Obrigado. Olá.
Olá, muito obrigado.
Vou começar dizendo a vocês
que sou um músico
e viajo o mundo tocando em shows.
Eu realizo cerca de 300 shows por ano,
é assim que ganho a vida.
É também a minha vocação na vida, sou
uma das pessoas mais sortudas do planeta.
Ganho a vida fazendo o que amo.
E as pessoas dizem:
"Você está no negócio da música?"
Eu chamo de "negócio da felicidade".
Eu toco música e vocês ficam felizes.
Isso é o que importa pra mim.
Então, eu estava em um longo voo
na classe executiva,
socializando na classe executiva.
Um cavalheiro ao meu lado
começa a conversar comigo e diz:
"E aí, o que você faz para ganhar a vida?"
E eu digo: "Eu toco violão".
Ele olhou pra mim como se eu
estivesse no lugar errado,
eu deveria estar lá embaixo.
E ele disse: "Você ganha a vida
tocando violão?
Uau! Em qual banda você toca?"
E eu disse: "Não. Eu não toco
com uma banda, eu toco sozinho".
E ele disse: "Ah, então você é um cantor".
Eu disse: "Não, não, eu toco violão".
Mas aí comecei a pensar sobre isso;
eu tenho uma banda, e a banda sou eu.
Eu penso como uma banda,
e aí está a diferença no que eu faço.
Penso como uma banda quando eu toco,
quando componho e quando me apresento.
E é assim que eu escuto música.
Eu a ouço como se fosse uma banda
e componho como se estivesse
compondo para uma banda.
Então eu gostaria que vocês conhecessem
a minha banda, só pra começar.
E este é o meu baixista...
(Música de baixo de violão)
baterista...
(Música com ritmo marcado)
Também tenho um cara que faz o ritmo.
Pense no dinheiro
que estou economizando aqui.
(Risos)
(Música de violão)
E finalmente o cara da melodia.
(Música)
(Cantarolando a música)
Vou tocar a "The Bridge", eu acho.
(Música de violão)
Bom.
(Aplausos)
Obrigado!
Esta é minha "banda de um homem só".
(Aplausos)
Obrigado.
Eu não estaria aqui hoje à noite,
tocando desse jeito,
se não fosse por um grande homem
chamado Chet Atkins.
Eu tinha uns sete anos quando o escutei,
eu estava na estrada com minha família.
Eu sou um de seis filhos,
e quatro de nós tocam música.
Estávamos viajando de carro,
liguei o rádio e ouvi uma música
desse guitarrista americano
chamado Chet Atkins.
E o que ele estava fazendo é algo
que vou explicar rapidamente para vocês
Com este polegar,
ele estava tocando a mão esquerda,
que no piano tocaria o acompanhamento,
e com seus dedos ele estava tocando
a melodia e a harmonia.
Então era assim que soava,
aqui está o acompanhamento.
(Música)
E aqui estão as melodias.
(Música)
Isso é o suficiente?
Plateia: Não!
Tommy Emmanuel Vou tocar pra vocês.
(Música)
(Cantarolando uma música)
Então esse foi um momento
estimulante na minha vida.
Eu ouvi essa música e sabia que ele
estava tocando tudo ao mesmo tempo.
Todos me disseram:
"Não se impressione com isso.
É um truque de gravação,
não dá pra fazer isso".
Mas de alguma forma eu podia ouvir
e eu queria desenvolver isso.
Eu segui tocando, tocando e tocando,
ouvindo ao Chet Atkins.
Depois de um tempo eu consegui.
Claro, muitos anos depois,
escrevi uma carta de fã para ele
e nos tornamos amigos de correspondência.
Assim, quando eu estava com uns 20 anos,
tinha aprendido muito do material dele
e aprendido a tocar de um jeito
diferente das outras pessoas.
Eu sabia disso,
e estava gostando muito disso;
Era um grande desafio,
e muito criativo, à sua maneira.
Quando finalmente o conheci,
toquei para ele, e ele confirmou
que eu estava fazendo tudo certo,
mesmo eu não tendo nenhuma formação
e continuo sem ter formação.
Eu continuo sem ler ou escrever música,
mas posso compor uma música,
só não consigo escrevê-la no papel.
De qualquer forma, esse estilo
que desenvolvi tem me ajudado
a manter meu show interessante
e a tentar criar novas ideias.
Então no final da minha adolescência,
comecei a ouvir muita música popular
e tentar criar arranjos
usando essas técnicas;
a técnica de tocar tudo ao mesmo tempo.
Algumas canções dos Beatles
são peças muito interessantes,
e elas se tornaram
grande parte do meu repertório.
As pessoas adoram
quando você consegue isso.
(Tocando "Day Tripper")
Algo assim!
(Tocando e cantarolando "Lady Madonna")
Vocês pegaram a ideia, certo?
(Aplausos)
Obrigado.
(Aplausos)
Outra coisa que comecei
a fazer, quando era jovem,
era batucar minha guitarra
como se fosse uma bateria
porque eu sou um baterista.
Sempre toquei bateria e adoro.
Então quando tivemos a sorte
de ter os eletrônicos,
onde podemos colocar um microfone
dentro do violão, eu comecei
a experimentar, tocando o violão
como uma bateria.
Então encontrei esses padrões,
e encontrei um jeito de fazer
soar interessante.
(Sons de batuque)
(Aplausos)
Oh, dá uma olhada.
