A MUDANÇA DA ORDEM MUNDIAL
Os tempos à frente serão
radicalmente diferentes
do que experimentamos
em nosso tempo de vida,
apesar de similares a
muitos períodos anteriores.
Como eu sei disso?
Porque eles sempre
foram assim.
Durante meus quase 50 anos
de investimento
macroeconômico global,
eu aprendi do jeito difícil
que os eventos
mais importantes
que me surpreenderam
fizeram isso porque nunca haviam
ocorrido no meu tempo de vida.
Essas surpresas dolorosas
levaram-me a estudar os
últimos 500 anos da História,
buscando situações similares.
Então eu vi que elas haviam
ocorrido muitas vezes antes.
Com a ascensão e queda
dos holandeses,
britânicos
e americanos.
E cada vez que ocorreram,
foi o sinal da
Mudança da Ordem Mundial.
Esse estudo me ensinou lições valiosas
que vou passar para
você de forma resumida.
Você pode encontrar a versão
completa no meu livro,
PRINCÍPIOS PARA LIDAR COM
A MUDANÇA DA ORDEM MUNDIAL
Deixe-me começar com uma
história que me trouxe até aqui,
sobre como eu aprendi
a antecipar o futuro
estudando o passado.
Em 1971,
quando eu era um
jovem escriturário
na Bolsa de Valores
de Nova York
os Estados Unidos
ficaram sem dinheiro
e deram calote
em suas dívidas.
Isso mesmo, os EUA
ficaram sem dinheiro.
Como?
Bom, nessa época ouro era a moeda
usada para transações entre países.
Papel moeda, como o dólar,
era como cheques em
um talão de cheques,
ou seja, não tinha
nenhum valor
além de poder ser
trocado por ouro,
que era o dinheiro de verdade.
Nesse tempo,
os Estados Unidos gastavam muito
mais do que arrecadavam,
imprimindo muito mais
desse papel moeda
do que possuía em ouro
para trocar por eles.
Assim que as pessoas
levaram esses cheques
para os bancos
em troca do ouro,
a quantidade de ouro nos
EUA começou a decair.
Rapidamente ficou óbvio
que os EUA não poderiam
manter sua palava
para todo o papel
moeda existente.
Então as pessoas com dólares
correram para trocá-lo
antes que o ouro acabasse.
Reconhecendo que os EUA
ficariam sem dinheiro real,
em 15 de agosto de 1971
o presidente Nixon
foi à televisão
para dizer ao mundo
que os EUA quebrariam
sua promessa
de deixar as pessoas
trocarem seus dólares por ouro.
Claro que ele não
disse dessa forma.
Ele disse de forma
mais diplomática
sem deixar claro
que os Estados Unidos
estavam dando calote.
A força da moeda de uma nação
é baseada na força
econômica dessa nação,
e a economia
americana é, de longe,
a mais forte do mundo.
De acordo com isso,
orientei o Secretário do Tesouro
a tomar as ações necessárias
para defender o dólar
contra especuladores.
Orientei o secretário Connally
a suspender, temporariamente,
a conversibilidade
de dólares em ouro ou
outros ativos de reserva,
exceto em quantidades
e condições
que estejam no interesse
da estabilidade monetária
e no melhor interesse
dos Estados Unidos.
Eu assisti surpreso,
percebendo que o dinheiro,
como conhecíamos,
estava acabando.
Mas que crise!
Eu imaginei que o mercado de ações
despencaria no dia seguinte,
então eu cheguei cedo ao
prédio para me preparar.
Quando o sino de abertura tocou,
começou um pandemônio,
mas não do tipo que eu esperava.
O mercado estava subindo
e muito...
E continuou até
subir quase 25%,
isso me surpreendeu
porque eu nunca
havia experimentado
a Desvalorização da Moeda antes.
Quando procurei na História,
descobri que exatamente
a mesma coisa
aconteceu em 1933 e
teve o exato mesmo efeito.
Naquela época o dólar
também era ligado ao ouro,
do qual os EUA
estavam ficando sem,
porque estavam gastando
mais papel moeda
do que tinham em ouro
para trocar por ele.
E o presidente Roosevelt
anunciou no rádio
que ele quebraria
a promessa do país
de trocar dólares por ouro.
Foi então que eu
emiti a declaração
em relação ao feriado
bancário nacional,
e esse foi o primeiro passo
na reconstrução governamental
do tecido de nosso sistema
financeiro e econômico.
