Com que então, a Internet das Coisas... Quem gosta da Internet? Se não colocaram a mão no ar, saiam. (Risos) Se não utilizaram o Google no emprego para melhorar o trabalho, fazem mal. Quem gosta das coisas? As cadeiras em que se sentam, os óculos que usam, os vossos amigos, praticamente todos, algumas pessoas esquisitas aqui em baixo... Bem, na Internet das Coisas há muito a dizer. Vou tentar falar disso rapidamente em sete minutos. Mas vamos mergulhar nisso. Vamos mergulhar no que é realmente a Internet das Coisas (IC). No mundo digital, podemos fazer com que tudo comunique entre si. Colocamos os telemóveis a comunicar. Colocamos o Facebook a comunicar. Mas no mundo físico, nem por isso. É aqui que as nossas vidas e o avanço tecnológico como que pararam. Mas agora, somos capazes de construir uma rede em que os vários objetos físicos — a vossa cadeira, a vossa mesa, a vossa sala, os chocolates no frigorífico — estão conectados à Internet. Se não sabem o que é a Internet, os mesmos esquisitos que disseram "não", saiam. A IC permite-vos enviar para poderem criar, transmitir e receber, para conseguirem receber e interpretar e trocar dados. Trocando dados, podem ter conversas com as coisas à vossa volta por isso a IC permitirá que vários objetos físicos, como os chocolates, estejam conectados à Internet. Eles podem informar quão bons são os chocolates aos outros chocolates e a vocês mesmos. E podem receber a informação de quantas pessoas querem os chocolates. Podem ter uma conversa com as outras coisas dentro do frigorífico. Estamos a entrar numa era muito excitante em que cadeiras, sofás, quase tudo o que estiver em vossa casa estará conectado à Internet ou, pelo menos, terá conversas com as coisas à vossa volta. Ainda é muito assustador, certo? Apesar de esta definição possa estar ou não no "Urban Dictionary". Mas vamos dividir isto em quatro secções: Equipamento. Pequenas coisas como esta. O equipamento é o que nos permite conectar itens digitais a objetos físicos. Se eu colocar isto numa porta isso dir-me-á quando a porta se abre. Já agora, isto custa um dólar, um dólar. Temos equipamento que percebe as coisas. Temos dados. Os dados começam a dar sentido ao que tudo isto é. São coisas que carregamos habitualmente e sobre as quais não pensamos muito. Mas, por exemplo, este equipamento aqui cria dados de um ECG. Diz-me o quão rápido o meu coração está a bater. Vamos ver como está neste momento. Ok, está a 110, ótimo. Basicamente, isto também mudou nos últimos 10 anos. Nós carregávamos os dados connosco num formato pesado e estandardizado. Atualmente, há várias maneiras de o fazer. Nós vemos dados, em formato JSON. Vejamos como é que o interpretas, Marky. J-S-O-N, sim. Agora os dados estão a ficar mais simples. Podemos dizer mais com menos. E os dados estão a tornar-se a linguagem universal. Não o inglês, nem o chinês, nem a língua gestual. Mas a linguagem universal das coisas E os programas. O que fazemos quando temos essa comunicação, quando temos essas informações? Os programas interpretam-nas, são eles que as controlam. São eles que as analisam e permitem que façam algo. É o Facebook. É o vosso Instagram. São as coisas que retiram bocados de informações destes equipamentos e fazem-nas fazer coisas úteis para nós. E o último passo: sem todas estas coisas, se não estivessem conectadas, não significariam nada. Vimos a conectividade dos últimos 10 anos passar dos telemóveis do tamanho de um tijolo, para o Wi-Fi, para a Ethernet, para o 2G, GSM, 4G. Todos estes acrónimos são espetaculares. Mas, basicamente, ficou mais barata e ficou mais rápida. Isto é um módulo de rádio frequência Custa um dólar e cinquenta. Eu posso adicionar isto a um destes sensores com este bocado no meio e começar a transmitir informações para outras coisas à minha volta, sem custo algum, com a eletricidade a custar um cêntimo por mês para um destes. E posso começar uma conversa numa linguagem que não é inglês nem linguagem gestual, mas em dados. Quando tivermos tudo isto conectado e o colocarmos na nuvem, como estas coisas aqui, podemos começar a utilizá-las. No canto superior esquerdo — eu chamo-lhes "coisas" porque estão na Internet — está um sinalizador "bluetooth". É utilizado para marcar coisas. Estes custam quatro dólares. Posso colocá-lo em qualquer objeto e utilizá-lo como marcador de proximidade e também como identificador. Posso metê-lo no frigorífico para saber quando a minha mãe vai lá comer 16 