(Música orquestral)
– Olá a todos, sejam bem vindos
ao programa de culinária de hoje.
– Muito obrigada por estarem comigo.
Nós iremos construir, cozinhar
e iremos nos divertir muito.
Quando eu comecei a fazer vídeos,
eu só estava aproveitando meu
tempo livre para assistir
coisas que me inspirassem como
programas de culinária, videoclipes
e Arrumando Confusão / Gente Pra Frente
Eu meio que estava brincando com
como os elementos do mundo material
se apresentam dentro dessas coisas
que são metade publicitárias
e metade instrucionais.
– Eu sempre faço questão de tomar
ashwagandha, um multivitamínico,
e eu mando isso pra dentro
com uma Pepsi.
– Aí eu comeceu a pensar sobre os
apresentadores desses programas,
sobre a perfeição que é equilibrada
com esse tipo de vulnerabilidade
falsa ou encenada
que faz parecer que algumas coisas
que provavelmente estão além do alcance
pareçam alcançáveis.
Voltamos já.
(música animada)
Eu cresci na parte central do Brooklyn.
Eu acho que eu fui uma criança
meio solitária.
Eu ficava um bom tempo
simplesmente olhando para as coisas,
as superfícies e
os exteriores das construções,
meio que criando histórias pra mim mesma.
Então, esta é a casa na qual eu cresci.
Nós gostamos de ter uma abordagem
mais laissez-faire com o jardim.
Eu já estava fazendo várias coisas
que pareciam ou soavam como arte
desde jovem.
É como se fosse o cantinho no qual
o mundo fizesse sentido para mim.
Esta aqui parece de Halloween,
eu acho que eu era uma noiva cadáver,
foi o que eu disse naquele ano.
– Mesmo nessa idade aqui, ela era teimosa,
ela meio que sabia o que ela queria fazer.
Ela já tinha uma mentalidade própria.
(música animada)
– Na verdade, lá atrás eu já
me achava uma pintora.
Eu acho que o que realmente
me atraiu para isso foi a tinta em si
O jeito no qual as cores meio que
magicamente tomavam forma
na superfície da tela.
E eu percebi que era o
processo de produção
aquilo que realmente me animava.
Foi assim que eu comecei
a fazer vídeos, na verdade.
Eu só me filmava enquanto
eu fazia as pinturas
e ia remixando e reeditando
isso e aquilo para poder compartilhar
aquilo que eu realmente me importava
com as outras pessoas.
(música animada)
E aí isso evolui para
esculturas e instalações
para meio que abrigar e
recontextualizar essas imagens móveis.
(música animada)
Ei, olha. Aqui é você com sua
linda máscara facial.
– Se as minhas crianças
me pedissem para ir à lua com elas,
eu tentaria dar um jeito de ir.
Sabe, eu estou aprendendo.
Ela está me ensinando.
E é isso que os artistas fazem,
eles nos iluminam
por que eles conseguem ver as coisas
em um nível subconsciente
– Eu sabia que minha mãe
era meio doidinha.
Eu nunca a vi preparar nada na cozinha
quando nós éramos pequenos,
mas nós tinhamos uns espelhos largos
na frente da cozinha
e ela sempre tipo que imitava
as performances da Julia Child para si,
às vezes queimava alguma coisa
e dava no pé.
– Hoje eu vou mostrar para vocês
a minha limpeza facial diária.
Este aqui é muito bacana de usar.
Eu vou lhes mostrar como fazer isto aqui.
– Então me pareceu muito natural
convidá-la para o meu processo assim.
–Tem cheiro de Cheetos.
– Eu, de fato, gosto de operar
desse jeito no qual os vídeos,
a princípio, parecem algo com algo
que você está familiarizado
e então eu vou inserindo
algumas coisas desconfortáveis.
Talvez umas verdades desconfortáveis
de um jeito mais familiar,
e meio que ver o que acontece
quando esse atrito acontecer.
– Máscara de Cheetos.
– Eu acho que muitos desses temas
sobre os quais eu penso
como aspiração e como nós tentamos
assumir controle sobre nossas vidas
aparecem tanto na vanguarda
desse espaço de bem-estar
e na cultura do bem-estar.
E nossos corpos, obviamente,
são onde muitas dessas coisas
de fato acontecem.
Em 2019, aquela compania, a Mirror,
começou a fazer muitos aúncios
no metrô.
Você podia ter um instrutor
direto no seu quarto
e ia parecer desing de ponta
e ele podia te persuadir
a abandonar qualquer coisa
para se exercitar.
Aí eu só quis tentar fazer o meu próprio
e ver o que ia acontecer.
(música pessimista)
Eu pensei neles como armários
de remédios mal-assombrados.
Ao invés de te dar instruções claras
sobre como treinar ou
como o tempo está,
eles vão meio que lhe pedir instruções
ou dar conselhos confusos
ou fazer testes CAPTCHA
e talvez querer que você os ajude
com eles mesmos.
(música pessimista)
Eu chamei o projeto de
Needy Machines
porque eu visualizei esses objetos
como um pouco carentes.
Mas também imaginando
dentro desse espaço,
especialmente o espaço do banheiro,
se nós também não somos
máquinas carentes de alguma forma
Eu acho que esse
também é um atrito
com o qual
eu vivo contantemente, sabe?
E eu acho que todos nós estamos
entre o espaço de fantasia no qual
nós queremos viver
e a verdade que nós conhecemos até
de um jeito instintivo
sobre a instabilidade de tudo.
(música pessimista)