O segundo passo,
na última quinta-feira,
foi a legislação
prontamente e patrioticamente
aprovada pelo congresso,
confirmando minha declaração
e aumentando meus poderes,
para que fosse possível,
em vista da exigência
do tempo,
prolongar o feriado e retirar
a proibição desse feriado,
gradualmente,
nos próximos dias.
ROOSEVELT EMBARGA O OURO
PADRÃO OURO ABANDONADO
Em ambos os casos,
quebrar a ligação com o ouro
permitiu aos EUA
seguirem gastando mais
do que arrecadavam,
simplesmente imprimindo
mais dólares.
Já que houve um aumento
na quantidade de dólares
sem um aumento na
riqueza do país,
o valor de cada dólar caiu.
Enquanto esses novos
dólares entravam no mercado
sem aumento correspondente
de produtividade,
eles foram para
compras de ações,
ouro e commodities,
causando assim o
aumento dos preços.
Enquanto estudava
mais a História,
eu vi que a mesma
coisa aconteceu
muitas e muitas vezes antes.
Eu vi que desde o
início dos tempos,
quando governos
gastavam muito mais
do que arrecadavam
em impostos,
e as condições
ficavam ruins,
eles ficavam sem dinheiro
e precisavam de mais.
Então eles imprimiam
mais dinheiro,
muito mais dinheiro,
o que fazia seu valor cair
e o preço de quase tudo,
incluindo ações, ouro
e commodities, subir.
Foi quando eu aprendi
o princípio que:
Quando bancos centrais imprimem muito
dinheiro para aliviar uma crise,
compre ações, ouro e commodities,
porque seus
preços vão subir
e o valor do papel
moeda vai cair.
Essa impressão de dinheiro
é também o que
aconteceu em 2008
para aliviar a crise
criada no setor imobiliário.
E em 2020,
para aliviar a crise
causada pela pandemia,
e quase certamente vai
acontecer no futuro.
Então eu sugiro que você
se lembre desse princípio.
Essas experiências me
deram outro princípio,
que é o seguinte:
Para entender o que está vindo,
você precisa entender o
que veio antes de você.
Esse princípio me levou a estudar
como a grande bolha dos anos 20
tornou-se na depressão
da década de 30.
Isso me deu as lições
que possibilitaram
que eu antecipasse e lucrasse
com a bolha de 2007,
que se tornou o fracasso de 2008.
Todas essas experiências
levaram-me a desenvolver uma
necessidade quase instintiva
de olhar para o passado em
busca de situações similares
para aprender a lidar
bem com o futuro.
MUDANÇA DE ORDENS
Nos últimos anos,
três grandes coisas
que não haviam ocorrido
no meu tempo de vida
levaram-me a fazer esse estudo.
PRIMEIRO: os países não tinham
dinheiro para pagar suas dívidas,
mesmo abaixando suas
taxas de juros para zero.
Então seus bancos centrais
começaram a imprimir muito
dinheiro para isso.
SEGUNDO: grandes conflitos internos
surgiram devido à diferenças de riqueza.
Isso aparecia em populismo
político e polarização,
à esquerda, que queria
redistribuir a riqueza
e à direita, que queria defender
os que possuíam riqueza.
TERCEIRO: crescentes conflitos
externos entre um poder em ascensão
e o poder em decadência,
como acontece agora entre
China e Estados Unidos.
Então eu olhei para trás.
E vi que tudo isso havia
acontecido em conjunto antes,
muitas vezes,
e quase sempre levando à mudança
de ordem doméstica e mundial.
A última vez em que essa
sequência aconteceu
foi de 1930 a 1945.
O que exatamente é uma ordem?
Você poderia perguntar.
É um sistema de governança para
as pessoas lidarem umas com as outras.
Existem ordens internas
que governam
internamente os países,
normalmente escritas
em constituições.
E existe uma ordem mundial,
para governança entre os países,
normalmente escrita em tratados.
Ordens internas mudam em ritmo
diferente de ordens mundiais
o clima interno ou entre países,
essas ordens normalmente
mudam após guerras.
Guerra civis dentro de países,
guerras internacionais entre países.
Isso acontece quando
novas forças revolucionárias
derrotam ordens antigas e fracas.
Por exemplo, a ordem interna dos EUA
foi escrita na Constituição em 1789,
após a Revolução Americana,
e ainda está vigente hoje,
mesmo depois da
Guerra Civil Americana.
A Rússia se livrou da
sua antiga ordem
e estabeleceu uma nova com
a Revolução Russa de 1917,
ordem que terminou em 1991
com uma revolução
relativamente pacífica.
A China começou sua atual
ordem interna em 1949,
quando o Partido Comunista Chinês
venceu a Guerra Civil.
