(Música orquestral) – Olá a todos, sejam bem vindos ao programa de culinária de hoje. – Muito obrigada por estarem comigo. Nós vamos construir, vamos cozinhar e vamos nos divertir muito. Quando eu comecei a fazer vídeos, eu só estava aproveitando meu tempo livre no Youtube e assistindo coisas que me inspirassem como programas de culinária, videoclipes e programas de embelezamento de casas. Eu meio que estava brincando com como os elementos do mundo material se apresentam dentro dessas coisas que são metade publicitárias e metade instrucionais. – Eu sempre faço questão de tomar ashwagandha, um multivitamínico, e eu mando isso pra dentro com uma Pepsi. – Aí eu comeceu a pensar sobre os apresentadores desses programas, sobre a perfeição que é equilibrada com esse tipo de vulnerabilidade falsa ou encenada que faz parecer que algumas coisas que provavelmente estão além do nosso alcance pareçam alcançáveis. Voltamos já. (música animada) Eu cresci na parte central do Brooklyn. Eu acho que fui uma criança meio solitária. Eu ficava um bom tempo simplesmente olhando para as coisas, as superfícies e os exteriores das construções, meio que criando histórias pra mim mesma. Então, esta é a casa na qual eu cresci. Nós gostamos de ter uma abordagem mais laissez-faire com o jardim. Eu já estava fazendo várias coisas que pareciam ou soavam como arte desde jovem. É como se fosse o cantinho no qual o mundo fizesse sentido para mim. Esta aqui parece de Halloween. Eu acho que fui uma noiva cadáver. Foi o que eu disse naquele ano. – Mesmo nessa idade aqui, ela era teimosa, ela meio que já sabia o que queria fazer. Ela já tinha uma mentalidade própria. (música animada) – Na verdade, lá atrás eu já me achava uma pintora. Eu acho que o que realmente me atraiu para isso foi a tinta em si. O jeito no qual as cores meio que magicamente tomavam forma na superfície da tela. E eu percebi que era o processo de produção que realmente me animava. Foi assim que eu comecei a fazer vídeos, na verdade. Eu só me filmava enquanto eu fazia as pinturas e ia remixando e reeditando isso e aquilo para poder compartilhar aquilo com que eu realmente me importava com as outras pessoas. (música animada) E aí isso evoluiu para esculturas e instalações para meio que abrigar e recontextualizar essas imagens móveis. (música animada) Ei, olha. Aqui é você com sua linda máscara facial. – Se as minhas crianças me pedissem para ir à lua com elas, eu tentaria dar um jeito de ir. Sabe, eu estou aprendendo. Ela está me ensinando. E é isso que os artistas fazem, eles nos iluminam por que eles conseguem ver as coisas em um nível subconsciente. – Eu sabia que minha mãe era meio doidinha. Eu nunca a vi preparar nada na cozinha quando nós éramos pequenos, mas nós tinhamos uns espelhos largos na frente da cozinha e ela sempre tipo que imitava as performances da Julia Child para si, às vezes queimava alguma coisa e dava no pé. – Hoje eu vou mostrar para vocês a minha limpeza facial diária. Este aqui é muito bacana de usar. Eu vou lhes mostrar como fazer isto aqui. – Então me pareceu muito natural convidá-la para o meu processo assim. –Tem cheiro de Cheetos. – Eu, de fato, gosto de operar desse jeito no qual os vídeos, a princípio, parecem algo com algo que você está familiarizado e então eu vou inserindo algumas coisas desconfortáveis. Talvez umas verdades desconfortáveis de um jeito mais familiar, e meio que ver o que acontece quando esse atrito acontecer. – Máscara de Cheetos. – Eu acho que muitos desses temas sobre os quais eu penso como aspiração e como nós tentamos assumir controle sobre nossas vidas aparecem tanto na vanguarda desse espaço de bem-estar e na cultura do bem-estar, e nossos corpos, obviamente, são onde muitas dessas coisas de fato acontecem. Em 2019, aquela compania, a Mirror, começou a fazer muitos aúncios no metrô. Você podia ter um instrutor direto no teu quarto e ia parecer design de ponta e ele podia te persuadir a abandonar qualquer coisa para se exercitar. Aí eu só quis tentar fazer o meu próprio e ver o que ia acontecer. (música pessimista) Eu pensei neles como armários de remédio mal-assombrados. Ao invés de te dar instruções claras sobre como treinar ou como o tempo está, eles vão meio que te pedir instruções ou dar conselhos confusos ou fazer testes CAPTCHA e talvez querer que você os ajude com eles mesmos. (música pessimista) Eu chamei o projeto de Needy Machines porque eu visualizei esses objetos como um pouco carentes. Mas também imaginando dentro desse espaço, especialmente o espaço do banheiro, se nós também não somos máquinas carentes de alguma forma. Eu acho que esse também é um atrito com o qual eu vivo constantemente, sabe? E eu acho que todos nós também. Entre o espaço de fantasia no qual nós queremos viver e a verdade que nós conhecemos até de um jeito instintivo sobre a instabilidade de tudo. (música pessimista)