Esse é meu corpo tenho bastante certeza disso, posso senti-lo, posso vê-lo, posso movê-lo, e é o meu corpo que eu uso para experimentar o mundo ao meu redor meu sentido de cheiro, gosto, tato, nada pode ser mais simples que isso, pode? - Você vai ver diferentes imagens... para o olho esquerdo e para o direito. Estão colocando um headset em mim que contém duas pequeninas telas de televisão. Elas mostram imagens dessas duas câmeras localizadas atrás de mim. - Então, você pode ver? - Isso já está meio estranho. - Há uma ou duas gomas amarelas... - Posso ver um amarelo... Isso é o que vejo nos meus óculos: eu mesmo, sentado na frente de mim. Mas tenho a ilusão que estou um metro atrás de mim mesmo. - Então, estou na sua frente ou atrás de você? - Você está na minha frente. - Então você está na minha frente e você está segurando na mão uma caneta vermelha. Para aprofundar o sentido de onde meus olhos estão, Henrik toca no meu peito enquanto mostra uma outra caneta vermelho em direção à câmera. - Então estou que está me cutucando... e posso ver você cutucando... bem... o que parece ser eu. Para mostrar o quão poderosa essa experiência fora do corpo pode ser, Henrik tinha um outro truque. - Uau! - Oh, Deus. Mas você não me atingiu! - Você está bem? - Sim. - Você estava cutucando meu peito e então você me apontou com o martelo. - Uau... isso foi muito estranho... senti como se tivesse sido sugado de volta pra pessoa na minha frente. - Bem-vindo de volta. - Sim, sim! Foi um movimento, pra dentro do... repentino pra frente. Então o que realmente aconteceu no meu cérebro para me sentir que eu não estava aqui e sim que eu estava atrás de mim? Achamos que o cérebro está sempre tentando resolver a pergunta "Onde eu estou?"... e ele faz isso usando todos os dados sensoriais disponíveis todas as evidências sensoriais... Quando você vê e sente algo, e isso bate um com o outro, então o cérebro decide: "bem, estou sentado lá". A interpretação acontece numa parte do cérebro Córtex de Associação onde informações de diferentes sentidos são combinadas continuamente para resolver o problema de "Onde eu estou?" e "O que sou eu"? Mas você os separou totalmente naquela experiência... Meu corpo estava na minha frente eu estava atrás, quer dizer, você simples foi... rruuuuik!... a consciência estava aqui... e o corpo físico estava aqui!... isso é extraordinário! Que o cérebro pode pegar toda essa enorme quantidade de informação e produz um senso de... "uau! eu!" Mas Henrikq pode levar a ilusão ainda mais longe. Ele quer ver se consegue transplantar meu senso de "Eu" para o corpo dele. Dessa vez ele veste as câmeras. - Sim, posso ver eu mesmo. - Sim, vamos alcançar a sua mão. - Uhhh, isso é esquisito. O que vejo agora é o mundo do ponto-de-vista do Henrik. A mão e o braço dele parecem ser meus. - Como você experimenta a mão? - Ahm... eu me sinto associado com a mão que tem uma manga nela. - Uooouu...! - O que você sente? - Ahhh... eu estava pronto pra ver sangue. - Vejo minha mão ficar repentinamente dormente quando você faz isso. - Não posso sentir nada! - Posso tirar isso agora? - Sim. Vamos tirar. Uma experiência realmente estranha estar no corpo de uma outra pessoa. Como cientista, sinto que toda coisa está junta, sabe, eu e meu corpo são o mesmo, mas agora estou começando a pensar nisso de novo. - Os fatos que são importantes quando o cérebro determina como se parece um corpo, quem sou eu... - Sim, exatamente, porque na primeira vez... você me tirou do meu corpo, mas... dessa vez você foi um passo mais longe, você me colocou no corpo de outra pessoa. - Exatamente. - Primeiro movemos a mente pra fora do corpo... e agora vemos como a mente aceita o seu corpo como se fosse dela. De acordo com Henrik, meu senso de um "eu" separado é uma ilusão criada por meu corpo processando dados dos meus sentidos, e ao tocar num interruptor, mudando os dados que meu cérebro recebe, Henrik pode manipular a ilusão para me dar uma impossível experiência fora do corpo. Até aqui, aprendi quais regiões do cérebro são essenciais para gerar um sentido de "eu", e descobri o que pode acontecer quando essas partes são prejudicadas, anestesiadas ou enganadas. Sinto que estou ficando atormantadamente perto de algumas respostas, mas quais são as evidências existentes que explicam como meu mundo interior é criado, que prova há que o disparo de neurônios, sozinhos, pode me criar?