Carl Sagan: Charlie o que eu sinto é que

Não é que a pseudo-ciência e as superstições

agora chamadas crenças, sejam algo novo

Elas têm estado connosco desde os primórdios do Homem,

Mas vivemos numa época

Assente na ciência e tecnologia, com poderes tecnológicos formidáveis.

Charlie Rose: A Ciência e Tecnologia estão a impulsionar-nos para a frente a um ritmo alucinante.

CS: Exatamente. Se nós não percebermos, e com "nós" refiro-me ao público-geral

se for algo que não procuremos fazer

ou perceber

então quem é que fará as decisões relacionadas à ciência e tecnologia que

vão determinar o tipo de futuro em que as nossas crianças irão viver?

Apenas alguns membros do Congresso?

Mas são poucos os membros do Congresso

que têm alguma formação científica.

E recentemente o Congresso Republicano aboliu

o seu departamento de Avaliação Tecnológica.

A organização que lhes deu "opiniões bipartidas e incompetentes" em ciência e tecnologia.

Eles dizem; "Nós não queremos saber. Não nos falem acerca de ciência. "

CR: Surpreendentemente, o perigo de tudo isto...
CS: Há dois tipos de perigo.

O primeiro é que aquele do qual tenho estado a falar, organizámos uma sociedade

cujos alicerces estão na ciência e tecnologia

e no entanto ninguém parece perceber nada acerca destas

e esta "combustão" de ignorância e poder irá mais tarde

"explodir" quando menos esperarmos.

Quem é que está a governar a ciência e tecnologia numa democracia se o público

não sabe nada acerca delas?

E a segunda razão pela qual

Estou preocupado acerca disto

é que a Ciência é

mais do que uma fonte de conheciemento. É uma forma de pensar,

uma maneira céptica de questionar o universo

com um bom entendimento da capacidade de errar humana.

Se não somos capazes de perguntar questões cépticas para interrogar aqueles que nos dizem

que algo é "verdade".

Ser céptico em relação àqueles que estão numa posição de poder

então estaremos à merçê

do próximo charlatão,

político ou religioso, que apareça.

Uma coisa que Thomas Jefferson

enfatizou bastante.

Não era suficiente, dizia ele,

exaltar alguns direitos na constituição, ou na carta de direitos.

O povo tem que ser educado e tem que praticar seu ceticismo

em sua educação, de outra forma não controlamos o governo, o governo nos controla.