ame
sirva
lembre
Minha consciência
durante os Anos 50 e 60
era a de um cientista social
e um professor e um cara rico
e eu queria colecionar coisas
meu apartamento era cheio de antiguidades
eu tinha um avião Cessna,
uma moto Triumph, uma Mercedes,
belos ternos, os trabalhos, os trabalhos...
eu me vi como um modelo do que deveria ser
em nossa cultura
Acho que a virada veio
quando encontrei Tim(othy) Leary
e meu trabalho com os psicodélicos.
Eu estava me sentindo muito insatisfeio com a Psicologia.
Não estava descrevendo o que estava acontecendo
no meu coração,
e eu fiz Psicoanálise e não me satisfez também.
Então os psicodélicos me deram uma nova consciência
do meu coração.
Me libertou dos meus papéis.
Antes dos psicodélicos,
eu era apenas um monte de papéis.
Nada por trás disso.
O papel de professor, o papel de amante,
o papel de tocador de cello, colecionador,
o papel de cientista,
eles não faziam nada com o sentimento de "lar",
com o sentimento de estar em algum lugar em mim mesmo
E eu estava constantemente olhando para os olhos
das outras pessoas, para ver se eu estava indo bem.
Os psicodélicos produziram uma grande mudança,
os cogumelos alucinógenos,
eles me fizeram ver que, na verdade,
eu estava aqui no meu coração e não na minha cabeça
Eu estava aqui embaixo, em identidade espiritual,
não no meu ego, que era baseado em medo,
baseado em medo.
E o eu-coração era baseado em amor.
Em amor.
E me senti libertado dos julgamentos das outras pessoas
das minhas ações.
Durante o período psicodélico,
e me tornei consciente do Oriente, da filosofia deles,
da religião deles, Budismo, Hinduísmo,
eles eram cientes de lugares na minha percepção
e na minha consciência
que a Psicologia Ocidental,
ela não tinha nada sobre isso.
E eu estava indo a sessões de psicodélicos
sentindo meu coração espiritual
e então saindo delas e ensinando sobre o ego
e nunca sobre o coração espiritual.
Aldous Huxley nos deu o Livro Tibetano dos Mortos
Apenas alguns dias antes de receber o livro
eu tive uma sessão com psicodélicos em que
eu não podia explicar
e esse livro conseguia explicar minha experiência.
Isso me fez pensar que o Oriente estava mais bem conectado
com as tramas da consciência
Então decidi que tinha que ir pra Índia.
Eu olhei pra cima, ele estava bem aqui,
e ele estava me olhando com...
...amor incondicional.
Amor incondicional.
E eu nunca tinha sido olhado com amor incondicional
por meus pais, por meus amigos, por minhas amantes,
por ninguém.
Eu senti amor. Eu senti amor.
E eu senti algo acontecendo em meu coração.
Aquilo durou seis meses, aqui.
Seis meses, eu não conseguia sair de perto do Maharaji.
Estar numa cultura que promove pessoas como Maharaji
ouvi muitas e muitas histórias de pessoas como Maharaji
esses santos, gurus, homens e mulheres santas,
fomos a diferentes lugares sagrados
e encontramos algumas dessas pessoas
eu comecei a ver que as pessoas naquela cultura
estavam vivendo em suas almas
e nós no Ocidente
estamos vivendo em nossos egos
esse é o solo em que esses santos
ou essas pessoas como Maharaji
não podem crescer.
Maharaji era como uma bola da amor.
Nos 6 meses que passei com Maharaji na Índia
eu via que cada vez que eu sentava com Maharaji
o tempo parava.
Era como um momento expandido
e um momento onde nem o tempo nem o espaço...
"uau"
esses momentos foram fundo dentro de mim
e eu podia sentir
eu podia sentir o espírito daqueles momentos.
Maharaji tinha aquela aura.
Ele viveu na eternidade.
E essa eternidade era simplesmente amor,
era compaixão, era paz,
era alegria,
era simplesmente aqui, simplesmente aqui.
E quando eu voltei da Índia
e comecei a dar palestras em Nova York, Pensilvânia
e Connecticut
tentei capturar em palavras o que era aquilo
daquilo veio "Be Here Now" (Seja Aqui Agora)
Quando voltei da Índia,
tive algumas aulas, que foram tipo, prometidas,
eu estava tentando trazer esses seres de amor
eu queria que as pessoas captassem o conceito do guru
É uma tarefa muito difícil
porque você se entrega ao guru
e no Ocidente, porque você se entregaria a outro ser humano?