Você entendeu a ideia.
A atual ordem mundial,
normalmente denominada
Ordem Mundial Americana,
formou-se após a vitória aliada
na Segunda Guerra Mundial,
quando os EUA emergiram como
o poder mundial dominante.
Ela foi escrita em
acordos e tratados,
sobre o funcionamento de
governança e monetário.
Em 1944,
o novo sistema
monetário mundial
foi escrito no Acordo
de Bretton Woods,
e estabeleceu o dólar como a
principal Moeda de Reserva.
Uma moeda de reserva é uma moeda
amplamente aceita ao redor do mundo,
e possuir isso é
um fator chave
para o país se tornar o mais
rico e poderoso império.
Com um novo poder dominante
e um novo sistema
monetário estabelecidos,
uma nova ordem
mundial se inicia.
Essas mudanças acontecem em
um ciclo atemporal e universal,
que denomino
O GRANDE CICLO
Vou começar com
uma visão geral,
depois apresento uma
versão mais completa,
e depois indico meu livro
se você quiser mais.
Ao estudar os 10 impérios mais
poderosos dos últimos 500 anos,
e as 3 últimas
moedas de reserva,
isso me levou à ascensão e declínio
do império holandês e do Florim,
do império britânico e da Libra,
a ascensão e atual declínio do
império americano e do dólar,
e o declínio e ascensão do
império chinês e sua moeda.
Assim como do império
espanhol, alemão,
francês, indiano, japonês,
rússo e otomano;
junto de seus
conflitos significativos,
como descrito neste gráfico.
Para entender melhor
o padrão chinês,
também estudei a ascensão e queda
de dinastias chinesas e suas moedas
por volta do ano 600.
Como ver todas essas medidas
em conjunto pode ser confuso,
vou focar nas
4 mais importantes.
Os holandeses, britânicos,
americanos e chineses.
Você vai perceber o
padrão rapidamente.
Agora vamos simplificar o formato.
Como você pode ver,
eles ocorreram em
ciclos sobrepostos
que duraram por
volta de 250 anos,
com períodos de transição de
10 a 20 anos entre eles.
Normalmente essas transições
foram períodos de grande conflito,
porque poderes governantes
não caem sem lutar.
Então como eu meço o
poder de um império?
Nesse estudo usei 8 métricas.
O poder total de cada
país é a média delas.
Elas são: educação, inventividade e
desenvolvimento tecnológico,
competitividade nos
mercados globais,
resultados econômicos,
participação no
comércio mundial,
força militar,
poder do centro financeiro
para mercado de capitais
e a força da moeda como
moeda de reserva.
Como esses poderes são mensuráveis,
podemos ver o quão fortes
os países são agora,
o quanto foram
no passado,
e se estão ascendendo
ou declinando.
Observando as sequências
de vários países,
podemos ver como um
típico ciclo acontece.
E como as ondulações
podem ser confusas,
podemos simplificar um pouco,
para focar nos padrões
de causa e efeito,
que levam à ascensão e declínio
de um típico império.
Como você pode ver,
uma melhor educação
normalmente leva
a maior desenvolvimento
de inovações e tecnologias.
E após um tempo,
ao estabelecimento da moeda
como moeda de reserva.
Você também pode ver
que essas forças decaem
em uma certa ordem,
reforçando o declínio
umas das outras.
Vamos observar a típica
sequência de eventos
que acontecem
dentro de um país,
que produz essas
ascensões e quedas.
Em resumo,
o grande ciclo normalmente
começa após um grande conflito,
frequentemente uma guerra,
que estabelece o novo
poder dominante
e uma nova
ordem mundial.
Como ninguém quer
desafiar esse poder,
normalmente se inicia um período
de paz e prosperidade.
Ao passo que as
pessoas se acostumam
com essa paz
e prosperidade,
elas cada vez mais apostam
na sua continuidade,
emprestando dinheiro
para fazer isso,
o que leva a uma
bolha financeira.
A parcela de negócios
do império cresce,
e quando a maior parte das
transações é feita na sua moeda,
ela se torna uma
moeda de reserva,
o que leva a mais empréstimos.
Ao mesmo tempo,
essa prosperidade crescente
distribui a riqueza desigualmente
então a desigualdade
normalmente cresce,
entre os mais ricos
e os mais pobres.
Em algum momento a
bolha financeira estoura,
o que leva à impressão de dinheiro
e crescente conflito interno
entre ricos e pobres,
que leva a algum
tipo de revolução
que redistribui a riqueza.
Isso pode ocorrer pacificamente
ou como uma guerra civil.
