(trecho de edição bruta nº2)
VIVO POR DENTRO
Tenho um residente que quase nem abre os olhos
e raramente responde
tento bastante mas nunca cheguei aos ouvidos dele
não importa o que eu tente, massagem, não funciona
nada funciona
para Loreene, eu a introduzi para os iPods
e perguntei a ela músicas que ela gostava
e foi incrível
quando botamos o iPOd nela
ela começou a bater o pé
começou a mover a cabeça
o filho dela ficou maravilhado...
ok, podemos parar?...
estou... ficando toda...
estou vendo ela de novo aqui.
Oi papai
oi papai
- ah?
como você está?
estou ótimo, estou bem
quem sou eu?
- hm... ah...
- eu não sei...
ok, é a Chery
quanto tempo ele está na casa de repouso?
aproximadamente 10 anos
e ele tem tido ataques
e minha mãe não podia lidar com eles em casa
claro que lhe afeta
porque ele sempre foi... sabe...
divertido, amável...
em todo evento ele aparecia com uma música
lembro quando eu era criança
ele costumava andar comigo e meu irmão
e ele parava e cantava "Cantando na Chuva"
ou o que fosse, e pulando e dançando nas poças
ele era bom, ele sempre foi muito conectado à música
sabe... sempre adorou cantar e dançar
O nome dele é Henry Drale
e... ele busca que lhe tragam a música pra ele
porque ele gosta de música
e ele sempre consulta a Bíblia
então é bom ter isso pra ele
vimos o Henry pela primeira vez inerte
talvez deprimido, sem responder
e quase sem vida.
Henry?
- sim?
Henry?
- sim, querida.
trouxe sua música...
quer ouvir sua música agora?
vamos tentar sua música, ok?
diga-me se estiver muito alta
então dão a ele um iPod
contendo suas músicas favoritas
e ele imediatamente se ilumina
seu rosto adota expressões
seus olhos se abrem largamente
ele começa a cantar, a acompanhar, a mover os braços
e ele fica animado pela música
e ele sempre sentava no seu lugar
com a cabeça assim
ele nunca falava com muitas pessoas
e quando eu o introduzi à música
essa é a reação dele desde então
o filósofo Kant uma vez chamou a música de
"a arte que anima"
e Henry foi animado, ele foi trazido à vida.
- sim?
vou tirar a música por um segundo, ok?
só para lhe fazer algumas perguntas.
ok?
já vou lhe dar de volta.
o efeito disso não pára
quando os fones de ouvido são tirados
Henry se calava, com dificuldade de responder
à simples perguntas de "sim" ou "não"
é muito valioso
Henry?
- sim?
você gosta do iPod? você gosta da música que ouve?
- sim
conte-me sobre sua música
- eu não, eu não... eu não tenho...
(faça perguntas de "sim" ou "não")
você gosta de música?
- sim, sou louco por música!
- você botou músicas muito bonitas
- sons lindos
você gostava de música quando você era jovem?
- sim, sim, eu ia a grandes danças e coisas assim
qual era sua música favorita quando você era jovem?
- ...
- acho que, Cab Calloway era o cara nº1 que eu gostava
qual era sua música favorita do Cab Calloway?
em certos sentidos, Henry é restaurado a si mesmo
ele lembra quem ele é
e ele readquire sua identidade por momentos
através da força da música
o que a música faz a você?
- me dá o sentimento do amor
- romance!
- eu vejo nesse momento que o mundo precisa
vir para a música
- cantando, você tem uma música linda aqui
- linda, encantadora
- eu sinto uma banda de amor, de sonhos
- o Senhor veio até mim e me fez sagrado
- sou um homem sagrado
- por isso ele me deu esses sons
tem essa bonita tecnologia
onde você pode ter toda a música
que é relevante pra você
e em algo do tamanho de uma caixa de fósforos
e acho que isso pode ser muito muito importante
para ajudar a animar, organizar e trazer um senso
de identidade
de volta para pessoas que estão...
sem ele
a música vai trazê-los de volta
de volta à pessoa deles, às memórias, às suas biografias
VIVO POR DENTRO
em breve!