A última vez que eu estive
em um palco principal do TED
foi em fevereiro de 2013.
Foi em Long Beach, Califórnia.
TED me deu seu prêmio
naquele momento,
um milhão de dolares.
Eu pensei que eles iriam colocá-lo
em minha conta bancária,
mas não o fizeram, na verdade.
(Risos)
Eles deram para a universidade.
Mas de qualquer forma, aqui estou eu
de novo em um palco principal do TED.
Eu gastei o milhão de dólares.
(Risos)
Eu vou dizer o que aconteceu depois.
Eu pensei em dar-lhes um relatório
sobre o que eu fiz com o dinheiro,
e onde estamos neste momento.
Não desapareceu todo;
mas resta apenas um pouco.
(Risos)
Quando TED me deu o prêmio, eles
também deram outro prêmio, um menor,
ao Instituto Sundance, para fazer
um documentário sobre todo o projeto.
O documentário será chamado
"A Escola na Nuvem".
No momento, o documentário
não está terminado,
mas eu tenho um trailer
e eu pensei que vocês
poderiam gostar de assisti-lo.
(Vídeo) Sugata Mitra:
Qual é o futuro de aprendizagem?
Será que estamos avançando
em direção a um futuro
quando "saber" será obsoleto?
Será que afinal não precisamos
ir para a escola?
Poderá ser que no momento
quando você precise saber alguma coisa,
você a poderá encontrar em dois minutos?
[Em 2013, Sugata Mitra pediu ao TED
para ajudá-lo a descobrir
o futuro da aprendizagem.]
Meu desejo é construir uma instalação
onde as crianças entram
nestas aventuras intelectuais
impulsionadas pelas grandes questões
colocadas por seus mediadores.
É uma instalação
praticamente não tripulada;
será chamada a Escola na Nuvem.
Mulher: (Hindi) Nós realmente queremos
que ele se torne uma pessoa educada,
mas é difícil
por causa do estado da escola.
[Antiga escola primária, Korakati]
Os bons professores não vão para lugares remotos.
Quanto mais remoto,
pior é a educação básica.
[Sugata escolheu locais
para o projeto na Índia rural ...
... e no nordeste da Inglaterra.]
Eu não sei como construir
uma "Escola na Nuvem"
porque eu nunca construí uma.
Então, estou tentando
descobrir um formato
que, realmente, pertença às
crianças e seja gerido por crianças.
Então, isso é o que está acontecendo;
é um grande experimento.
Escolas, como as conhecemos
agora, estão desatualizadas.
Professor:
Logo que eu comecei a fazer isso
e vendo o murmúrio
e o prazer das crianças,
eu olhei para as minhas aulas e o papel
de um professor de maneira diferente.
Menos de falar na frente da turma
e mais de entregar para as crianças.
Menina: Eu realmente gosto
porque é independente,
e você trabalha
com os seus amigos.
SM: Korakati pode ou não ser diferente
das escolas da Inglaterra,
mas isso é o que estamos
querendo saber.
A idéia é ter uma
frente toda de vidro
para um edifício aqui
e uma enorme tela conectada
ao mediador via Skype.
Menino: Os professores vão ensinar
de Londres usando a Internet.
Mulher: Tudo o que eu queria
saber sobre computadores
era como desligá-los.
Oi!
Olá Raveen. Olá [inaudível].
Que bom ver você.
Olha o que eu fiz.
Você pode ver o que é isso?
Whoo!
(Risos)
Menino: o Inglês é falado em todos os lugares.
Se eu aprender desde a infância,
quando eu crescer
Mulher: Você ajuda uma criança até
que, se ela quiser saber uma coisa,
ela sabe onde procurar,
e como procurar.
SM: Crianças mais ricas terão
ajuda para aprender de qualquer maneira.
Mas são as crianças nas áreas afastadas
que realmente precisam desesperadamente
saber como aprender,
e eu sei que a Internet faz isso.
Aprender em si é, na verdade,
um fenómeno emergente
como uma colmeia ou uma tempestade.
Não se trata fazer a aprendizagem
acontecer; trata-se de deixá-la acontecer.
[Escola na nuvem]
(Aplausos)
Eu fiz um projeto.
Eu fiz um projeto para o TED.
O modo como funciona é que eles dizem
o que fazer com o dinheiro.
Então eu fiz um projeto.
O projeto era que eu iria
construir sete laboratórios.
Sete laboratórios de aprendizagem.
Cinco deles seriam na Índia,
e dois seriam na Inglaterra.
Que tipo de laboratórios?