Enquanto o império sofre
com esses conflito interno,
seu poder diminui
em relação a poderes rivais
externos em ascensão.
Quando um novo poder
em ascensão
se torna forte o suficiente para
competir com o poder dominante,
que está tendo
problemas domésticos,
ocorrem conflitos externos,
normalmente guerras.
A partir dessas guerras
interna e externa,
surgem novos vencedores
e perdedores.
Então os vencedores se unem
para criar a nova ordem mundial.
E assim o ciclo recomeça.
Ao olhar para o passado,
vi que essas relações
de causa e efeito,
guiaram os ciclos
de ascensão e queda,
desde os tempos do
Império Romano.
Eu vi como as histórias de
cada um desses ciclos
misturam-se às outras
antes, durante e depois,
da mesma forma que cada história
individual junta-se às outras
para formar a épica história
dos últimos 500 anos,
que é nossa História coletiva.
E como ciclos da vida humana,
nenhum é igual ao outro,
mas a maioria é similar.
Elas são guiadas por relações
lógicas de causa e efeito,
que progridem em
estágios do nascimento,
à força e maturidade,
depois fraqueza e
declínio inevitável.
Entretanto, é como dizer que o
ciclo de vida de uma pessoa
leva 80 anos em média,
mas sem reconhecer que
muitos são mais curtos
e muitos mais longos.
Mesmo que a idade pode ser um
bom indicativo de longevidade futura,
uma forma melhor é observar
indicadores de saúde.
Pode-ser fazer isso com impérios
e seus sinais vitais também.
Eu descobri que ao observar os
indicadores de poder mudarem,
pude ver em qual
estágio o país estava,
o que me ajudou a antecipar
o que viria em seguida.
Agora vou levá-lo pelo grande
ciclo em mais detalhes.
Dê-me 20 minutos e eu lhe dou os
últimos 500 anos de História,
e mostro os
padrões similares
entre os impérios holandês,
britânico, americano e chinês.
500 ANOS DE GRANDES CICLOS
Vou descrever um típico clico
dividindo-o em 3 fases:
A ASCENSÃO
O TOPO
e O DECLÍNIO
A ASCENSÃO
Novas ordens de
sucesso que ascendem,
internamente e externamente,
normalmente começam com
poderosos líderes revolucionários
fazendo quatro coisas:
PRIMEIRO: eles ganham poder conseguindo
mais apoio que os opositores.
SEGUNDO: eles consolidam o
poder convertendo,
enfraquecendo ou
eliminando opositores.
para que eles não
fiquem no caminho.
TERCEIRO: eles estabelecem
sistemas e instituições
que fazem o país
funcionar bem.
QUARTO: eles escolhem
bem seus sucessores
ou criam sistemas
que fazem isso,
porque um grande império
demanda muitos
grandes líderes
ao longo de várias gerações.
Nesse estágio,
logo após ganhar a luta,
normalmente existe um perído
de paz e crescente prosperidade,
porque a liderança é
claramente dominante
e tem amplo apoio,
então ninguém
quer enfrentá-la.
Durante essa fase,
líderes dentro do país
precisam desenvolver
um sistema excelente
para aumentar a riqueza
e poder do país.
Primeiro e
mais importante,
para serem grandes,
eles precisam ter
uma educação forte,
que não é apenas passar
conhecimento e habilidades,
mas também caráter forte,
civilidade e ética do trabalho.
Isso é normalmente
ensinado na família,
escola e instituições religiosas.
Isso cria um respeito
saudável às regras e leis,
ordem social,
baixa corrupção
e permite a eles se unirem
em um objetivo comum
e a trabalharem bem juntos.
Ao fazer isso,
eles cada vez mais mudam de
produzir produtos básicos
para inovar e inventar
novas tecnologias.
Por exemplo,
os holandeses derrotaram
o império Habsburgo
e tornaram-se
altamente educados.
Eles se tornaram tão inventivos
que criaram um quarto de todas
as principais invenções do mundo.
A mais importante sendo
a invenção de navios
que podiam navegar
ao redor do mundo
para coletar
grandes riquezas;
e a invenção do Capitalismo,
como conhecemos hoje,
para financiar
essas jornadas.
Assim como todo
império líder,
eles melhoraram suas ideias
estando abertos às melhores
ideias do mundo
Como resultado
as pessoas do país
tornaram-se mais produtivas
e mais competitivas
nos mercados mundiais,
o que apareceu nos seus
resultados econômicos,
e maior participação em
transações mundiais.
