Pixel Art bem desenhada tem uma certa beleza. Nos remete a uma era mais simples - uma época onde os Sprites reinaram supremos. Feitos para se moverem no campo de jogo, sprites são imagens bidimensionais que representam jogador, inimigos, ou outros aspectos não-estáticos do game. Por vezes desenhados com o auxílio de hardware dedicado, eles tem se mostrado parte essencial dos gráficos computacionais desde o começo dos games. Os primeiros sprites eram pequenos em tamanho e limitados em paleta, mas conforme a tecnologia avançava eles ficaram maiores, mais detalhados, e muito mais coloridos. Sprites grandes significavam grande impacto nos fliperamas Games como Strider eram tidos em alta consideração pela ação em escala exagerada: Personagens enormes e espadas de plasma gigantes. Tudo isso foi possível graças à poderosa placa de arcade CPS-1, com chips dedicados à sprites capazes de desenhar 256 sprites de 16 cores por scanline. Essa seria a placa que daria vida a Street Fighter II. Um título que estabeleceria padrões ao gênero de luta. com sprites grandes de personagens diversos ao lado de ação fluida. Mandou a popularidade dos jogos de luta às alturas e iniciou uma nova onda de popularidade dos fliperamas. Gráficos podem não ser importantes, mas certamente chamam a atenção. Uma técnica que se provou particularmente popular durante a era 2D era o parallax scrolling: Dividindo o foreground e o background em um número de camadas que se movem em velocidades distintas para dar a impressão de profundidade na cena. Moon Patrol foi um dos primeiros games a fazer uso efetivo desta técnica. Com sua vista de montanhas coloridas ao fundo. Foi um sucesso. Os usuários domésticos de computador não perderam tempo em imitar. Com games como Parallax no Commodore 64, nomeado por causa do efeito. Na época das máquinas 16-bit, era um feito técnico bem mais alcansável, e se tornaria uma visão comum em jogos de plataforma 2D. Shadow of the Beast e sua implementação colorida impressionaram. E conforme o poder do hardware aumentava cenas se tornaram mais complexas. E o poder de processamento explosivo do SEGA Megadrive deu a games como Sonic The Hedgehog mais personalidade que nunca. Essa foi uma era de mascotes de desenhos animados, e jogos de plataforma estavam em voga. Os fliperamas não era estranhos a heróis animados: games baseados em programas de TV populares como Tartarugas Ninjas e Os Simpsons eram grandes atrações e sua frenética ação em quatro jogadores se encaixava perfeitamente na natureza social de tal entretenimento. Nos consoles domésticos, o sucesso de games como Mario e Sonic inspiraram um grande número de games similares, e o apelo de licensas de filmes fez de games como Aladdin um grande sucesso. O mundo colorido e as animações expressivas da Disney deram ao game um visual excelente garantindo seu lugar como best seller. Certos personagens foram criados em casa: Earthworm Jim da Shiny Entertainment tinha todo o estilo e energia esperados no gênero de plataforma, mas além disso era uma novidade: uma minhoca poderosa vestindo um uniforme cibernético. Seu senso de humor bobo e estilo único lhe garantem menção honrosa na era de 16-bit. Super Mario World 2: Yoshi's Island abraçou a estética de pintura em vez de mirar em efeitos impressionantes ou realistas. É este estilo que faz o visual do game se destacar ainda hoje. Embora não se mostre tecnicamente incrível, há uma atmosfera de 'feito à mão' consistente. Em meados dos anos 90, sprites começaram a perder fôlego: o foco começou a mudar rumo a uma nova onda de games tridimensionais, e o potencial que havia numa outra dimensão. Isso não quer dizer que os games 2D sumiram, eles ainda existem e a tecnologia madura por trás deles possibilitou visuais incríveis lá pelo fim da década. Os sprites elaborados de jogos como Metal Slug ainda são tidos como referência de estilo. Sem limites de cor e tamanho, com animações fantasticas. Alguns games funcionam melhor em 2D. E apesar de games de luta 3D ficarem eventualmente populares, havia muitos tradicionais feitos com sprites. Como a extensa série King of Fighters da SNK. Lindo, mas um tipo moribundo: os melhores sprites feitos à mão exigem bons artistas. Entretanto, há técnicas que oferecem alternativas aceitáveis. Animação é uma parte vital em criar movimentos críveis em games, e antes da captura de movimentos, alguns artistas desenhariam com base na realidade usando um processo chamado rotoscopia. Os sprites do primeiro Prince of Persia foram feitos diretamente de vídeo: uma técnica que requer trabalho intenso, mas que entrega um movimento aparentemente natural com inércia realista. Técnicas similares foram empregadas em outros jogos de plataforma, como Another World e Flashback. Ambos se valeram de rotoscopia para sprites do jogo e para cutscenes cinemáticas. Movimento fluído, ainda sim compacto o suficiente para caber em poucos disquetes. Sprites digitalizados foram populares por um tempo, imagens tiradas diretamente de fotos ou vídeo de objetos do mundo real. O exemplo mais primordial é Jorney, que trazia imagens em preto e branco da banda, mas a técnica não se tornaria lugar comum até o início dos anos 90. Vencedores não usam drogas - e não se importam em assassinar traficantes às dúzias. Narc foi um das primeiras máquinas arcade de 32-bit com milhares de cores na tela e sprites digitalizados enormes e incríveis para a época, e ultra-violência ousada somada a imagens realistas certamente deu o que falar. Os personagens realistas e a grande quantidade de quadros de animação acharam nos jogos de luta um ótimo candidato para digitalização. Reikai Doushi e Pit Fighter pavimentaram o caminho, mas um game em particular lançou tais sprites para um lugar de destaque: Mortal Kombat. Personagens foto-realistas e ação brutal fizeram o jogo ser polêmico, o que por sua vez garantiu sua popularidade. Assim como Street Fighter II o fez, os sprites realisticos de Mortal Kombat foram particularmente influentes. Games como Clayfighter eram calramente feitos à sua imagem, e os motoqueiros de Road Rash anteriormente desenhados à mão foram substituídos por motoqueiros reais no terceiro game da série. O incrivelmente renderizado Donkey Kong Country foi talvez o auge dos jogos de plataforma 2D. Colorido, lindamente animado, e um hit instantâneo. O advento da tecnologia multimídia significou mais espaço para conteúdo pré-renderizado e full motion video. Games tais qual Myst valeram-se da enorme capacidade de armazenamento que cds traziam. permitindo planos de fundo atmosféricos pré-renderizados. O cenário de ilha serena de Myst proveu um exemplo brilhante do que a tecnologia emergente era capaz A maioria dos primeiros games em CD, entretanto, eram puro lixo. Games como Night Trap para SEGA CD são lembrados não pela sua tecnologia inovadora mas por serem terríveis. Todo o barulho de uma tecnologia nova, mas nenhum impacto. O futuro não residia nos filmes interativos, e apesar do armazenamento extra dos CDs se tornar mais útil nos anos que viríam, FMV daria lugar a games com mais profundidade. Junte-se a mim na parte três onde mergulharei nas origens da terceira dimensão em games. Até lá, adeus! Tradução: Caio Marchi