pessoas como os Bicitractor,
dificilmente os encontras fora da fábrica,
porque eles estão o dia todo
a serrar e a soldar.
O Bicitractor é uma ferramenta
para pequenos e médios produtores de frutos,
para fazer pequenas tarefas
no tratamento das plantas,
como sachar, fazer sulcos, semear
e limpar as ervas daninhas.
Passámos duas semanas a trabalhar na fábrica,
8 a 10 horas por dia.
E é o que vês aqui.
Basicamente, esta é a estrutura principal.
Esta parte aqui
que é um grande rectângulo.
O assento, os pedais
e o eixo de transmissão.
Agora estamos a trabalhar na direção.
Estou aqui com o projeto "$30 Wind Turbine"
(turbina de vento por 30 dólares),
que é uma turbina de acesso vertical
que podes fazer sozinho
com ferramentas e habilidades básicas,
usando materiais reciclados.
Coloca a habilidade de gerar energia
nas mãos das pessoas.
E toda a gente precisa disso!
Este é o primeiro que faço,
desde o primeiro protótipo que fiz em 2013.
Desde então, apenas vi outros a fazê-lo
nos workshops.
Estas últimas 3 pás foram feitas à mão
em 3 horas e meia.
Estes do topo foram feitos
por uma máquina CNC,
as primeiras a serem feitas com a máquina
foram impressas em poucos minutos
e montadas em 90 minutos.
Portanto, a versão inteira com 6 pás,
podes fazer tudo em 4 horas.
Em vez de captar o sol apenas com painéis planos
que produzem água quente doméstica,
se quisermos ter energia a uma temperatura elevada
precisamos de concentrar a luz,
portanto, usamos espelhos
que reflectem a luz para um tubo
no qual a água flui e se transforma em vapor
que podemos usar de várias formas.
Para processar comida,
para esterilizar, cozinhar...
O objetivo deste software eletrónico
é manter o sol concentrado
no recetor principal,
enquanto o sol se move no céu
o fotosensor dará o sinal para a placa Arduino
para mover cada espelho para a posição.
O projeto Vélo M2 é uma plataforma multi-modular
onde usamos uma bicicleta
e colocamos diferentes módulos nela
para tentarmos novas experiências
à volta de energia renovável e das bicicletas
em qualquer ambiente.
O nosso módulo de energia será carregado
pela energia dos pedais
ou por outras fontes de energia renováveis,
portanto, somos completamente independentes
dos combustíveis fósseis.
A bicicleta tem um sistema de roda livre
que previne a geração de eletricidade,
a Milena bloqueou o sistema de roda livre
e agora pedalamos para trás e geramos eletricidade.
É apenas um teste para ver se tudo funciona.
Vamos tentar!
Podes ver se tudo está definido
como fizemos antes?
- Estamos a gerar 0.05 amperes...
- Agora deveria funcionar.
- Isto é normal?
- Não...
Provavelmente não.
Assim que deres um par de voltas
com força...
Mas está a descarrilar...
Este é um dos problemas práticos
que nos está a atrasar.
Agora que o sistema elétrico funciona,
o sistema mecânico deixa de funcionar.
Acho que estamos a estragar isto...
Estamos a descer para o lado da construção da cúpula,
que é um pavilhão de madeira
com uma tenda interior
que irá acolher a exposição
de 18 a 20 de setembro.
A cúpula tem uma estrutura muito leve
para o espaço que apresenta.
É também uma das maiores estruturas DIY
feita no mundo,
na verdade,
acho que é a maior cúpula de madeira da Europa.
Pensámos muito sobre
como transferir tudo o que aconteceu na POC
- as ideias, o que aconteceu aqui
e o processo colaborativo - para uma exposição.
É complicado transferir esta história complexa
para pessoas que nunca ouviram falar
do processo open source,
de coabitar ou de processos colaborativos.
E queremos também passar a ideia
de que isto é apenas um exemplo
das ferramentas para criar um mundo melhor.
Isto é parte de uma
ecosfera de projetos open source.
Chegam reforços para ajudar
nos retoques finais da exposição
É de loucos!
Uma coisa é veres em casa,
no teu computador
e consegues sentir
um pouco do caos, aqui.
Mas quando chegas aqui,
sentes mesmo isso! A 100 por cento!
Ao estarmos num ambiente de trabalho
tão caótico,
por vezes, é difícil encontrar
a calma e a concentração.
A solução encontrada
foi criar imensas coroas destas.
A ideia é colocares uma coroa
e assim as pessoas sabem que estás concentrado
ou que precisas de estar
em silêncio e sozinho.
