Quando começo um projeto, sempre preciso criar um mundo. E aí eu quero entrar nesse mundo E meu passeio por esse mundo são as obras. O que me toma bastante tempo é criar o mundo. "Celebration Park at the Tate" é uma coleção de exibições. Um local que proporciona experiências únicas. "Eu não sou dono da Branca de Neve." O que será que as pessoas pensam quando entram no Tate e veem "Eu não sou dono da Branca de Neve"? Todos que viram Branca de Neve são donos da Branca de Neve, é claro. Você deve brincar com essa cultura para poder ser parte dela. Eu acho que alguem que vê "Eu não sou dono da Branca de Neve", deve entender que pode começar a brincar com a isso. É sobre a circulação de histórias. É sobre como podemos contar histórias uns aos outros, e o quão flúido é o processo, ou o quão rígido ele é. É por isso que tem portas girando nessa sala o limite. Você diria que está dentro ou fora da sala? Se o limite está se movendo, se as portas estão se movendo, não existe mais limite, não existe mais dentro e fora. Com certeza é sobre limites. Sobre cultura e limites. Esses letreiros e essas portas, estão, de certa forma, conectados. [Vento à beira-mar] [Água sob o gelo] Em algum lugar, deve existir uma ilha. Eu ouvi dizer, é um rumor, eu li, eu falei com pessoas, e elas disseram que tem uma criatura branca nessa ilha. Agora, eu estou usando um barco para atravessar a Passagem de Drake, para descobrir se isso é verdade ou não. Para encontrar esse território e essa criatura. [Nevasca] ♪ (Música) ♪ Eu estive filmando essa jornada, e também estou filmando algo equivalente, uma tradução dessa jornada em forma de opera no Central Park. ♪ (Música) ♪ Eu pedi ao compositor para pegar o formato dessa ilha, e transformar o formato em uma partitura, para uma orquestra sinfônica. ♪ (Música) ♪ Então ele está tocando a montanha, ele está tocando a ilha. O espaço é transformado em tempos. ♪ (Música) ♪ Nós temos "Uma viagem pela Lua"; "Uma viagem pela neve", na Antártica; temos "A conquista do mundo", então é importante dar uma espaçada. Fazer as pessoas saberem que você sabe e que elas sabem. Para que outra brincadeira possa começar. A outra brincadeira é que agora nós não sabemos se eu fui lá, não sabemos se eu vi essa ilha, se eu vi essa criatura branca. Talvez eu tenha visto, talvez sejam efeitos especiais, não dá para saber. O importante para mim é criar buracos no mapa, botar pontos desconhecidos no mapa. Ao fazer isso, você cria um aspecto místico, cria uma zona de não conhecimento, borra a certeza. [Zumbido] Eu estou tentando focar menos na narrativa. Quero trazer o foco para as emoções que a paisagem evoca. Quero que as pessoas experienciem uma emoção, não uma simples narração. ♪ (Música) ♪ Fui convidado para fazer algo na construção de Le Corbusier, a única construção que ele fez na América do Norte. Essa construção faz parte do Campus de Harvard, é um centro de arte e também o departamento de artes. Tive alguns problemas com a encomenda, Não sabia o que fazer, até que encontrei um livro sobre como Le Corbusier também teve problemas quando trabalhou nessa construção. Decidi fazer uma peça, um tipo de sátira, uma parábola irônica das duas situações. ♪ (Música) ♪ É não-verbal, a música é de Xénakis e Varèse. colaboradores passados de Le Corbusier. ♪ (Música) ♪ Tem a curadora, que me convidou para fazer esse projeto. E, é claro, Le Corbusier, e as pessoas que fizeram a encomenda a Le Corbusier, então é uma simetria perfeita. Tem essa figura preta, que parece um louva-a-deus, ou Darth Vader, que é o reitor dos reitores, a instituição. (Pássaro piando)