Bem, para isso, você precisa saber
o que aconteceu antes
que não vou detalhar,
mas o que aconteceu nos 15 anos
antes do prêmio TED
foi que eu fui capaz de descobrir
algo que todos vocês sabem
e todos vocês descobrem
sozinhos em 2 minutos.
Que é que se você tiver uma pergunta
você não precisa mais pedir a
um ser humano uma resposta.
Há algo lá fora que pode
dizer qual é a resposta.
O que há lá fora?
A Internet é claro,
nós a chamamos de Nuvem.
Para mim, é a primeira entidade não humana,
entidade consciente e inteligente
que encontramos.
Nós sempre pensamos que os extraterrestres
viriam de outros planetas
e eles seriam verdes
com pernas longas e olhos redondos.
Resultou que não seria assim.
A entidade alienígena é composta
de quatro biliões de pessoas,
mas não é uma pessoa, é uma coisa.
Você pode pedir a esta coisa qualquer
coisa, e ela dirá o que você quer saber.
Dada esta situação, o que acontece
com as crianças e a educação?
Há relatos
de todo o mundo
que as crianças não estão fazendo
perguntas para as pessoas.
Ou, pelo menos, se elas têm que fazer
uma pergunta a alguém,
elas fazem isso depois de o fazerem
aos seus telefones.
As crianças não querem aprender
como multiplicar, dividir, somar e subtrair.
Porque eles dizem que já sabem
como fazer isso.
É feito com telefones.
As crianças não querem
particularmente aprender a ler
porque elas dizem que há coisas
que podem ler as coisas para elas,
mesmo que elas não saibam ler.
No momento, elas não
gostam de escrever à mão
porque elas querem saber
por que eles devem aprender
como escrever à mão.
Elas irão fazer isso
no resto das suas vidas?
Então, o que acontece em um mundo
onde a leitura, escrita e aritmética
são tratados de uma forma tão arrogante?
Eu queria experimentar com esse mundo.
A ideia era criar instalações
com Internet, para crianças
e as crianças podessem ir
e fazer o que elas gostam
sem qualquer supervisão,
ou sem professores.
Nós poderíamos estar presentes lá
mas isso seria através da Internet
e do Skype, de algum lugar,
se as crianças quisessem.
Eu trabalho com crianças na faixa etária
de cerca de 8 a 13 anos de idade.
Elas adoram falar com adultos via Skype,
principalmente adultos que são
professores aposentados e pessoas assim.
Perguntei a eles,
"Por que vocês gostam tanto disso?
Vocês gostam disso? "
"Sim, nós amamos."
"Por que vocês gostam tanto disso?"
Eles disseram, "Você sabe que mais?
Nós podemos desligá-los. "
(Risos)
O que eu fiz depois de fevereiro de 2013
foi primeiro procurar por lugares,
e, em seguida, começar a construir.
Os sete laboratórios são construídos
para cobrir áreas muito remotas,
tais como áreas
sem eletricidade, sem
cuidados de saúde, sem escolas,
sem nada realmente, apenas o selvagem,
até à classe média da Inglaterra
e todos os intermédios.
Então, os sete já estão prontos;
Inaugurei o último este mês.
O primeiro
foi inaugurado em novembro de 2013
no mesmo ano em que eu ganhei o prêmio.
Você vê ali, uma foto do laboratório.
É em uma cidade chamada
Killingworth, Inglaterra.
É, na verdade, situado
dentro de uma escola.
A escola é chamada
George Stephenson High School.
É muito perto da
casa de George Stephenson,
o cara que construiu o
primeiro motor a vapor.
Em Killingworth
- este é um quarto -
parece com um agradável lounge
com computadores e uma Xbox.
Quando eu o construí, os professores disseram,
"Sugata, isso é um pouco demais.
Você tem alguma ideia do que
eles vão fazer com a Xbox?
Eles não farão mais nada,
a não ser jogar Xbox."
Então eu disse,
"Esse é o nosso desafio, não é?"
Se você vai lá
para ensinar geografia
e os estudantes estão jogando Xbox,
significa que geografia
é mais chata do que a Xbox.
Então, nós realmente devemos pegar
a geografia e retirá-la do currículo
ou colocá-la na Xbox de alguma forma.
Você não pode dizer às crianças:
"Vamos tirar a sua Xbox
e colocar você na escola
para fazer outras coisas. "
Essa não é a maneira certa de se
prender a atenção das crianças.
Então, aqui está uma foto
do que acontece lá dentro.