Você pode ver isso
ocorrendo agora,
com os EUA e a China sendo
aproximadamente comparáveis
tanto nos resultados econômicos
quanto na participação
no comércio mundial.
Quando os países transacionam
mais globalmente,
eles precisam proteger
suas rotas comerciais
e interesses estrangeiros
de ataques.
Então eles desenvolvem
grande força militar.
Se feito corretamente,
esse ciclo virtuoso gera
forte crescimento
de arrecadação,
que pode ser usado
para financiar
educação, infraestrutura,
e pesquisa e desenvolvimento.
Eles também devem
desenvolver sistemas
que incentivam e fortalecem
aqueles que têm
a habilidade de criar
ou tomar riqueza.
Em todos esses casos,
os impérios mais
bem sucedidos
utilizaram uma
abordagem capitalista
para desenvolver
empreendedores produtivos.
Mesmo a China,
que é governada pelo
Partido Comunista Chinês,
usou uma forma dessa
abordagem capitalista.
Deng Xiaopin, quando
perguntado sobre isso,
disse: "não importa se
o gato é branco ou preto,
desde que pegue ratos."
e: "é glorioso ser rico."
Para fazer bem isso
eles devem desenvolver
seu mercado de capitais,
mais importante:
mercados de crédito,
de títulos e de ações.
Isso permite às pessoas
converterem suas economias
em investimentos,
para financiar invenções
e desenvolvimento;
e participar do
sucesso daqueles
que fazem grandes
coisas acontecerem.
Os holandeses criaram
a primeira companhia
listada publicamente,
A Companhia Holandesa
das Índias Orientais;
e o primeiro mercado de
ações para financiá-la,
que foi parte
integrante do sistema
que produziu riqueza
e poder robustos.
Como consequência natural,
os maiores impérios
desenvolvem os principais
centros financeiros
para atrair e distribuir
o capital mundial.
Amsterdã foi o centro
financeiro mundial
quando os holandeses
eram proeminentes.
Londres quando os britânicos
estavam no topo.
Nova York é agora
e a China está
rapidamente
desenvolvendo seus
centros financeiros.
Mais importante: os capitalistas,
os governantes e os militares
devem trabalhar juntos.
Não apenas os holandeses
trabalharam bem juntos,
eles eram como um.
A Companhia Holandesa recebeu
o monopólio de
negócios do governo
e possuía seus próprios
militares destacados
para ir aos mercados globais
para criar e tomar riquezas.
Os britânicos seguiram
com a Companhia Britânica
das Índias Orientais,
que possuía uma
coordenação similar,
com o seu governo,
negociantes e
operações militares.
O complexo industrial
americano seguiu o exemplo,
assim como o
sistema chinês hoje.
Conforme o país se torna
o maior império negociante,
as transações podem ser
pagas com sua moeda,
tornando-a o meio
preferencial de troca;
e por sua moeda ser
tão amplamente aceita
e frequentemente usada,
as pessoas ao redor do mundo
querem poupar com ela,
tornando-a o depósito
preferencial de riqueza,
e assim a principal
moeda de reserva.
O Florim era a moeda de reserva
quando os holandeses
lideravam o comércio mundial;
a Libra quando os
britânicos lideravam
e o dólar desde que os
EUA passaram a liderar.
Naturalmente, a moeda
chinesa vem sendo
cada vez mais usada
como moeda de reserva.
Ter uma moeda de reserva
permite ao império
pegar mais emprestado
que outros países.
Essa vantagem é enorme.
Pense nisso: pessoas
do mundo todo
estão dispostas a poupar,
enviando suas moedas
para o império.
Países sem moedas de reserva
não possuem isso.
E quando o império fica
sem o próprio dinheiro...
Lembra dos EUA em 1971?
Eles sempre podem
imprimir mais.
O privilégio exorbitante
alcançado pela moeda de
reserva do império,
leva ao aumento
dos empréstimos
e ao início de uma
bolha financeira.
Essa série de relações
de causa e efeito,
levando ao suporte financeiro,
político e militar mútuo,
ampliado pelo poder
de empréstimo
da moeda de reserva,
acontece desde o início
da História registrada.
Todos os impérios
que se tornaram
os mais poderosos do mundo
seguiram esse caminho
ao TOPO
Equanto no período do topo
a maioria dessas
forças se mantém,
junto aos frutos do sucesso
estão as sementes
do declínio.
Como regra,
ao passo que as pessoas nos
países ricos ganham mais,
isso as torna mais caras
e menos competitivas
em relação a pessoas
de outros países,
que se dispõem a
trabalhar por menos.
