[Janine Antoni: Colaborando com Stephen Petronio] [Companhia Stephen Petronio] [PETRONIO] Eu trabalhei duro para desenvolver uma linguagem suscinta, idiossincr�tica e com fortes nuances. Tenho mais de 50 anos. [Stephen Petronio, Core�grafo] Levei um bom tempo para constatar isso. E agora que o fiz, fico pensando: "E agora?" O esteri�tipo da dan�a � que existimos em um plano et�reo. Nosso trabalho de fato desaparece conforme o fazemos, e essa � a melhor parte dele. � um momento precioso porque ele se vai. Voc� tem o vislumbre de um movimento e precisa ir atr�s dele ou tentar preserv�-lo na mem�ria. ["Lamber e Ensaboar", Janine Antoni] N�o � uma escultura, que voc� pode apreciar pelo tempo que quiser ficar com ela. � algo que me deixa com muita inveja. Eu sou completamente obcecado e apaixonado pelo mundo visual. Eu conhecia o trabalho da Janine antes de conhec�-la. Trabalhei com pessoas como Cindy Shermane Anish Kapoor. ["Cuidados Carinhosos", Janine Antoni] Artistas visuais com quem dividi espa�o, mas eles tinham o territ�rio deles e eu tinha o meu. Com a Janine eu sentia que, como ela tamb�m fazia performances, ela me invadiria de alguma forma. E eu queria muito ser invadido. [ANTONI] Eu fui convidada pelo core�grafo Stephen Petronio para cuidar do visual de uma pe�a em que ele estava trabalhando, chamada "Como Fez L�razo". Ele estava interessado em no��es de transcend�ncia e eleva��o. ["Como Fez L�razo", Teatro The Joyce, NYC] Fiquei um bom tempo vendo ele coreografar a pe�a e passei um tempo com os dan�arinos. Uma coisa que � muito evidente no seu trabalho � o fato de que ele tem uma certa exuber�ncia e complexidade. Ent�o depois de analis�-lo, eu disse que o que gostaria de fazer era oferecer alguma quietude. E em vez de fornecer o cen�rio para a dan�a, eu tamb�m faria uma performance. Por duas horas, durante a performance, eu fiquei completamente im�vel. [PETRONIO] Ela estava de fato meditando no corpo dela enquanto a audi�ncia olhava para o nosso corpo. Ela estava totalmente im�vel em uma medita��o sobre a pr�pria forma e a pr�pria morte, em oposi��o ao aspecto ca�tico do palco. [ANTONI] A prima do Stephen estava gr�vida e ficava mandando imagens de ultrassom. Ele olhou para aquelas imagens e as usou como posi��es para coreografar um de seus dan�arinos, Nick Sciscione, para a �ltima dan�a de "Como Fez L�razo". Enquanto ele criava a dan�a, eu disse: "Stephen, vamos fazer no mel." Porque o mel se parece com o l�quido amni�tico. Mas obviamente era algo imposs�vel de se fazer no palco. N�s t�nhamos muita vontade de fazer um v�deo em que n�o fosse poss�vel sentir a gravidade. ["Beb� de Mel"] J� tendo dado � luz, � algo milagroso que um corpo consiga desenvolver outro corpo. Que um corpo cres�a dos nutrientes do outro. [PETRONIO] Criamos uma esp�cie de �tero com um corpo viscoso se movendo por um l�quido viscoso a um n�vel muito lento e infinitesimal. O menor movimento dos dedos, o esticar dos polegares e o arquear da cabe�a me levou a um lugar que eu nunca poderia alcan�ar no palco. Havia uma esp�cie de intimidade que eu procuro no palco, mas que eu n�o conseguiria alcan�ar nele. Com o "Beb� de Mel" eu pude chegar l� e com a c�mera eu pude chegar l�. Janine n�o me convidou para criar uma dan�a para as suas esculturas. Ela me convidou para colaborar com ela como um artista visual. Janine e eu maltratamos o Nick verbalmente durante o processo. Ela me confrontava em rela��o ao movimento e eu a confrontava em rela��o � escultura. As pessoas acham dif�cil de acreditar que fizemos isso juntos, pois pensam em mim como o core�grafo e nela como a escultora, mas realmente tentamos apagar essa linha. Continuamos tentando apagar essa linha e estamos trabalhando em futuros projetos para conseguir isso.