E este outro ser humano é um outro ser humano e um corpo
e há um Deus dentro
Há Deus dentro.
É a isso que você se entrega.
Eles espelham pra você o Deus que está dentro de você.
As palestras logo depois da Índia
minhas palavras foram codificadas com Maharaji
e elas falavam sobre Maharaji
e elas estavam falando a partir do Maharaji
e as audiências não podiam parar de querer mais,
lembro de uma palestra que dei, começamos às 7h
e a palestra foi até as 5h ou 6h da manhã seguinte.
Eu estava querendo dar o que eu tinha aprendido
do Maharaji
e algumas das pessoas captaram, outras não.
Mas foram tantas que captaram
e eu comecei a dar palestras de novo e de novo...
Lembro de ter falado numa pequena cidade em New Hampshire
hippies vieram me ver
trouxeram suas mães e seus ministros para me ouvir
Aquele código do Maharaji cativou aquelas pessoas.
Aquela energia foi distilada em "Ser Aqui Agora".
Maharaji disse que eu deveria ficar no Ocidente
e disse que eu não devia falar com ninguém sobre ele
bem... naqueles dois anos, falei só sobre ele.
Eu fui mau.
Retorno à Índia.
Maharaji não nos deu instruções,
ele nos deu exemplo.
Um dia fui chamado do fundo do templo,
Essa era a segunda vez que eu estive lá,
eu estava com ocidentais...
ele me chamou e disse:
"Ram Dass, diga a verdade".
Sim, Maharaji.
E no dia seguinte eles me trouxeram,
e ele disse: "Ram Dass,
"eu quero que você ame todo mundo".
E eu disse: "não consigo".
E ele veio bem em frente de mim, nariz-a-nariz, e disse:
"Ame todo mundo e diga a verdade".
E era, era como se ele tivesse me dizendo
que a pessoa que eu pensava que era
ele estava mudando meu interior,
porque eu tinha respondido com o ego,
e ele estava, aqui, ele me diz...
"Você diga a verdade, você"...
"ame a todos".
"Ame, Sirva, Lembre".
Toda vez que você via ele,
ele fazia "Ram, Ram, Ram, Ram, Ram..."
Ele dizia "Lembre de Deus, lembre de Deus".
"O que quer que faça, lembre de Deus".
"Lembre de Deus".
E então ele apontou para Hanuman
e contou histórias sobre Hanuman
a maioria das pessoas pensava que ele era Hanuman
e Hanuman servia a Deus.
Essa imagem foi a que vim de volta.
E então trabalhamos com prisioneiros, que
precisavam de direção espiritual,
trabalhamos com pessoas morrendo,
Então, em outro de nossos satsangs com Maharaji,
começamos a Seva Foundation
"Seva" é serviço.
Serviço a Deus.
Todos nos juntamos e servimos a humanidade.
O que fizemos primeiro foi servir pessoas cegas,
cirurgias de catarata,
montamos hospitais, treinamos médicos,
isso é Índia, Nepal, África,
ele nos deu instruções para amar todo mundo,
servir e lembrar.
E eu fiz isso. Fiz isso.
Agora ele morreu, deixou seu corpo, e...
tudo que posso fazer,
quero abraçá-lo, ao seu amor, seu serviço...
para sempre.
Seja Amor Agora
Quando voltei da Índia
a coisa que veio de Maharaji foi o milagre
lendo a mente e
fazendo coisas milagrosas
fui cativado por aqui, e contei a todo mundo,
sobre os milagres.
Só mais tarde que percebi que
o que Maharaji fez por mim foi através do amor.
Através do amor.
Não percebi isso por meses depois.
E aquele amor, aquele amor incondicional
tem estado comigo desde então.
O livro que Ramesh e eu estamos escrevendo
caracteriza Maharaji e outros como Maharaji
e seu incrível amor que dão
e os milagres e tudo...
E eu estive na Índia e conheci o Maharaji e os outros
nós nos Ocidente não temos idéia
dessas pessoas excepcionais,
desses seres excepcionais
que tem sua percepção, todas as tramas da consciência,
e eles tem controle da natureza.
Eu pensei que, nesse livro, podemos trazer ao Ocidente
esses seres
e eles vão ampliar nosso conceito de humanidade.
Sim.
"Você é o guru".
"Todos são o guru".