Aí comecei a usar minha imaginação
e tentar coisas novas,
então arranjei uma escova
e comecei a fazer isso.
(Música)
E depois comecei a fazer isso...
com minha escova, para conseguir...
Uau!
(Aplausos)
Obrigado.
Muito obrigado.
Tudo isso é em nome do entretenimento
e de fazer a minha "banda de um homem só"
interessante para o meu público.
Existe outro som e outra técnica
que uso no violão,
que primeiro ouvi Chet Atkins fazendo.
E um pouco depois, um grande
guitarrista, que morreu jovem,
seu nome era Lenny Breau.
Esta técnica se chama
"cascading harmonics".
Não é fácil de se fazer,
mas é um som lindo.
E a razão por se chamar "cascading"
é porque as pessoas a descrevem
como uma cachoeira.
É assim.
(Harmônicos em cascata)
Eu uso essa técnica para tornar
meus arranjos interessantes
e criar partes do meu show que se tornam
muito intimistas com a platéia.
Algumas músicas como
"Somewhere over the rainbow",
ou "Michelle", dos Beatles.
em que uso esta técnica.
(Tocando "Michelle")
(Aplausos)
Obrigado.
Uso essas técnicas para fazer um som
que nunca ouvi mais ninguém fazendo,
especialmente aqui na Austrália.
Mas quando comecei a viajar além-mar,
percebi que a maioria das pessoas
por lá não conheciam isso,
e era um som novo para elas.
Essas são coisas
que peguei do Chet Atkins.
Uma das coisas que acho
que mais aprendi com ele
é sobre a qualidade das músicas
que você escolhe tocar.
E a outra coisa que rapidamente aprendi,
foi que se eu quisesse
me destacar como músico,
eu deveria tocar minhas próprias músicas.
Então comecei a compor muito jovem
e passei muito tempo
aprendendo a arte da composição.
Bem, esta é uma das partes
da minha vida que eu mais amo.
Quero tocar pra vocês um pouco
de uma música que compus.
Eu li um livro chamado
"The journals of Lewis and Clark".
Lewis e Clark foram os exploradores
que descobriram o Oeste Americano,
e eles eram guiados
por uma jovem garota nativa.
Depois que li este livro,
ele me desafiou a escrever uma música
para descrever o Oeste Americano,
o grande desconhecido
e as viagens constantes.
Deixem-me tocar um pouco dessa música.
Se quiserem fechar seus olhos
e imaginarem-se no Oeste Americano,
podem fazê-lo, é o que as músicas fazem,
elas nos transportam e nos levam.
(Música)
(Cantarolando)
Yeah.
(Aplausos)
Obrigado.
(Aplausos)
De vez em quando eu crio um arranjo
que envolve todas as minhas técnicas,
todas misturadas dentro de uma música.
Uma dessas músicas é esta:
"Classical Gas".
(Tocando "Classical Gas")
É isso aí!
(Aplausos)
Obrigado.
(Aplausos)
Certo.
Agora, eu vou ler um pouco,
porque minha esposa
me ajudou a reunir tudo isso,
e ela escreve de uma maneira
tão maravilhosa
que eu decidi que quero ler um pouco.
Isso é algo que ela escreveu
para eu dizer a vocês.
"Muitas dessas coisas que faço podem
ser vistas como pequenos truques de show,
mas para mim os verdadeiros críticos
são meus fãs e meu público.
Quando eles riem de minhas piadas ruins,
quando choram com minhas baladas,
e quando compartilham histórias
que envolvem minha música,
isso toca o meu coração profundamente.
E sei que estou fazendo a coisa certa.
Minha música já foi tocada
em casamentos, funerais;
outros aprenderam minhas músicas
e ganham a vida tocando, como eu faço.
Minha música já trouxe vida
a pacientes com Alzheimer,
vontade de viver
a sobreviventes de câncer,
e refúgio para famílias em luto,
alegria para pessoas dirigindo
no caminho diário ao trabalho.
Ouço essas histórias,
e sei que a música vai além
do que vemos, ouvimos e sentimos.
Há algum sentido inato
que é provocado por ela,
não importa o quão apagado
você pense que está.
É por isso que batemos os pés,
quando ouvimos um som como este..."
(Música)
Yeah!
Há outro ponto que quero falar aqui,
é uma das coisas que me permitiu
viver a vida dos sonhos, em outras
palavras, fazer o que realmente amo,
e atingir meus objetivos.
"Chet Atkins uma vez me disse
que sou o guitarrista
mais corajoso que ele já viu.
Acho que ser corajoso
tem a ver com quebrar modelos
e acreditar em si mesmo.
Tive muitos momentos na minha vida
em que as pessoas me disseram
que meus planos eram burrice,
que eram loucura, que eu falharia.
Mas ignorei as críticas
e continuei trabalhando
para fazer meu show
e minha vida cada vez melhores.
A música aproxima as pessoas,
e eu adoro ser catalisador disso.
Então faço meus shows, conheço meus fãs
tantas vezes quanto eu puder,
respondo suas perguntas em meu fórum,
leio seus comentários no Facebook,
carrego vídeos no YouTube
para eles se divertirem.
Continuo a viajar pelo mundo e a levar
minha 'banda de um homem só' comigo."
E lembrem-se, meus amigos,
que a vida não é um ensaio
Então é melhor vocês se mexerem!
(Aplausos)
Obrigado.
(Aplausos)
Obrigado.
(Aplausos)