Reka Artner: Bem-vindo à Viena.
É sua primeira vez aqui?
Joshua Beckford:
Sim, é minha primeira vez.
RA: Está animado para esta conferência?
JB: Sim, é meu maior evento até agora.
RA: Maior evento.
(Risos)
(Aplausos)
RA: Então, Joshua, como Vlad já disse,
você tem uma mente muito brilhante
e ama estudar e aprender coisas novas.
Por quê?
JB: Estudar é minha paixão,
porque é divertido,
te ajuda a aprender
e te ajuda a vivenciar sua jornada,
sua jornada ao longo da vida.
E, você sabe, é divertido,
e você aprende coisas novas.
RA: Todo mundo concorda que é divertido.
Isso significa que você ama ir à escola.
Você gosta de ir à escola, não é?
JB: Sim.
RA: Uau.
A maioria das crianças
não gosta muito, mas você ama.
Quais suas matérias favoritas?
JB: Minha matéria favorita é Ciências.
RA: Ciências, ciências, por que ciências?
JB: Ah, porque a ciência
pode fazer praticamente tudo,
como, você sabe...
RA: Como, por exemplo
o que escutamos antes?
Sobre ir ao espaço?
JB: Como o espaço, sim.
RA: Legal, muito bem!
Então, atualmente, você vai à escola,
mas tem apenas 11 anos,
e já estudou na Universidade de Oxford.
Para a maioria de nós,
é um sonho distante que você já realizou.
Como foi isso?
JB: Foi ótimo, foi bem difícil,
mas eu consegui.
(Risos)
RA: Qual curso você fez?
JB: Filosofia.
RA: Filosofia, entendi.
O que tinha que fazer
nas aulas e nesse curso?
JB: Eu tinha que fazer cinco provas,
com várias questões
sobre nossa própria opinião
sobre o que pensamos ser a filosofia.
RA: Certo.
E como você se saiu nessas provas?
JB: Em cada prova,
consegui as melhores notas.
RA: Que loucura, isso merece
uma salva de palmas.
Incrível!
(Aplausos)
RA: Então você ama estudar,
ama aprender novas coisas,
e também gosta bastante
de aprender línguas.
Quantas línguas você fala, Joshua?
JB: Ah, eu falo japonês.
Um pouco de chinês.
Um pouco de alemão.
E um pouco de francês.
RA: Uau!
JB: É, isso é tudo.
RA: E inglês também, não se esqueça.
JB: Sim, e inglês, claro.
(Risos)
RA: Você quer contar até dez em japonês?
Porque nunca escutei
alguém contar em japonês.
JB: Está bem.
(Japonês) Ichi, ni, san,yon, go,
roku, nana, hachi, ku, juu.
RA: Uau, legal!
(Aplausos) (Vivas)
RA: Isso é tão legal!
Isso é muito legal!
E eu soube que você procura
bastante informação na internet,
mas que também ama ler livros.
Quantos livros já leu até agora?
JB: Não tenho certeza,
mas acho que bastante.
(Risos)
RA: Bastante.
Muitos dizem que você quer escrever
seu próprio livro. É verdade?
Você está prestes a escrever um livro?
JB: Sim, estou avançando.
Estou escrevendo um livro
sobre o Antigo Egito.
RA: Antigo Egito, entendi.
E de onde tira suas informações?
JB: Eu as tiro do Google
e de livros que leio
sobre a história do Egito.
RA: Legal. Você já esteve lá?
JB : Sim, eu...
RA: Você já foi ao Egito?
JB: Eu fui ao Egito quando tinha dez anos.
RA: Uau, então fez
algumas pesquisas lá mesmo?
JB: Sim.
RA: Perfeito, muito legal!
Agora, além de todo esse estudo
e todo esse aprendizado,
você também tenta
manter-se em forma e ama esportes.
Qual tipo de esporte você pratica?