Como você pode ver
existem cinco crianças no canto
pesquisando uma coisa ou outra,
e há uma na Xbox.
Se você lhes dá algo
suficientemente interessante para fazer,
eles não ficam, na verdade,
jogando Xbox o tempo todo;
foi o nosso equívoco.
Aqui está mais de Killingworth.
O que eles fazem lá é chamado de ambiente
de aprendizagem auto-organizada.
É muito simples, pegue cinco computadores
e pegue vinte crianças.
Coloque-os lá dentro; faça uma pergunta.
A questão tem que ser interessante,
o que chamamos de "Grande Questão".
O que é uma grande questão?
Pode ser de todos os tipos,
mas me deixem dar um exemplo:
A grande questão poderia ser,
"As árvores podem pensar?"
Se você der essa questão às crianças,
elas primeiro vão murmurar umas com as outras,
"Árvores, não podem."
"Talvez possam." "Eu não sei."
Então você só os deixa sozinhas e diz:
"Eu também não sei a resposta,
mas por que não a procuramos? "
E isso vai acontecer,
o que você vê na tela.
Cerca de 30 ou 40 minutos mais tarde
eles vão voltar para você,
não com observações infantis;
eles vão voltar
com a natureza do pensamento,
com os mais recentes
avanços na biologia, etc.
Isso é chamado de ambiente
de aprendizagem auto-organizada.
Aqui está um que fizemos
em Kalkaji, Nova Deli.
Na parede, uma mediadora no Skype, como
você pode ver, e é uma escola de meninas.
Para começar, as meninas não falavam
inglês.
Nós inauguramos em fevereiro de 2014.
Eu coloquei lá uma equipe de observadores
para medir o seu
nível inicial de inglês,
que era próximo de zero, e então eu disse,
"Vamos medir a cada
dois meses ou algo assim."
Depois de cerca de três dias,
Eu estava falando com esta mediadora
que você vê na tela, através do Skype,
e estava perguntando,
"Como é que vai lá?"
Ela disse, "Muito bem.
As meninas são muito queridas.
Uma delas me disse:
'Quando você vem de novo? "
Eu disse, "Em que língua
que ela disse isso? "
A mediadora disse, "Em Inglês."
Quando mandei minha equipe de pesquisa
depois de um mês para medir o nível,
ela relatou que era tarde demais;
já estava feito.
Eu nunca vi nada
acontecer tão rapidamente,
então fui para Nova Deli
entrevistar as meninas.
Eu disse, "Como você fez isso tão rápido?"
Elas me deram uma resposta
bastante surpreendente.
Disseram, "Você conhece aquela
mulher que vem na tela da TV?
Ela não entende
nada além de Inglês."
(Risos)
É simples assim.
Esta é uma pequena cidade chamada
Newton Aycliffe em Inglaterra.
Se você se lembrar do mapa,
é no Nordeste.
Esta escola é chamada Greenfields,
e temos uma Escola na Nuvem lá.
O que eles têm feito é que eles
fizeram uma de suas paredes de vidro.
Do outro lado, é um típico
campo verde inglês.
Dentro eles colocaram um gramado,
por isso, quando você entra na sala
de repente você sente
como se estivesse fora
devido ao gramado de dentro.
Eles colocaram bancos de jardim,
lampiões a gás e coisas assim
e alguns computadores espalhados por ali.
Assim, as crianças entram na sala,
e quando você as deixa sozinhas -
quando se cria um ambiente
de aprendizagem auto-organizada,
vocês, professores,
não fiquem lá; vocês saem -
então, você inicia a sessão, e você sai,
e do outro lado, que também
é de vidro, você pode observá-los.
Uma vez, muito recentemente,
em Greenfields,
um grupo com 8 anos de idade foi enviado
para a sala pelo professor,
o professor disse - nós
muitas vezes fazemos isso em SOLEs -
dizemos às crianças,
"Nos próximos 45 minutos,
eu não posso falar com vocês,
e nem vocês comigo."
Não há comunicação.
Vocês estão por sua conta,
e há a grande questão.
Então, ela fez isso.
Estes alunos com 8 anos de idade
estavam fazendo coisas.
Depois de um tempo
- lembram que ela disse?
"Vocês não podem falar comigo,
e nem eu com vocês."
Depois de algum tempo um deles
aproximou-se da janela de vidro,
ele tinha um pedaço de papel na mão,
que ele ergueu, e nele estavam as palavras
"Socorro! Estamos estagnados."
(Risos)
Ela não disse,
"Você não pode se comunicar comigo,"
ela disse, "Você não pode falar comigo."