chocolates destes. E por quatro dólares também posso pô-lo lá fora e saber, quando a minha namorada volta, que ela atravessou o vale em segurança e entrou em casa. À esquerda está um sensor de qualidade de ar É o componente eletrónico mais caro, mas é um sensor de apenas seis dólares que me permite saber se há amoníaco no ar, se há dióxido de carbono ou gases nocivos no ambiente à minha volta. E no meio está um sistema de reflexo cutâneo galvânico. Isto permite-me medir a condutividade da minha pele até a um nível microscópico em que posso saber, antes do meu cérebro, que estou sob "stress", que estou a bombear adrenalina ou que estou no palco. E à direita temos uma versão para o consumidor com um custo de 10 dólares que permite a todos começar a construir este tipo de sistemas em casa, pronto a usar, utilizando programas que estão facilmente disponíveis. E tudo está na maravilhosa nuvem. Podemos fazê-lo em todo o lado a um preço super baixo. Não temos de nos preocupar com a sua manutenção e não precisam de ser especialistas para utilizá-lo. Podem saber ou não que isto já existe em vossa casa e se não existe, já deviam tê-lo. Estes sistemas permitem-nos abrir a porta de casa sem utilizar chave. Mas perguntando, simplesmente: "O Jordan está aí? "Caminha de um modo diferente? Será ele?" E abre-me a porta. Posso ligar a TV no canal 7, nos Simpsons assim que entro em casa, como adoro fazer à tarde. Posso mesmo contar quantas pessoas estão na minha sala. O nível de humidade, a temperatura exterior e, automaticamente, ajustar o ar condicionado. Falo para uma unidade e acendo a luz na altura certa com a cor certa para a minha disposição. Se a deixar ligada quando sair, ela tratará disso por mim. O que quer isto dizer? Porquê tanto problema? Porque é que apresenta tantas oportunidades diferentes? O problema é que agora, chegámos a um ponto em que isto está disponível e é uma oportunidade realista que irá explodir. Só acontecerá daqui a 10 anos. Quem gosta do seu emprego, neste momento? Parece que há alguns que não gostam. Quem pensa que estará no mesmo emprego nos próximos cinco anos? Estão todos enganados! Quem pensa que estará no mesmo emprego durante 10 anos? Ainda pior. Estamos a entrar numa fase em que tudo estará interligado. O impacto da IC será de 11 biliões de dólares por ano, em 2025 em fábricas, em cidades, em identificação humana e interação, em serviços de saúde, locais de trabalho em segurança geral e em escritórios e veículos. E porquê agora? Devido ao preço super baixo destes equipamentos, à grande disponibilidade de recursos, ao baixo nível de dificuldade para os compilar e montar e a um mundo altamente digital e interligado que nos guia, não só para interligar o nosso espaço digital na nossa vida digital, mas também o espaço físico e as coisas com as quais lidamos diariamente. Isto é uma quinta vertical. Os seres humanos limitam-se a colocar as sementes no solo. A regar, a poda, a colheita, tudo isso é tratado pelos sistemas IC. E Barcelona, a "smart city", nos últimos dez anos, tem sido uma das cidades mais inteligentes do mundo com IC integrada. Ao colocar sensores que dizem às pessoas onde há lugares de estacionamento aumentaram as receitas de estacionamento para mais de 50 milhões de dólares anuais. Reduziram o custo da energia em 37 milhões de dólares anuais, apenas por terem iluminação IC que lhes diz quando é necessário ligá-las e quando está lá alguém para as utilizar. Os "jardins inteligentes" pouparam 58 milhões de dólares/ano em consumo de água ao regar só nos sítios certos, à hora certa. Agora, pensem na vossa casa. Todo o equipamento que mencionei na vossa casa já o tenho na minha. Já existe. Não é um objeto futurista nem uma ideia. É uma realidade. Enquanto damos as boas-vindas ao universo, à nova era da conectividade, eu pergunto: "Quando as nossas tarefas estiverem automatizadas, "quando o que fazemos habitualmente, "quando os empregos que metade adora e metade odeia "forem substituídos por equipamentos IC, "por inteligência artificial, por sistemas interconectados, "o que faremos?" Voltamos à criatividade, à inovação e à humanidade. Não podemos substituir a necessidade de criar novas coisas, de melhorá-las, e de construir relações interpessoais. Nós inventamos, nós construímos, nós otimizamos, nós executamos, nós inovamos. E, às vezes, decidimos disfrutar, antes de inventarmos de novo. A Internet das Coisas é o início de uma nova era. Obrigado. (Aplausos)