Ao mesmo tempo,
pessoas de outros países
naturalmente copiam
os métodos e tecnologias
do poder dominante,
o que diminui ainda mais
sua competitividade.
Por exemplo,
construtores britânicos de navios
possuíam trabalhadores mais baratos
do que os construtores holandeses.
Então eles contratavam
projetistas holandeses
para desenvolver navios melhores,
que eram construídos
por trabalhadores
britânicos mais baratos,
tornado-os ainda
mais competitivos,
o que levou os britânicos
a ascenderem
e os holandeses a declinarem.
Também, ao passo que
as pessoas enriquecem
elas tendem a não
trabalhar mais tanto.
Elas preferem lazer,
buscam coisas boas e
menos produtivas da vida,
e no extremo,
tornam-se decadentes.
Valores mudam de
geração em geração
no caminho ao topo,
daqueles que lutaram para
alcançar riqueza e poder,
àqueles que herdaram isso.
Eles são menos dedicados,
voltados à luxúria,
acostumados com a vida fácil,
o que os fazem mais
vulneráveis a desafios.
A Era Dourada do
império holandês
e a Era Vitoriana do império britânico
foram períodos com
tal prosperidade.
Ao passo que as pessoas
se acostumam a ir bem,
elas apostam cada vez mais
na continuidade
dos bons tempos,
e emprestam dinheiro
para fazer isso,
o que cresce em
bolhas financeiras.
Naturalmente,
os jogos financeiros
não são justos
e a desigualdade
de riqueza cresce.
desigualdades de riqueza
se autoreforçam
porque pessoas ricas
usam seus recursos
para reforçar seus poderes.
Por exemplo,
eles dão grandes
privilégios aos filhos,
como melhor educação;
e influenciam o sistema
político a seu favor.
Isso faz com que a
desigualdade de valores,
política e oportunidades cresça
entre os mais ricos e mais pobres.
Aqueles menos abastados
sentem que o
sistema é injusto,
então o ressentimento cresce,
mas enquanto
o padrão de vida
da maioria das pessoas
ainda cresce,
esses ressentimentos não
se tornam conflitos.
Ter a moeda de reserva mundial,
inevitavelmente leva
a empréstimos excessivos
e contribui para a construção
de grandes dívidas com
credores estrangeiros.
Enquanto isso aumenta o
poder de gasto no curto prazo,
enfraquece a saúde
financeira do país
e a moeda a longo prazo.
Em outras palavras,
quando o empréstimo
e gastos são fortes,
o império parece muito forte,
mas na verdade suas finanças
estão sendo enfraquecidas.
Os empréstimos sustentam
o poder do país
além dos fundamentos,
financiando o consumo
doméstico excessivo
e conflitos militares
internacionais
necessários para
manter o império.
Inevitavelmente, o custo para
manter e defender o império
torna-se maior que
a receita gerada,
então ter um império
deixa de ser lucrativo.
Por exemplo,
o império holandês super
expandiu ao redor do globo;
e lutou guerras cada vez mais
caras contra os britânicos
e outros poderes europeus
para proteger seu território
e rotas comerciais.
O império britânico
também se tornou gigante,
burocrático, e perdeu suas
vantagens competitivas,
conforme poderes rivais
particularmente a Alemanha,
destacaram-se,
levando a uma corrida
armamentista
cada vez mais cara;
e à Guerra Mundial.
Os EUA gastaram cerca
de 8 trilhões de dólares
em guerras estrangeiras
e suas consequências
desde o 11 de setembro;
trilhões mais em outras
operações militares
e para apoiar bases
militares em 70 países;
e ainda não está
gastando o suficiente
para apoiar sua competição
militar com a China
na área ao redor da China.
Nesse ciclo,
países mais ricos se
atolam em dívidas,
emprestando de
países mais pobres
que poupam mais.
É um dos primeiros sinais
de mudança no
poder e riqueza.
Isso começou nos Estados Unidos
nos anos 80, quando o país
tinha um renda per capita
40 vezes a da China
e começaram a emprestar
dos chineses,
que queriam
poupar em dólar,
porque o dólar era a
moeda de reserva mundial.
De forma similar,
os britânicos emprestaram
muito dinheiro
de suas colônias;
e os holandeses fizeram
o mesmo no seu tempo.
Se o império começa a ficar
sem novos credores,
aqueles que possuem sua moeda
procuram vendê-la e sair,
ao invés de comprar, poupar,
emprestar e entrar.
E a força do império
começa a declinar.
O DECLÍNIO
O declínio vem de fraqueza
econômica interna,
junto com brigas internas
ou custosas brigas externas
ou ambas.