Eu achei que era
um pensamento inteligente.
Aqui é outra visão de Greenfields.
Outra.
Chandrakona em Bengala,
é uma área muito remota.
Se você pode pensar no mapa da Índia
pensar no lado oriental,
o lado perto de Burma e Tailândia.
É em algum lugar por ali.
Em Chandrakona temos essa estrutura
e nós construímos uma Escola na Nuvem.
Os pais foram lá;
são todos agricultores e eles disseram:
"O que devemos fazer aqui?"
Eu disse, "Esperamos que você
envie seus filhos para cá. "
Eles disseram, "Para quê?"
Eu disse, "Eles aprendem coisas aqui."
Eles apontaram para os computadores
e disseram, "A partir dessas telas de TV?"
Eu disse, "Não são TVs, são computadores."
E eles disseram,
"Bem, não é a mesma coisa?"
Eu disse, "Não, não exatamente"
Eles disseram, "Quem vai ensiná-los?"
Eu disse, "Eles vão ensinar a si mesmos".
"Como podem?"
Eu disse, "Eles vão usar a Internet."
"O que é a Internet?"
Aonde você vai a partir daí?
Assim é como se parece por dentro.
Se você pode vê-lo,
você vai vê-lo lá na ponta
um cavalheiro Australiano
que fala com as crianças.
Eu odeio pensar no que
vai acontecer com seus sotaques,
mas por outro lado, eles o adoram.
(Risos)
Em Chandrakona, três meses depois
há lá uma menina alta, magra.
Eu visitei o lugar e ela disse,
"Nós realmente amamos este lugar."
Eu disse, "Por quê?"
Ela disse: "Você pode descobrir
de tudo aqui."
Eu disse, "Como o quê?
O que você está descobrindo hoje?"
Ela disse, "Fomos ensinados na escola
que as plantas são verdes
porque elas têm clorofila.
E elas têm clorofila para processar
a luz, a fim de produzir energia.
Eu vim aqui para descobrir
por que a clorofila tem que ser verde
e não azul, amarela ou vermelha.
Você sabe?"
Eu disse, "Não, eu não tenho nenhuma ideia
por que ela tem que ser verde."
Ela disse, "Ok, vamos descobrir."
Três meses.
Isso é novamente uma vista do interior.
Aqui é a nossa área mais remota; se
chama Korakati, também na Índia oriental;
é onde o Ganges encontra o mar.
Não existe nada lá;
não há eletricidade,
não há hospitais, não há escolas.
Eu não vou dizer nada -
eles têm tigres de Bengala,
(Risos)
e cobras encapuçados e muitas crianças.
Demorou algum tempo,
mas eu construí esse.
É movido a energia solar, tem uma torre
que é de 15 metros de altura.
Eu não conseguia ter Internet,
Eu tinha um receptor e ficava levantando
ele em varas de bambu,
a 15 metros do solo,
agora temos conexão 3G de 8Mb/s.
3G encontrou a idade da pedra lá.
Em Chandrakona,
as sessões são intermitentes
por causa de todo o tipo de problemas.
Os cabos são passam no chão,
os cabos de Internet que conectam
todos os computadores juntos.
Se você já viu esses cabos,
eles tem uma espécie de cor creme.
Eu tive que removê-los
e levantá-los, em algum lugar,
porque havia uma cobra fina, muito pálida
que pode mudar sua cor para a cor
do cabo de Internet e dormir lá.
Um problema um pouco estranho,
normalmente você não tem esses problemas
nas escolas.
(Risos)
A Internet vem e vai.
As crianças caminham 3 milhas
para vir para a escola
e descobrirem que não há Internet
e caminham 3 milhas de volta.
Naturalmente que não estão
muito felizes com isso.
Mas no meio de tudo isso,
o que elas fazem é encontrar jogos,
baixá-los e jogá-los.
De alguma forma elas são capazes
de chegar a esse ponto.
Recentemente perguntei-lhes
o que é uma página web,
e elas pensaram por um tempo.
Elas disseram, "É feita
por alguém que não está aqui,
alguém muito longe que a envia
de alguma forma por essas coisas
que se parecem
com as cobras de cor creme."
(Risos)
Esta é a mais recente das áreas.
Eu não tenho uma foto dela.
É hexagonal, e a nossa melhor estrutura.
Lá, os estudos estão apenas começando.
Demorou muito tempo para construir,
e custou perto de um milhão de dólares,
mas existem mil crianças,
mil crianças muito interessantes
adicionadas à Nuvem.
Obrigado.
(Aplausos)