O Senhor Sol amanhece no dia 7 do signo do Macaco, e espalha lentamente com os dedos um brilho róseo que se mistura gentilmente com o fumo que sobe das lareiras de Tenochtitlan. A parteira Xoquauhtli enfrenta uma decisão difícil. Está em curso uma mudança importante da estação chuvosa para a estação seca. Durante todo o verão, os deuses mantiveram o povo alimentado com milho mas os meses férteis do verão estão a acabar. Esse dia ocorre durante o festival que marca a mudança entre a estação do verão quando os deuses alimentam o povo, e a estação do inverno, quando, por sua vez, o povo alimenta os deuses Xoquauhtli tem uma dívida para com a sua padroeira Teteoinnan, a deusa guerreira no centro deste festival, Teteoinnan trava a guerra tanto no campo de batalha dos partos das mulheres como nas batalhas dos homens com os inimigos de Tenochtilan. Esta tem de se sentir feliz senão trará má sorte. A parteira devia participar hoje no festival mas uma das suas pacientes pode entrar em trabalho de parto a qualquer altura Xoquauhtli decide observar primeiro a sua paciente. A futura mãe não tem trabalhado demais, não mascou pastilha elástica nem levantou coisas pesadas. A família está a ter muito cuidado com ela. Xoquauhtli pode gastar algum tempo em honra da sua deusa. Deixa a aprendiza de vigia e dirige-se para o centro da cidade. Pelo caminho, vê mulheres a varrer as ruas e a pendurar cabaças preparando-se para o festival. Por fim, chega à Grande Pirâmide. No topo, há dois templos: o do norte, onde os rituais honram o deus da chuva no verão, e o do sul onde os rituais honram o deus da guerra no inverno. No equinócio, o sol nasce entre os dois lados. A cerimónia começa com uma batalha fingida entre as parteiras e os outros físicos. A equipa de Xoquauhtli luta calorosamente atirando "nochtles", calêndulas e bolas feitas de juncos e musgo. Dizem piadas, chamam nomes aos rivais e riem. Mas então chega uma rapariga a correr com uma mensagem para Xoquauhtli. A paciente entrou em trabalho de parto! Ela volta para casa apressada. Todas as mulheres idosas da família inteira já se reuniram para o nascimento — a experiência delas é muito valiosa se alguma coisa correr mal. Ela prepara-se com uma oração elogiando os seus instrumentos mais importantes, os dedos. Depois, administra "cihuapatli" à paciente, para ajudar a expulsar o bebé, massaja-a na sauna e esfrega-lhe o estômago com tabaco. Oferecendo a Teteoinnan uma curta oração, aconselha a parturiente a agir como uma guerreira. Uma bebé forte desliza para as suas mãos que a aparam e as mulheres idosas irrompem em gritos triunfantes. Xoquauhtli colhe umas gotas de água duma tijela de jade, sopra sobre elas e coloca-as na minúscula língua da bebé. Chama-lhe uma pedra preciosa verde, uma pequena guerreira, e diz-lhe como o Senhor e a Senhora do Nono Céu lhe insuflaram vida, e a enviaram para este local de trabalho e tormenta. Depois vira-se para a mãe, elogiando-a, dizendo-lhe que ela agira como uma águia guerreira, um jaguar guerreiro. Quando terminam, é tarde. As chamas da lareira já se apagaram. Xoquauhtli empilha as últimas brasas no centro da lareira, e atiça-as para elas continuarem a arder. Coloca a bebé num cesto entrançado de costas viradas para o calor do lume. Isso aquecerá a "tnalli" da bebé, um importante centro da alma no corpo fundamental para a saúde e o bem-estar. É quase meia-noite — se Xoquauhtli se despachar, pode voltar ao templo para o culminar do festival. Percorre o caminho até ao centro da cidade, onde um sacerdote leva uma mulher às cavalitas. até ao topo da pirâmide. Para começar a nova estação e alimentar os deuses, ela vai ser decapitada simbolizando a forma como o milho é cortado nos campos. Depois, renascerá como Senhora Teteoinnan e presidirá à investidura de novos guerreiros.