JB: Sou bom em futebol,
basquete, críquete,
rugby, tênis,
badminton, natação...
(Risos)
ioga...
(Risos)
tai chi...
RA: Que demais!
JB: Golfe.
RA: Golfe!
(Risos) (Aplausos)
RA: Você não é muito pequeno
para rugby e futebol, por acaso?
JB: Não, não sou muito pequeno.
(Risos)
JB: Consigo enfrentar muitas pessoas.
(Risos)
RA: Até mesmo os adultos?
JB: Sim, eu os enfrento no futebol.
RA: (Risos) Está bem, legal.
Joshua, você tem preferência por falar
com pessoas mais velhas, adultos,
ou com crianças?
Você tem alguma preferência?
JB: Bom, eu gosto bastante
de falar com adultos,
e gosto de falar com crianças também.
Mas, você sabe, adultos...
RA: Por que gosta de falar com adultos?
O que te fascina neles?
JB: Porque a maioria dos adultos tem
muitas informações que posso aprender,
e, você sabe, é divertido
aprender com eles.
Como eu disse antes,
isso te agrega um pouco
de experiência também.
RA: Muito bem. Bom, temos vários
adultos aqui hoje.
Durante o intervalo
pode conversar com eles.
Acho que eles adorariam falar com você.
Então, Joshua, o que quer ser
quando crescer?
O que você quer fazer?
JB: Quero ser neurocirurgião
quando crescer.
RA: E por quê?
JB: Bom, porque desde os quatro anos...
Aos quatro anos decidi ser neurocirurgião
por causa do computador do meu pai.
Eu tenho um simulador de cirurgias
e tenho que tirar os órgãos
e colocá-los de volta.
É bem nojento.
(Risos)
Se não gosta dessas coisas, não tente.
RA: (Risos) Não tente!
E você já está fazendo isso
em um laboratório.
Já está aprendendo a usar um bisturi
e treinando com órgãos de animais, certo?
Como é essa experiência? Não é nojento?
JB: Bom, pelo menos não para mim.
RA: Para você não? (Risos)
Legal.
E, você é fascinado por isso,
como disse antes,
quer ser neurocirurgião quando crescer,
e me falou que quer fazer isso
para ajudar as pessoas.
RA: Certo?
JB: Sim!
RA: Que outras coisas
você gosta e defende?
JB: Bom, eu quero salvar a Terra.
RA: Você quer salvar a Terra?
Mesmo? E como pretende fazer isso?
JB: Bom, passando dicas para todos
e, você sabe, tentando mudar o mundo
e convencer as pessoas a fazerem
as coisas certas pela Terra.
(Aplausos)
RA: Isso é muito impressionante.
Temos esta plateia aqui,
e mais todas as pessoas
que assistem à transmissão.
Quer nos dar alguns conselhos
sobre o que fazer?
JB: Bom, vocês podem desligar
seus aparelhos eletrônicos durante a noite
quando não os estiverem usando.
Vocês podem também juntar lixo do chão
e também não jogar lixo no chão.
RA: Faz sentido, primeiramente, claro.
Algo mais que possamos fazer?
JB: Quando cortarem árvores
para pegar madeira,
replantá-las mais frequentemente.
A: Sim.
JB: E também não deveriam
colocar fogo nas florestas.
RA: (Risos) Vocês escutaram?
Nada de fogo nas florestas.
Então você está lutando
para salvar o planeta Terra,
e também há outra causa
pela qual está lutando.
Você me disse estar envolvido
na luta para um novo entendimento
sobre o autismo, é isso mesmo?
JB: Sim.
A: E trabalha com isso
em instituições de caridade.
Quer nos contar um pouco mais sobre isso?
JB: Bom, eu sou embaixador
de instituições de caridade
para crianças na África
e crianças necessitadas
e que precisam de dinheiro também.
