costumava morder a língua e suster a respiração
com medo de abanar o barco e fazer asneiras
por isso sento-me quieta,
acenando educadamente
talvez me tenha esquecido que tinha escolha
deixei-te levares-me até ao ponto de rutura
não acreditava em nada
tudo me deitava abaixo
sufocavas-me, mas levantei-me
pronta para recomeçar
ouves a minha voz, ouves o som
do trovão que abana o solo
sufocavas-me, mas levantei-me
prepara-te porque já me fartei
vejo tudo claramente
tenho o olho do tigre