Normalmente,
o declínio vem gradualmente
e de repente muito rápido.
Quando as dívidas se
tornam muito grandes,
e há uma queda econômica,
e o império não pode mais
emprestar o dinheiro necessário
para pagar suas dívidas,
a bolha financeira estoura.
Isso cria grandes
dificuldades internas
e força o país a escolher
entre dar o calote nas dívidas
ou imprimir muito
dinheiro novo.
Ele sempre escolhe
imprimir muito dinheiro.
No começo gradualmente,
e eventualmente
de forma massiva,
isso desvaloriza a moeda
e aumenta a inflação.
Para os Holandeses,
essa foi a crise financeira trazida
por excessos financeiros
ao pagar pela Quarta
Guerra Anglo-Holandesa.
Similarmente para os britânicos,
foi pagar pelos seus
excessos financeiros
e suas dívidas das duas
Guerras Mundiais;
e para os EUA foram 3 ciclos
de booms e despencadas
do financiamento da dívida,
desde os anos 90,
com o Banco central
interferindo cada vez
com medidas mais fortes.
Quando o governo tem
problemas para se financiar,
quando há condições
econômicas ruins;
e o padrão de vida está caindo
para a maioria das pessoas;
e existe uma grande
desigualdade de riqueza,
de valores e diferenças políticas,
aumentam conflitos internos
entre os mais ricos e mais pobres,
assim como entre grupos
étnicos, religiosos ou raciais.
Isso leva a extremismo político,
que se mostra como populismo,
à esquerda e direita.
Aqueles à esquerda buscam
redistribuir a riqueza,
enquanto aqueles à direita
buscam manter a riqueza
nas mãos dos ricos.
Normalmente durante
esses tempos,
os impostos sobre
os ricos sobem,
e quando os ricos temem
que sua riqueza e bem
estar lhes serão tirados,
eles se mudam para lugares,
ativos e moedas nos quais
se sentem mais seguros.
Essas saídas reduzem as receitas
de impostos do império,
o que leva ao clássico
e auto-reforçado
processo de deterioração.
Quando a fuga de riqueza
fica ruim o suficiente,
os governos proíbem isso.
Aqueles que buscam sair
começam a entrar em pânico.
Essas condições turbulentas
minam a produtividade,
isso encolhe o
bolo econômico
e causa conflito sobre como
dividir os recursos escassos.
Líderes populistas surgem
de ambos os lados
e prometem tomar o controle
e restaurar a ordem.
É quando que a democracia
é mais desafiada,
porque ela falha em
controlar a anarquia,
E é quando a mudança
para um forte líder populista,
que vai trazer
ordem para o caos,
se torna mais provável.
Enquanto o conflito
dentro do país escala,
ele leva a algum
tipo de revolução
ou guerra civil, para
redistribuir a riqueza
e forçar as grandes
mudanças necessárias.
Isso pode ser pacífico
e manter a ordem existente;
mas é normalmente
violento e altera a ordem.
Por exemplo, a revolução Roosevelt
para redistribuir a riqueza foi
relativamente pacífica
e manteve a ordem
interna existente;
enquanto a Revolução Francesa,
a Revolução Russa
e a Revolução Chinesa
foram muito mais violentas
e levaram a novas
ordens internas.
Este conflito interno
torna o império fraco
e vulnerável a crescentes
rivais externos,
que vendo essa
fraqueza interna,
inclinam-se mais a desafiarem.
Isso aumenta o risco de
grande conflito internacional,
especialmente se o rival montou
um poder militar comparável.
Defender um império contra rivais
requer grandes gastos militares,
o que ocorre em conjunto com
condições internas deterioradas,
quando o império
menos pode pagar.
Já que não existe
um sistema viável
para resolver pacificamente
disputas internacionais,
esses conflitos são normalmente
resolvidos em testes de poder.
Quando desafios mais
audaciosos são feitos,
o império dominante tem
uma escolha difícil
entre lutar ou recuar.
Lutar e perder é
o pior resultado,
mas recuar é ruim também,
já que cede progresso ao rival
e sinaliza que o império está fraco
aos países que estão considerando
de qual lado vão ficar.
Condições econômicas ruins causam
mais lutas por riqueza e poder,
o que inevitavelmente leva
a algum tipo de guerra.
Guerras são terrivelmente custosas.
Ao mesmo tempo, elas produzem
as mudanças tectônicas
que realinham as novas ordens
à nova realidade de riqueza
e poder no mundo.
Quando os que possuem
a moeda de reserva
e débito do império
em declínio
perdem a confiança e vendem.