Então quando as pessoas
vêm para os eventos
para escutar minha apresentação,
elas pagam,
e, como sou um embaixador,
todo esse dinheiro vai para a caridade,
para ajudar as crianças e adultos
a comprar mais coisas, como roupa, comida
e tudo mais o que precisam.
RA: Isso é muito nobre. É muito bom.
Há alguma coisa que você queira
que a plateia saiba sobre autismo?
JB: Bom, caso você não saiba
o que é autismo,
é como uma maneira diferente de pensar.
É como se seu cérebro
pensasse de um outro jeito.
E existe um lado bom e um lado ruim.
O lado bom é quando, tipo...
você nasce com talentos e coisas boas
que todas as pessoas queriam ter.
Mas existe, infelizmente, o lado ruim,
e é mais fácil desenvolver
o lado ruim do autismo,
infelizmente.
E o lado ruim é quando
às vezes você não consegue falar;
você tem dificuldades para falar,
talvez mesmo problemas de aprendizado.
É muito triste.
RA: Mas eu não acho
que você tenha esse problema.
Sério, você está aqui
na frente dessa enorme plateia.
Eu acho que muitos adultos
estariam bem assustados
e nervosos de fazer isso,
e está se saindo muito bem.
Não está?
(Aplausos)
Então, Joshua, já que mencionou
que está lutando para salvar
o planeta Terra,
gostaria de compartilhar seu poema?
Ele escreveu um pequeno poema sobre isso.
Então, vou descer do palco,
o palco é todo seu.
E você poderá compartilhá-lo
conosco. Sim? Demais.
Te vejo nos bastidores.
JB: Meu poema é sobre o planeta Terra.
Espero que vocês gostem.
"Mãe Terra, Mãe Terra,
está sendo machucada.
Por que as pessoas continuam
cuspindo no chão?
Por que as pessoas continuam
jogando lixo por todo lado?
Eu não gosto, nem um pouco.
E você provavelmente não gosta.
Cada dia, ela está mais alerta,
enquanto nós estamos nos machucando.
Por que as pessoas continuam
fazendo coisas erradas na vida
que só geram conflitos?
Eu me importo com a nossa Mãe Terra.
Eu não quero vê-la machucada.
Se as pessoas continuarem
a fazer coisas erradas,
colheremos a punição que traz a natureza.
A Terra é a única casa que conhecemos.
Se nós a destruirmos,
não teremos para onde ir.
A Mãe Terra está viva.
Deveríamos fazer de tudo
para fazê-la prosperar.
Se lhe causarmos muita dor,
não temos nada a ganhar.
Quando a Mãe Terra faz um tsunami,
está derramando oceanos de lágrimas
em ondas que só aumentam nossos medos.
Quando destruímos o que está na Terra,
ela nos chacoalha com grandes terremotos
para nos mostrar nossos grandes erros.
Quando cortamos as árvores,
a Mãe Terra fica despida,
e logo não teremos nada
de sagrado deixado para trás.
Se envenenamos a Terra
com a fumaça de nossos carros e aviões,
as florestas crescerão envoltas em chamas.
Logo, não teremos mais atmosfera,
e, um dia, talvez nem estejamos mais aqui.
Talvez a cura para todas as doenças
seja não fazer tudo o que queremos.
Apenas ser gentil uns com os outros
talvez seja a chave para entender o outro.
Por favor ajude a cuidar da Mãe Terra
assim como ela cuidará de você.
O planeta é meu e é seu.
Nós abusamos de nossos corpos dia e noite
e somos os culpados dessa condição.
Gostaria que pudéssemos fazer um balanço
antes que a natureza revide.
Se falharmos ao cuidar
dessa máquina maravilhosa,
a Mãe Natureza nos cobrará
com um pecado mortal.
Espero que vocês escutem meu apelo,
pois a natureza está zelando
por mim e por você.
Se não salvarmos nosso planeta,
nada mais do que fizermos importa."
Obrigada por escutarem.
(Aplausos)