Parece-me que temos
uma exposição flutuante.
Ainda temos de construir
toda a estrutura da exposição,
que são 80 cubos que ainda estão por montar
e por erguer uns em cima dos outros.
E temos de tentar encaixá-los aqui.
A cúpula é mais pequena
do que aquilo que esperávamos,
portanto, perdemos algum espaço
que já está lotado.
A principal tarefa
será tentar ajustá-la para o espaço
e também encontrar uma maneira
para que tudo funcione,
mesmo que nos atrasemos uma semana.
Mesmo que pareça uma missão impossível,
eu ainda estou otimista.
Não sei bem porquê, mas ainda sorrio
e estou ansioso pelos próximos dias.
Semana 5:
Retoques finais
De facto, planeámos estar prontos
em dois dias...
Estas são as últimas coisas a fazer
na parte da construção.
Depois, ainda temos de trazer terra
e humus, e é um pouco duro.
Será para fazer as camas,
mas a estrutura estará pronta.
Este é o módulo de conservação
a iniciar.
São dois potes de cerâmica
com areia molhada dentro.
Quanto mais calor tiveres no quarto,
mais frio estará no pote.
Portanto, basicamente, num apartamento,
estarão talvez 8-10 graus.
É uma forma alternativa
de preservar frutos e vegetais.
Está a ir muito bem.
O sistema biopónico está a iniciar
e o Valentin está na parte mecânica.
As partes mais complicadas do sistema mecânico
já estão arranjadas.
E ainda é segunda-feira!
É incrível!
Já está quase tudo pronto para a exposição final.
Estão todos na fase crítica.
A comunidade está mesmo a precisar
de se preparar,
de tratar de tudo e de trabalhar em conjunto.
Neste momento, sou estagiário
e estou a aprender a usar a perfuradora.
Não faço ideia se estou a fazer bem!
Ele está disposto a aprender...
É um bom aluno!
As pessoas vão ver o nome do projeto aqui
e o nome das pessoas aqui.
E a bicicleta estará aqui.
Estamos a construir uma torre.
Porque o varão de aço,
que é suposto suportar as turbinas,
dobrou-se ao meio enquanto
estávamos a tentar erguer.
Portanto, temos de fazer algo
muito mais robusto, infelizmente, na última noite.
É já muito tarde.
É a segunda noite...
Estamos quase lá!
Desmontámos tudo e agora estamos
a montar tudo, outra vez.
Todas as equipas têm montado e desmontado
os seus projetos.
- Qual é a tua história?
- Porque é que temos de reconstruir?
Porque parti a porta...
A parede de trás, onde se deviam
por as coisas todas.
E foi culpa minha, completamente,
porque perfurei vidro e isso não se pode fazer.
A melhor parte é que podemos escolher o local
onde pomos as nossas coisas,
mas é preciso tempo,
e já não temos tempo!
Sentimo-nos super cansados!
Mas...
... é emocionante, porque já terminamos.
Está quase!
São os últimos três dias...
Foi fantástico!
Fazer algo que nunca se pensou ser possível.
Mas aqui estamos nós, aqui está!
Sim! Conseguimos!
Sinto-me orgulhosa por termos conseguido
fazê-lo em tão pouco tempo!
É como... Como se diz?
Feito no fio da navalha!
Mas acho que resulta.
2 minutos antes da abertura da exposição...
Bem-vindos de novo,
estamos prestes a mostrar-vos a exposição...
Fico feliz por estarem aqui, por se interessarem
e por vos mostrar o que fizemos,
nestas últimas semanas.
Já tivemos 400 pessoas esta tarde
e 300 pessoas de manhã.
Muitas pessoas voltaram a vir e disseram:
"Isto é tão bom! Aprendemos imenso"
Espero que as pessoas que vieram
e que andaram pela exposição
tenham ficado curiosos com o que viram
e queiram fazer parte disto.
É difícil de prever
o que é que pode surgir do POC21.
Sei que isto se tem espalhado lá fora,
os media estão interessados,
e as pessoas de fora
têm estado interessadas.
Toda esta tecnologia open source
pode causar um debate técnico
ou as pessoas podem não se relacionar,
mas acho que é uma forma
das pessoas descobrirem e pensarem:
"Como podemos desenvolver produtos
de formas diferentes?
"Como podemos colaborar de forma diferente?
Não são só as empresas que conseguem.
Trata-se de movimentos, de redes..."
Tem sido um grande percurso para pessoas
começarem a pensar sobre estes problemas mais profundos.