Isso marca o fim do
seu grande ciclo.
Das aproximadamente 750 moedas
que existiram desde 1700,
menos de 20% existem agora;
e todas elas perderam valor.
Para os holandeses
isso ocorreu após a derrota na
Quarta Guerra Anglo-Holandesa.
Quando eles não puderam
pagar a gigantesca dívida
que construíram
durante o conflito,
isso levou a uma corrida
ao Banco de Amsterdã
e à venda desesperada,
forçando uma gigantesca
impressão de dinheiro,
que desvalorizou a moeda
e o império para a irrelevância.
Para os britânicos isso ocorreu
após a Segunda Guerra Mundial,
quando apesar da sua vitória,
eles não puderam pagar a dívida
contraída para financiar
os esforços de guerra.
Isso levou a uma série
de impressões de dinheiro,
desvalorizações e
vendas de Libra esterlina,
enquanto os EUA e o dólar
emergiam dominantes
e criaram uma nova
ordem mundial.
No momento dessa gravação,
os Estados Unidos ainda
não atingiram esse ponto.
Ao passo que possui
uma imensa dívida,
gasta mais do que arrecada
e financia esse déficit
com mais empréstimos
e impressão de grandes
quantidades de dinheiro,
as grandes vendas de dólares
e dívidas americanas
ainda não começaram.
Enquanto existem conflitos
internos e externos
ocorrendo por todas
as razões clássicas,
eles ainda não cruzaram
a linha de tornarem-se guerras.
Eventualmente,
a partir desses conflitos,
quer sejam violentos ou não,
surgem novos vencedores,
que se juntam e reestruturam
o sistema de dívidas e
político dos perdedores;
e estabelecem a nova
ordem mundial.
Assim o antigo ciclo
e império acabam;
e um novo começa,
e eles fazem isso novamente.
Quantos detalhes
que joguei pra você
imaginar como o
grande ciclo acontece.
Claro que nem todos ocorrem
exatamente dessa forma,
mas a grande maioria o faz.
Tanto é assim, que
parece que as histórias
de ascensão e queda
permanecem essencialmente iguais;
e as únicas coisas que mudam
são as roupas dos personagens
e as tecnologias que eles usam.
Então, aonde estamos indo?
O FUTURO
A maioria dos impérios
têm seu tempo ao sol
e inevitavelmente declinam.
Reverter um declínio é difícil,
porque isso requer desfazer
muito do que já foi feito,
mas é possível.
Ao observar esses indicadores,
é muito fácil ver em qual estágio
do grande ciclo o império está,
o quão forte está;
e se sua condição está
melhorando ou piorando.
Isso pode ajudar a estimar
quantos anos ele ainda terá.
Ainda assim,
as estimativas não são precisas
e o ciclo pode ser estendido
se aqueles no poder
prestarem atenção
aos sinais vitais e os melhorarem.
Por exemplo,
sabendo que uma
pessoa tem 60 anos,
o quão em forma está,
se ela fuma ou não
e alguns outros
sinais vitais básicos,
pode-se estimar sua longevidade.
Pode-se fazer isso com impérios
e seus sinais vitais também.
Não será preciso,
mas será um indicativo geral
e dará direções claras
de passos a se tomar
para aumentar a longeviade.
É quase sempre o caso de que:
A maior guerra de uma
nação é consigo mesma.
Se consegue ou não tomar
as difíceis decisões
necessárias para
manter seu sucesso.
Em relação ao que
precisamos fazer,
resume-se a duas coisas:
arrecadar mais do que gastamos
e tratar bem uns aos outros.
Toda as demais coisas que citei:
educação forte, inventividade,
competitividade e todo o resto,
são apenas formas de fazer
essas duas coisas.
É fácil medir se estamos
fazendo isso,
então como pessoas que
querem entrar em forma,
vamos aderir ao programa
e melhorar nossos indicadores.
Vamos fazer isso individual
e coletivamente.
Meu objetivo ao compartilhar essa
imagem de como o mundo funciona
e alguns princípios para
lidar bem com isso,
é ajudá-lo a reconhecer
onde estamos
e os desafios que enfrentamos;
e a tomar decisões sábias,
que são necessárias para
navegar bem nesses tempos.
Já que há muito
mais para discutir
e estamos sem tempo,
você pode aprender
mais no meu livro
PRINCÍPIOS PARA LIDAR COM A
MUDANÇA DA ORDEM MUNDIAL
e espero continuar
essa conversa
em eocnomicsprinciples.org
e nas mídias sociais.
Obrigado,
e que a força da evolução
esteja com você.