Eu tenho enorme admiração por certos artistas, com certeza. E, em muitos casos, são artistas que viveram em séculos totalmente diferentes do meu. Gosto do que Picasso disse uma vez. Ele disse: "Alguns jovens me parecem mais velhos que alguns artistas que morreram há séculos". (Risadas) Essa foi muito boa. Alguns desses artistas que morreram há séculos, suas obras parecem inteiramente oportunas a seus próprios interesses hoje. Então, você os procura. Você procura a obra deles. E já viajei grandes distâncias para ver exposições de Claude Larrain, ou de Jacob Van Ruisdael, Constable e diversos outros. Turner, eu meio que evitei, não o achava nada bom. Então, um dia estava tentando pintar fumaça e vapor saindo de uma fábrica em Pittsburg. E pensei: "Meu Deus, esse Turner era um tremendo mestre em vapores". Constable disse que havia belas obras de Turner e que elas pareciam ter sido feitas de vapor colorido. É exatamente isso. Exatamente isso. Não conheço as técnicas de pintura de Ruisdael. Eu conseguiria pintar uma obra de Ruisdael tanto quanto um homem na Lua. Não sei nada de envidraçamento. Não uso nada disso. Sou o que chamo de pintor direto. Ponho pedaços de tinta diretamente sobre a tela. Se não ficar bom, eu os removo e tento com pedaços diferentes. Não deixo secar para colocar outra camada, e depois deixar secar novamente para pôr outra camada. Sabe, eu não trabalho assim. Então, não tenho qualquer sentimentalismo quanto a esses pintores, acho que não. Eles me são úteis e estimulantes. Eram como desafios para mim. Será que dá para fazer tão bem quanto eles? Então, não posso alcançar esses pintores tecnicamente, mas posso alcançá-los através das várias coisas que suas pinturas fazem.