Desenvolver em open source
significa fornecer uma base
para que possa crescer mais facilmente.
Lanças uma ideia e as pessoas podem
adaptar, replicar,
melhorar e criar novas aplicações.
Para nós e para todos os que cá vêm,
o próximo passo é o COP21.
A partir daí, podemos ver
se comunicamos realmente bem,
se tocamos o público
e se estamos a ser levados a sério.
Uma das coisas que menciono
nas minhas palestras é a "longa e a curta estrada".
A "grande estrada" é convencer
o sistema dominante a fazer coisas boas
e a reformular-se para que a transição
seja suave.
Se não o fizerem,
a transição será complicada.
Mas ainda assim existirá uma transição.
Se virmos bem a História,
nem sempre foi fácil...
Temos, no final do Império Romano,
cinco séculos de caos,
sem cidades e sem estradas.
Se fizermos isso hoje,
teríamos biliões de pessoas a morrer.
Portanto, acho que isto é a essência
do POC21.
Porque envia uma mensagem
aos grandes poderes a dizer:
"Temos aqui uma solução. Ajudem-nos!"
Se não nos ajudares,
vai ser mau para todos."
A água vai ser filtrada por um processo
e volta limpa para o aquário.
É um ciclo fechado,
onde não usamos água, praticamente.
A única água consumida é através da evaporação.
Aqui temos de compreender
que se trata de descentralizar
a água, a energia, o acesso à comida.
Neste momento, o SunZilla está a
fornecer energia ao círculo exterior da exposição.
Principalmente as luzes,
mas também os computadores e os monitores.
Às vezes a "Velo M2" está a carregar
as suas baterias
e também há uma bomba para o "Showerloop".
Estamos à espera que o SolarOSE funcione
e que me aqueça alguma água.
Isto é tudo o que sempre quis!
Um chuveiro neutro a carbono.
A lista dos materiais está disponível online
para as pessoas descarregarem.
Dizemos que queremos dar workshops
para que as pessoas consigam fazer isto sozinhas.
E explicamos que as pessoas
têm de construir as suas próprias ferramentas
e adaptá-las às suas necessidades especiais
e as pessoas respondem:
"Faz sentido. Não desistam!"
Para mim, o POC21 foi
uma espécie de introspeção forçada
que foi muito positiva num sentido,
em que foi muito libertador...
E consegui fazer algo mais claro
do que era antes de chegar.
Foi uma experiência pessoal forte
e criei muitas ligações para manter
e alimentar no futuro.
Espero que isto me fortaleça...
Espero ser capaz de fazer esta semente crescer
e fazer alguma coisa no sítio onde vivo,
com pessoas próximas.
Não necessariamente reproduzir,
mas aproveitar isto e desenvolver.
Foi bastante cansativo e...
... muito especial.
Nunca vivi nada assim.
Para mim, trata-se da comunidade.
Conhecer estas pessoas fantásticas
e perceber como uma comunidade
consegue trabalhar.
Praticando a democracia,
vivendo juntos...
Para mim...
Quero libertar-me e que os outros também o façam.
É o meu lema sobre este projeto.
Aqui ganhei coragem para fazê-lo.
Para dar um passo e fazer alguma coisa.
Sem ter medo de não ter muito dinheiro.
Depois de um dia como este,
esqueces todo o trabalho,
as dificuldades e os problemas...
Acho que, afinal, não eram assim tantos.
A última semana foi muito cansativa,
não dormi muito.
Mas os últimos dias
provaram-me que foi necessário
e que foi bom eu não ter dormido.
Os dois dias da exposição foram perfeitos.
Conhecemos tantas pessoas boas...
E mesmo que não houvesse palavras
havia sorrisos nas caras das pessoas.
quando viam o nosso projeto e os outros, diziam:
"Sim, é possível criar outra sociedade"
"Isto é possível. Estamos felizes por estar aqui,
estamos felizes por te ver"
E diziam:
"Obrigado, obrigado. Muito obrigado"
E nós dizíamos:
"Obrigado nós por virem e por nos visitarem!"
Estes dois dias...
Nunca me senti assim na minha vida.
Tenho 25 anos e sinto
que sou responsável por alguma coisa,
sinto que sou útil para os meus amigos.
E a comunidade do POC21,
sem querer ser pretensioso,
acho que podemos ter orgulho em nós.
Os últimos dois dias mostraram-me isso.
Estamos mesmo muito felizes.
Esta é para a minha mãe.
Olá mãe, como estás?
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